Davi Oliveira 26/04/2023
Ele se ergue novamente
O quarto livro da série de Rick Riordan tem como ponto central a missão de impedir que as tropas de Cronos se utilizem do Labirinto de Dédalo para se movimentar de maneira rápida e segura até o centro do Acampamento Meio-Sangue e proferir um ataque. Posteriormente, se direcionando até o Olimpo onde se daria início a Segunda Guerra dos Titãs. O enredo deste livro se desenrola principalmente no interior do Labirinto de Dédalo, uma construção mágica com ?vida própria? que pode levar qualquer um a qualquer lugar do mundo.
O motivo inicial de explorá-lo se dá pela procura de Grover ao deus do mundo selvagem Pã. O mundo selvagem do planeta vem se deteriorando cada vez mais, decorrente de toda a poluição e descuido provocado pelo homem. E segundo os seres da natureza (dríades, sátiros, espíritos) a única maneira de salvar o mundo selvagem seria encontrar Pã. A partir disso foi criado o Conselho dos Anciãos do Casco Fendido, uma organização criada para esse fim.
Nos acontecimentos do livro anterior, Grover recebe uma mensagem do deus desaparecido quando estava em missão no Novo México. Agora, é dado a ele um curto prazo para que encontre Pã ou perderá sua licença de buscador. Já que praticamente toda a superfície do planeta foi explorada a procura da divindade, é chegada a teoria de que o deus só poderia estar em algum lugar do subterrâneo, um lugar acessível através do Labirinto.
Mas, além disso, é descoberto que as tropas de cronos estavam explorando o Labirinto a procura da oficina de Dédalo, com o objetivo de encontrar o inventor e fazer com que ele ajudasse o titã Cronos a se reerguer, dando sua contribuição através do fio de Ariadne para que o exército do titã pudesse se guiar pelo Labirinto. Com o fio, o exército poderia invadir o Acampamento Meio-Sangue e, em seguida, invadir o Olimpo, dando início a Segunda Guerra dos Titãs.
Analisando de maneira crítica a estrutura narrativa, o que mais me incomodou no livro foi o tratamento do clímax da saga. É neste livro que temos a ressurreição de Cronos, o elemento chave que irá desencadear a trama central da saga, e esse acontecimento, na minha concepção, foi feita de maneira rasa, sendo colocada em segundo plano. Esse elemento merece destaque, mas acabou sendo tratado de uma maneira corriqueira no livro. A meu ver, a exposição desse acontecimento é que deveria ter sido o desfecho do livro, sendo possível a utilização de um cliffhanger. Daria um maior impacto na introdução do próximo e último livro da saga.
Com relação ao desenvolvimento dos personagens, é algo explícito. Muito desenrolar foi criado para os protagonistas e até para os de segundo plano, como Clarisse.
O livro segue a mesma fórmula dos anteriores: tipo de escrita do autor, diálogo de personagens, a estrutura de enredo básica criada pelo autor. Não é algo negativo, já que esta é a proposta do livro e do autor.
Concluindo, foi como de costume uma leitura fluida e de fácil entendimento. A meu ver, pecou principalmente na organização do elemento narrativo descrito. O autor poderia ter desenvolvido algo melhor. Mas isso não anula o meu carinho pela saga, tanto é que continua sendo minha saga de livros infantojuvenis favorita. Recomendo a leitura.