Nati 14/06/2017"What doesn't transmit light creates its own darkness.” The Dark Prophecy é o segundo livro das Provações de Apollo e começa seis semanas após o fim do primeiro - Meg continua ao lado de Nero, enquanto Apollo, Leo e Calypso viajam em Festus em busca dos próximos Oráculos para retomá-los e, quem sabe, conseguirem que Apollo seja reintegrado como deus novamente. Eu simplesmente ADORO Apollo como protagonista e narrador da história. Se Percy e Magnus são engraçados, Apollo é hilário - desde os haikus tosquinhos, até a arrogância do ex-deus do sol. Adoro que, apesar de continuar com suas tiradas e seu ego, Apollo aos poucos vai se humanizando e evoluindo enquanto personagem, o que faz dele alguém muito relacionável e fácil de gostar. Aqui também Rick se aprofunda ainda mais na mitologia greco-romana, trazendo não só a história de deuses menores, como de heróis e imperadores, além de várias lendas dos feitos do deus sol. Adoro como ele explora a mitologia e a usa de maneira fresca e inteligente para contar a história.
Esse segundo livro é um pouco mais sombrio que o primeiro, até porque é mais dinâmico e mais cheio de ação, enquanto no anterior ainda tínhamos que lidar com a revelação do plot principal, a construção do relacionamento de Apollo e Meg e como o deus estava lidando com o fato de ser humano. Como isso não é mais necessário, esse segundo volume evolui mais rápido. Temos novos personagens que terão importância futura na trama (além de já terem tido nessa), incluindo uma possível pista das próximas séries do Tio Rick - um dos personagens secundários é um semideus que NÃO é parte do panteão olimpiano...nem do nórdico e egípcio, que foram os apresentados até o momento. Ele vem de um panteão africano, o que me deixa bem feliz, porque poucas vezes a mitologia africana é explorada.
Também gosto muito do fato de que aparentemente as duas séries correntes do Rick vão acabar se juntando em algum ponto - não só tivemos menção a outros panteões de deuses pelo próprio Apollo, como tivemos menções dos acontecimentos da saga Magnus Chase nesse livro e no anterior, da mesma forma que em O Martelo de Thor, Annabeth menciona a queda das comunicações entre os semideuses greco-romanos, que sabemos ter origem na série de Apollo. Animada para isso, eu? MAGINA, SÓ TÔ AQUI PULANDO PORQUE QUERO MUITO.
Gente, acho muito lindinha a relação que a Meg e o Lester/Apollo desenvolveram. Sei lá, eles se bicam horrores, a Meg é meio bruta e pivete, mas eles parecem muito irmãos e o Lester/Apollo meio que se tornou um irmão mais velho/protetor para ela. E o fato de ela enfrentar o padastro para ajudá-lo também mostra o quanto ela gosta dele.
A única coisa que me incomodou um pouco nesse livro em especial foi o quanto os outros personagens meio que 'menosprezam' ou mesmo ignoram Apollo. Tem algumas cenas em que ele é o responsável por salvar o dia, ou pensar em uma solução para algo, mas os outros basicamente reviram os olhos e ou arranjam algo para culpá-lo, ou simplesmente o ignoram. Tipo, nem um 'obrigado por ajudar ou salvar a gente'.... literalmente colocam ele de castigo descascando cenouras. É meio frustrante e até meio irritante, porque né, educação passou longe. Não sei se isso é feito de propósito para, talvez, quebrar um pouco da arrogância do personagem, já que ele é acostumado a todos o idolatrando, ou se foi algo que passou desapercebido mesmo. De qualquer forma, me incomodou o suficiente para roubar meia estrela do rating do livro. Mas não deixa de ser um livro muito bom, como todos do Rick Riordan. O próximo promete ser mais tenso, mas também cheio de rostos conhecidos e novos personagens - já quero!