O Quarto de Jacob

O Quarto de Jacob Virginia Woolf




Resenhas - O quarto de Jacob


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Flávia 01/05/2017minha estante
Coincidência, Dirce! Esse é o livro de Virgínia que escolhi pra meta deste ano. Além da releitura obrigatória (imposta por minha vontade rs) de cada ano de as ondas.


DIRCE 01/05/2017minha estante
Depois você comenta o que achou e o que entendeu do final. Tenho uma correção a fazer: não é um par de botas e sim um par de sapatos velhos. Seu tivesse confundido com um par de tênis até daria para entender.


Flávia 01/05/2017minha estante
rs pd deixar. a maioria dos livros de Virgínia leio mais de uma vez. qdo penso que entendi td, tem sempre um novo ponto de vista a ser explorado.




Aline T.K.M. | @aline_tkm 08/01/2012

Uma leitura que requer um pouco mais de atenção
Em O Quarto de Jacob tem-se a impressão de que tudo acontece de maneira fugaz. Personagens vêm e vão, assim como na vida real pessoas dividem breves instantes em comum, sem necessariamente seguirem um mesmo caminho. O enredo é quase um "não enredo", visto que a narrativa encontra-se muito mais no nível da consciência; a subjetividade está constantemente presente.

O aspecto psicológico é bastante forte e doa inigualável riqueza aos personagens. Jacob, em toda a sua introspecção, parece guardar-se em mistério e apresenta nuances diversas, como um enigma que pensamos ser possível decifrar, mas que, na realidade, deciframos apenas parcelas do todo.

O Quarto de Jacob não é uma obra “fácil” de ser lida – inclusive, não é uma obra fácil de escrever sobre, e penso que a causa principal deve-se à falta de um enredo delineado e de uma continuidade...


LEIA O REVIEW COMPLETO AQUI:
http://escrevendoloucamente.blogspot.com/2012/01/o-quarto-de-jacob-virginia-woolf.html
Addie 24/06/2012minha estante
Nunca tive tanta dificuldade em ler um livo. Estou tratando de chegar ao fim. Algo me diz para não abandonar a leitura dele.




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Ana 01/10/2018minha estante
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Rafa 09/08/2016

O Quarto de Jacob
Outro livro sensacional do qual eu me deparei na biblioteca, foi uma obra que me conquistou logo nas primeiras páginas O livro em questão é “O quarto de Jacob”, escrito pela inglesa Virginia Woolf, um clássico da literatura mundial, uma obra recomendada para quem curti romances de época.
Virginia Woolf publicou o livro no dia 26 de outubro de 1922, é uma obra de grande sucesso da autora.

O romance é focado totalmente no personagem principal, Jacob Flanders. A perspectiva é mostrada através de outros personagens que convivem com o jovem Jacob, mostrando suas opiniões e até mesmo contando tudo sobre sua vida.

A narrativa segue uma linha do tempo através da vida de Jacob, passando pela sua mãe e seus irmãos, chegando até mesmo na fase adulta. Virginia possui uma escrita muito bem apurada e detalhista, ela deixa o leitor muito mais próximo dos personagens, sendo que o livro tem uma quantidade enorme de personagens secundários.

site: http://suka-p.blogspot.com.br/2016/08/encontrei-na-biblioteca-o-quarto-de.html
Tati 09/08/2016minha estante
Capa legal!




Paulo 06/05/2022

?Oh yes, human life is very tolerable? ?
Sabe quando você está caminhando pela rua e não vê ninguém conhecido, ninguém sabe seu nome e você se sente livre? Essa é a sensação de ler este livro: parece uma caminha longa e sem fim pela cidade.
bella 09/05/2022minha estante
que bonito!




romulo mafra 03/10/2009

Woolf começa a experimentar
após terminar Opus Pistorum, passei pra outro livro completamente diferente: O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf (tradução de Lya Luft). neste livro, Woolf começa definitivamente a praticar seu experimentalismo literário que a deixou ainda mais famosa. já no começo, percebe-se os personagens que aparecem e somem logo depois, pra não voltar mais à história, enquanto vai se contando a vida de Jacob. poesia literária pura! vale a pena!
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João 11/03/2010

O Quarto de Jacob
No final do livro conclui que não estava preparado para tal obra. Acabei por não me adquando a maneira que Virginia Woolf o escreveu. È um livro ótimo, porém eu não estava preparado.
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Francine 17/07/2011

O primeiro romance livre de Virginia Woolf
Quando iniciei a leitura de “O Quarto de Jacob”, logo nos primeiros capítulos, os personagens desenhavam-se em minha mente como parte de um quadro impressionista. Consequentemente, lembrei-me de Vanessa Bell, a irmã tão querida de Virginia Woolf que fazia quadros com alguns traços impressionistas.

