Nas Sombras do Estado Islâmico

Nas Sombras do Estado Islâmico Sophie Kasiki




Resenhas - Nas Sombras do Estado Islâmico


69 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Annanda 03/04/2021

Criei expectativas e me decepcionei.
Um relato bem mais ou menos. Esperava que o livro tivesse mais detalhes sobre o Estado Islâmico e que fosse emocionante, mas me enganei!

Sophie relata como resolveu fugir com o filho de 4 anos e abandonar o marido para se juntar ao Estado Islâmico, sempre dando ênfase na ?manipulação? que ela sofreu por 3 garotos, e depois como consegue voltar para a França (depois de toda a merda que ela fez). Mas a meu ver, o que a autora realmente tenta passar para o leitor é uma história se vitimizando e tentando se livrar da culpa de seus erros. Não acredito que seja ?confissões de uma arrependida? como diz no livro, acredito que seja ?vou culpar os outros pelos meus erros e me livrar dos meus pecados?. Infelizmente, a história não me convenceu, Sophie! Uma mãe jamais colocaria um filho no meio de uma guerra.


?Nas sombras do Estado Islâmico? um nome tão impactante para o livro, mas, não me comoveu nadinha com a história, mesmo sendo real. Só fiquei com vontade de dar uns tapas na cara de Sophie por abandonar o pai da criança e simplesmente não dar satisfação nenhuma de onde estava, e por colocar o filho em risco. É esta a minha opinião sobre o livro, talvez, ao lê-lo outras pessoas terão outras opiniões. ?
Alberto.Tisbita 04/04/2021minha estante
Mas, se a culpa é dela, ela tem o direito de jogar em quem quiser. Rsrs


Margô 27/04/2021minha estante
Salvo engano, esta obra foi adaptada ao cinema...do contrário é bastante similar. Só uma opinião Amanda, segundo informações, as pessoas quando são recrutadas por "mensageiros" do Estado Islâmico, passam por uma verdadeira lavagem cerebral, e o que é dito pra elas o que irão em encontrar por lá, é só maravilhas!!
Se isso realmente fizer sentindo, a mulher que vai com o filho , se arrepende e FOGE, já está liberada da culpa...afinal com todo perigo que implica em fugir, ainda escreve um livro apresentando o horror que se viveu.
Taí eu me interessei em ler...rsss. Curiosidade em saber como ela se desvencilhou da merda que fez!


Margô 09/02/2022minha estante
Sim... Sem dúvida.??


Janinha 13/07/2023minha estante
Concordo. Inclusive fiquei impressionada com a quantidade de desculpas que a autora inventou para justificar a loucura de ter colocado a si própria e ao filho em tamanho risco. Convenhamos que precisa ser muito ingênua ou ter morado em uma caverna pelos últimos 10 anos para acreditar que se pode dar um passeio por Raqqa, fazer uns dias de trabalho voluntário e voltar a hora que quiser.




day 25/05/2018

impactante
Mas um livro com uma narrativa comovente e forte.

Nas Sombras Do Estado Islâmico conta a saga de uma jovem mãe que é aliciada pelo IE.

Mostra,como a solidão,depressão ,pode nos deixar fragilizados a nos envolver com algumas pessoas,que achamos que querem nosso bem,mas na verdade são mal intencionadas .

Sophie ,era casada,tinha um filhinho lindo,e um marido que amava.

Como todos passamos crises na vida,Sophie estava passando a dela.

Ela se reverteu ao islam e começou a conhecer várias pessoas que a ajudavam a estudar e entender sua religião.

Infelizmente ,ela se envolveu com jihadistas e se meteu em um drama,foi simplesmente enganada por eles.

O livro é maravilhosamente bem escrito,a leitura é cativante e nos envolve .

Nos mostra também como o EI ,não tem nada haver com a religião islâmica.

É um livro que todos deveriam ler,pois quebrará muitos preconceitos contra o islam.

eu super amei .



site: http://escreverdayse.blogspot.com.br
Jéssica 26/05/2018minha estante
Na realidade a Jihad é uma obrigação ao muçulmano fiel, tá escrito no livro sagrado deles. Pesquise sobre. O que acontece é que muitos mulçumanos são mulçumanos porque nasceram num país ou família mulçumana mas não praticam 100% da sua crença, muito a nem conhecem mesmo suas escrituras sagradas por inteiro.


Jéssica 26/05/2018minha estante
Será mesmo que não tem nada a ver com a religião? Sim a Jihad é parte da obrigação do mulçumanos fiel.https://natanrufino.com.br/audios/islamismo-audios/o-alcorao-manda-matar-os-outros/


day 26/05/2018minha estante
Não . Jihad é pra ser espiritual. Passei anos casada com um.muculmano. 15 anos,minha filha é árabe. Só conhecendo o Islam,podemos diferenciar o que é política, tradições árabes e religião. Eu tb estudei jurisprudência islâmica.




