La Isla Bajo el Mar

La Isla Bajo el Mar Isabel Allende




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Emanuela 28/12/2020

Narrativa ágil cheia de histórias e personagens
Allende é uma tremenda contadora de histórias. Ela cria personagens como ninguém e em "La Isla Bajo el Mar" temos um desfile deles. Para todos os gostos! Tão gente como a gente que os amamos e odiamos a cada página, a cada reviravolta.

Mas vamos a história! La Isla Bajo el Mar conta a vida de Zarité, uma negra que se torna escrava desde os seus nove anos, quando é vendida a Toulouse Valmorain, francês que chegou à República Dominicana para ver o pai e acabou não retornando à França. Ele cuidou da fazenda da família com a ajuda de um capataz mão de ferro que cuidava de seus escravos e vivia em constante luta contra seu senso moral e a necessidade de fazer dinheiro.

Zarité se torna uma escrava doméstica, cuidava da esposa de Valmorain e mais tarde de seu filho Maurice. Como era comum naquela época, Zarité foi violada por seu senhor e teve uma filha, Rossette. Mas ela só conhece o amor nos braços de Gambo.

Enquanto tudo isso acontecia na fazenda, Santo Domingo pulsava e no final do século XVIII veio a revolução dos escravos. Os Valmorain tiveram que fugir para Cuba e depois para os Estados Unidos. A esta altura, Zarité seguia com a família que agora se resumia a Valmorain e Maurice, e teve que provar novamente seu valor, pois a nova terra trouxe novos desafios para ela.

Mas além dos personagens principais, o livro é rico em personagens secundários que dão mais cor e força à trama. Eles trazem uma riqueza importante, cada um contando um pedacinho do que era viver naquela época: um médico que possui uma família escondida, uma meretriz, um militar, um fanfarrão espanhol... Todos a sua maneira, enriquecem a narrativa.

Vale destacar que a narrativa intercalada. Além do narrador em terceira pessoa, vários capítulos são contados pela própria Zarité, o que nos traz sempre uma nova perspectiva sobre o que está se passando e especialmente como a nossa protagonista sentiu e viu as coisas acontecerem.

Outro ponto forte da trama é seu contexto histórico. A autora recria com tanto cuidado que não sei se estaríamos certos em classificarmos o livro como um romance histórico. Eu que nunca havia pensado e desconhecia totalmente a história do Caribe, pude ir sabendo aos poucos das revoltas, do contexto da separação da República Dominicana e Haiti, da Revolução Haitiana, da emancipação dos escravos e até mesmo um pouco da vida em New Orleans, onde se passa a segunda parte do livro, e da realidade de Louisiana em relação à escravidão.

Como é normal na narrativa de Allende, estão presentes também doses de magia, vodu, crenças e, claro, seus espíritos.

O livro é extenso, mas vale a leitura. Allende mantém uma narrativa ágil e constante.
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