Walden

Walden Henry David Thoreau




Resenhas - Walden


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Arsenio Meira 06/10/2015

O POETA DE TODOS OS LAGOS
Foi Henry David Thoreau quem ensinou o homem do século XIX a olhar a natureza, e a
si próprio. É em redor de Concord, Massachusetts, que ele observou minuciosamente a natureza - identificando árvores, flores e gramíneas, anotando o regresso das aves na primavera, medindo e dialogando com o nível das águas dos rios, os anéis das árvores e o tamanho das sementes.

Vivendo embora no século dezenove, ele é um precursor do moderno discurso ambientalista, pois reivindica a necessidade de conservar a natureza como uma espécie clarividente de essencial domínio de vitalidade e de diversidade.

Balizado por um saber científico, Thoreau, no entanto, não descura a vida em seus semblantes menos ornados e deseja alcançar os ritmos e os padrões universais, tendo sempre à mão uma linguagem poética: confessa ter grande fé numa semente; perante uma semente, prepara-se para esperar maravilhas.

Quando no ano de 1845 decide deixar a sua casa e ir viver para uma cabana que ele mesmo construiu junto ao lago Walden, Thoreau sabia o que procurava. Ele foi para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-se apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-lhe, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido.

Apostado em registrar a natureza envolvente, Thoreau viaja ao logo dos rios Merrimack e Concord em 1844 .Mas é com Walden, obra de 1854, e o centro de toda a sua produção literária, que Thoreau deixa um imperecível legado à humanidade. Vivendo quase dois anos junto ao lago Walden, o seu quotidiano é constituído pela observação de tudo aquilo que o rodeia: as águas do lago que desaguam no rio Concord, as mutações que se operam de acordo com a estação do ano.

Ao lado das referências às framboesas, às amoras, ao mirtilo,ao carvalho e ao sumagre, a presença constante da água: Um lago é o traço mais belo e expressivo da paisagem, preconizou .

Assinalando a presença de insetos patinadores, enaltece a transparência das águas. O âmago do livro de Thoreau parte da natureza para fazer o homem olhar-se a si mesmo, ou seja,o seu pensamento responde às associações que a paisagem lhe suscita.

Se as águas de Walden são serenas, já as dos rios remetem para a passagem, para a
fluidez: a vida em nós é como a água no rio: repleta do que não sabemos. Exceto Henri Thoreau: ele sabia.
Marta Skoober 06/10/2015minha estante
Bela resenha, Arsenio!


Arsenio Meira 06/10/2015minha estante
Agradeço a vc, Marta, ao Márcio, Carla e demais amigos pela indicação deste livro inesquecível, o integrante mais novo da minha mesa de cabeceira! Um abraço grande


Simone de Cássia 06/10/2015minha estante
Arsenio, desculpe a intromissão na conversa alheia mas, "vão combiná" que essa sua mesa de cabeceira deve ser do tamanho de uma caçamba de trucking, né? rs rs


Márcio_MX 06/10/2015minha estante
Sua resenha ficou perfeita, Arsenio!
Fico imensamente feliz por uma indicação minha ter sido proveitosa para um leitor inveterado como você, um leitor que tem uma experiência grande sempre é mais difícil de agradar e surpreender.
Que bom que tive uma pequena contribuição na sua bibliografia, assim como você já me influenciou várias vezes observando seus comentários e resenhas.


Márcio_MX 06/10/2015minha estante
Sua resenha ficou perfeita, Arsenio!
Fico imensamente feliz por uma indicação minha ter sido proveitosa para um leitor inveterado como você. Um leitor que tem uma experiência grande sempre é mais difícil de agradar e surpreender.
Que bom que tive uma pequena contribuição na sua bibliografia, assim como você já me influenciou várias vezes observando seus comentários e resenhas.


Arsenio Meira 06/10/2015minha estante
kkkkk, Simone, mas isso não é bom? ! Abraços
Márcio, eu é que lhe agradeço a generosidade e o seu olhar arguto e sensível de leitor que tem por excelência o gosto e o amor à literatura. Valeu! Um abraço a todos!


Carla Porto 06/10/2015minha estante
Sabia, por ousar saber. Assim aprendeu o que a natureza tinha a ensinar, e descobriu à hora da morte que quão tinha vivido. Um GRANDE homem que passeou por aqui e nos honrou com seu aprendizado! Legal, Arsenio!


Arsenio Meira 06/10/2015minha estante
Minha amiga, é isso! Ousou, e disse não à inércia de não ir lá! Você escreveu lindo, e qualquer palavra a mais é desnecessária. Um abraço imenso


Maria Isabel 06/10/2015minha estante
Linda, linda resenha!
bjos
Ps - recebi o Uruguaio e te enviei aquele livro.