Ivy (De repente, no último livro) 11/10/2018

Resenha do blog "De repente no último livro..."
Nas sombras do Estado Islâmico é um relato de 200 páginas escrito pela congolesa naturalizada francesa Sophie Kasiki (nome ficticio), uma jovem mãe que decidiu abandonar seu emprego, seu marido e sua vida estável na França para fugir com seu filhinho de 4 anos para a zona de guerra na Síria, mais precisamente para a cidade de Raqqa, lugar que, naquele momento, ainda era a capital do califado do temido Estado Islâmico. (Raqqa foi finalmente liberada no ano de 2017 pelas forças curdas e cristãos assírios, que lutam sob a bandeira do SDF - Syrian Democratic Forces e da YPG).
Nestas poucas páginas Sophie conta ao leitor seu martírio vivendo em território jihadista e sua luta em retornar para casa.
A autora passou por várias coisas nos 2 meses em que esteve em Raqqa. Ela trabalhou em uma maternidade pertencente ao ISIS que classificou como "uma desumana fábrica de bebês sem higiene", foi forçada a viver na Madafa, que é uma instituição para jovens solteiras, onde teve que dividir espaço com outras jovens provenientes de diversos países e teve que lidar com a descoberta de que, aqueles que acreditou serem seus amigos, poderiam facilmente ser capazes de matá-la, bastasse com que ela fosse considerada "infiel" para os rígidos padrões adotados pelos terroristas.

Eu tive sentimentos mistos com esse livro. Por um lado achei interessante o relato de Sophie, ela aborda uma realidade que não foi muito exposta na mídia, como a existência da Madafa, um lugar que ela chama de "canil de mulheres", montado pelo ISIS para abrigar as viúvas, divorciadas, as que esperam o marido voltar do campo de batalha ou simplesmente, as rebeldes que precisam de correção e vigilância por serem consideradas desleais.
Por mais novas que essas informações sejam, há um outro lado do livro que me deixou desconfortável. Eu não senti 100% de honestidade em Sophie. Me desculpe quem leu e apoiou a autora, ou mesmo se sensibilizou com seu "erro". Eu não consegui ter pena ou me sensibilizar de sua situação, e achei absurdas as justificativas dadas por Sophie para unir-se ao ISIS. Para mim, suas justificativas demonstram que ela não admite ainda sua própria culpa e quando narra sua história quer apenas justificar-se, como se o leitor tivesse que entender sim ou sim as razões ridículas e egoístas que a levaram até a Síria.

A minha sensação foi a de que a autora passa a maior parte do livro apenas tentando convencer o leitor de uma inocência surreal, tentando mostrar que o mundo estava todo errado, ela não e por causa de sua visão "esperançosa" acabou fugindo.
Há um momento em que ela inclusive culpa o governo francês, diz que não recebia apoio do governo para os seus projetos numa casa cultural onde trabalhava e essa falta de apoio a desmotivava, o suficiente para fugir para a Síria e juntar-se à Jihad Islâmica. Imagina se nós, brasileiros, fossêmos fugir para a Síria cada vez que nos sentimos lesados pelo governo? Ia ter super população por lá já que todo brasileiro já se sentiu no mínimo uma vez na vida literalmente roubado por nossos governantes, né?

Enfim, na minha opinião se trata de uma história verdadeira, mas que foi narrada de uma maneira que buscava inocentar a autora de todas as acusações que enfrenta. Comigo o relato não funcionou e acredito que teria tido mais simpatia por Sophie se ela simplesmente admitisse o que fez e pronto, se arrependesse e pedisse desculpas. Sem tentar apontar para tantos outros "culpados" quando a verdade é que foi uma decisão egoísta dela mesma e somente dela.

É o tipo do livro que recomendo ao leitor ler mas com ressalvas. Leiam para entender a realidade que ocorreu em Raqqa, a título de curiosidade sobre as instituções bizarras criadas pelo ISIS. Mas eu aconselho a não tomar as opiniões pessoais da autora sobre ela mesma com muito afinco. Há várias informações que se contradizem no que diz respeito à sua própria estadia no lugar. Eu simplesmente acho estranho que 3 rapazes te convençam a fugir para a Síria e te coloquem em um amplo apartamento por 2 meses sem pedir ou exigir nada em troca, quando qualquer pesquisa mais profunda na net, em outros testemunhos, nos faz saber que tudo o que o ISIS fazia era em troca de algo. E se uma mulher sozinha estava lá, não era exatamente pra olhar o sol na janela e comer sopa no fim da tarde, certamente, haviam planos para ela, e me custa crer que a autora não tenha deduzido isso em nenhum momento.
A impressão que me dá é que a autora omite alguns fatos com relação à si mesma e a sua estadia. Talvez seja para resguardar seu filho, talvez seja para resguardar seu casamento (já que o marido a aceitou de volta acreditem ou não), talvez seja por vergonha... Mas o fato é que eu não compro essa história de que Sophie ficou 2 meses lá sem fazer nada, vivendo de graça e sem saber exatamente o que estava acontecendo (porque ela diz que não sabia um montão das coisas que o ISIS fazia, embora o mundo inteiro estivesse falando no assunto).

