História da sua vida e outros contos

História da sua vida e outros contos Ted Chiang




Resenhas - História da sua Vida e Outros Contos


156 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Wanderson 13/07/2019

Sensacional
Finalmente sei o que dizer. depois de ler esse livro, "me senti incompleto". A mesma sensação de terminar um namoro de muito tempo.

Basicamente isso.
Lucas 13/07/2019minha estante
já viu o filme?


Wanderson 13/07/2019minha estante
Sim, antes de ler. Mas mano, esse é o terceiro conto do livro e encaixa muito perfeitamente. A sensação que você tem das lembranças de algo que vai acontecer foi muito blow minding para mim.

Daí tem 2 coisas que acho interessante falar:
+ Existe uma expressão que diz que "você muda de personalidade quando muda de idioma" e isso é muito verdade. Me sinto uma pessoa completamente diferente quando falo em alemão ou inglês.

+ Existe uma teoria, um pouco diferente da que ele trabalha que diz o seguinte: se fosse possível regredir todos os fatos até o primeiro fato acontecer e tendo o conhecimento de todas as regras que regem o universo, seria possível prever todos os acontecimentos.

Basicamente, o que é o livre arbítrio senão algo que inventamos para nos sentir bem? Fiquei o dia todo divagando sobre o nada. haha


Wanderson 13/07/2019minha estante
Acho que falei demais. hahah


Lucas 14/07/2019minha estante
Você teve uma epifania, não foi? haha
tão bom quando um livro faz isso com a gente.




Vinícius 04/01/2017

Um livro sobre aprendizado e conhecimento - e como lidamos com isso
É um lugar-comum dizer que escrever uma resenha de contos nunca é fácil, mas essa é a mais pura verdade, ainda mais quando os contos não têm nenhuma ligação entre si. Ou será que têm?

Ler História da Sua Vida e Outros Contos foi uma experiência completamente diferente na minha vida, em vários aspectos. Apesar de já ter lido Asimov antes, nunca havia entrado em contato com uma ficção científica mais profunda, mais hardcore, e, principalmente, que tratasse de temas tão variados que me fizeram questionar se o livro era FC, fantasia, ou se eu simplesmente poderia colocar tudo numa caixinha chamada ficção especulativa”.

A aposta da editora Intrínseca, a meu ver, se mostrou muito acertada, principalmente aproveitando o “hype” do filme A Chegada, baseado no conto supracitado. No entanto, acredito que nem todos irão apreciar esta obra, tampouco o famigerado conto, e ela pode se tornar algo de nicho, o que seria perfeitamente normal.

A Torre da Babilônia

"– Vivemos na estrada para o céu, todo trabalho que fazemos é para estendê-la ainda mais. Quando deixarmos a torre, vamos pegar a rampa de subida, não a de descida."

O primeiro conto trata de uma visão diferente do conto bíblico sobre a Torre de Babel. Aqui, acompanhamos um minerador, Hillalum, que foi contratado para subir a torre e escavar a abóbada do céu.

Este conto de abertura me pegou de surpresa, pois eu esperava só ficção científica com equipamentos tecnológicos, alienígenas e afins. Mas não, em vez disso, vemos um mundo antigo, bíblico, em que questões físicas são manifestadas e percebidas pelos personagens: embora eles não saibam explicá-las (o narrador trata de fazê-lo), sabem utilizá-la a seu favor. É o homem moldando a natureza ao seu redor.

Entenda

Um homem é submetido a um fármaco experimental para salvá-lo do coma, mas essa droga acaba por aumentar a sua inteligência ilimitadamente, superior a de um supercomputador.

Este para mim foi o conto mais inquietante do livro, pois, além da narrativa acelerada, mostra uma pesquisa bem engenhosa de Ted Chiang: desde questões psicológicas, a termos técnicos de computação – formação do autor –, medicina e até mesmo poesia!

Esta é uma narrativa em 1ª pessoa com muito fluxo de consciência e muito descritiva, mas que me agradou. Aprendemos quase que junto com o narrador (se é que é possível), e é necessária muita atenção para acompanhar o crescimento gradual da sua inteligência (a propósito, achei a técnica empregada pelo autor simplesmente genial e natural).