Arsenio Meira 06/10/2015minha estante
Recebi hoje! Vc é demais mil vezes. Obrigado, depois eu te mando uma mensagem.
bjos




Deise 06/03/2021

"Vida que os homens louvam e consideram bem-sucedida é apenas um tipo de vida. Por que havemos de exaltar só um tipo de vida em detrimento dos demais?"

"Jamais homem algum decaiu em minha estima por usar uma roupa remendada; no entanto, tenho certeza de que os homens geralmente se preocupam mais em ter roupas elegantes, ou pelo menos asseadas e sem remendos, do que em ter uma consciência limpa."
Jão 06/03/2021minha estante
Fascinante!


Deise 06/03/2021minha estante
Demais


Jão 06/03/2021minha estante
A sinopse me lembrou o filme "na natureza selvagem", acho que tem o livro também, estilo nessa vibe.


LSS 06/03/2021minha estante
No filme a frase que Alexandre Supertrump cita desse autor é: " mais que amor, que dinheiro, que fé, que fama, que beleza, me deem verdade".


LSS 06/03/2021minha estante
A frase é uma paráfrase desse livro


Jão 06/03/2021minha estante
Caramba, que legal, eu usei ela uma vez e não fazia ideia de quem era. Quero ler esse livro!




Haylane.Rodrigues 19/02/2012

Walden ou A vida nos bosques
"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte, que não tinha vivido." - Thoreau

Embora o subtítulo soe romântico, Walden não é um romance, mas antes um livro de sermões, um manual para transcender as inutilidades do mundo e alcançar a auto-suficiência absoluta, de forma a transpor os limites do próprio eu. Henry David Thoreau foi um desbravador de mentes e deixou marcado nas páginas de Walden seu legado, o que se pode definir como um verdadeiro testamento ético-espiritual.

Numa época em que de súbito o cotidiano foi tomado por uma complexidade urbana movida pelo intenso industrialismo, Thoreau demonstrou sua insatisfação profunda com a tal medida extrema: largou a vida na sociedade em 1845 e foi viver sozinho na floresta, o lugar escolhido foi ao lado do lago Walden, ali construiu sua cabana, plantou sua pequena horta. Viveu por dois anos, dois meses e dois dias apenas do que julgava essencial, o que resultou numa vida simples, sem exageros e sem desperdícios, se dedicando profundamente ao estudo, a contemplação e ao autoconhecimento.

Ainda antes de pensar em imitá-lo, Thoreau nos reprime claramente, essa foi a busca dele, cada um que se detenha em buscar a si próprio.

Em seu isolamento experimentou de uma liberdade única e descobriu, em contato com a natureza e os livros, uma nova visão de tudo e do todo, compreendendo inclusive a natureza mística do homem.

Seu estilo não prima pelo requinte literário, antes foi escrito espontaneamente, de uma retórica incalculada, o livro é extenso e por vezes prolixo, mas a impressão ao lê-lo é de se estar a uma longa e proveitosa conversa com o autor dentro da sua cabana remota, onde ele narra sua experiência, e através dela propõe-nos uma visão crítica do mundo. Aqui e ali citações vindas da bagagem de Thoreau: gregos e latinos, santos e poetas, chineses e persas.

Particularmente me afetou imaginar quais pensamentos o tomaram enquanto atravessava as estreitas ruas de Concord e seguia rumo ao oeste, com sua decisão tomada, a caminho de Walden. Segundo o próprio o que o moveu foi pensar que comemos muito porque trabalhamos muito, é uma questão de relatividade, se trabalhássemos menos comeríamos menos, logo, necessitaríamos de menos pra viver... e viveríamos bem, pois sobraria mais tempo para as coisas que gostamos.

Nota-se que Thoreau não fazia o que fez pra aparecer, chocar, todos os que eram próximos a ele o reconheciam como um gentil e solitário buscador da própria identidade. Desprezado, incompreendido, ofendido e até condenado (vide Desobediência Civil) tomou de acompanhante apenas a solidão, foi o exemplo vivo da doutrina de indiferença ao mundo moderno. Vivia no mundo, porém, sem compactuar ou mesmo se afetar com o mal do mundo.
Rústico porém não rude, um nobre selvagem. Robert Louis Stevenson concluiu que: Thoreau se apresentava tão distante da humanidade que é difícil saber se devemos chama-lo de semideus ou de semi-homem.

Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Ter companhia, mesmo a melhor delas, logo cansa e desgasta. Gosto de ficar só. Nunca encontrei melhor companhia do que a que a solidão me proporciona. Em geral estamos mais solitários quando saímos e convivemos com os homens do que quando ficamos em nossos aposentos. - Thoreau

Walden celebra a vida natural, a boa convivência, os antigos costumes, a busca por si mesmo, os hábitos agradáveis. É um livro único, inimitável, tal qual a experiência de o ler.

