Heitor.Hissao 03/05/2022
Poe é o tipo de artista que quanto mais eu penso, mais eu o admiro. Meu primeiro contato com sua obra, foi odiando, não me culpo pois não estava preparado; por assim dizer.
Porém, relendo alguns dos contos de vez em quando, e agora, relendo cada um dessa coletânea, é difícil não admirar. Ele cria essa atmosfera triste e infinita belamente, nunca retrata pessoas normais, são sempre várias versões da sua própria angústia. Descreve, em sua forma, todos os defeitos e vícios dos protagonistas, sempre demonstrando seus problemas. Também, mesmo em narrativas tão objetivas, conseguia imprimir sua visão de mundo perfeitamente.
Ele é, a literatura moderna encarnada em um ser. É muito além de suas histórias tenebrosas, que tanto marcam as capas de seus livros. Poe fez construiu um gênero e o desconstruiu depois, ele é a prova que Shakespeare não era uma junção de pessoas que escreviam e assinavam um pseudomimo.
O mais legal dessa edição em específico, é trazer textos do Cortazar, do Borges e do Baudelaire sobre o Poe, mostrando quantos artistas diferentes ele marcou e segue marcando.