Caroline Gurgel 12/03/2021Para sermos pacientes e bons observadoresEm ‘Educar na curiosidade’, Catherine L’Ecuyer fala, essencialmente, que devemos parar, observar e ser pacientes, para conseguirmos ter a sensibilidade necessária para entender as necessidades de nossos filhos.
No início do livro, a ideia de que estímulos podem ser prejudiciais para nossos filhos parece um pouco confusa, contudo, a autora logo deixa claro que fala das telas, dos video games, de uma vida cheia de barulho e informação desnecessária, ou seja, dos superestímulos.
Fala da importância de não antecipar etapas e de deixar que a curiosidade da criança pequena seja o motor para seu aprendizado. Contudo, ressalta que uma criança não se educa sozinha, é preciso lhe dar limites e uma estrutura mínima e segura, algo que chama de ‘caos controlado’, para suas descobertas.
L’Ecuyer fala da importância do contato com a natureza, de observar o ritmo lento de um caracol ou do crescimento de uma planta, de nunca cair no excesso e no consumismo, de ensinar a criança a esperar e desejar algo. Fala que é preciso dizer não até o fim, sem ceder; que criança precisa de carinho, de mais tempo em família, de menos barulho e de mais silêncio.
O capítulo em que fala sobre Beleza - a expressão da bondade e da verdade - é, a meu ver, o mais interessante. Devemos cercar nossas crianças de Beleza, com B maiúsculo mesmo, enriquecer suas vidas com o que há de melhor e protegê-las daquilo que não as convém. É preciso, no entanto, ter cuidado para não cair no artificial e no forçado. O artificial não tem beleza, e se não a tem, não serve para nossos filhos.
Como saber se estamos antecipando etapas e superestimulando nossos filhos? Como saber se estamos oferecendo-lhes toda a Beleza da qual necessitam e protegendo-lhes da vulgaridade e mediocridade? A autora diz que é preciso sensibilidade. Para isso, devemos aprender a ouvir, observar, ser paciente, prestar atenção às necessidades das crianças e jamais buscar modelos ou fórmulas prontas.
“A beleza não faz feliz a quem a possui, e sim a quem possa amá-la e adorá-la.” (Hermann Hesse) Que saibamos, portanto, ensiná-las a apreciar toda a beleza que as cercam.
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