Divisão por Zero

Uma doutora em matemática sai do sanatório e descobre uma forma de provar que a aritmética é inconsistente. Paralelo a isso, seu marido, um biólogo, que também sofreu com problemas no passado, vê seu casamento se desmantelar.

Achei este o conto mais complexo da coletânea. É como se o autor aplicasse alguma teoria matemática dentro da própria teoria literária, na forma com a qual escreve. Não só pelas suas divisões de tempo, mas com a sua estrutura narrativa. Ele nos cativa com o biólogo e a sua preocupação com a esposa, ao passo que nos angustia com a busca dela pela fórmula matemática.

História da sua Vida

Alienígenas chegam ao nosso planeta e tentam se comunicar conosco. Para isso, são recrutados inúmeros profissionais para decifrar a linguagem deles. Acompanhamos a Dra. Louise Banks em seu processo de aprendizagem, e como isso muda a sua vida e a sua visão.

Talvez o mais icônico do autor, graças ao filme. Acho muito difícil falar sobre essa história sem revelar qualquer coisa importante do enredo, mas posso dizer que é sobre aprendizado e escolhas. A interpretação do leitor sobre o que isso quer dizer estará condicionada à sua interpretação da história. Um conto inteligente, cativante e muito emocionante.

Obs: sou apaixonado tanto pelo filme quanto pelo conto, embora eles se difiram em sua “motivação de roteiro”. No filme, temos uma ameaça militar; no livro, não há nada a não ser o aprendizado.

Setenta e duas letras

Em uma Inglaterra alternativa, a humanidade desenvolveu as técnicas de desenvolver Golens, autômatos de argila descritos na crença hebraica. Acompanhamos um Robert em busca de um Nome que poderá ser empregado nos seres humanos e evitar sua extinção.

Este é último conto nos moldes dos anteriores, com narrativa linear e diálogos. Comparado aos outros, é o mais descritivo e pesado, destoa muito das técnicas anteriores e acaba deixando o famigerado “show, don’t tell”* de lado.

Depois de vencer as primeiras páginas, a história começa a ficar interessante. A questão humanitária comum à FC se vê nas últimas 10-15 páginas, assim como todo o clímax. O final é interessante, mas carregado de termos técnicos que fogem dos meus conhecimentos, mas que não me afastaram do sentimento que o autor queria empregar.

A Evolução da Ciência Humana

Este é mais curto de todos, e também o mais diferente, mostrando a versatilidade do escritor. Neste, ele simula uma reportagem de uma revista científica, explicando uma situação específica em um futuro distante em que se questiona a inteligência humana em relação à sua dificuldade para se comunicar com meta-humanos, sendo estes uma criação deles. É bem interessante observar a forma narrativa de Ted, neste caso, embora o conto em si não agregue muito a leitores em geral.

O Inferno é a ausência de Deus

Anjos surgem na Terra o tempo todo, mas nunca trazendo uma mensagem específica. Em vez disso, toda vez que aparecem, algumas bênçãos e algumas desgraças acontecem àqueles que estiverem próximos. Acompanhamos a história de Neil, que perdeu a esposa em um evento angelical, e a sua tentativa de amar a Deus, ou pelo menos ser merecedor de ir para o Céu e ficar ao lado de sua amada.

Este conto trata de causa e efeito, utilizando-se de uma crença religiosa. Pode não agradar quem tiver convicções muito fortes, por isso não recomendo a esse tipo de leitor. Aqui, Ted adota a narrativa pura, sem diálogo, com micro passagens de tempo, como se fossem várias crônicas de cada personagem (são três, mas apenas um é o principal); uma técnica não muito usada hoje em dia, pois pode deixar a leitura muito cansativa e muito afastada do leitor. No entanto, Chiang executa bem e tem uma narrativa fluida e atrativa.

Uma pequena observação: embora o humor não seja o objetivo do autor, fiquei com uma sensação de estar lendo um texto do Terry Pratchett em alguns momentos. Ainda assim, o final nos faz pensar bastante.

Gostando do que vê: um documentário

Uma técnica – a caliagnosia – foi criada para que as pessoas não vissem mais defeitos nos rostos. Ou seja, não existe mais o conceito de beleza, então todos se tratam não mais com base na aparência.

