Vermelho Brasil

Vermelho Brasil Jean-Christophe Rufin




Resenhas - Vermelho Brasil


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Marco Maia 18/01/2022

A melhor definição de lazer com qualidade
Leitura despretensiosa, pois comecei a ler para descansar a cabeça, se tornou um belo achado. Misto de história e ficção, o autor se baseia no contexto histórico da tentativa do Rei de França em construir uma colônia no Brasil no início do século XVI para construir um romance empolgante, que prende a atenção do leitor. A saga de duas crianças, que tomaram parte na expedição para serem usadas como intérpretes junto aos índios. O crescimento pessoal, os valores, descobertas e acima de tudo a possibilidade de optar pelo certo, pelo belo, pela natureza.
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fabio.ribas.7 13/05/2021

Vermelho Brasil
Muito bem escrito. Narrativa muito gostosa de ler e nos leva a um tempo que pouco conhecemos: a França Antártica.

O duelo entre católicos e protestantes quanto à mesa do Senhor, se há ou não a transubstanciação numa discussão interrompida pelo grito apavorado de um personagem dizendo ?os canibais a comeram?, referindo-se a uma das mulheres que teria sido devorada por indígenas é genial. Mas, com maestria, Rufin consegue nos mostrar que o pomo da discórdia entre católicos e protestantes era anterior ao problema da ceia. A discussão que causou a grande divisão era antropológica: afinal, é o homem bom ou não? Para os católicos, sim. Para os protestantes, não. E é daí que se traduz toda a relação que ambos os grupos tem com o mundo a sua volta, visões que se mostram totalmente diferentes entre um grupo e outro. E é aqui, particularmente, que é exposto um tema atualíssimo para nós leitores da obra de Rufin, a saber, o amor ao próximo. O autor nos faz ver muito bem isto: é na concepção diferente da natureza humana que católicos e protestantes se colocam em lados opostos e, por isso mesmo, suas práticas são tão diferentes. Veja bem, esta é a visão que o autor nos mostra pelos olhos de um de seus personagens principais, Villegagnon. Este poderia tolerar quaisquer blasfêmias dos protestantes, menos o pecado de não amar o próximo. Como assim o homem não é bom?! Este é o estopim para que Villegagnon os expulse de volta para a Europa. Essa concepção de que o homem é bom pode ser encontrada até mesmo em alguns círculos evangélicos, ainda que não conscientes. Mas na prática de muitos evangélicos reside a confiança de que há inocentes na face da terra, assim, para muitos, é mais importante amar o próximo do que pregar o evangelho que irá declarar que eles são filhos da Ira de Deus! O que cremos, portanto, é o que nos leva a fazer isso ou aquilo.
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Gabriel Paixão 04/03/2021

Excelente Romance
O autor usa como pano de fundo acontecimentos reais para contar a Historia de Just e Colombe, dois irmao levados da França para o Brasil colonial para aprender a lingua dos indios e servir de intérpretes para os franceses que Fundaram a França Antártica, onde hoje é o atual Rio de Janeiro.
Mistura personagens reais e fictícios, numa trama bem estruturada com suspense, ação, reviravoltas e surpresas...
Adorei esse livro pois ao mesmo tempo que trás informações históricas que engradecem o conhecimento ele também nos trás o entretenimento de personagens carismáticos.
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Lude 31/01/2017

Despretensão
Quando era mais novo, numa escala de preferência dos tipos de leitura, nada batia uma boa aventura. Essa palavra me parece fora de moda ultimamente: poucos filmes ou livros são caracterizados como de aventura. Na verdade, esse termo começa a ter um sabor nostálgico, até meio ingênuo.
"Vermelho Brasil" é uma aventura - talvez um pouco mais lenta que as que eu lia aos 12, 13 anos, mas ainda assim uma aventura. Há conspirações, identidades secretas, provações, viagens de navio e, a seu término, um mundo novo a ser descoberto pelos protagonistas. Em suma, é uma leitura divertida; dela extraí muito prazer. Me surpreende - para o bem - que um livro tão despretensioso tenha levado para casa o Prêmio Goncourt de 2001. Ademais, numa nota mais pessoal, acho divertido ver os estrangeiros falando do nosso país.
Neste último aspecto reside a faceta que roubou a última estrela do livro. Rufin parece compartilhar com Rousseau o imaginário do "bom selvagem". Não que o autor se furte a discutir práticas mais chocantes dos tupinambás, mas enquanto que os vícios dos europeus são impiedosamente denunciados, os dos indígenas são apenas mencionados "en passant". Em geral, eles aparecem ainda como os últimos cidadãos do Éden, com direito a nudez inocente e paraíso na Terra. E apesar da ingenuidade de Rufin, seu livro se impõe pela simples diversão que proporciona.
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Malanovicz 30/06/2013

