Conselhos espirituais

Conselhos espirituais Mestre Eckhart




Resenhas - Conselhos espirituais


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Marcos606 12/04/2023

Os ensinamentos de Eckhart descrevem quatro estágios da união entre a alma e Deus: dessemelhança, semelhança, identidade, ruptura. A princípio, Deus é tudo, a criatura não é nada; no estágio final, “a alma está acima de Deus”. O poder motriz desse processo é o desapego.

1. Dissimilaridade: “Todas as criaturas são nada puro. Não digo que sejam pequenos ou mesquinhos: são o puro nada.” Enquanto Deus possui o ser inerentemente, as criaturas não possuem o ser, mas o recebem derivativamente. Fora de Deus, existe o puro nada. “O ser (das coisas) é Deus.” O “homem nobre” move-se entre as coisas com desapego, sabendo que elas não são nada em si mesmas e, no entanto, conscientes de que estão cheias de Deus – o seu ser.

2. Semelhança: O homem assim desprendido do singular (as coisas individuais) e apegado ao universal (o Ser) descobre-se imagem de Deus. Surge então a semelhança divina, uma assimilação: o Filho, imagem do Pai, engendra-se na alma desprendida. Como uma imagem, “você deve estar Nele e para Ele, e não em você e para você”

3. Identidade: As numerosas declarações de Eckhart sobre a identidade entre Deus e a alma podem ser facilmente mal interpretadas. Ele nunca tem uma identidade substancial em mente, mas a operação de Deus e o vir-a-ser do homem são considerados um só. Deus não está mais fora do homem, mas perfeitamente interiorizado.

4. Avanço: Para Meister Eckhart, a identidade com Deus ainda não é suficiente; abandonar todas as coisas sem abandonar a Deus ainda é não abandonar nada. O homem deve viver “sem porquê”. Ele não deve buscar nada, nem mesmo Deus. Tal pensamento leva o homem ao deserto, anterior a Deus. Para Meister Eckhart, Deus existe como “Deus” apenas quando a criatura o invoca.

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jsilveira 22/03/2021

Excelente
Mais que uma leitura, uma meditação. Muita sabedoria, alguns segredos, paz para os dias atuais.
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denis.caldas 29/08/2020

Perdoado quase 700 anos depois.
Eckhart de Hochheim, O.P. (Tambach, Turíngia, 1260 – Colônia, 1328), mais conhecido como Mestre Eckhart, em reconhecimento aos títulos acadêmicos obtidos durante sua estadia na Universidade de Paris, foi um frade dominicano alemão, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média. (da Wikipédia)

Mestre Eckhart proferiu eloquentes sermões e deixou muitos textos de grande beleza e profundidade, marcados por uma linguagem paradoxal, incomum e, para alguns, controversa, que o levaram a ser questionado pela ortodoxia católica e julgado pela inquisição. Morreu antes de ser condenado por heresia. No final dos anos 90, Joseph Ratzinger, então presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, reconheceu sua ortodoxia e o valor de seus ensinamentos. (da 2ª orelha)

Este livreto contém as conversações que o vigário da Turíngia, o prior de Erfurt, Frei Eckhart, da Ordem dos Pregadores, manteve com seus filhos (espirituais) que lhe colocavam muitas questões quando estavam sentados juntos para as preleções da tarde. (da Contracapa)

Isto posto, o que eu digo, reles leitor?! Ao ler essa poucas 70 páginas, me parece que li 700; concordando a nossa colega skoober Eliane Maria, que também resenhou aqui, se engana quem acha que vai encontrar uma leitura fácil. De fato, cada um dos 23 capítulos deste livro, uns curtos, outros mais longos (respeitada a proporção), nos causam uma catarse de meditação, como se você estivesse degustando um alimento simples, porém nutritivo.

Lembrei que, para muitos e como é divulgado há tempos, a Idade Média foi a Idade das Trevas; poderíamos concordar ao ver como o próprio autor foi quase condenado pela Inquisição devido às suas ideias, pois somente após quase 700 anos foi "perdoado" pelo então Inquisidor-chefe, o papa emérito Bento XVI. Por outro lado, vejamos como a Idade dita das Trevas foi profícua em filósofos, inventores, cientistas, artistas e outras sumidades; Mestre Eckhart se encontra nesse rol.