Ou seja, em todo o momento há uma vitimização enorme, e em quase nenhum parágrafo um verdadeiro arrependimento ou pelo menos algumas poucas palavras que indicassem que a autora tenha enxergado o quanto contribuíu para sua própria ruína. E eu achei isso bem triste, porque com todos os erros que Sophie cometeu, sua atitude egoísta arriscando o futuro do próprio filho, ela deveria no mínimo reconhecer sua parcela de culpa, e não vi isso no livro em praticamente nenhum momento.

Enfim, como disse, pra mim a autora é sincera quando nos relata a vida em Raqqa, as instituições do ISIS, a maneira como várias pessoas ao redor pensavam e agiam, a resistência secreta que começava a se formar ali. Isso é o interessante do livro e a parte que me faz recomendar a leitura à todos. A chance de entender esse universo maluco criado por esses terroristas e como isso afetou a vida (e o futuro) de milhares de pessoas é um tema importante e necessário. Por outro lado, no que se refere às motivações pessoais da autora, aconselho o leitor à não dar crédito completo às suas justificativas, pois se analisamos friamente encontramos tantas incoerências em seus motivos pessoais, que, como disse, fica difícil simpatizar ou sensibilizar-se por Sophie Kasiki (ou seja lá qual for seu nome).

site: http://www.derepentenoultimolivro.com/2018/09/review-244-nas-sombras-do-estado_30.html
Davi.Rezende 01/02/2019minha estante
Prefiro nem ler pelo q vc relatou.


Barbara.Spini 20/08/2019minha estante
Concordo! Pra mim, não houveram justificativas plausíveis - fora uma real instabilidade mental - que a livrassem da culpa da autora por sua própria ruína (algo que ela não menciona em momento algum do livro). Mas acho que a experiência da leitura ainda é válida pela visualização da vida no Estado Islâmico de uma forma mais aprofundada e diferenciada do que a que vemos normalmente, pois, de fato, os relatos são muito vívidos e reais.


Janinha 13/07/2023minha estante
Concordo contigo Ivy! Sophie martela a toda página o quão inocente era e o quão engambelada ela foi por três "crianças". A quantidade de desculpas que ela cria para justificar esse ato inconsequente é surreal. Com tanto acesso a informação, será que ela realmente achava que iria ficar de férias em Raqqa por um mês, fazendo trabalho voluntário e voltaria a hora que quisesse? Na hora que ela entrega o passaporte, ela diz ter uma ligeira sensação que não deveria estar entregando-o! Gente, não era a primeira viagem internacional dela. Qualquer um sabe que se tiram o seu passaporte, você fica presa! Essa história está extremamente mal contada. No fim das contas, levou o filho pra uma loucura dessas, enganou o pai da criança e ainda fez rasparem dinheiro do cofrinho pra tirarem ela de lá! Ainda ficou surpresa porque passou alguns meses presa. Esperava o que? Teve sorte que permitiram a repatriação dela, alguns países não aceitam de volta jihadistas arrependidos.




Simone de Cássia 20/11/2019

Quis ler esse livro por curiosidade, queria entender como é que as pessoas acabam indo parar nessa "roubada". No caso da Sophie foi uma mistura de depressão com falta do que fazer. Tá certo que a vida dela deu uma volta absurda quando ainda era criança e tudo isso deu início à depressão, mas quando adulta ela foi muito bem amparada e ainda assim entrou numa de "achar sentido" pra vida" e surtou. Claro que é nessas horas que a "imunidade mental" abaixa e os oportunistas se instalam, mas credito uma grande parte do acontecido à falta de responsabilidade dela. Não consegui sentir empatia por ela tamanha a burrada e a cegueira mental. Até pra fazer besteira a gente tem de ter limite. Com relação ao Estado Islâmico, só aumentou meu horror à esse povo louco... Medo!
Riva 20/11/2019minha estante
Que bom que gostou da doação!!!!


Simone de Cássia 20/11/2019minha estante
Mesmo que não tivesse gostado do livro, o gesto eu já amava! brigaduuuu S2


hassdc 10/10/2023minha estante
Muito boa a resenha. Vale a pena a leitura?




spoiler visualizar
ritita 09/08/2018minha estante
Leio muito sobre o assunto e concordo totalmente com você. Nunca li nada tão irresponsável.




ritita 09/08/2018

Acho que a história é fake.
Reza a lenda que a história é autobiográfica. Será? Eu não acreditei.

Uma mulher que viveu no Congo, mora em Paris e trabalha, sendo "iludida" a respeito das "maravilhas islâmicas" por 3 rapazotes apenas conhecidos seus? (Sim, a história se passa em 2016).

Ah, mas ela estava depressiva e em busca de algo mais em sua vida, pois esta desculpa que a autora dá piorou tudo.

Nesta busca por "mudanças", a doida converte-se ao islamismo por conta própria, decora algumas suratas, deixa de comer carne de porco e se acha a própria muçulmana, mas pratica a religião tipo Nutella, sabendo apenas superficialmente o que é o Islã.

Após umas conversinhas, por telefone, com "os meninos' resolve partir para a Síria e leva junto o filhinho de 4 anos. Depois escreve um livro contando seus sofrimentos, padecimentos estes que nunca chegaram à metade dos horrores que as mulheres sofrem por lá.