P.S.: Indico imensamente também as outras obras do autor: Desobediência Civil e Andar a pé.
Camile Carvalho 19/12/2012minha estante
Ótima resenha! Estou terminando o livro, incrível. Digno de uma releitura mais detalhada.


Jorge 28/03/2013minha estante
chega a ser uma doutrina....
Thoreau é magnifico em suas contemplações da natureza....

Imagino o alto de uma montanha....

Brisa suave que voa invisivel
viajor dos vales profundos...............
Por que tão cedo abandona meus ouvidos


Érica 25/03/2015minha estante
Excelente mesmo a sua resenha. Me deixou com ainda mais vontade de ler a obra. Me apaixonei pelo autor quando li Desobediência Civil. Ele é incrível.


Josue.Reis 27/12/2018minha estante
Parabéns pela resenha! Muito boa. Ainda não li o livro, mas quero ler. Cheguei a ele quando fui pesquisar o significado da palavra "frugalidade" na Internet.


Taty 12/10/2021minha estante
Resenha incrível ? vontade de ler o livro imediatamente ????????




Wellington V. 14/01/2012

"Tortoureau" -- Livro e autor vazios ao extremo...
Toureau decepcionou-me ao extremo. Nesse livro ele faz
justamente o oposto daquilo que eu supunha que ele deveria fazer:
falar em nome da Natureza e em favor dos animais. Bah! O desgraçado
simplesmente faz apologia da caça! Maldito! (risos)

Sinceramente, NAAADA de nem sobre "Tortoureau" me interessa mais.

NÃO recomendo a ninguém que tenha bons senso e gosto.


--> ATENÇÃO ANTES DE CRITICAREM, SEM TEREM LIDO CORRETAMENTE, ESTA RESENHA:

Procurando dar exemplos concretos do que eu disse na resenha, que possam os cavalheiros ler com atenção os trechos que seguem. Antes que comecem a criticar minha resenha, de forma pouco inteligente.

Seguem esses excertos abaixo:


"Talvez deva o meu estreito relacionamento com a natureza a essa maneira de viver e ao fato de haver-me dedicado à caça ainda muito jovem. Tudo isso introduz e grava em nós bem cedo um cenário que de outro modo seria pouco fami liar. Pescadores, caçadores, lenhadores e pessoas que passam a vida nos campos e bosques, integrando de certo modo a própria natureza, têm freqüentemente disposições mais favorá veis para observá- la nos intervalos de seus afazeres do que mesmo filósofos e poetas, que se aproximam dela já com expectativas. A natureza não teme exibir-se a eles. O viajante na pradaria é por natureza um caçador; nas cabe ceiras do Missouri e do Colúmbia, um captura dor a preparar armadilhas, e nas cataratas de St. Mary, um pescador."

e

"Não obstante, uma modificação já está se produzindo, em decorrência não de melhoria do sentimento humanitário, porém de maior, escassez de caça, porque, talvez o caçador seja o maior amigo dos animais caçados, mesmo se incluirmos a Sociedade Protetora de Animais.
De mais a mais, quando morava à beira do lago, desejava certas vezes variar de dieta, adicionando peixe. Na verdade, pescava pelo mesmo tipo de necessidade que impulsionara os primeiros pescadores. Qualquer sentimento humanitário que eu pudesse invocar, contra isso era totalmente artificial, re lacionava-se mais com minha filosofia do que com meus sentimentos. Só falo agora sobre a pesca porque durante muito tempo pensei de modo diverso sobre a caça e cheguei até a vender minha arma antes de partir para os bosques. Não que eu seja menos humano que outras pessoas, mas eu não percebi a que me deixava envolver pelo sentimentalismo. Não tinha pena dos peixes nem das minhocas. Era questão de hábito."

Que não me seja solicitado ir além. As duas citações acima apresentadas devem "falar" por si só.
Wellington V. 18/03/2012minha estante
Fim dos comentários a favor e contra o livro de Thoureau. Nada a declarar. A não ser que o livro, insignificante para mim, NÃO merece o menor comentário além da resenha em si que, por sinal, foi bem fundamentada.


O Estrangeiro 16/04/2013minha estante
Você tem que aprender um pouco sobre ambiantalismo real, leia Derrick Jensen.


Anni 22/08/2014minha estante
Tem interesse de vender o livro?




Leitor da Montanha 13/02/2018

Livro libertador
Após assistir "Na Natureza Selvagem" - Into the wild - e escutar constantemente a trilha sonora de Eddie Vedder percebi como o isolamento era positivo, apesar de saber que viver sozinho é um erro natural de nossa espécie, somos comunicativos e sociáveis. A importância deste livro não é o isolamento, mas o contato com si mesmo junto com a natureza. Li em 2016 e estava passando por um período muito depressivo, Thoreau me fez refletir sobre o que realmente importa na vida social e também o que não importa. Depois dessa leitura até hoje tenho consciência de minhas necessidades. Viva Henry David Thoreau.
Ádila 19/12/2018minha estante
Vc iria amar o filme "Capitão Fantástico"! É de 2016. Recomendo muito ;)


Leitor da Montanha 19/12/2018minha estante
Olá, assisti o Capitão Fantástico. Espetacular, realista e pleno o filme.


vera 30/08/2019minha estante
esse filme e trilha do Eddie Vedder são maravilhosos!!! Tambem estou lendo Walden por causa do filme.




Márcio_MX 09/04/2015

O verdadeiro filósofo
31/03/2015 2% (6 de 336)
"Depois de ler sobre os judeus em Auschwitz, será bom ouvir o "profeta" Thoreau, em seu livro que é considerado um guia para uma viagem interior.
Ótima apresentação por Eduardo Bueno."

01/04/2015 11% (38 de 336)
"Um livro publicado em 1854, mas totalmente atemporal, tudo o que ele discorreu até agora serve para 2015. Thoreau começa criticando a sociedade na parte econômica em seus mínimos detalhes como as roupas:
"...pois as roupas são apenas nossa película mais externa e nosso invólucro mortal."

E sobre as moradias próprias e de aluguel, sendo muito bacana observar os valores da época para salário, casa própria e vestuário. Somos livres de fato ou um rebanho guiado por nossa civilidade?" Nota: 4

02/04/2015 22% (75 de 336)
"Visualizar a imagem de Thoreau fazendo sua casa no lago, interagindo com a natureza, não como protagonista, mas como parte integrante de todo o sistema, realmente dá vontade de largar tudo e partir para viver.
Finalmente encontrei alguém que compartilha minha opinião sobre as cortinas: “... Aliás, eu comentaria que não gasto nada com cortinas, pois não tenho quem me espreite de fora a não ser o sol e a lua, e estes muito me agrada que espreitem dentro de casa.”. Rsrsrs.

Chama-me a atenção também a erudição do autor, ora fala de tribos indígenas e africanas com seus costumes, ora cita os filósofos gregos e lendas escandinavas e algumas vezes fala dos consagrados, Shakespeare, Darwin e Isaac Newton." Nota: 4

03/04/2015 31% (103 de 336)
"Nesse capitulo Thoreau fala sobre a leitura. Coincidentemente ele diz com outras palavras o que li no ultimo livro "A terra inteira e o céu infinito", que o passado nos fala através dos livros e a nossa voz se torna a do escritor:
"... O símbolo do pensamento de um antigo se torna a fala de um moderno."" Nota: 4

04/04/2015 45% (150 de 336)
"Me deu uma vontade de ir à Floresta da Tijuca!" Nota: 4

05/04/2015 59% (198 de 336)
""Entendi o que os orientais querem dizer com contemplação e renuncia a atividade. De modo geral, eu não me importava como transcorriam as horas.
"...passava os meados da noite pescando num barco ao luar, ao som da serenata das corujas e raposas, e de tempos em tempos ouvindo ali por perto o chiado de algum pássaro desconhecido." Nota: 4

07/04/2015 73% (244 de 336)
"E chegou o inverno... Naquela região de Boston é muito, mas muito frio, fico imaginando como foi ficar sozinho na floresta a beira do lago nessas condições!"Nota: 4

09/04/2015 100% (336 de 336)
"Lindo o pensamento de Thoreau fazendo analogia da Natureza com o corpo humano!
“mas isso pelo menos sugere que a Natureza tem entranhas, e nisso também ela é mãe da humanidade.”

Ele foi um raro filosofo que viveu coerentemente com seus ideais, no sentido mais extremo, crítico ferrenho da sociedade como um todo, viveu conforme pensou e pensou o que viveu:
“andar junto com o Construtor do universo, se puder -; não viver neste século XIX agitado, nervoso, alvoroçado, trivial, mas me postar ou me sentar pensativamente enquanto ele passa.”

Algumas pessoas lamento não ter conhecido pessoalmente e ter tido aquela meia hora de prosa, Thoreau com certeza foi uma delas! Fico imaginando o que ele diria do nosso século, com suas facilidades maravilhosas (Internet, celular, rede sociais, aviões, etc.) que deveriam nos dar mais tempo para a contemplação e meditação, mas que nos fazem escravos do mesmo!