O impressionismo foi marcado, principalmente, pelas obras de Monet (1840-1926) e sua base é a ideia de paisagens com traços leves e não bem marcados, mas sim “borrões” que formam o desenho e “O Quarto de Jacob” é assim: fragmentos da vida de Jacob Flanders, personagem inspirado no irmão de Virginia Woolf que morreu muito jovem, de tifo.

Continue lendo a resenha aqui: http://livroecafe.com/2011/07/17/o-quarto-de-jacob-o-primeiro-romance-livre-de-virginia-woolf/
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Toni 22/03/2012

Fragmentos, quadros e pulsações
Talvez porque os ânimos não estivessem afeitos a uma prosa espicaçada e aventurosa, menos entregue à imediata coerência e mais fragmentada, a leitura de "O quarto de Jacob" foi uma experiência quase maçante, preciso confessar. Quase, porque, mesmo em se tratando de uma tradução, pude aqui e acolá, com requintado prazer, distinguir por trás da opção portuguesa, as expressões eminentemente aristocráticas e o vernáculo deliciosamente britânico caríssimos à escrita de Virginia Woolf — e daí, para um bom anglófilo, sempre há de vir algum deleite, ainda que a malcuidada edição da Novo Século insistisse em negá-lo com seus abundantes erros tipográficos (não houve revisão, é isso, senhores?).

Apesar de acostumado à prosa da autora – havendo, diga-se de passagem, experimentado e apreciado a dissolução máxima de enredo em “As ondas”, romance do qual em seguida a autora precisou se recuperar escrevendo algo mais leve, cujo resultado foi “Flush” – apesar, dizia, de conhecer e admirar com excelentes recomendações boa parcela da obra de Woolf, “O quarto de Jacob” é uma narrativa de difícil envolvimento. As razões podem ser encontradas, talvez, na breve análise do desenvolvimento de sua ficção, por mais que nosso conhecimento esteja aquém de semelhante aventura, e ainda haja certa resistência pessoal quanto ao emprego de soluções comparativas como forma exegética. Com o perdão de ambos os impedimentos, sigamos.

“O quarto de Jacob” foi o terceiro romance de Virginia Woolf, mas o primeiro publicado pela editora que ela e o marido, Leonard Woolf, haviam criado – a Hogarth Press. “Voyage out” e “Night and Day”, foram levados ao prelo pelo meio-irmão ultraconservador de Virginia. Por esse motivo, aquelas duas primeiras obras tiveram de ser “adequadas” ao milieu editorial vitoriano, de maneira que a autora não pode trabalhar em completa liberdade como desejava. “O quarto de Jacob” será, portanto, o grande salto da obra de Virginia. A partir dele, a autora “não tem mais quaisquer dúvidas de que descobriu como começar a dizer qualquer coisa com a sua própria voz; e isto lhe interessa tanto que é capaz de seguir em frente sem louvores” (de seu Diário).

Celebrado como um marco do modernismo – apesar da autora nunca ter usado palavra semelhante para descrever a si mesma ou sua obra – o livro foi recebido com louvores, e representou o início de sua fama e a formação de sua maturidade literária que alcançaria um perfeito equilíbrio entre forma e conteúdo com Mrs. Dalloway (1925), Orlando (1928) e o já referido As Ondas (1931). O romance narra a história do jovem Jacob Flanders entre lareiras, salões, primaveras, Cornualha, festas, livros, aulas, Grécia, gente, melancolia, ruínas, cartas, telefonemas, Guerra – assim mesmo, fragmentariamente. A explicação do título está no último capítulo – um dos mais comoventes arremates da narrativa woolfiana.