França Antártica
Gostei muito de ler este "Vermelho Brasil", de Jean-Christophe Rufin (Objetiva, 2002, 408 páginas). Neste semestre, estou estudando francês, e um dos textos trabalhados em aula tratava da França Antártica. Esse foi o primeiro ponto de interesse no livro para mim, logo que vi o subtítulo dizendo "O Romance da Conquista do Brasil pelos Franceses". E, recomendando ainda mais, a informação de que o livro recebeu o Prêmio Goncourt 2001.

Gosto muito da ambientação dos romances históricos como este. Eles fazem com que o leitor se sinta quase fisicamente presente no tempo e no palco dos acontecimentos. Esta história é tão bem contada, com a recriação de tantos detalhes desta parte "esquecida" da história do Brasil, verdadeiros e ao mesmo tempo inverossímeis, que me lembra os livros do historiador gaúcho Eduardo Bueno, o Peninha. Imaginei se, em nossas aulas de história fossem recomendados livros de ficção como este, creio que os estudantes certamente se sentiriam envolvidos com a história! Por outro lado, pelo lado mais literário e menos histórico, a aventura, as paixões, o idealismo e o "carisma" dos principais personagens me lembraram as histórias de Alexandre Dumas. E as intrigas, as traições, os conflitos de poder, os rituais religiosos, as guerrinhas de religião, me lembram as Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R.Martin.

Adorei a narrativa, que nos conduz avante e atrás no tempo na hora exata, explicando o que precisa, sem perder o ótimo ritmo. :) Gostei muito de inúmeras frases, muito poéticas dentro da história, especialmente ao falar de Colombe-Colin-OlhoSol, e suas decisões em sua nova vida, e também de Just e seus devaneios. Gostei muito da "libertação" psicológica dos personagens principais, que a cada parte da história foram amadurecendo ao perceber as dificuldades de sua nova vida, e ao perceber o que, realmente, para eles, era o mais importante a ser preservado.
Malanovicz 01/07/2013minha estante
Depois, ao longo da história, percebi outro ponto de interesse: a inusitada (mas muito eficiente) ideia dos franceses de levar crianças a bordo para servirem de intérpretes da língua dos indígenas, já que têm "o dom das línguas" até os seis ou sete anos. :-)




Paccelli 28/01/2009

Mas o outro...
Interessante, mas o Rufin nao consegue superar "O Abssínio"... chega perto, mas...
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Shaftiel 13/01/2009

Vermelho Brasil é um livro diferente, algo que deveria ser mais valorizado pelas editoras brasileiras, afinal é um romance histórico e um romance histórico sobre o Brasil! Certo, não é basicamente sobre o Brasil, mas sobre os franceses no Brasil. No entanto, faz parte da nossa história, sem dúvida.

Foi preciso um francês para escrever um romance histórico muito bom sobre nosso país. Uma pena e uma vergonha para nós. Esse é um romance ótimo. Trata da época em que a França fundou uma colônia onde hoje é a cidade do Rio de Janeiro. Junto com os colonizadores vieram duas crianças que são a parte central da história, porém nem tudo está envolvido nelas. Há a disputa entre huguenotes e católicos, o contato com os indígenas, a divisão política dentro da colônia.

O livro tem uma narrativa ótima! Os personagens são interessantes e a história envolvente. É uma parte do Brasil contata em uma mistura de ficção de história. Uma obra que merece ser lida! Nossos autores deveriam escrever mais sobre isso. Nossas editoras deveriam lidar mais com romances históricos brasileiros. Mas aço que há o fato de todo brasileiro sempre fazer chacota ou ter vergonha de sua história. Infelizmente, o Brasil não costuma crer na própria história.

Recomendo esse livro. Leia e se divirta!
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