Kennia Santos | @LendoDePijamas 16/08/2016"Você colhe aquilo que planta, mesmo na morte. Então eu comecei a plantar."Jasmine tem tem 33 anos e é uma "workaholic".
Ou melhor, era.
Há quatro anos trabalha da mesma empresa, junto com Larry, seu companheiro de fundação. O nome do lugar é Fabrica de Ideias, onde ajudavam organizações no desenvolvimento de suas ideias. Não como uma empresa de consultoria, mas com uma melhoria de implementação e garantia de monitoramento até o fim. Mas diferente de Larry, que pensava no negócio como algo que poderia vir a crescer, Jasmine sempre teve o objetivo de vender o negócio e começar com outra coisa.
Até que, ela é afastada, e perante contrato, deve ficar de licença remunerada por 12 meses como garantia contratual de que não vá trabalhar para concorrência.
Jasmine, a sempre ocupada e trabalhadora, perde o chão. Que RAIOS ela faria sem trabalhar por dois meses?
Matt Marshall é um famoso locutor de rádio da Irlanda, conhecido desde sempre por dar voz ao público e abordar assuntos polêmicos, gerando uma guerra de conceitos e opiniões. Até que, mediante a um incidente grave ocorrido em um dos programas, Matt é afastado sem previsão de retorno. Diante disso, ele começa a ter sérios problemas com a bebida, causando sofrimento e raiva na sua mulher e seus três filhos, até que a mesma toma uma atitude pra tentar abrir os olhos de Matt.
Jasmine e Matt são vizinhos, mas nunca se falaram. Uma das razões é da raiva que Jasmine sente por algo que ele fez no passado, não diretamente apontado à ela, mas suficientemente ruim para que ela nunca esteja disposta a mudar de ideia a respeito dele.
Até que, em plena véspera do ano novo, seus olhares se cruzam, e o que parecia não passar de um simples olhar, torna-se a abertura para um novo caminho para ambos.
Nessa história, aprende-se que o que pensamos à respeito de alguém baseado em atitudes vistas por fora, corre grande risco de estar sendo avaliada sob ângulos errôneos, e que, mesmo quando você não tem a intenção genuína, mas realiza o ato "sem querer", o mesmo pode acarretar a resultados drásticos na sua vida.
Sempre achei que Cecelia Ahern, tem uma ótima escrita, mas o pecado desse livro é o excesso (excesso MESMO) de monólogos e rodeamentos (dada a minha classificação), por exemplo, quando algo do passado é relembrado, ela traz à tona todos os detalhes dessa coisa, discorrendo em até três páginas o que acontece, pra voltar no presente e fazer uma simples comparativa que facilmente poderia ser feita de forma menos prolixa.
O livro tem sim uma história rica, mas com esse vai-e-vem fica cansativo.
É narrado sob o ponto de vista da Jasmine, mas sempre que a mesma se refere ao Matt é transcorrido através do sujeito oculto – você.
O ano em que te conheci nos proporciona reflexão, e poderia facilmente se enquadrar no quesito autoajuda, porém não através de tópicos, mas sim com uma história que te faz pensar no seu caminho até aqui e nas futuras curvas que virão no futuro. Induz a questionar sobre objetivos, personalidades e julgamentos com relação ao próximo.
Se vale a pena a leitura? Vai depender de você. Pra mim, não fluiu tanto pela forma no qual foi posto, mas eu não desisto da Cecelia.