A qualidade mais impressionante do romance é, sem dúvida, quando refletimos sobre a fragmentação do texto, a liberdade com que Virginia permite que se movam as personagens, deixando no leitor a sensação de que o próprio Jacob, central à obra, às vezes escapa do livro e se perde. Quando novamente o reencontramos, anos se passaram, mal conhecemos os rostos ao nosso redor, e descobrimo-nos numa outra sala de estar a nos perguntarmos: “é essa a maneira de gastarmos nossos dias? Os raros, os limitados, tão depressa perdidos dias – tomando chá? jantando fora? E os bilhetes se acumulam. E os telefones tocam. Onde quer que estejamos, fios e tubos nos rodeiam para levarem nossas vozes, que tentam penetrar antes que o último cartão seja mandado e os dias se acabem. “Tentam penetrar”, porque quando erguemos a taça, e apertamos a mão, e expressamos tal desjeo, alguma coisa sussura: isso é tudo? Jamais poderei saber, partilhar, ter certeza? Estarei condenada todos os meus dias a escrever cartas, a enviar vozes que caem sobre a mesa do chá, fenecem nos corredores, marcando encontros para jantar, enquanto a vida vai se encolhendo? Ainda assim, porém, as cartas são veneráveis; e o telefone necessário, pois a jornada é solitária e, se estamos vinculados por bilhetes e telefonemas, andamos acompanhados – quem sabe? –, talvez possamos conversar no caminho."

Caso a tietagem seja permitida à guisa de conclusão, são passagens como essa que fazem valer a pena mesmo o mais maçante dentre os romances de Virginia Woolf.
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mbpedago 07/04/2012

“O quarto de Jacob” ou Intermitências da Alma

A minha edição de “O quarto de Jacob”, de V.Woolf, têm a tradução de Lya Luft e publicado pela Novo Século (2008). Se considerarmos a escrita de V.Woolf podemos compreender o caráter da sua literatura por uma discussão psicológica e subjetividade de seus personagens, que mesclam a vida cotidiana aos pensamentos mais intimistas da sua alma. Portanto, esta obra também nos permitirá acompanhar o processo da formação da personalidade de Jacob, em cujo quarto, como local de exposição e de reflexão, talvez, como própria metáfora da “alma” do seu personagem, em que se pode observar a sua relação.

Nesse sentido, “O quarto de Jacob” é uma obra interessante, pois permite traçar a personalidade de Jacob da infância à vida adulta. É um romance intimista, demonstrando uma (dês)ambientação e uma profundidade de pensamento capazes de remoer a si próprio e aos que estavam a sua volta, considerando ser "eu sou o que sou, e pretendo ser exatamente isso" (p.53). Mesclando a vida naturalista da infância e as influências que a literatura e mundo helênico, descortina-se o caráter desta personagem. Perpasse nas obras a entrega e o medo do amor, ou seja, "das profundezas do coração selvagem e alegre" (p.96), destacando algumas mulheres, as suas personalidades, e o (des)encantamento que refletiram em Jacob.

A necessidade de “consciência de si e do outro” para travar o mais verdadeiro dos contatos humanos é palco das mais diferentes personalidades, masculinas e femininas, que observam ações públicas e ações privadas, pensamentos íntimos e os pensamentos expressos. O seguinte trecho é fundamental para essa observação, isto é, o conhecimento parcial de si e do outro: “Parece que não conhecemos em absoluto uma opinião profunda, imparcial e absolutamente justa sobre nossos próximos. Ou somos homens, ou somos mulheres. Ou somos frios, ou somos sentimentais. Ou somos jovens, ou estamos envelhecendo. Em qualquer caso, a vida não é senão uma procissão de sombras, e sabe Deus por que as abraçamos tão avidamente e as vemos partir com tal angústia, já que não passam de sombras. E por que, se isso e muito mais é verdade, por que ainda assim nos surpreendemos no canto da janela com a inesperada visão de que o capaz na cadeira é, entre todas as coisas do mundo, a mais sólida, a mais real, a que melhor conhecemos – sim, por quê? – Pois, no momento seguinte, já nada sabemos sobre ele” (p. 102).