Ah, só para registrar, o texto possui cotradução de Leonardo Boff que, coincidentemente, também foi quase condenado pela moderna Inquisição devido à Teologia da Libertação, pelo mesmo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé que perdoou Mestre Eckhart, o então cardeal Joseph Ratzinger.
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Eliane Maria 28/07/2017

O que eu achei do livro.
Mestre Eckhart – Conselhos Espirituais.
Trata-se de conversações onde os filhos espirituais de Frei Eckhart, tiram suas dúvidas.
Achei a narrativa um pouco difícil. Não é daqueles livros que você vai lendo e guardando no coração os ensinamentos. Tem que ler várias vezes para assimilar.
1- A obediência verdadeira e perfeita é uma virtude que precede as demais virtudes. Não é o seu querer que está em primeiro lugar, e sim o querer de Deus.
2- A oração mais forte, é aquela que brota de um coração livre. Um coração que não se perturba com nada.
3- Preocupados e cheios de si: são aqueles que gostariam de serem tantas coisas, fazerem várias obras de piedade. Comece por si mesmo, é o conselho do Mestre. Pessoas que procuram a Paz em coisas exteriores, sejam em lugares ou pessoas nada encontram.
4- Como é útil renunciar o exterior e interiormente: De nada valem as obras daqueles que não são portadores de uma natureza elevada... Coloca o teu empenho em ser bom
5- O que faz a essência e o fundamento serem bons: É a atitude do homem voltada totalmente para Deus, pois com Ele virá tudo que é divino, nada de mal.
6- O despojamento e a posse de Deus: Não é se afastar totalmente dos homens para encontrar a paz, pois a pessoa que conquistou a paz, a terá em qualquer lugar. O homem deve apreender sempre de Deus, estar unido a Ele, em tudo que ele fizer.
7- Como o homem deve agir da forma mais natural possível: Deve usar a própria razão e possuir em tudo uma constância aguda acerca de si mesmo e de sua interioridade e apreender Deus em tudo da forma mais profunda possível. Estar unido a Ele em todo o seu agir, pensar, querer etc.
8- O empenho constante no máximo crescimento: O homem jamais deve julgar tão bem a sua ação, mesmo que a tenha feito perfeitamente, a ponto de se tornar desligado das obras e seguro de si mesmo e reduzir sua razão à ociosidade ou ao entorpecimento. Tem sempre que medir as duas forças: razão e vontade.
9- Como a inclinação para o mal pode tornar o homem piedoso: A inclinação para o mal não é pecado, mas o querer pecar, isso sim é. É necessário exercitar a virtude continuamente, a vontade firme e eterna vigilância.
10- Como a vontade tudo pode e como todas as virtudes residem na vontade, com a condição de que seja reta: Ninguém precisa temer nada se estiver de boa vontade
11- O que o homem deve fazer quando é privado de Deus, e quando Deus se esconde.
12- A questão do pecado: como a gente deve se comportar quando se encontra em pecado?
13- Os dois arrependimentos
14- A verdadeira confiança e esperança
15- As duas certezas da vida eterna
16- A verdadeira penitência e a eterna bem-aventurança
17- Como o homem deve manter-se em paz quando não quando não encontra em aflição externa, como Cristo e muitos santos, e como deve seguir a Deus.
18- De que maneira o homem, conforme a situação poderá aceitar alimentos finos, vestes nobres e alegre companhia, que lhe cabe segundo o costume
19- Por que Deus tolera que pessoas de bem, sejam impedidas de praticar o bem
20- Que o Corpo de Nosso Senhor seja recebido frequentemente e da maneira e devoção com que isto se deve fazer
21- O zelo
22- Como se deve seguir a Deus de maneira perfeita
23- As obras interiores e exteriores
Todas essas questões acima são tratadas nesse livro.
Essa historinha vale a pena ser registrada:
“Certo cidadão queria canalizar uma fonte para dentro de sua horta e disse: Desde que eu obtenha a água desejada, não me interessa de que espécie seja o rego que conduz a água” ...
Assim também não interessa o modo como Deus opera, se é através da natureza ou da graça. Basta que Ele opere...
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