spoiler visualizarDrica 16/12/2012
E a “síndrome de Bella” ataca mais uma...
Mais uma vez, fui vítima de minha própria impulsividade; adquiri o primeiro volume da série “Os Imortais” por causa da capa que não faz jus ao conteúdo do livro. Ao ler essa sinopse pensei: Parece promissor.
Pena que só pareceu.
Logo de cara somos apresentados à Ever Bloom, uma adolescente que tinha tudo e que perdeu tudo: a família, a popularidade, os amigos, foi obrigada a mudar de cidade e a recomeçar. Talvez por seus traumas ela pudesse ser uma protagonista interessante... Mas não é.
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Ever desde o acidente foi amaldiçoada com dons que ela nunca desejou. É uma garota deslocada, alvo das piadinhas dos “populares”, mas também é teimosa, egoísta, insossa e vive se martirizando por ter sido a responsável pela morte de toda a sua família.
Então chega Damen, o garoto novo, misterioso, sexy na escola — o que se tornou de praxe em quase todos os livros — e Ever percebe que seus dons não a afetam quando Damen está por perto.
Fiquei incomensuravelmente entediada por todas as vezes que a Ever descrevia o formigamento no corpo dela por conta do toque, proximidade do rapaz. Pois bem, o romance poderia ter me prendido à leitura... Mas não prendeu.
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Damen consegue ser até mesmo pior e mais irritante do que a Ever. Se ela é egoísta, arredia e vive presa ao seu ciclo de martírio, ele é frívolo, imaturo e o fato da autora tentar destacar a perfeição que ele “supostamente” deveria ter tornou minha leitura um suplício.
As comparações com Crepúsculo são inevitáveis; mesmo livro citado, as desconfianças de Ever de Damen tratar-se de um vampiro e a protagonista insegura, chata e insípida levaram-me a crer que se tratava de um quase plágio. Só que ainda pior do que Crepúsculo.
O que me impediu de abandonar o livro e quem sabe até colocar fogo nele, por conta das inúmeras atitudes tolas e irritantes da Ever, foi a Riley. A irmã morta que assombra a protagonista foi a única personagem carismática e aceitável do livro e me vi pensando por diversas vezes que se quem tivesse sobrevivido ao acidente fosse a Riley, o livro seria muito mais interessante. O restante dos personagens, corte e esqueça para sempre mesmo! Nem mesmo a vilã é digna de ser lembrada.
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A Ever parece ter uma necessidade absurda de colocar o Damen em um pedestal, ressaltando sua beleza, seus atributos, sua perfeição — não vi nenhuma perfeição nesse personagem raso e chato, chato, chato!
A escrita da autora incomodou-me profundamente; não sei se ela buscava incorporar a sem graça da Ever até ao descrever seus dilemas tediosos ou se o texto saiu acidentalmente superficial e pobre. Ou seja, nem mesmo a narrativa se salva no livro.
Como sou uma pessoa perseverante, porém, fui até o fim, para ver se ao menos no desfecho o livro me surpreendia, mas dizer que a trama foi mal construída, inclusive no desfecho, seria um eufemismo. Nem mesmo o final empolga, que fecha da mesma forma que o livro começou: sem graça e sem me transmitir emoção alguma.
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Os dilemas adolescentes da Ever não convencem; detestei quando ela começou a beber para se ver livre dos dons. Isso é uma atitude de pessoas fracas que não conseguem enfrentar os próprios problemas e para isso se entregam aos vícios para fugir deles, mais um ponto negativo para a autora por isso.
O romance também não convence e prefiro nem entrar em detalhes quanto à relação mal construída da Ever e do Damen.
Enfim, Para Sempre podia ter sido muito diferente, podia ter sido perfeito se a autora soubesse aproveitar o material que tinha em mãos. Infelizmente, mais um livro que caiu nos famosos clichês. Uma completa decepção para mim que esperava tanto e que tanto se decepcionou.