Ainda nesse sentido, o tom intimista que a personagem revela, permite compreender o que tanto V.Woolf trata em seus romances: o recôndito da alma, o que mais secretamente escondemos de nós e do outro, o que jamais poderemos revelar – “[...] algo permanece que jamais poderá ser expresso por uma segunda pessoa” (p.103). E, não por acaso, a maioria das personagens desenvolvem uma válvula de escape por meio da escrita, afim de mergulhar em seu universo ou evitar que os outros se aproximem. Com Jacob, em seu quarto, todas as suas correspondências e anotações que permitem, de uma forma ou outra, vislumbrar um pouco do seu pensamento, do seu mais íntimo pensamento e sensações: “”; enquanto que no cotidiano “[...] nós passamos os dias falando coisas bobas e inúteis, sem saber por quê” (p.181).

A melancolia que abarca Jacob é (re)conhecer que a solidão está presente no mundo e da qual não se pode fugir; que fomos educados em ilusão e que elas jamais corresponderão com a realidade e que somos dominados por nossos impulsos: “o cavalo selvagem que trazemos dentro de nós” (p. 193). Por que na vida “E tudo é doce, é vago e muito triste. É triste, triste. Mas tudo tem uma significação” (p.193).

Entretanto, é importante avisar aos incautos, não esperem linearidade, não esperem respostas prontas; o romance segue o fluxo do pensamento, a direção dos impulsos a que as emoções e sensações revelam, o reflexo dos (dês)encontros e das influências do outro e nesta significação, podemos ter a (in)consciência de si, do outro, mas não esperem que ela seja duradoura, ou que seja classificatória.

Leitura recomendadíssima!!!
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Lívia 10/02/2012

O quarto de Jacob de Virginia Woolf
O quarto de Jacob de Virginia Woolf é uma das narrativas mais insólita da carreira de Virginia. Com muitas divagações e muitos personagens que entram e saem da narrativas, o leitor precisa estar atento para poder mergulhar nas entrelinhas e nos fluxos psicológicos que essa escritora delineia muito bem e com fantástica singularidade de escrita. O livro trata da vida de Jacob, desde infância à fase adulta, através da metonímia de "seu quarto"... Aconselho não abandonarem a livro por muito tempo ou lê-lo paralelo a algum outro, isso provocará, talvez, esquecimento ou desestímulo ao término da leitura.
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Eliza 16/04/2015

Quis iniciar minha saga Virginiana pel“O quarto de Jacob” por ter lido em várias resenhas críticas, inclusive no prefácio do livro, que se tratava de uma obra verdadeiramente experimental, considerado um marco no modernismo, e o primeiro livro em que a autora se sentiu enfim livre das amarras e cortes editoriais aos que se submetera em obras anteriores. Diz-se que Virginia ao fim dessa produção,ficou satisfeita com o livro; bem como o marido e editor Leonard, que o chamou de “uma obra de gênio, diferente de qualquer outro romance”. No seu diário, Virginia enfatizou que aos quarenta, finalmente, após o término desse livro, descobrira como “dizer qualquer coisa com sua própria voz”.

“O quarto” me pegou de surpresa pela complexidade e desconexão de elementos. Diálogos que são desconexos, quebras de fluência dentro dos capítulos, personagens que somem e reaparecem depois, presença e ausência de personagens; na verdade, uma verdadeira efusão deles, que vão aparecendo em diferentes contextos e partes do mundo. É difícil manter controle dos nomes e das personalidades que aparecem de repente no meio dos acontecimentos, sem muita preparação narrativa para eles. Há também que se ressaltar que uma quantidade considerável de personagens não são relevantes muito para o desenrolar da história, o que eu achei uma escolha narrativa um tanto curiosa.

O conflito neste enredo é também de difícil assimilação, e presumo a partir dessa primeira leitura, que não passa senão da mudança que se vive estando em contato com diferentes realidades, costumes, pessoas e até mesmo paixões; ou mesmo da simples possibilidade de viver diferentes vidas quando se viaja. Jacob não demonstra grandes mudanças na sua personalidade, no entanto. Talvez se possa afirmar que suas habilidades em se comunicar melhoram um pouco ao longo das viagens, como quando conhece os Wentsworth. Seu gosto, no entanto, suas opiniões sobre a alta literatura não mudam. É descrito como reservado, apreciador de nomes complexos, arte e museus, tipicamente inglês.