Querida maluca, quem procura acha!

Lendo algumas resenhas do skoob, vi que alguns leitores ficaram impactados. Como? Vocês nunca leram nada sobre os horrores praticados pelos muçulmanos? Eu em nenhum momento me comovi que o que ela passou, fiquei foi com vontade de dar uns tabefes de virar-lhe a cabeça.

O que valeu na leitura? Perceber o quanto de doideira pode existir em todo o mundo, seja francês ou sírio.
Jessy 09/12/2018minha estante
Olha moça uma pessoa que sofre de depressão, principalmente num grau já elevado como era o caso da moça do livro( eu li este livro também) tem sua visão de mundo distorcida e sim pode ficar altamente suscetível a muitas coisas, inclusive a buscar mudança em alguma religião, ela estava desesperada em busca da libertação da prisão que vivia dentro de si mesma por conta dessa doença e infelizmente tomou descisões erradas por não ter tido forças para buscar ajuda nos apoios certos. A depressão dela não foi uma desculpa, depressão não é desculpa na vida de quem sofre desse mal e nem frescura! É uma doença devastadora que pode destruir vidas e a dessa moça quase foi.








Tamirez | @resenhandosonhos 23/08/2018

Nas Sombras do Estado Islâmico
Quando optei por fazer essa leitura, pelo que diz na contra capa sobre ela “se juntar ao Estado Islâmico”, imaginei que seu envolvimento com aquela situação tivesse sido completamente consciente. Porém, ao começar a ler a história, vi que Sophie foi uma vítima da depressão e da maldade das pessoas.

A depressão ainda é algo que gera muita discussão. Algumas pessoas não acreditam verdadeiramente nas coisas horríveis que essa doença pode causar na vida de uma pessoa e colocam tudo como uma frescura, quando na verdade é algo sério. A tristeza que consome a vida de quem sofre com isso é palpável e não está ali porque a pessoa quer, é uma condição do seu corpo e da sua mente.

“Agradeço àqueles que sabem que a depressão não é uma escolha, um modo de vida ou uma fraqueza moral: é uma doença terrível.”

A Sophie cresceu com isso, sendo tímida e mantendo-se isolada. Ela sentia falta da vida que tinha na África, da mãe e de tudo o que ficou pra trás. Como ela gostava de ajudar e conhecia os meninos, acreditou no que eles lhe diziam e viu na necessidade de voluntários para ajudar as pessoas na Síria, uma oportunidade de se fazer útil novamente. Isso sempre foi o que a moveu, ajudar os outros, trazer luz a vida alheia enquanto vivia na escuridão.

Com as palavras certas, aqueles jovens que ela conhecia e confiava conseguiram lhe pintar uma realidade distorcida, mas que era a isca perfeita para que ela fosse aliciada. Achando que estava indo por vontade própria e que poderia mudar de ideia a qualquer momento, ela embarca em uma viagem quase sem volta em que acaba por pôr em risco a vida do filho. O marido que ficou, do qual ela já havia a muito se afastado, quando descobre onde ela está e o que fez, faz o que era requisitado na época e a denuncia às autoridades, complicando ainda mais a sua situação.

“Assustada, me perguntava como pudera chegar àquele ponto, dependendo de desconhecidos, fugindo para salvar minha vida e carregando meu filho adormecido, em um país em guerra.”

Perdida em si e mantida em cativeiro por um grupo extremista ela bola planos para tentar escapar, falar com pessoas, pedir ajuda. Mas tudo é muito difícil. Ou ela está trancada ou não pode sair sozinha e também nunca se sabe em quem confiar. Quem faz parte do Estado Islâmico e quem não?

A religião muçulmana é vista por muito com maus olhos por causa de toda a carga de extremismo que vem com ela. Porém, política e religião não andam em todos os casos lado a lado. Quando conheceu o Islã através do Alcorão Sophie encontrou conforto, algo que aquietou sua alma, que lhe trouxe paz. Mudar um pouco os seus hábitos para estar mais plena com relação à religião a ajudou a melhorar, a se sentir mais viva.

Porém, infelizmente, também foi isso que lhe aproximou ainda mais daqueles que a ludibriaram e traíram. Sei que muitos podem dizer que ela sabia exatamente o que estava fazendo e mereceu o que a vida lhe reservou, mas a coisa não é bem assim. Ela tinha uma personalidade fraca em função da depressão, tinha no ato de querer ajudar as pessoas outra fraqueza e, claro, a afinidade que compartilhava com os garotos quanto a religião a fez mais suscetível a confiar.

“Não consigo encontrar um fato isolado, dentro da galáxia de pequenos acontecimentos que compõem minha vida, que possa explicar tudo. O grande erro seria acusar a religião como causa única e suficiente.”