Agradeço a Ana Paula Sinueh pela dica de leitura desse livro."Nota: 5
Ana Paula Sinueh 09/04/2015minha estante
Agora é partir para "Na natureza selvagem". Heheheh. A menos que tu queira ler Tolstói antes, outro inspirador de Chris Mcandless.


Márcio_MX 09/04/2015minha estante
Vou partir para "Na natureza selvagem" em breve, mas antes tenho umas pendências na meta de leitura. Acho que daqui a uns três livros eu chego lá ;)


Marta Skoober 06/02/2021minha estante
Favorito, ainda que goste de cortinas!




Pedro 22/09/2022

O livro favorito do Kogos (e outros dementes).
Thoreau personifica toda a hipocrisia e falência moral dos que se declaram liberais (e no caso específico do ?Walden?, anarco-capitalistas). De família abastada, Thoreau não só nunca teve que trabalhar, como se safou das consequências reais dos seus posicionamentos graças às suas conexões (quando ele passou uma mísera noite na cadeia ao se recusar pagar impostos, foi um amigo que prontamente lhe pagou a fiança).

Aqui ele propõe a bela soluções para todos os problemas que se avizinhavam no futuro. Fome? Ora, vá para o mato e plante sua própria comida! Claro que o que Thoreau não fala é que o tal mato era de sua propriedade e que ele disponha de todos os recursos para construir sua própria casa e plantar a própria comida (entre o principal dos recursos, o tempo). Inclusive, se sua elegia da vida campestre era tão sincera e sustentável, porque diabos ele a viveu menos de um ano?

A solução para a fome um contemporâneo de Thoreau já deu; não é a solidão do mato, mas a coletivização da produção. Dessa leitura só brotou maluco e teorias modernas que validam a exploração do proletário. Só não dou uma nota pior porque não deixa de ser, em alguns momentos, uma leitura agradável.
Thiagookling 24/06/2023minha estante
entendo seu ponto, mas discordo.
Sim, dá munição pra ancap que dali tira apenas o não pagar imposto, mas o que Thoureau propõe tá mais próximo de um retorno à um modo indígena que à um ancap, haja vista toda a crítica feita por ele ao produtivismo, acúmulo de recursos.
Há o cápitulo por exemplo em que narra o dia passado com o Irlandês (que era a época um grupo explorado, não tanto quanto os escravizados, mas explorados) em que ele discursa sobre o por que de precisarmos trabalhar. O velho (trabalhamos em empregos que não gostamos para comprar coisas que não precisamos...)

Thoureau a todo o tempo ataca o acumulo de riquezas e e exalta o modo de vida "selvagem". Leia andar à pé, que verá a exaltação que Thoreau faz aos indígenas americanos e seus modos de vida.

Precisamos também entender que ancap é uma espécie com sérios problemas cognitivos que só de qualquer problema só enxerga imposto.

Recomendo reler Thoureau.


Thiagookling 11/08/2023minha estante
Tive que voltar aqui...
Matéria dessa semana na Jacobin (11/08/2023)

[...] O filósofo Henry David Thoreau desenvolveu uma reputação de defensor da autoajuda na forma de afastamento do trabalho. Mas, em seus escritos, ele fez uma crítica completa do trabalho sob o capitalismo e defendeu o potencial emancipatório do trabalho.




Andresa Vieira 30/10/2012

Um transformador de opiniões
Me interessei por esse livro depois de ler Na Natureza Selvagem, um livro que conta a história real de Chris McCandless, um jovem americano extremamente sensível, que sai em uma viagem pelo interior dos Estados Unidos e de si mesmo.
Enquanto estava lendo o livro, confesso que tinha partes em que queria largar. Thoreau é extremamente detalhista, o que, vez ou outra, torna o livro um pouco maçante.Para se ter uma ideia há capítulos inteiros em que o autor fala do processo de congelamento do lago Walden!Mas o livro não foi escrito para ser nenhum Best-Seller; a intenção era apenas registrar seus sentimentos e sensações durante o período de "exílio" de Thoreau.Por isso tantos detalhes.
Para quem não sabe, o livro é uma espécie de registro do período de dois anos em que Thoreau foi viver às margens do lago Walden, longe da civilização e vivendo apenas de recursos encontrados no lago (ou às margens dele) e o que plantava.
O livro, em si, é maravilhoso.É uma lição para quase todos os aspectos da vida. Confesso que depois que terminei a leitura, sempre que penso em tomar uma atitude ou formar uma opinião sobre algum assunto, me pergunto: O que Thoreau faria? E, sinceramente, gostei muito dos resultados.
É um livro para se ler com calma, apreciando e marcando (sim, pq não?)cada passagem. Definitivamente, é um livro que pode mudar opiniões e fazer qualquer um, no mínimo, rever seus conceitos.

