O chapeu do Boto e o Bicho Folharal

O chapeu do Boto e o Bicho Folharal Antonio Juraci Siqueira




Resenhas - O chapeu do Boto e o Bicho Folharal


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z..... 02/01/2016

Cordel, lendas regionais e a Amazônia. Três coisas que aprecio muito e estão reunidas nessa obra em uma abordagem divertida e facilitadora de leitura rápida aos entusiastas dos temas. O autor, Antonio Juraci Siqueira, apresenta duas histórias nos característicos tons jocosos e melodramáticos da literatura de Cordel.

"O chapéu do boto" já diz a que veio no título, brincando com a sedução encantadora dos contos do "Uiara". Essas narrativas costumam destacar a boemia, sedução e artimanhas, Amazônia adentro, evidenciando um certo humor. Vemos isso, mas a história é conduzida em forma de drama, onde o boto tem que lidar com uma revolta por suas peripécias. Algo novo nesse misticismo é a introdução de elementos relacionados a indumentária do famigerado, que remete-se a outros seres dos rios. Isso nunca tinha visto. Esse é o contexto geral e o cordel basicamente é uma valorização desses "causos" aos apreciadores.

"O Bicho Folharal" é mais divertido e apresenta-se como uma fábula na floresta, em um embate entre o macaco e a onça, mostrando, respectivamente, a conhecida esperteza e a brabeza afoita.

O autor incluiu também alguns informes interessantes sobre a história do cordel no Norte e, para buscas futuras, transcrevo algumas das obras relevantes desse contexto:
- "História completa de Severa Romana" (anônimo e um dos pioneiros em Belém, em 1946);
- "Os cabras de Quintino", "As proezas do fantástico Pé-de-pano" e "A história do gato Mocotó" (de Adalto Alcantára Monteiro, citado pelo autor como o mais destacado cordelista do Pará);
- "Oxente Bichinho, mercúrio não!" e "Belo Monte, o Belo de Destruir" (de João de Castro, caracterizado pelas causas sociais);
- "Um amor de São João" e "Grávida" (de Heliana Barriga, considerada a maior cordelista paraense).

Aproveito o embalo nortista e cito um cordel histórico em meu Amapá: "Incoerência Humana - Naufrágio do Novo Amapá", de Francisco Hermes Colares (2002) com uma abordagem impactante pelo relato triste do terrível naufrágio no rio Cajari, em 1981, considerado o maior da Amazônia.

Para os amantes de cordel, taí uma obra bacana da literatura nortista!
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><'',º> 29/12/2015

"O livro/cordel de Antonio Juraci Siqueira poderia insultar a tradição, ao quebrar a estética dos rústicos folhetos de até bem pouco tempo atrás. Mas a essência – a maneira como a história é contada – permanece fiel aos cordéis de antigamente. Ambos retratam com simplicidade e leveza a força o cordel da Amazônia. Mantêm as características do passado, mas não se desconectam das transformações do mundo, entre elas da própria literatura, com um enredo de muita ação, mistério e humor."

Fonte: holofotevirtual.blogspot.com.br
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