Sophie Kasiki sofreu por ter perdido a mãe, sofreu com a depressão, sofreu pelo cativeiro, por ser afastada das coisas que conhecia, sofreu por ser enganada e, quando finalmente escapou, sofreu as consequências de ter ido a Síria. Quando pôs os pés na França, depois de uma arriscada fuga que temos um trecho logo no primeiro capítulo, ela foi julgada e condenada por ter “se juntado ao Estado Islâmico”. A culpa pelo que aconteceu pode ser de inúmeras pessoas incluindo a própria Sophie, mas jamais será de um fator só, como a quote que pus a cima diz. Não foi a religião, não foi a depressão, não foi somente os jovens ou somente a vontade de ajudar que aquela mulher sentia. Foi um combinado de todos esses fatores sob uma má influência.

O livro tem somente 160 páginas, mas não é uma leitura leve ou super fluída. Conheceremos a história de Sophie desde o começo, com capítulos bem separados entre os momentos de sua vida. A leitura é rica e enervante. Você realmente sente muito as coisas que ela está sentindo e percebe em suas palavras o peso que aquilo tem sobre ela. Parece que mesmo agora, depois de algum tempo, ela ainda não é capaz de explicar puramente como aquilo aconteceu. É impossível apontar somente um motivo, assim como pra Kasiki naquela época, era impossível enxergar os objetivos ocultos daqueles jovens que ela julgava inocentes.

As Sombras do Estado Islâmico é um livro bem diferente do que eu costumo ler. Foi meu primeiro contato com uma história que envolvia a religião muçulmana ou todo o conflito político que esses países sofrem. Uma das coisas mais normais ao ser humano é o ato de julgar e de tirar conclusões e aqui eu vacilei. Não consegui apontar o dedo para Sophie e dizer o quanto ela era “burra” por não ter percebido o que estava acontecendo, pois conheço tantas pessoas que são sensíveis, lutam contra a depressão, e estariam tão suscetíveis quanto ela. Há tanta gente no mundo passando por isso, pra coisas tão mais simples do que se juntar a um grupo extremista. As vezes é um relacionamento abusivo, uma amizade que suga tudo da pessoa, são os outros se aproveitando de você. Infelizmente é real e está próximo de todos nós.

Fiquei triste com o livro e com o que ela passou. Demorei um tempo para refletir sobre o peso de tudo o que li. Sou uma pessoa que não religiosa mas que acredita em Deus. Sou uma pessoa que não é simpatizante com nenhum partido político, mas sabe da importância da discussão e da militância. Porém essas coisas facilmente saem do controle, levando ribanceira a baixo muitos dos conceitos defendidos. Como falei anteriormente, a religião muçulmana não deveria arcar com o peso da guerra política e com o fato de muitos a usarem como motivo para atos terroristas ou desumanos. Há muita gente que encontra conforto em acreditar em Deus, seja a religião que for, e é tão errado julgar as pessoas por essa escolha quanto é unicamente pelas ideologias políticas.

Nas Sombras do Estado Islâmico é um livro pesado, mas que merece ser lido. A reflexão é enorme e as discussões da jornada contada nele são infinitas. Porém o que Sophie nos ensina com clareza é a não julgar e principalmente a buscar compreender que sofremos de maus diferentes, cada um de nós. A pressa, a depressão, a ansiedade, o excesso de trabalho, o desamor, a traição, a solidão. São todos maus que nos cercam e que nos tornam mais fracos e propícios a errar.

Não sei se há como justificar o que aconteceu, ou até mesmo perdoar para alguns envolvidos. Me pergunto o desespero desse pai ao saber que o filho era refém em um país sitiado. Porém não cabe a nós julgar. Cabe compreender, processar, e lutar por um mundo melhor, onde coisas assim parem de acontecer.

site: http://resenhandosonhos.com/nas-sombras-do-estado-islamico-sophie-kasiki/
Tailane Santos 28/08/2018minha estante
Uau! Fiquei impactada e nem li o livro ainda!




Lu 20/12/2022

Um relato interessante de alguém que pensava o mundo de uma forma diferente, que buscava um sentido mais significativo, porém ilusório e que se deixou levar sem noção real do risco mesmo sabendo o que o lugar bom oferecido estava em guerra. O livro não conta nenhuma história excepcional, porém o simples fato da autora poder fazer esse relato já demonstra a beleza da história: poder sobreviver após estar num lugar devastado pela guerra, pela maldade e pela intolerância.
Margô 12/03/2023minha estante
Li. A leitura é fluida, apesar de ser uma sucessão de cenas fortes...