Talvez o que me incomoda sobre “O quarto de Jacob”, além do título, quando se considera que o seu quarto (em casa e na residência universitária) sejam os espaços menos explorados na narrativa; é o fato de que é um livro de mais perguntas que respostas. Os conflitos não se resolvem. Os amores não se consolidam. As pessoas se desencontram e se desentendem sem um amarramento ou conclusão dos acontecimentos. Jacob não tem altos e baixos, não suscita amor e/ou ódio por parte do leitor, não se deixa claramente entender. As dúvidas, entretanto, sobre ele e sobre tantos, elas sim, permeiam cada página, cada história, cada vida.

“—A vida é má. A vida é detestável – exclamara Rose Shaw.
O estranho em relação à vida é que, embora sua natureza deva ter sido evidente para todo mundo há centenas de anos, ninguém deixou o registro adequado. As ruas de Londres estão mapeadas; nossas paixões não. O que vamos encontrar, ao dobrar essa esquina?”

E ao dobrar a próxima página?
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Ricardo Rocha 09/07/2015

Primeiro romance da autora de Senhora Dalloway embora o terceiro de Virgínia - o primeiro editado sem a supervisão sufocante do irmão, seu editor dos dois outros - O quarto de Jacob é conciso porém detalhista, como no caso na cena dse abertura quando "a pena" de Betty Flanders flui no papel e o caranguejo anda no balde. Também se permite um humor fino, cinematográfico, como na cena da senhora Norman no vagão, de uma beleza que alcança os melhores momentos de Virginia, comparáveis aos melhores de suas obras primas posteriores. O quarto de Jacob é na verdade o quarto da ausência de Jacob e o aposento da presença definitiva de Virginia Woolf na história da literatura. Para ser menos solene, o primeiro lugar da presença dela em minha vida.
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Adriana Scarpin 09/08/2015

Existem dois autores que sabiam lidar com o tempo literário de forma absolutamente brilhante no início do século XX: Marcel Proust e Virginia Woolf, embora de formas diametralmente opostas. Jacob's Room é fragmentado como a vida o é, seu protagonista é construído através de impressões que flutuam no espaço-tempo dos mais diversos pontos de vista e o capítulo final reflete o vazio do quarto abandonado quando se termina um livro.
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Geovane 25/01/2016

Por quanto tempo estarei neste quarto?
Está lançado um desafio ao abrir a primeira página: esqueça o tempo. Quem precisa dele? Deixe que ele exista por si, não o procure, não sinta sua falta. Simplesmente recolha os momentos, como flores no campo, e então deixe-as cairem na terra, para secarem ao sol e serem levadas pela chuva. É assim que se aprecia a narrativa de Virginia Woolf.
Nós abrimos a porta do quarto, e pegamos todas as bagagens; iremos desbravar a vida. Lá vai Jacob, e lá vamos todos nós. Ele reúne seus clássicos; suas impressões; a ânsia pelo novo; a busca pela compreensão de sua solidão, pelo que está além das paredes do seu quarto.
Então, nós somos descobertos, somos artistas, escritores, pintores, observadores daquele que habita a luz de nosso interesse. Quando estamos sob a luz de alguém? O tempo todo. Assim, criamos em nós a imagem pensante de Jacob Flanders, sua personalidade está lá, moldada pelos recortes cuidadosamente preservados pelas pessoas por onde ele deixou-se conhecer, e até mesmo aquelas de quem fugiu.
Woolf não nos apresenta apenas um, mas uma avenida de personagens tão humanos, que você poderia encontrá-los em qualquer lugar na vida, e ao mesmo tempo, nunca acharia igual. Mais que defeitos ou qualidades, ela revela a complexidade em nós de forma tão sensível, e ao mesmo tempo, cáustica, que nos é difícil abrandar o conflito diante de tamanha realidade. Onde estão as resposta? Na vida. Não encontrou? Talvez no próximo ano, ou em uma década. Não importa, apenas não deixe suplantar as perguntas aqui despertas.
Se você está lendo um livro, quem estará preparando o jantar? Será que ele pensa em você? Você o conhece? Quem é aquela pessoa que lhe presenteou com um "obrigado" mais cedo? Ela tinha belos... O quê? O tempo estava lá, o tempo está com todas essas pessoas, suas infindáveis mãos estão levando-nos ao salão, e nós dançamos. Eu te encontro, e nós cumprimentamos Jacob, que passou por nós apenas por um segundo. Já não somos mais os mesmos.
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