Marcos606 18/08/2023
Tratado médico do século XVII, na primeira parte, Burton define a doença 'inata' da melancolia, discute suas causas e estabelece os sintomas. A segunda parte é dedicada à sua 'cura'. A melancolia do amor é o tema das três primeiras seções da terceira parte. Um mestre da narrativa, Burton inclui como exemplos a maioria das grandes histórias de amor do mundo, novamente mostrando uma abordagem moderna para problemas psicológicos. A quarta seção trata da melancolia religiosa, e na cura do desespero ele se eleva às alturas da sabedoria e da meditação.
Seu estilo coloquial é tão individual quanto sua matéria. É imaginativo e eloquente, cheio de alusões clássicas latinas que testemunham seu amor por informações curiosas e fora do comum, bem como sua erudição. Ele é um mestre de listas e catálogos, mas seu rolo sonoro é frequentemente quebrado por seus apartes humorísticos.
Índice valioso das ideias filosóficas e psicológicas da época, fonte de uma seleta de referencias a outros trabalhos e de um estilo único de narrativa, é absolutamente inútil como cura, proposta ou diagnostico da melancolia como doença, seu entendimento ou superação. Qualquer trabalho atual sobre o tema certamente o superaria em interesse real pelo assunto. O texto aparece completo, mas a edição tem aparato critico insuficiente com uma introdução curta e superficial. O que resta de interesse é a figura do próprio escritor, seu estilo de escrita, sua erudição.