Felibalex 25/02/2021

Uma leitura angustiante
Esse relato angustiante da jornada de uma mulher aliciada por jihadistas deveria ser compartilhado e lido por todas e todos. O livro mostra que você não precisa ser radical, não precisa ser violento e não precisa ser extremista para cair na rede de captação do terrorismo. Toda minha solidariedade a autora e sua família.
Lu 25/02/2021minha estante
Livro maravilhoso, todo mundo deveria ler




Amanda Guelso 21/05/2024

Esse livro me gerou muita desconfiança. A autora se manteve em anonimato, se protegendo de possíveis retaliações do ISIS. Essa questão é totalmente compreensível, contudo esse relato me pareceu tão básico ao ponto de duvidar MUITO da veracidade da história.
Tive várias tentativas de me colocar no lugar da Sophie, na sua falta de perspectiva de futuro e comoção com a vida. Acredito sim que a conversão poderia gerar um novo sentido e uma nova visão a sua vida. Assim como sei que o Islã, infelizmente, tem uma imagem muito negativa no Ocidente, vinculado todos os seus fiéis ao terrorismo ? o que é um verdadeiro absurdo.
Com isso, acredito sim na sua possibilidade de conversão. Mas, ao meu ver, mesmo estando em um estado de depressão profunda, convencer alguém a ir para um território em guerra e com tanta violência explícita, mesmo que temporariamente, é algo além da minha compreensão. Sabemos que o Estado Islâmico é um grupo fundamentalista, que segue o Corão ao pé da letra, e por isso as mulheres são as mais afetadas nos locais que estão em seu controle. Não vejo como uma mulher se sentiria segura, mesmo conhecendo pessoas vinculadas ao ISIS. Claro, pode ser que isso realmente seja real e tudo tenha acontecido, não descarto essa hipótese, apenas não estou 100% convencida dela.
Outra questão que me fez ter um grande pé atrás com essa história é como esse relato foi tão básico. Como ela fica o tempo todo se justificando. Como ela tenta se vitimizar na maioria das situações, sendo que ela é sim culpada por sua tamanha ingenuidade. Não vou colocar esteriótipos de gênero aqui, tais como ?nenhum mãe levaria um filho a uma zona de guerra?. Afinal, nenhuma PESSOA levaria uma criança para uma zona tão perigosa, mesmo em estado depressivo, não teria porque envolver e arriscar a vida de outro ser humano.
Gostaria muito de ler análises sobre especialistas no IE, para saber suas opiniões sobre o livro e a jornada de Sophie. Tentei buscar artigos acadêmicos mas, penosamente, não encontrei nenhum.
comentários(0)comente



Lê Golz 21/09/2016

Forte e real
Nas sombras do Estado Islâmico é um lançamento da Editora BestSeller, e me deixou imensamente curiosa por se tratar de uma obra de não-ficção e com um assunto tão vivo em nossa sociedade. A obra é um relato forte e real de Sophie Kasiki - pseudônimo usado para sua segurança -, uma assistente social que vivia em Paris até resolver viajar para a Síria em busca de um sentido para sua vida e acaba virando prisioneira.

A obra é narrada por Sophie, que tem uma vida tranquila em Paris, ao lado do filho Hugo e de seu marido Julien. Porém, essa tranquilidade não lhe bastava. Sophie já havia passado por uma depressão na infância após a morte da mãe, e já adulta ainda não havia se recuperado interiormente. Para ela a vida parecia não ter muito sentido, o casamento não ia bem, passava por complicações no trabalho e a felicidade que Sophie almejava lhe era desconhecida. É movida pela emoção que ela se deixa manipular por três rapazes, a quem ela carinhosamente sempre chamou de "meninos". Eles abandonaram a França para servir ao Estado Islâmico na Síria, e após um curto período entraram em contato com ela, e pacientemente a convenceram a ir ao encontro deles para auxiliar em um hospital na cidade de Raca. O que acontece é que Sophie percebe tarde demais a sua ingenuidade e sente na pele o terror que a mídia sempre mostrou e que ela não acreditava.

Com uma escrita simples, sem muitos detalhes e totalmente ágil, o relato de Sophie nos prende do início ao fim. O livro é bem curto, mas impactante. Há um equilíbrio entre uma narrativa focada nos fatos e nas emoções. Como o subtítulo descreve, temos aqui o relato de uma arrependida, então obviamente que Sophie sobreviveu, mas me entristece saber que inúmeras pessoas não conseguem escapar do temível grupo terrorista.

"De volta ao apartamento, olhei ao redor e, de repente, tive a impressão de enxergar mais claramente. Um belo sol de inverno brilhava em Raca, com todas aquelas mulheres de preto, aqueles combatentes na expectativa de batalhas e aqueles sírios confinados... O que eu fazia ali?" (p. 77)

É muito fácil julgar Sophie, sem obviamente ter passado pelos mesmos problemas que ela. Fica muito claro a sua imensa ingenuidade diante de verdades que estavam à sua frente, e que por pura emoção e carência de felicidade, ela se deixou manipular. Por outro lado, começamos a perceber que Sophie - ao contrário de muitos recém convertidos ao islã - percebeu logo nos primeiros dias que chegou a Síria, o tamanho da opressão daquele povo e todas as injustiças cometidas ali. É nesses momentos de angustia, de amadurecimento e redescobrimento de si mesma que a narrativa da protagonista se torna mais tensa e envolvente.

