acidrock 04/05/2010
A marca da maldade
Tidas como seres pacíficos de acordo os preceitos do senso comum, as mulheres foram inegavelmente subestimadas em toda a sua trajetória. Portanto, é correto afirmar que a crueldade não é um dos atributos que lhes é dado usualmente. Essa ideia é refutada pela autora Shelley Klein, no livro "As mulheres mais perversas da história", onde baseou-se em quinze histórias reais para criar uma narrativa chocante e desafiadora.
“Como um ser capaz de gerar um filho pode matar?”, seria a pergunta que muitos se fazem ou fizeram para tentar encontrar explicação para os sentimentos cruéis de tais mulheres. Com a companhia e influência de homens ou não, estas figuras são retratadas em diversas épocas e nacionalidades – dentre elas estão as históricas Valéria Messalina (17 d.C. a 48 d.C.), que cunhou o termo leviano dos dicionários atuais; a imperatriz chinesa Tsi-Hi (1835-1908), a Rainha Ranavalona I (1782-1861), de Madagascar, e Elena Ceausescu (1916-1989), primeira-dama romena.
Longe dos mandos e desmandos da realeza, donas de casa e secretárias aparentemente pacatas também foram responsáveis por assassinatos terríveis, que envolviam decapitações, estrangulamentos, abusos físicos e psicológicos e venenos como o arsênico. É o caso de Lizzie Borden (1860-1927), Rose West (ainda presa na Inglaterra), Myra Hindley (1942-2002) e outras.
O mais lembrado deles, retratado na obra em questão, com certeza é Aileen Carol Wournos (1957-2002), chamada por Klein de “amante do mal”. Com uma vida marcada pelo abandono e pela agressão, Wournos virou prostituta e daí começou sua jornada de matança. É considerada a primeira mulher serial killer norte-americana. Aileen manteve sua dupla vida criminosa em segredo enquanto conseguiu, até mesmo da namorada, Tyra Moore (que mais tarde foi a principal testemunha de acusação no processo que a condenou), e matou pelo menos seis homens. A história dela virou filme: "Monster – Desejo assassino" (2003), que consagrou Charlize Theron com o Oscar de Melhor atriz.
Mesmo o mais cético dos leitores deve preparar o estômago, pois o relato da vida destas mulheres tão sádicas e cruéis causa choque e indignação, para dizer o mínimo. Estas personagens reais de As mulheres mais perversas da história provam que a maldade não tem idade, raça e orientação sexual, mas podem chegar sorrateiras usando o mais vermelho dos batons.