Marcia 13/10/2014minha estante
Gostei da sua resenha, vou ler, mas o que me conquistou foi a primeira linha da apresentação do livro que estou lendo, de Eduardo Bueno: "Henry David Thoreau foi uma nuvem de calças", era mesmo o que eu esperava, o relato de uma nuvem, ja estou de livro na mão, vou mergulhar.


Andresa Vieira 26/01/2015minha estante
Ahhh, com certeza! Quando terminei de ler o livro fiquei com essa mesma sensação... Na época não soube expor em palavras como o fez o Eduardo Bueno, mas que admito ser bastante adequada.




Diego Rodrigues 09/04/2020

Um convite ao pensamento crítico e a liberdade
Em 1845, buscando se afastar e se desintoxicar de uma sociedade da qual já não se simpatizava mais, Henry David Thoreau, aos 27 anos e formado em Literatura Clássica e Línguas, decidiu se retirar para uma propriedade isolada do amigo e poeta Ralph Waldo Emerson. Às margens do lago Walden, o autor, ativista, poeta, naturalista, historiador e filósofo, construiu sua própria cabana, plantou seus próprios alimentos e levou uma vida simples e autossuficiente em meio a natureza por dois anos. Esse experimento se tornou um período de descoberta espiritual, conexão com a natureza e com o seu eu interior para o jovem autor. Esse livro, publicado pela primeira vez em 1854, é um relato dessa experiência e apesar das críticas a sociedade presentes aqui serem direcionadas principalmente a civilização industrial do século XIX, elas são tão profundas e universais que permanecem atuais. Assim como o período em que viveu na floresta foi uma experiência de autodescoberta para Thoreau, a leitura de Walden pode ser o mesmo para o leitor.

O livro é dividido em dezoito partes, cada uma delas é um ensaio que trata de assuntos variados, apesar de estarem todos ligados entre si. O primeiro capítulo é onde o autor vai expor seus ideais e tecer a maioria de suas críticas a sociedade, ao capitalismo e ao consumismo. Aqui o autor estabelece sua filosofia e vamos entender os motivos que o levaram a empreender tal experimento. Thoreau nos mostra por a + b, literalmente fazendo contas, que a sociedade vive uma vida de luxos supérfluos, na qual tudo que é consumido ou adquirido é superfaturado de alguma maneira. Mostra também que é totalmente possível levar uma vida mais simples, melhor e gastando menos, sendo autossuficiente.

A instalação do autor às margens do Walden é descrita de forma bem detalhada, ficamos sabendo quanto ele gastou, onde conseguiu os materiais, como transportou e como construiu tudo. Após fixar moradia na região, aos poucos, conforme os capítulos vão passando, Thoreau vai nos permitindo um vislumbre da vida que levou ali. Sempre intercalando entre o teor autobiográfico e alguma crítica, seja ela direcionada a sociedade, ao governo ou a guerra, o autor traduz sua filosofia em ensaios. Temos, por exemplo, um capítulo inteiro dedicado a literatura, do qual saiu sua famosa citação:

"Quantas pessoas não definiram uma nova era em sua vida por meio da leitura de um livro! O livro existe para nós, talvez, como aquilo que explicará nossos milagres e revelará outros novos. Podemos encontrar neles, de certa forma ditas, coisas indizíveis no presente. Essas mesmas perguntas que nos perturbam e intrigam e confundem ocorrem por sua vez a todos os homens sábios; nenhuma delas foi omitida; e cada um deles respondeu de acordo com a sua capacidade, com as próprias palavras e a própria vida. Além do mais, com a sabedoria aprenderemos a liberdade."

Os sons da floresta, as vantagens da solidão, as visitas que o autor recebia, ou a falta delas, as sementes que ele cultivava na região, cada um desses assuntos tem um capítulo só pra si. Tudo escrito de uma forma leve apesar de crítica. Em alguns momentos o autor nos encanta com suas descrições da vida na floresta e do lago, em outros nos deixa em profunda reflexão quando tece uma de suas críticas.

O que faz de Walden um clássico da literatura e um documento libertário, além do conteúdo relevante em si, é a escrita do autor. Apesar de ser um forte crítico e um ativista, Thoreau escreve de um jeito leve. Sempre mostrando ao leitor a sua filosofia e instigando-o a refletir, ele não é radical. Como exemplo disso posso citar as passagens sobre o veganismo que tem no livro: o autor explica suas vantagens para o corpo, para o espírito e para a natureza, deixando claro que esse é um caminho para o desenvolvimento do homem. Mas não tenta forçar o leitor o adotá-lo. Afinal, segundo a filosofia do Thoreau: se é uma coisa que tem que ser imposta, não adianta; é necessário compreendâ-la para abraçá-la.