Atualmente a organização terrorista EI é um assunto polêmico e delicado, em se tratando de um grupo que aspira a autoridade sobre a religiosidade muçulmana do mundo. Nas sombras do Estado Islâmico é escrito de maneira simples, direta e com ausência de grandes detalhes, e ainda sim, forte e tenso. O livro é curto, fácil de ler, e dificilmente não agradará leitores que gostam de histórias verídicas. Recomendo esse livro para qualquer leitor, uma vez que trata-se de um assunto real e que muitas vezes está totalmente fantasiado na mente das pessoas, assim como esteve na de Sophie. Chega a parecer mentira o quanto ela se deixou enganar, mas felizmente arrependeu-se e conseguiu escapar, coisa que não acontece com a grande maioria. Vale muuuuito a pena essa leitura.

site: http://livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br/2016/08/resenha-nas-sombras-do-estado-islamico.html
comentários(0)comente



Na Literatura Selvagem 10/10/2016

Nas sombras do Estado Islâmico, um relato pessoal de Sophie Kasiki...
Devorei em poucas horas o relato surpreendente de Sophie Kasiki, sobre sua breve e apavorante estadia na Síria, depois de ter sido enganada por três rapazes que ela conheceu na França, onde morava com sua família...

Sophie nasceu no Congo e desde muito cedo perdeu seu pai e depois sua mãe... Sem compreender a morte, foi levada para a França, para ser criada por uma de suas irmãs mais velhas, mas desde que pôs os pés naquela casa, sabia que não pertencia aquele lugar, apesar dos esforços de sua irmã para que isso não acontecesse... Por oito longos anos, ela vivenciou o luto pela perda de sua mãe, que era seu alicerce na vida... Com isso veio a depressão que tomou conta dela durante boa parte de sua adolescência...

Quando ela finalmente sai da casa de Alice e encontra o homem com que se casa, Julien, ela sente que deve fazer algo para se sentir útil, e começa a trabalhar numa espécie de ONG, frequentada por crianças, jovens e mulheres árabes. O contato com essa comunidade fez com que despertasse nela um cuidado com as pessoas que se refugiavam na França e que haviam fugido da guerra que assolava a região... Havia também uma preocupação em fazer com que aquelas pessoas não sofressem com a segregação existente no país e que se integrassem aos programas do governo francês, para estimular o bom convívio deles com os franceses... Algumas famílias estavam ali há muitos anos, e seus filhos eram cidadãos franceses, mas as origens muçulmanas ainda constituíam barreiras na visão de alguns...

Em sua vida pessoa, tendo um filho pequeno [Hugo] e um casamento que a cada dia esfriava mais e mais, Sophie se viu envolvida com a história de três rapazes que m dado momento fugiram de casa e de suas famílias para se aliarem ao Estado Islâmico... Dando suporte às mães e irmãos, ela acabou se envolvendo mais com Mohammed, Idriss e Souleymane, se comunicando pela internet e logo veio um pedido/convite para que ela se juntasse a eles por algumas semanas, a fim de ajudar crianças de um hospital em Raca, na Síria. Ao longo dos meses, ela foi manipulada pelos três e via nessa viagem uma oportunidade de se fazer útil, e de dar um tempo no casamento, que estava em ruínas... Se converteu ao islamismo, planejou a viagem alegando que iria para a Turquia e finalmente embarca com seu filho de quatro anos, rumo ao desconhecido, confiando na palavra dos 'meninos' que viu crescer...

O problema é que ao chegar na Turquia e cruzar a fronteira, algumas coisas não passam despercebidas e ela percebe que a ideia da viagem pode vir a ter consequencias não muito agradáveis... Ao longo dos dias, ela percebe que a sombra dos meninos que ela conviveu na França foi ofuscada por homens cada vez mais radicais em suas concepções religiosas e ela então descobre que está refém deles... A fim de salvar a sua vida e a de seu filho, ela vivencia horrores para fugir do país e volar para sua casa...

A escrita de Sophie não me fez cair em prantos, confesso, mas em momento algum consegui me desvencilhar de sua leitura... Me coloquei no lugar dela em vários momentos e não sei como ela teve forças para não agir de maneira impensada, pondo em risco sua vida e de Hugo... Hugo, por ser tão pequeno, parecia compreender o ar sufocante em volta, e cooperou com sua mãe todo o tempo, mostrando-se corajoso para tão pouca idade...

Através de sua experiência, conhecemos os motivos que a levaram a se juntar aos terroristas do Estado Islâmico, a forma como eles 'recrutam' pessoas que - ao se depararem com a real situação - por vezes é tarde demais para retornar... Ela queria dar sentido a monotonia de sua vida,, mas não fazia ideia do pesadelo que iria encontrar...

Em suma, é uma leitura angustiante, que nos põe em reflexão sobre as nossas interações sociais, em quem se deve [des]confiar e também a valorizar o que já temos, que pode ser insignificante numa visão simplista, mas se revelam essenciais nos momentos de privação e desespero... Nas sombras do Estado Islâmico é um relato poderoso, forte e acima de tudo, real...