Este conto é escrito em forma de documentário, contendo a narrativa de vários “entrevistados”, desde pessoas comuns, a especialistas que explicam o funcionamento da técnica e a sua reversão. É mais um conto que mostra a versatilidade do autor, e realmente me fez sentir como se estivesse vendo um documentário (acho que por isso não gostei muito).

Li em alguns blogs e comentários que os contos desta coletânea não se comunicam, que são muito diferentes entre si. Eu discordo. Todas as histórias, a meu ver, tratam de conhecimento e aprendizagem: de como o conhecimento nos afeta, e de como grandes descobertas podem ter um impacto sobre quem as descobre.

Os contos terminam sempre com o final em aberto, uma técnica muito empregada para esse tipo de narrativa (e que muito me agrada). Isso não é preguiça do escritor, é uma forma de permitir que o leitor tire suas próprias conclusões, formule suas próprias conjecturas, além de mostrar que a história não acaba necessariamente ali, e o que ele nos mostrou é apenas um recorte.

No geral, a coletânea é muito boa, embora eu tenha ficado um pouco incomodado em alguns contos. Alguns dirão que esta é uma obra para “pseudointelectuais” que fingem entender o que há nela, e eu acho esse tipo de comentário muito mesquinho. A verdade é que o autor gosta de empregar muitos termos técnicos e traz muita carga pesada para sua narrativa, mas, no fim, ele fala da natureza humana, de quem somos e de como lidamos com isso.

Site: http://intocados.com/index.php/literatura/resenhas/880-historia-da-sua-vida-e-outros-contos-ted-chiang

site: http://intocados.com/index.php/literatura/resenhas/880-historia-da-sua-vida-e-outros-contos-ted-chiang
Rafael 08/01/2017minha estante
Considero que o conto História da sua Vida é um dos raros casos em que é possível dizer que o filme é melhor. Ainda não terminei todos os contos, mas os estou achando bem decepcionantes.


Vinícius 08/01/2017minha estante
:O


Rafael 10/01/2017minha estante
Discordamos em mais um ponto. A única colher de chá que dou pra esse livro é com o ultimo conto, que considero o melhor.


Thor 14/01/2017minha estante
Esse livro me incomodou...
Diferente de outros livros de ficção. O autor cria cenários e ideias. Ele desenvolve os assuntos de forma que o leitor possa possa pensar.
Achei um livro genial.
Realmente não é um livro fácil de ler, mas merece cada um dos 9 prêmios que recebeu.




Albieri 20/10/2020

O melhor do Sci-Fi
História da sua vida e outros contos ? Ted Chiang

Não sei nem por onde começar a falar dessa obra prima, sim pois para mim isso aqui é uma obra prima de primeira em relação as Sci-Fi que vemos por ai.

O autor deu detalhes tão técnicos que parece que poderia estar ocorrendo em nosso tempo.

Todos os contos sem exceção são de tirar o folego, claro que o conto que eu mais gostei foi História da sua vida, onde o filme A Chegada foi baseado.

Todos os contos tem algo importante a ensinar, dependo da perspectiva de cada leitor.

Eu agradeço demais a indicação recebida por amigo, que me apresentou essa obra, pena que não achei um romance do autor.


#TedChiang #Historiadasuavidaeoutroscontos #indicação #leitura #livro #book #minhaestante #cabeceira #skoob #Sci-Fi
Eduardo 20/10/2020minha estante
Agora vamos pressioná-lo para ele escrever um romance haha


Cristian 20/10/2020minha estante
Genial mesmo!


Dani 16/02/2023minha estante
Esse livro é fantástico!




Lili 19/04/2023

Interessante
Achei o livro bem interessante, com várias histórias originais e que fazem a imaginação viajar! O conto que deu origem ao filme A Chegada é incrível, a maneira que foi escrito é genial.

Outro que achei excelente foi "Gostando do que vê: um documentário", que aborda a beleza e como ela afeta a todos: quem a tem, quem a observa (e é impactado por ela) e quem gostaria de tê-la, além de nos fazer imaginar um mundo em que os efeitos dela fossem minimizados ou até anulados.

Recomendo!
Gabriela 05/05/2023minha estante
Combinou com a Cy de ler esse livro? Amei o filme "A Chegada".

Aliás, viu que a mãe de um dos caras de Columbine escreveu um livro? Será que o "Precisamos Falar Sobre o Kevin" deu o empurrão que ela precisava para contar tudo a partir do ponto de vista dela?


Lili 08/05/2023minha estante
Sim, foi do clube!
Eu não vi o filme, acredita?
Eu vi esse livro e pensei a mesma coisa! Quero ler tb




DaniM 04/01/2018

O escritor de ficção queridinho da atualidade, autor do conto que dá nome a este livro e que deu origem ao filme A Chegada, com Amy Adams e Jeremy Renner, elogiadíssimo pela crítica e pelo público. Uma sequência de contos de ficção chatos, aborrecidos, longos, nada criativos, pretensiosos e ainda com uma pegada de lição de moral pra humanidade que olha...haja saco.
Antes que venham defender o filme – que eu não vi – já adianto que é unânime entre aqueles quer leram-assistiram que o filme traz muito pouco da história do livro. Vai entender...


site: https://www.instagram.com/danimansur/
Gustavo.Martins 22/01/2018minha estante
Foi uma das poucas vezes que achei o filme melhor que o livro.


DaniM 23/01/2018minha estante
você não é o primeiro a me dizer isso. Preciso ver o filme




Bel * Hygge Library 25/12/2020

Meu interesse por esse livro se deu depois de ter descoberto que o meu filme favorito de todos os tempos, que é "A Chegada", foi baseado em um conto desta coletânea.
E fui surpreendida de forma maravilhosa, pois, não só o conto base do filme é maravilhoso, como também os demais e digo que é uma das melhores coletâneas de contos que já li na vida.
Todos os contos são de ficção científica e baseados em situações, textos com os quais o autor se deparou ao longo do tempo. No final do livro, há um apêndice que nos mostra a inspiração de cada conto.
E, misturados à ficção científica, nos depararemos com temas como cabala, religião, linguística, determinismo, fé, controle, política, etc. Todos eles mexem com nossa visão das coisas e nossa forma de pensar. Tanto que, foi por causa do filme e do conto que decidi tornar-me tradutora. Recomendo demais esta coletânea e esteja preparado, pois não é nada leve. Mesmo quem não tem o hábito de ler contos, conseguirá ler tranquilamente, pois todos os contos são muito diferentes entre si, uma ótima diversidade temática. Por favor, leiam!

site: https://www.instagram.com/hyggelibrary/
Luana Sousa 25/12/2020minha estante
Caramba, assim nossa lista nunca diminui.


Bel * Hygge Library 25/12/2020minha estante
@Luana JAMÉ hahahahaha!




Gustavo616 05/03/2023

Excelente e criativo
Resolvi ler o livro pois um dos meus filmes favoritos da vida é "A chegada" baseado no conto "História da sua vida". Definitivamente não me decepcionei.
Os contos variam de temas e qualidades, mas pelo menos 4 deles são espetaculares, incluindo o que baseou "A chegada".
Quem gosta de ficção científica Definitivamente vai gostar do livro que traz premissas diversas em cada história.
Deixo meu destaque para os contos: "Torre de Babel", "História da sua vida", "O inferno é a ausência de Deus" e "Gostando do que vê: um documentário".
O livro só não receberá a nota 5 pois nem todos os contos têm a excelência dos citados. De todo modo, vale a leitura.
Paula.Brener 06/03/2023minha estante
A chegada está entre meus favoritos da vida. Não sabia do conto! Já quero emprestado


Gustavo616 07/03/2023minha estante
Li no kindle :/




Aline ig @escape.abacharel 27/01/2021

Esse é o sexto livro do ano que eu li. A seguir, a resenha de cada conto:

- A torre da babilônia:
A humanidade está no ápice de suas conquistas. O povo da Babilônia está há séculos construindo uma torre gigantesca para chegar à abóbada do céu. O objetivo é conhecer a morada de Javé, o criador do mundo. Os humanos finalmente tinham uma forma de encontrar Deus, de subir ao céu e conhecer os segredos divinos. O conto acompanha a história de um minerador que faz parte da equipe contratada que vai escavar a abóbada. Enquanto ele sobe a torre em busca do desconhecido, ele se pergunta se Javé realmente quer que suas criações atinjam o sagrado. Adentrar nesse lugar alto e divino não seria perigoso, podendo desencadear eventos desastrosos por despertar a fúria de Javé? Será que a humanidade está preparada para as consequências da nossa curiosidade?

- História da sua vida:
A obra prima de Ted Chiang, que inspirou o filme A chegada, nos leva à situação de primeiro contato da humanidade com uma raça extraterrestre inteligente e obviamente mais avançada que chega à Terra. A protagonista do conto, a professora de linguagem Louise, foi acionada pelo setor militar americano para ficar encarregada de guiar e supervisionar o processo de contato com a civilização visitante. O objetivo é descobrir qual o propósito da visita à humanidade. Louise trabalha com Garry no desenvolvimento do entendimento e tradução da língua extraterrestre. Ao longo do conto, Louise vai descobrindo que os heptápodes não pensam de forma linear, com começo, meio e fim, ligando ação com consequência.

- Entenda:
Após um acidente onde um homem chamado Leon se afoga na água coberta de gelo, há um resgate, porém, Leon não passa de um vegetal. É aí que o hospital resolve testar uma nova droga no paciente vegetativo: o hormônio K. Esse hormônio tem a capacidade de regenerar neurônios danificados de pacientes privados de oxigênio. Porém, em pacientes normais o hormônio não tinha efeito nenhum. Além disso, esse hormônio tem um impressionante efeito colateral: dotar as pessoas de inteligência acima da média, com consequências de poder se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo e relembrar detalhes que geralmente são apagados pela memória.

- Divisão por zero:
Este conto é narrado em três pontos de vista diferentes: o primeiro, um ponto de vista matemático, o segundo ponto de vista pela perspectiva da Renee e o terceiro ponto de vista pela perspectiva do Carl. Renee é uma renomada acadêmica de matemática. Porém, o conto começa com Renee saindo de uma clínica psiquiátrica após uma tentativa de suicídio. Além disso, ela possui comportamentos que os médicos provavelmente descreveriam como comportamento obsessivo. Renee está desenvolvendo um formalismo matemático onde ela reescreve sistemas axiomáticos. Porém, Renee está tendo problemas com a conclusão, onde seu formalismo se contradiz, ou seja, ela conseguiu achar teorias matemáticas inconsistentes, como provar que 1 = 2.

- Setenta e duas letras:
Este é um conto de ficção científica ambientado no passado, mais especificamente na Inglaterra vitoriana. A partir desse ponto na história, a ciência evoluiu de forma completamente diferente de que como a nossa ciência evoluiu. Esta história aborda o tema da criação do Golem, que é um boneco da mitologia e tradição mística judaica. Tais bonecos, no conto, são chamados de autômatos e eles ganham vida por meio de um nome ou um tipo de sigilo sagrado. A nomenclatura, portanto, é um tema recorrente nesse conto e é com esse tema que temos os avanços tecnológicos da história.

- A evolução da ciência humana:
Esse conto se passa em um futuro próximo onde o ser humano criou pessoas com uma capacidade mental aprimorada. Essas pessoas são chamadas de meta-humanos. No conto, os cientistas largaram seus trabalhos por não serem capazes de compreender as pesquisas feitas pelos meta-humanos.


- O Inferno é a ausência de Deus:
Neste conto, a existência de Deus é um fato. Aqui, ninguém tem dúvidas se Deus existe, mas a relação com Deus é o que difere um indivíduo para o outro. Muitos desses indivíduos são súditos de Deus (ainda mais quando acontece aparições de anjos na Terra), já outros sentiam raiva de Deus por todas as privações e pesar dos entes queridos que morreram. Além das visitas dos anjos à Terra, a população também tem constantes vislumbres do Paraíso e do Inferno, lugares onde as almas se destinam depois da morte.

- Gostando do que vê: um documentário:
Neste conto, a sociedade lançou mão de uma nova tecnologia (através da medicina) que permite que as pessoas não consigam distinguir entre o feio e o bonito, ou seja, a beleza exterior não é importante para os receptores neurais do nosso cérebro e por isso a gente não consegue nem captar o que é um rosto feio e o que é um rosto bonito. Essa nova tecnologia se chama caliagnosia e, na verdade, ela faz com que as pessoas percebam os rostos perfeitamente bem. A pessoa, portanto, pode dizer a diferença entre um queixo pronunciado e um reentrante, um nariz reto e um torto, pele sem marcas e pele manchada. A pessoa somente não experimenta nenhuma reação estética a essas diferenças.
Leila171 29/01/2021minha estante
Eu amo essa livro e com certeza é um dos melhores livros que já li.




Everson Rodrigues 23/08/2017

Ficção científica singular e para os curiosos por conhecimento
Um livro de contos diferente. Chiang consegue manobrar a linguística e os conceitos científicos de uma maneira ímpar, usando uma escrita muito específica, mas ao mesmo tempo poética e singular. Não é para todo tipo de leitor, pois alguns textos requerem uma familiaridade com certos conceitos e áreas da ciências para que o efeito de "fisgo" do conto consiga ter sucesso. É simplesmente muito bonito e inteligente como ele consegue, por exemplo, transpor os conceitos científicos de princípios variacionais para uma discussão filosófica e tão interna da personagem no conto "História da sua vida". O livro não é uma obra-prima, mas Ted Chiang é com certeza uma pérola a ser vista no meio de tantos autores contemporâneos da ficção científica.

(Adorei o conto "Gostando do que vê: um documentário". Incrível o poder de especular sobre uma possível realidade e mostrar como a sociedade se moldaria sobre isso. Me deixou pensando várias horas sobre questões que parecem simples e inatas da história humana, mas que se houvesse uma mínima mudança, todo o sistema, organização e discussões nas socidades reagiriam.)
Jefferson Cavalcante 23/08/2017minha estante
Me empresta ?




Jean Bernard 17/08/2022

Ficção Científica Hardcore, Fantasia e Moral
Comprei esse livro após assistir ?A Chegada?, filme que me fisgou logo de cara. Admito que fiquei mais surpreso com o filme (coisa rara). Mas mesmo assim, descobri outros contos no livro que me fizeram refletir e gostar bastante. Alguns conceitos científicos são levados a uma certa profundidade, mas sem gerar confusão aos leigos (como eu).
O último conto mostra um retrato muito atual mas discussões sobre o melhor caminho para acabar com um dilema. Mas o dilema gera o ?dilema?. Muito atual. Recomendo.
Jhon 11/09/2022minha estante
Há muito quero esse livro, mas é difícil achar no mercado. Quem tiver esse livro em boas condições e quiser vender, favor entrar em contato.




Núbia Esther 26/07/2017

Não sou muito de ler contos. Sempre dei preferência aos romances na hora de escolher minhas leituras e foi por isso que o lançamento do livro de contos do Ted Chiang passou despercebido. É bem provável, que se não tivessem feito o filme A Chegada (baseado em um dos contos da coletânea) e eu não tivesse ficado com vontade de vê-lo, nunca teria dado uma chance para a coletânea. Ainda não vi o filme, mas a obra de Ted Chiang com certeza me fez prestar mais atenção às coletâneas de contos. Agora até mesmo posso dizer que concordo com o que Neil Gaiman escreveu na introdução de sua própria coletânea de contos Alerta de Risco – contos são como “as mais puras e mais perfeitas criações possíveis: nos melhores, nenhuma palavra era desperdiçada. Um autor fazia um gesto com a mão e subitamente surgia um mundo, pessoas, ideias. Um início, um meio e um fim que nos levavam aos confins do universo e nos traziam de volta” (Alerta de Risco, página 12). E é isso que Ted Chiang faz muito bem (em alguns muito melhor) nos oito contos que compõem esta coletânea. Contos que no total ganharam nove importantes prêmios, dentre eles o Nebula, o Hugo e o Locus, e nos quais, ele trabalha muito bem a ciência, mesmo que muitas vezes ela adquira um tom bastante fantasioso. Leitura mais do que recomendada para os fãs de ficção-científica. É realmente uma pena que Chiang seja conhecido por escrever com pouca frequência. Agora, para apresentar História da sua vida e outros contos com mais detalhes, acho melhor falar mais especificamente sobre cada um dos contos.