Aliás, essa é a mensagem presente no capítulo final do livro, no qual o autor resume a lição que tirou de sua experiência em uma conversa direta com o leitor. Thoreau mostrou um caminho, mas ele não quer que todos vão morar no meio da floresta na beira de um lago. Ele instiga cada homem a buscar a conexão com seu eu interior e com a natureza a sua volta. Todos devemos buscar esse equilíbrio todos os dias. A lei do nosso espírito jamais entrará em conflito com a lei de uma sociedade justa, se por acaso encontrarmos alguma.

"Por que essa pressa desesperada de ter sucesso e por que essas empreitadas desesperadas? Se a pessoa não acompanha o ritmo de seus companheiros, talvez seja por estar ouvindo outro tambor. Deixem que entre no ritmo da música que ela está ouvindo, seja ela regular ou esparsa. Não é importante que a pessoa amadureça logo como uma macieira ou um carvalho. Por que transformar logo a primavera em verão? Se ainda não existem condições para as coisas para as quais fomos feitos, que realidade trocaríamos pela nossa? Não naufragaremos em uma realidade fútil. Será que devemos com esforço erguer um céu de vidro azul sobre nós, mesmo sabendo que, quando pronto, certamente continuaremos olhando ainda o verdadeiro céu etéreo muito acima, como se o outro não existisse?"

site: https://discolivro.blogspot.com/
highbythem00n 09/04/2020minha estante
Que resenha perfeita! ??


Diego Rodrigues 09/04/2020minha estante
Obrigado! Muito difícil fazer resenha desse livro, tem tanta coisa pra falar




Iris203 07/05/2024

Bom Livro
Excelente livro para quem quer se aprofundar nas ideias e pensamentos do autor. Por outro lado, trata-se de uma leitura que por vezes detalha muito sobre assuntos que ultrapassam o tema central mas que são importantes para o autor, como o funcionamento das plantas, a composição dos lagos, etc. É muito bom para entender em profundidade como o Thoreau pensava, mas pode ser um tanto quanto cansativo em determinados momentos.
Derek8 07/05/2024minha estante
Pelo seu comentário, a nota seria 4.0 e não 3.0, né não? Hehe
Obs: sou fã de Thoreau, concordo contigo, mas dei 5.0


Iris203 07/05/2024minha estante
É que, para mim, ele realmente se demora muito em detalhes e temas que fogem do central, o que compromete a leitura. É um livro feito ao gosto dele, com base no que ele estava vendo e sentindo, mas na hora de passar isso para o leitor sinto que ele não conseguiu e aí o livro se torna cansativo.




Gu Henri 08/02/2018

O porque de abandonar o livro.
Não sou destes que abandonam livros.
Não deixei de ler WALDEN por não me interessar, nem muito menos porque o livro não mereça ser lido - merece ser lido, relido, rememorada à exaustão!

O problema é que aplicaram um princípio de simplicidade na impressão. Comprimiram tanto as letras, o espaçamento é horrível. Comparei com outros livros que tenho também em formato de bolso, os da mesma editora tem letras maiores, mas este é muito pequena a letra.

Chegou um momento, num único dia, em que eu estava lá relendo (porque já havia abandona uma vez por cansaço da vista) e pelas bandas da página 60, e não aguentei, era uma tarefa masoquista continuar. Era tortura.
Tive uma enxaqueca terrível por forçar a vista com esta péssima impressão.

Não escrevo isso para dizer sobre o livro, mas para que, talvez, alguém que faça parte do editorial de tal editora leia e saiba que é uma falta de noção publicar o Walden em uma edição de bolso como essa.

Por isso vou aguardar este ano pelo lançamento da edição da EDIPRO, creio esperanços que não será tão "porca" como essa edição.

É tarefa nada fácil achar um exeplar impresso de Walden sem ser essa. Não achei, mas sei que há algumas em Portugal. Pena não encontrá-las por aqui.
Lamboglia (@estantedotibas) 25/10/2018minha estante
Cada um é cada um... achei de boa.


Thays 09/04/2019minha estante
Estou tendo a mesma sensação. Essa edição é muito ruim.




Daniel Lucca 07/01/2021

Coisa boa
Que livro lindo, a poesia e filosofia de Thoreau pra falar sobre a natureza e da sociedade é de impressionar...
Thamiris.Treigher 07/01/2021minha estante
Já quero ler ?


Daniel Lucca 08/01/2021minha estante
Recomendado!!! ?




Emi 21/07/2020

Thoreau deixou importantes lições com esse livro. Uma busca de nós mesmos.
Sebo Gato Bibliotecário 21/07/2020minha estante
Eu tenho ele mas ainda não o li


Emi 21/07/2020minha estante
aaaa é maravilhoso




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 22/06/2017

Já Li
Henry David Thoreau é conhecido por ser um escritor transcendentalista. Ou seja, Thoreau compartilhava do ponto-de-vista filosófico do transcendentalismo, que acredita que a sociedade e suas instituições afastaram o homem de sua real essência, mais próxima à natureza e à simplicidade, e o homem só pode resgatar sua pureza através de isolamento e contato direto com a natureza. Além de escritor, Thoreau também lutou pelo fim da escravidão nos EUA e era historiador. Ele teve uma vida bastante agitada, marcada por envolvimentos em movimentos de libertação e resistência, portanto, para quem se identifica com os valores de Thoreau, vale a pena conhecê-lo melhor.


Em 1854, Thoreau foi morar em uma cabana em Walden Pond, um lago em Massachusetts cujas terras eram de um amigo seu, Ralph Waldo Emerson. Atualmente, Walden Pond é uma reserva ambiental e os arredores onde Thoreau morou foram transformados em parque. No museu da reserva, há alguns itens de mobiliário do escritor expostos para os visitantes.

Thoreau morou em Walden Pond por dois anos, dois meses e dois dias. O escritor tinha em mente fazer uma espécie de experimento social, que comprovasse que os valores do transcendentalismo estavam corretos. Além disso, Thoreau queria declarar sua independência do Estado, mostrando que é possível retornar às origens do mundo, quando o homem mantinha seu sustento através da natureza e com necessidades mínimas e básicas de consumo. Esta sua experiência foi relatada por ele no livro "Walden ou A Vida nos Bosques".

Assim, é fácil perceber que o livro, além de ser autobiográfico, é predominantemente introspectivo. Do começo ao fim, o leitor acessa os pensamentos de Thoreau neste período de confinação, pensamentos estes que tem um tom de "estudo filosófico". Thoreau analisa e critica a sociedade e suas estruturas políticas e econômicas, bem como discorre sobre os benefícios de uma vida simples em contato com a natureza. O escritor não poupa críticas à sociedade, então o leitor se depara com frases como esta:

"A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro; pelo contrário, degrada-se ao nível do pior." (Walden ou A Vida nos Bosques, de Henry David Thoreau)

Thoreau organizou seu relato no livro em dezoito partes, que englobam economia, reminiscências de seu passado, os sons de Walden Pond, a solidão, os eventuais visitantes, vegetarianismo, primavera, entre outros. Em cada parte, Thoreau foca a narrativa em algum determinado assunto, mas isso não o impede de, eventualmente, sair do foco e discorrer sobre outros temas.

Para mim, a parte mais interessante foi a que trata de solidão. Thoreau vê a solidão como algo extremamente positivo, pois nos afasta do pior que os relacionamentos oferecem (fofocas, cobranças, falsidade, mentiras, e assim por diante), o que permite que ele encontre sua verdadeira essência, sem a interferência de outras pessoas. Ele também desenvolve a idéia de que, quando o homem está em contato com a natureza, não há sentido em sentir-se só, pois ele está em comunhão com a vida. Embora Thoreau seja bastante radical em sua visão negativa dos seres humanos, me identifico com alguns pontos mencionados por ele, pois valorizo muito a solidão e gosto de ficar sozinha e em silêncio. Talvez outras pessoas introspectivas como eu também gostem desta parte.

Na conclusão, Thoreau muda o tom narrativo. Ao longo do livro, ele escreve como um observador externo, relatando sentimentos e pensamentos com um distanciamento filosófico. Já na conclusão, ele adota um estilo mais apaixonado e emotivo, convidando seus leitores a saírem do conformismo.

Acredito que a leitura deste livro é recomendada para quem gosta de Filosofia. Do contrário, a narrativa pode tornar-se bastante cansativa. De qualquer forma, as reflexões que Thoreau faz sobre consumismo desenfreado, progresso a qualquer custo e escravização pelo dinheiro, são extremamente relevantes e merecem ser lidas e discutidas.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2017/06/rory-gilmore-book-challenge-walden-ou.html
Lucas 22/06/2017minha estante
Bela resenha. Parabéns!


Josue.Reis 27/12/2018minha estante
Boa resenha. Também concordo com o pensamento sobre a solidão.




Guilherme.Oliveira 19/04/2021

Interessante a leitura e a maneira como o autor desenvolve seus pontos de vista.
Penso que nos dias atuais é praticamente impossível o que ele propõe, mas, podemos tirar importantíssimas lições com esta obra, e, de fato, uma vontade de fazer tal como Thoreau fez...
Ladyliterando 20/04/2021minha estante
Li a sinopse e fiquei curiosa pra ler




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