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/10/nas-sombras-do-estado-islamico-um.html
comentários(0)comente



Dicas Literárias 15/11/2016

#Resenha 86, Nas sombras do Estado Islâmico, da autora Sophie Kasiki.
Sinopse:
O testemunho extraordinário da mulher francesa que se juntou ao estado islâmico e conseguiu sobreviver a uma jornada pelo inferno. Sophie Kasiki trabalhava como assistente social nos subúrbios de Paris quando três dos jovens que auxiliava abandonaram a França para se juntar ao Estado Islâmico, na Síria. Em pouco tempo, aqueles que ela carinhosamente chamava de “os meninos” voltariam a procurá-la. A princípio, Sophie ingenuamente esperava convencê-los a voltar, mas o que aconteceria seria exatamente o oposto. Em ''Nas sombras do Estado Islâmico'', Sophie Kasiki relata, de forma muito emocionante, todo o terror que passou na cidade de Raqqa, coração do Estado Islâmico na Síria.







#RESENHA

Ultimamente tenho trazido muitos livros sobre guerras, espionagem e conflitos para o blog, então deixa eu explicar.
Como todos nós sabemos o mundo está em uma terrível guerra, mas não uma mundial declarada ainda, porém uma guerra que está matando milhares de pessoas a cada minuto.
E por isso o interesse sobre livros dessa temática tem atraído o Dicas Literárias.
Este livro de hoje, é mais um, porém sobre o EI, esse grupo radical islâmico que está destruindo o Oriente Médio e tirando a paz da Europa.
Porém, a história é sob o olhar de uma mulher, que confesso ser bastante corajosa. Sophie é uma mulher que sofrera bastante, sua adolescência foi marcada pela perda de sua mãe e sua ida a França para morar com sua irmã foi apenas mais uma angústia para ela.
E ela sempre percebeu que faltava algo em sua vida. Conseguiu trabalho, uma família para ela, mas Sophie ainda achava que estava incompleta. Então é ai que ela decide se converter ao Islamismo.
Sua vida muda dai por diante.
Quando três jovens fogem para a Síria para se juntarem ao Estado Islâmico, ela começa a se questionar o porquê deles terem tomado essa decisão. Então desesperada e tomada por uma curiosidade imensa, pois está vendo o sofrimento das famílias dos garotos, Sophie decide fugir e ir atrás deles, levando com ela seu filho.
Acredito que você deve ter ideia, do que acontece.
Sophie irá sentir na pele o terror, o medo, o sofrimento que o EI, faz com aquele povo. Sua vida torna-se uma prisão sem saída alguma.
Um livro forte e que merece ser lido por você que tem curiosidade sobre esse povo, esse grupo terrorista que está causando terror em todo mundo.
Fica a dica.

Resenhado por Tony Ferr

site: http://dicassliterarias.blogspot.com.br/2016/08/resenha-86-nas-sombras-do-estado.html
comentários(0)comente



Niájera 28/09/2019

Chocante!
Saber que a história é verídica deixa tudo mais impressionante. Não imaginava a frieza com a qual o estado islâmico alicia suas vítimas e como é a verdadeira realidade, muito pior... Leitura pesada mas que vale a pena.
comentários(0)comente



Pâmela Sampaio 18/11/2019

UM CONJUNTO DE FATORES.
NOTA | 4.0


Seria bem mais fácil julgar a Sophie Kasiki. Criticá-la por ter sido estúpida ao ponto de se deixar enganar, por ter acreditado cegamente e por ter se sujeitado a tudo aquilo. Mas nada acontece por conta de apenas UM fator. Eu acredito que a depressão, a solidão e o vazio que a Sophie sentia a levou a fazer o que fez. Também acredito que se aproveitaram da sua fragilidade e ingenuidade, e, principalmente, da sua procura por um porto seguro e da sua vontade de ajudar o próximo.

Sophie sempre esteve a procura de algo que a fizesse se sentir útil, como a mesma diz ao longo do livro. Ela não estava se sentindo útil no seu emprego, seu casamento não estava bom, e ela não tinha nenhum familiar ou amigo próximo de verdade. Aparece, então, a oportunidade de realmente ajudar pessoas. De ir para um país afetado por uma guerra e auxiliar aqueles que realmente precisavam. Aparece a oportunidade de se fazer útil, ao mesmo tempo em que se tem a garantia de que vai ser uma viagem temporária e que se estará protegida por pessoas que estão lá há algum tempo e que ela conhece. Como recusar uma oportunidade dessas, levando em consideração sua situação atual? Sophie tem, sim, responsabilidade pelo que aconteceu. Mas não sejamos injustos ao ponto de dizer que ela, individualmente, é culpada de tudo.

Li uma reportagem no The Guardian sobre sua experiência e nele fica ainda mais claro o quanto ela estava fragilizada e como isso foi usado para manipula-la. Quem tiver interesse, aqui vai o link:

https://www.theguardian.com/world/2016/jan/09/sophie-kasiki-isis-raqqa-child-radicalised.

Este livro é um relato triste, mas necessário. Com ele, podemos ver como é poderosa a propaganda do EI, como a Europa ainda é bastante racista e xenofobica, e principalmente, como a depressão pode levar as pessoas a fazerem as coisas mais impensáveis. Dito isto, espero mesmo que a autora, com o pseudônimo de Sophie Kasiki, esteja em um lugar melhor agora e que ela tenha encontrado seu propósito.
comentários(0)comente



69 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR