Dentro da Noite

Dentro da Noite João do Rio




Resenhas - Dentro da Noite


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Kleiton 02/06/2024

Nota 2
Comecei a ler o livro porque ele foi mencionado em outra obra que já li, o que despertou meu interesse por ser um nacional. No entanto, logo percebi que não era muito o meu estilo. Apesar disso, continuei até o final, mas nenhum conto conseguiu me cativar.
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Bella Felix 21/10/2022

Lendo e amando
Com uma linguagem simples, fui lendo, me aprofundando na história, e surtando internamente com os acontecimentos do conto.

Sinceramente, não quero ver nenhum homem com agulhas perto de mim
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Daniel 08/08/2022

Destaque para os excelentes: "Dentro da noite" (que dá título à coletânea), "Coração", "Aventura do hotel", "A parada da ilusão" e "Última noite", sendo que considero "Dentro da noite" um dos melhores contos da literatura brasileira.
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Bela 30/12/2021

Dentro da Noite
Não conhecia esse autor e ele acabou me surpreendendo bastante. Ele possui um humor ácido que gostei bastante e narrativa consegue ser cativante.
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Caderno de botas 20/08/2018

O conto Dentro da noite
Depois de ver os braços desnudos de sua noiva, Rodolfo começa a se entregar a uma estranha, estranhíssima, obsessão. E é pela noite a dentro, durante uma viagem de trem, que vamos descobrindo pouco a pouco os delírios, os horrores e as tragédias que caíram na vida desse pobre diabo mal compreendido.

site: https://cadernodebotas.blogspot.com/2018/04/dentro-da-noite_6.html
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Pablo Santos 11/06/2016

O Amante Hostil
Eles estão por toda parte: por trás do caixa de uma banca, gerenciando uma empresa ou regendo um país. Sem empatia e nem remorsos por seus atos, e com distúrbios de personalidade, vivem sob suas próprias regras e apenas sentem culpa quando ferem seus princípios intrínsecos.

Rousseau, filósofo suíço, século 18, sugeria que a natureza humana era de origem pura, mas a sociedade a perverteria. Mesmo sem o pudor por mentir, manipular ou machucar para conseguir o que querem, a maioria não comete crimes. Para os psicopatas as pessoas são como objetos que servem para satisfazer seus interesses, conseguem viver perante a sociedade porque se adaptam e consideram as regras sociais.

Essas e outras questões se levantam por meio do livro “Dentro da Noite”, que apresenta a busca pela satisfação sexual da elite na classe baixa. Lançado pela H. Garnier Editora, 1910 (268 páginas), e republicado mais tarde sob domínio público pela biblioteca nacional em versão PDF (83 páginas), o conto relata a história de um homem e seus atos de tortura para alcançar o êxtase do prazer.

A obra é exibida por uma sequência de falas e explicações longas. O foco é o diálogo entre os personagens, Rodolfo, Justino e os acontecimentos que ocorrem no decorrer da narração do mesmo.

Rodolfo era um homem de boa família e que namorava Clotilde, porém, tudo começou quando eles compareceram ao baile do Praxedes. Clotilde aparecera com decote, de braços a mostra, o que instigou um ciúme no Rodolfo desenvolvendo um desejo doentio de ter os braços da mesma para feri-los com alfinetes. Ele conteve-se durante um período.

Dentro da Noite é um Thriller instigante, inteligente e insano ao seu tempo. Com personagem psicopata coberto por pele de cordeiro, o conto traz um gosto da noite londrina ocultada pela fumaça do crime com ambiente de interior brasileiro.

João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto foi um jornalista, cronista, tradutor e teatrólogo brasileiro (Rio de Janeiro, 5 de agosto de 1881 — 23 de junho de 1921) e tinha João do Rio como seu pseudônimo mais conhecido. Prestou concurso ao Ginásio nacional e se aventurou no mundo jornalístico, colaborando para várias companhias da imprensa carioca. Foi eleito para a Academia de Letras em sua terceira tentativa, em 1910.

site: https://epifaniacritica.wordpress.com/2016/06/10/resenha-dentro-da-noite/
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Luiz 29/11/2009

Terror clássico brasileiro
Esta resenha é para quem achava que Noite na Taverna era a única obra clássica da literatura brasileira considerada como sendo de terror. Na verdade há vários dos nossos grandes autores que adicionaram aos seus textos uma pitada do sobrenatural ou afins, incluindo Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Mas o livro que pretendo apresentar desta vez aqui na Biblioteca Mal Assombrada é o subestimado Dentro da Noite, de João do Rio (1881 - 1921).

Bem, mas antes de tudo, quem é esse cara? João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (ufa!), cujo pseudônimo mais conhecido era João do Rio, foi um jornalista da cena carioca no início do século XX (a chamada Belle Époque brasileira). Mulato, obeso e homossexual (o que me força a encará-lo como uma espécie de Truman Capote tupiniquim), ele sentiu na pele o preconceito pelas suas diferenças, sendo desprezado publicamente por várias personalidades e até mesmo vítima de uma covarde agressão física quando foi agredido, enquanto almoçava, por um grupo de nacionalistas. Mas, ainda assim, ele convivia com a classe alta da época, e chegou até a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras!

Talvez tenha sido por causa desse paradoxo, de luxo e notoriedade versus desprezo e marginalidade, que seus textos tenham oscilado tanto entre uma faceta e outra: se normalmente ele preferia usar uma linguagem elegante e rebuscada, cheia de expressões em francês, como era a moda na época, às vezes ele partia para o grotesco, descrevendo as cenas chocantes que ocorriam nos cantos mais sujos da cidade.

Pois é esse o clima de Dentro da Noite, lançado em 1911, que reúne onze “contos negros”, já publicados anteriormente em jornais, e outros sete inéditos. Podemos dizer que as semelhanças desta com a obra de Álvares de Azevedo que citei no início do texto não se resumem à palavra “noite” no título. Trata-se de uma coletânea de relatos urbanos sensuais, sórdidos e fúnebres, mas ao contrário do clima essencialmente europeu da obra de Álvares de Azevedo, João do Rio adicionou alguns elementos bem brasileiros às suas páginas.

O Bebê de Tarlatana Rosa, por exemplo, passa-se em uma data muito representativa para nós: o carnaval. É quando o protagonista, disposto a frequentar vários bailes da cidade em busca de todos os tipos de excessos, envolve-se com uma misteriosa foliã fantasiada que nunca retira o nariz de borracha que lhe esconde o rosto. Somente depois de ter passado algumas noites de luxúria com a moça é que ele saberá o motivo, para sua cruel infelicidade. Posso dizer que o final dessa história é um dos mais chocantes que já conheci.

O Carro da Semana Santa já traz uma espécie de lenda urbana, sobre uma misteriosa carruagem que anualmente faz uma verdadeira peregrinação durante a semana santa, permanecendo estacionada próximo a todas as igrejas da cidade, com algo muito estranho acontecendo em seu interior.

E o melhor conto de todos certamente é o que dá título à obra, sobre um homem que perde tudo graças a uma estranha obsessão que lhe atormenta: a necessidade de espetar agulhas e alfinetes nos braços de sua noiva e, mais tarde, em desconhecidos no metrô. Acho que poderíamos fazer uma interessante analogia deste personagem com um vampiro.

Mas infelizmente nem tudo é perfeito. Há casos como o de Aventura no Hotel, que traz uma datada e insatisfatória trama policial, totalmente previsível, envolvendo o desaparecimento dos pertences de alguns hóspedes. Aliás, João do Rio caiu em uma armadilha criada pela sua própria popularidade: com modismos demais empregados em seu texto, a crítica simplesmente o rejeitou e seu nome ficou esquecido durante muito tempo. Apenas recentemente é que ele foi redescoberto e voltou a ser discutido no ambiente acadêmico.

Ainda assim, apesar dos deslizes, há vários contos que merecem ser conhecidos pelos fãs de horror. Além dos que citei, são obrigatórios: História de Gente Alegre, que apresenta a trágica paixão - movida à morfina - entre duas prostitutas; A Mais Estranha Moléstia, sobre um jovem atormentado por um olfato anormalmente aguçado, e A Peste - outra incursão pelo grotesco, com descrição de deformidades físicas.

Dentro da Noite já foi descrito como “a maior coleção de taras e esquisitices até então publicada na literatura brasileira”. Seus contos tratam de diversas deformações sensoriais, inclusive sadomasoquistas, e seu clima opressivo e apavorante é cercado de sensualidade e elementos góticos.

Para quem se interessou pelo conteúdo, uma boa notícia: esta publicação já é de domínio público, e pode ser facilmente encontrada na internet, disponível para download gratuito. Mas não adianta procurar outros livros do autor neste mesmo estilo: Dentro da Noite é diferente de todo o resto de sua obra, que inclui muitas crônicas jornalísticas e até histórias infantis (o que comprova minha obsessão por escritores que variam seu trabalho entre o mundo dos adultos e o das crianças).
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