A torre da Babilônia, o primeiro conto da coletânea, também foi o primeiro conto publicado por ele, em 1990. O conto é inspirado no mito da Torre de Babel. Na versão de Chiang, a torre já atingiu a abóbada do céu e agora mineradores terão de escavá-la de modo a permitir que a torre continue a crescer. É mais fantasioso que científico, mas há muitos elementos de ciência ali. E mesmo os disparates, são congruentes com o mundo construído pelo autor e antigas teorias (como a geocêntrica) hoje refutadas. Eu nunca imaginaria que o mito da Torre de Babel poderia render um conto de sci-fi, mas Chiang conseguiu unir os dois temas muito bem. E com uma conclusão realmente sagaz. De quebra, ele também carregou seu conto com um grande teor filosófico e até mesmo ético. Até onde podemos ir pelo conhecimento? Estamos preparados para encarar o desconhecido?

Entenda é o conto mais antigo desta coletânea, ainda que tenha sido publicado em 1991. E é daqueles contos que parece um thriller sci-fi (se é que posso chamá-lo assim). A história começa despretensiosa, mas atinge um ritmo frenético e quase que sinestésico. Está ente os meus favoritos da coletânea. Nele, Leon Greco, um paciente que quase morreu afogado e foi resgatado praticamente em estágio vegetativo, foi submetido a um tratamento experimental que não só o curou como também aumentou sua inteligência consideravelmente. A cura acabou se transformando em um experimento que chamou a atenção de agências governamentais e Leon passa a fugir para manter suas habilidades cognitivas apenas para si. Foi impossível mão traçar paralelos com o filme Lucy de Luc Besson.

Divisão por zero, publicado em 1991, vem na contramão. Não é sci-fi e ainda que haja beleza no conceito matemático que inspirou o conto. A história dos personagens não empolga.

Logo depois, vem aquele que me fez querer ler o livro. História da sua vida, publicado originalmente em 1998. É fácil entender a escolha do conto para adaptar para o cinema. É sci-fi, mas com um drama humano bastante aflorado, o que arremata facilmente a empatia do público. Ainda que “Entenda” seja ótimo e tenha um ritmo frenético facilmente aplicado às telas, lhe falta essa pitada de humanidade que foi bem utilizada aqui. O conto traz a narrativa de quando naves surgiram na órbita terrestre e artefatos apareceram nos campos. À dra. Louise Banks, uma linguista, foi solicitado que ela estabelecesse contato com os alienígenas para decifrar sua forma de comunicação e quem sabe aprender coisas úteis, sempre aquela pitada de interesse em busca de algo de valor.

“O universo físico era uma língua com uma gramática perfeitamente ambígua. Todo fenômeno físico era uma expressão que podia ser analisada de duas maneiras completamente diferentes, uma causal e a outra teleológica, ambas válida, nenhuma delas desqualificada, não importava a quantidade de contexto disponível. ” (Página 178)

A forma como a trama e a nossa experiência de leitura vão se moldando conforme aprendemos mais sobre a linguagem dos heptápodes (como os visitantes foram chamados) é embasbacante. O mais interessante foi que nessa história, teve espaço para a mulher cientista apaixonada por códigos e linguagens e a mulher mãe e todo seu amor por sua filha e, apesar da aparente dicotomia, a trama segue una em todos os seus elementos. O final é surpreendente. Fiquei curiosa para descobrir como ele foi trabalhado no filme.

Comecei a leitura de Setenta e duas letras, publicado em 2000, com um pé atrás. Vida a partir do barro? Conferida pelo nome? Teoria do pré-formismo (homúnculos)? Fixidez das espécies? Geração espontânea? Eram tantas “teorias científicas” disparatadas que foi difícil acreditar que dali sairia um conto de ficção científica coeso. E não é que saiu! Chiang incorporou todas essas “teorias” com conhecimento científico embasado, para criar uma sociedade única, na qual os nomes têm importância primordial e o futuro da humanidade passa pelas escolhas éticas dos responsáveis pelo desenvolvimento da ciência neste mundo.

