Su 03/10/2018
Lembrança é o sétimo volume da série A Mediadora. O livro avança sete anos em relação ao último livro lançado, Crepúsculo. Antes de mais nada, necessito dizer quão linda essa capa é, apesar de ter destoado muito das capas anteriores.
Suze estava, tranquilamente, batalhando por um par de botas em um leilão online, quando recebe um e-mail. Normalmente, ela teria ignorado, porém como estava na Academia da Missão em horário de trabalho, teve que abri-lo. Qual não foi a sua surpresa ao ver que o remetente era, nada mais nada menos do que, Paul Slater. O e-mail era para informá-la de que as Indústrias Slater haviam comprado a sua antiga casa, aquela onde Jesse foi morto, e iriam demoli-la para construir casas familiares. Ela fica muito irritada com o e-mail, não só pelo seu conteúdo, mas, também, pelo seu emissor ter diminuído algo que aconteceu da última vez que eles se viram, na formatura do Ensino Médio.
Sem parar para pensar, Suze liga para Paul, algo que apenas foi possível, porque não tinha ninguém no escritório para supervisioná-la durante o seu estágio não-remunerado como Conselheira Acadêmica. Depois da troca de insultos inicial, Paul lhe informa que o seu avô morreu e deixou boa parte da herança para ele, o tornando um dos solteiros mais ricos de Los Angeles. Suze, por sua vez, lhe diz que está noiva de Jesse. Paul, como o homem observador que é, percebe, pelo tom de voz de Suze, que nem tudo ia bem no seu relacionamento com Jesse. Jesse, agindo de acordo com sua criação católica do século XIX, se nega a ter relações sexuais com Suze. Além disso, ele não queria se casar até ter condições de manter financeiramente Suze e os seus futuros filhos, ainda bem que ele estava quase acabando a residência médica como pediatra.
Por incrível que possa parecer, Paul pede desculpas a Suze pelo que fez durante a formatura e insisti para que ela lhe dê outra chance. Como isso não dá certo, ele a chantageia, dizendo que não demolirá a casa se ela aceitar se encontrar com ele. No entanto, isso, também, não funciona e ele apela para uma maldição egípcia, que diz que quando o local onde alguém foi assassinado é derrubado, essa pessoa passa a agir como um demônio, principalmente, para com aquele que o ressuscitou.
Não consigo entender o motivo de eu ainda não ter lido esse livro, até porque estava com bastante saudades da Suze. Foi incrível rever esses personagens e ver como eles estão após sete anos. Devo confessar que, a resolução dos problemas que surgem ao longo do livro foi, de certa forma, fácil demais. Ainda assim, amei a leitura. Suze não mudou nada, o quê, para mim, foi motivo de boas risadas.
“— Que criança? — perguntei para ela. Não havia nenhuma criança. Já estava escurecendo e ficando meio frio. Apenas pais extremamente péssimos deixariam seus filhos correndo na frente do Médium Feliz à noite. — Não tem criança aqui, Prudence.
— Não, aqui não — disse Pru. — A que você conheceu na escola. De que diabos ela estava falando?
A criança está perdida, e muito aterrorizada, e sentindo muita dor — continuou. — E crianças perdidas e sofrendo às vezes podem ser muito cruéis. Que nem animais selvagens, sabe? Elas se rebelam e machucam os outros, às vezes sem querer. Mas às vezes de propósito também.”