SahRosa 24/05/2016
Resenha Exclusiva do Blog Da Imaginação à Escrita
Faz somente algumas horas que terminei a leitura de O Quarto Dia, novo livro da Sarah Lotz, autora de Os Três, ainda estou tentando processar essa incrível história, pois novamente Sarah me surpreendeu, não sei explicar, mas você termina a leitura sem saber direito o que sentir e pensar sobre qual o mistério da trama, tenho tantas teorias sobre O Quarto Dia, mas todas elas só me dizem uma única certeza, tudo está ligado em Os Três. A princípio, quando este livro foi anunciado, pesquisei algumas resenhas, para saber se seria ou não uma continuação de Os Três, afinal, este tem um final em aberto, que aliais, assim como em O Quarto Dia é proposital, pois Lotz deixa exatamente essa brecha para fazer o leitor pensar e sinceramente, eu adoro esta escolha!
Até agora, enquanto escrevo essa resenha, não tenho absoluta certeza se O Quarto Dia pode ou não ser classificado como uma continuação de Os Três, por mais que dê para ler esta nova obra, sem ter lido a anterior, os eventos finais de O Quarto Dia, me deixaram pensando, pois muita coisa se encaixa quando você lê Os Três, por isso mesmo digo, leia ambos os livros, há referências sobre a Quinta-feira Negra e em especial sobre um dos sobreviventes, mas no desfecho desse cruzeiro macabro de O Quarto Dia, percebi que há muito mais envolvido do que apenas isso, Sarah tece uma história tão bem construída que o leitor acabará se empolgado com o enredo, tentando descobrir qual o segredo por de trás de tudo que foi relatado, mas já deixou avisado, não espere um desfecho feliz ou com respostas conclusivas, esse não é o estilo de Sarah Lotz, e volto a mencionar, assim como em Os Três, O Quarto Dia vai terminar com brechas e para mim, isto foi proposital, para que possamos refletir, particularmente, adoro livros que terminam dessa forma, que dá a brecha para o leitor formar sua própria teoria e Sarah Lotz é mestra neste quesito, há aqueles que julgam o final tanto deste livro, quanto de Os Três insatisfatório, mas se parar para analisar, foi a melhor opção, principalmente se você concluir O Quarto Dia, vai entender melhor o motivo da autora querer deixar esse gancho e só tenho a dizer, esta obra é uma das melhores que eu li este ano, eu já esperava ter a mesma qualidade de Os Três, mas Sarah me surpreendeu ainda mais, com um enredo profundo, perturbador e incrivelmente sinistro!
Cinco anos após a Quinta -feira Negra, um novo acidente abala o mundo. O Belo Sonhador deveria ter dito uma viagem tranquila, mas misteriosamente desapareceu, seus tripulantes ficaram a deriva e caos tomou conta. Há indícios de que um possível vírus tenha afetado os tripulantes, afinal, o cheiro de vomito e morte paira no Belo Sonhador, mas nem mesmo isso explicaria o fato de 2.962 passageiros tenham desaparecido...
Teorias da conspiração pipocam a todo momento, há quem diga que havia sim sobreviventes, mas o governo nega a autenticidade dos relatos divulgados, O Belo Sonhador é um mistério, nem mesmo a caixa preta e as gravações do navio podem ajudar, já que estão danificadas, apenas dois corpos foram encontrados, no entanto, como explicar o desaparecimento dos demais tripulantes? Os botes salva-vidas também sumiram, o que explicaria uma possível evacuação dos passageiros, mas não há nenhum indício próximo ao golfo do México, onde o navio foi encontrado, indica pistas sobre o que aconteceu. Uma viagem que tinha tudo para ser feliz, mas O Belo Sonhador parece ter feito um caminho diferente, que resultou em um desfecho perturbador para os que estavam abordo.
Diferente de como foi desenvolvido em Os Três, neste novo livro, temos uma narrativa em terceira pessoa, que é focada em personagens diversos, digamos os principais, cada um deles, Sarah atribui a uma característica, que aliais é a chamada nos capítulos, isto faz com que o leitor saiba identificar qual é o próximo companheiro que teremos ao longo das páginas de O Quarto Dia. Cada um desses personagens, são de suma importância para o enredo, pensei em cita-los no meu resumo, mas acredito que oculta-los, deixará uma grande surpresa, pois garanto, há muito escondido e a cada capítulo, Sarah termina com um gancho sensacional deixando o leitor sedento em ler.
Pode até parecer coincidência, mas terminei a leitura do livro em três dias, não me contive quando O Quarto Dia chegou, era um dos livros que eu mais estava aguardando, eu adoro um bom livro de suspense e Sarah Lotz se tornou uma das minhas escritoras prediletas do gênero, sua escrita fluída, o modo como desenvolve o terror psicológico em seus personagens e o que acaba fazendo com que o leitor sinta também, é sensacional, Sarah é uma autora incrível, em Os Três, ela já havia me conquistado, mas foi em O Quarto Dia que pude ter ainda mais certeza o quanto Lotz é uma autora de peso, que instiga seu leitor durante a leitura e faz com que a experiência ao ler seu livro torne-se ainda mais intensa!
Não há palavras que eu possa usar para falar desse livro, pois fiquei tão fissurada em O Quarto Dia, que apenas tenho uma única certeza: Leia, leia o quanto antes! Mas como mencionei, inclua também Os Três junto, você com certeza terá em mãos duas obras de suspense maravilhosas, que recomendo lerem em sequencia! No entanto, mesmo com as referências implícitas sobre Os Três, talvez não se julgue necessário, caso você opte em ler apenas este, mas lhe garanto, não será a mesma sensação, ler Os Três e O Quarto Dia é ao mesmo tempo, é incrível e assustador, recomendo ambos!
Enfim, antes que essa resenha fique ainda mais recheada de elogios, afinal, Sarah Lotz e seus livros, já estão entre os meus queridinhos, quero falar um pouco sobre a edição. Assim como em Os Três, neste livro, não terá orelhas, é bem-parecido com o outro livro da Sarah, as laterais são pintadas, mas dessa vez em azul, em Os Três é preto. A capa é lindíssima, adorei o efeito de luz no título, no navio e no ícone 4, igual ao que foi usado em Os Três (que tinha o rosto das crianças), ainda sobre a capa, ela tem uma textura aveludada, que eu amo! Não encontrei nenhum erro aparente na revisão, a diagramação é simples, mas condizente com a obra. Sem mais, O Quarto Dia é uma leitura fundamental para os amantes de suspense, ou para aqueles que buscam uma obra diferente, aterrorizante e intensa!
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