O sexto conto, A evolução da ciência, foi publicado em 2000 em um número especial da Nature (a revista de ciências na qual 10 em cada 10 cientistas gostaria de ter um trabalho seu publicado). O conto é curto, mas traz à tona discussões pertinentes sobre o desenvolvimento da ciência e o acesso universal ao conhecimento científico produzido.

Em O Inferno é a ausência de Deus, Chiang traz os anjos como figuras centrais, esses seres fazem aparições frequentes, associadas à eventos catastróficos semelhantes à desastres naturais, e a separação entre a vida terrena, o Céu e o Inferno é bem tênue. Nesse cenário, um homem acabou de perder sua esposa durante uma aparição e ela ascendeu ao Céu, agora, determinado a reencontrá-la, ele precisa encontrar a sua fé e diminuir suas chances de ir parar no Inferno.

E, finalmente no último conto, Gostando do que vê: um documentário, a aparência física entra em discussão. Aqui temos novamente um texto puramente científico, no qual a tecnologia e as manipulações dos sentidos (percepção neuronal) podem ser utilizadas para combater situações sociais excludentes. Aqui, a ditadura da beleza. Até que ponto é válido utilizar dessas artimanhas para forçar uma realidade de cooperação? Essa sociedade benéfica é realmente real? Tem bases fortes para continuar? Viver em uma sociedade que valorize quem você é e não como você se parece não seria melhor? A sociedade não seria mais igualitária se o fator beleza fosse descartado? Chiang nos mostra os dois lados com imparcialidade, ainda que no posfácio ele deixe claro qual seria sua escolha.

Exposto tudo isso, a única coisa que me resta dizer é: se permita conhecer a obra de Chiang (na amostra abaixo, o primeiro conto está completo, leia!). É ficção científica de qualidade, com tramas curtas, mas poderosas.

[Blablabla Aleatório]

site: https://blablablaaleatorio.com/2017/06/04/historia-da-sua-vida-e-outros-contos-ted-chiang/
Otto 19/08/2017minha estante
undefined




hanny.saraiva 20/05/2017

25% bom, 75% passo.
Peguei pra ler este livro de contos por causa do filme A chegada. O filme é melhor que o conto. Todavia, alguns contos são bacanas. Meu preferido é o "Inferno é ausência de Deus" pelo tom de humor negro. Destaque para "Gostando do que vê: um documentário" que me parece um episódio de Black Mirror. O conto que inspirou A chegada, "História da sua vida" é bom, mas o filme é mais marcante e impressionante a meu ver. O restante da coletânea tive dificuldade em gostar.
Joyce 29/11/2017minha estante
Exatamente o que eu pensei também kkk




zartjr 03/01/2017

Esse foi o meu último (dos pouquíssimos que li) livro de 2016. Me interessei somente por causa do conto História da Sua Vida, adaptado para o cinema como o lindo A Chegada, mas acabei tendo uma ótima surpresa com mais outros sete ótimos contos de ficção científica.
comentários(0)comente



Biblioteca Álvaro Guerra 09/04/2024

Ted chiang se define como '' um escritor ocasional'' ; trabalha como ''um escritor ocasional''; trabalha como redator técnico de informática e confessa ter poucas ideias para histórias -seu prestígio no cenário da ficção científica hard , em que uma idéia científica é examinada em todas as suas implicações ao mesmo tempo em que serve de força geradora para ação ,Chiang se coloca sempre um passo a frente do leitor , respondendo a todas as dúvidas antes mesmo de serem claramente formuladas

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788551000786
comentários(0)comente



Isaias Teodoro 21/04/2017

Merece mais reconhecimento
Achei o livro maravilhoso, como o Ted Chiang não é mais reconhecido? O cara é genial, todos os contos dele possuem muita base cientifica, religiosa e histórica, o cara deve pesquisar muito pra escrever. Todos os contos são sensacionais, os que mais gostei foram "A Torre da Babilônia" e "Gostando do que vê: um documentário", esse último trás uma trama sensacional acerca dos efeitos da beleza em nossa sociedade. Super recomendo o livro, única ressalva que tenho é que o autor costuma terminar alguns contos de maneira abrupta, foi o que me impediu de dar 5 estrelas. Espero que possa lanças mais obras desse cara por aqui, ele é muito bom.
comentários(0)comente



156 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |