Luuhmarcely 06/08/2013
Intrigante! *-*
“Não há resposta certa ou errada para a pergunta ‘Sobre o que é essa pintura?’. A pergunta é ‘Isso faz com que nós sintamos o quê?’.”
Quando uma pessoa realmente deseja algo ela faz de tudo para consegui-la. O mundo da arte é pequeno. Para ser um apreciador de Artes, deve conhecer História. Parece frases aleatórias, mas foi isso que aprendi ao ler O Ladrão de Arte. Pouca gente sabe, mas eu sou uma adoradora de artes e sempre quis ir a um museu. Acredito que um autor de uma obra de arte não quer saber se o leitor fez a interpretação correta da sua obra, mas quer saber qual foi a leitura que foi realizada. Da mesma forma que queremos pensar como o autor, o autor quer sentir como um leitor.
“A vingança não é bíblica, mas é poética.”
A história começa devido a três furtos de obras de artes que ocorreram em três lugares distintos e nada próximos.
Em Roma, uma magnífica obra de Caravaggio desaparece da pequena igreja barroca de Santa Giuliana sem deixar pistas. Em Paris, uma pintura da série Composição suprematista Branco sobre Branco criada pelo artista russo Malevitch desapareceu do cofre da nomeada Sociedade Malevith. E em Londres, a pintura denominada Sem Título também de Malevitch da mesma série Branco sobre Branco recém adquirida, num leilão, pelo Museu National Gallery of Modern Art. A primeira vista, parece furtos sem quaisquer tipo de conexão. Sinto lhe dizer, mas está completamente enganado, tudo foi muito bem arquitetado por aqueles que você nunca imaginaria. Falsificações são trazidas à tona, pessoas da mais alta sociedade traindo e sendo traídas, além de vinganças e votos comprados.
“A fofoca é um barco cheio de buracos”
Por serem instituições renomadas e uma reputação a zelar, fazem de tudo para que as notícias não cheguem aos ouvidos maliciosos da imprensa, portanto inspetores são contratados para investigar o caso e descobrir quem foram aqueles que levaram os quadros.
“Não ataque aquilo que não entende, só porque não entende.”
A história é narrada em terceira pessoa e se passam em três locais diferentes, mas, como esse mundo é pequeno, chega um momento que alguns personagens se cruzam e algumas coisas passam a fazer sentido. Com falas extensas sendo que umas chegar a ter parágrafos e parágrafos. Noah Charney chama o leitor para dentro do livro, ele brinca com as palavras e coloca o nosso cérebro para pensar. Houve vários momentos durante a leitura em que eu me perdia no espaço e entrava na história, principalmente nas aulas de História da Arte, dadas dentro do Museu, ministrada pelo Sr. Barrow. É uma história madura e apaixonante, recheada de culturas do mundo da arte e muito suspense. Ah, e uma coisa que achei muito interessante é que tem algumas falas que são em francês, não todas, mas dá de deduzir do que se trata devido ao contexto. E como se trata de artes há muitas citações religiosas. Também há cenas bem cômicas no livro.
“Questione tudo, não confie em nada. Nas palavras do meu modelo, Sherlock Holmes: ‘Elimine o impossível. O que sobrar, não importa quão improvável seja, deve ser a verdade’.”
Já vi capas com detalhes em neon, brilhantes, detalhes em dourado, com efeitos ilusórios, mas… com um buraco? Particularmente achei a capa linda. É lisa e o único detalhe é o quadro vazio. Quero dizer, vazio mesmo, quando abrimos a orelha da página, percebe-se que há literalmente um buraco na capa demonstrado a ausência da pintura. Com 320 páginas amareladas.
“Confie em ladrões.”
Há livros que a gente indica, que ficam para a história e há também que são inesquecíveis e marcantes. O Ladrão de Arte definitivamente está entre os meus favoritos com cinco estrelinhas. Eu nunca havia lido um livro com tema policial e investigativo. Então, acredito que abri essa ala com chave de ouro. Recomendo esta obra para quem gosta do tema ou também para quem nunca leu algo parecido e tem curiosidade. É a primeira vez que digo isso, mas eu tenho mania de datar os livros.
site: http://www.november92.com/post/55791443346/resenha-do-livro-o-ladrao-de-arte-noah-charney