Jeff.Rodrigues 18/11/2017Resenha publicada no Leitor Compulsivo.com.brSegundo livro de Jo Nesbø protagonizado pelo detetive Harry Hole, Baratas foi publicado originalmente em 1998, e incrivelmente decai de forma considerável de qualidade em comparação com a obra anterior, O Morcego.
Em Baratas, cujo motivo para este título não ficou nem um pouco claro pra mim, Harry Hole é enviado para Bangkok. Repetindo o mote do livro um, Harry se une às autoridades locais para investigar um assassinato. Dessa vez, porém, o mistério se encontra nos altos escalões do governo, com a vítima sendo o embaixador norueguês no país. Apesar de soar interessante, essa trama é extremamente arrastada, chegando a passagens muito chatas e que facilmente perdem a nossa atenção. A história é linear demais e a investigação não tem nenhum momento de surpresa ou reviravoltas que a tirem da letargia. É preciso exercitar demais a força de vontade para prosseguir na leitura e não abandonar o livro.
A obra chega a flertar com o tema da pedofilia, mas faz isso de forma bastante velada, o que acaba frustrando um pouco, pois poderia render mais movimentação e ação. Sei que é um tema tabu e polêmico, mas ele já rendeu excelentes thrillers, como A Viúva, por exemplo. Mas também entendo que pela época em que Baratas foi escrito, o grau de tabu era bem maior do que atualmente.
O protagonista Harry Hole se mantém bem construído em todos os seus dramas de vida que nós já conhecemos. Mesmo assim, achei ele menos atraente enquanto personagem principal, se compararmos com o livro anterior.
Fica nítido o porquê da editora Record ter optado por traduzir a obra de Jo Nesbø fora da ordem original de publicação. Os livros iniciais se mostram bem fracos para conquistar fãs, logo a editora sabiamente investiu primeiro nos títulos de mais qualidade. Em breve chegarei a eles. Por hora, Baratas não foi uma leitura prazerosa e me consumiu muito mais tempo do que o habitual para um livro de cerca de 350 páginas. Gostaria de ouvir opiniões diferentes da minha, mas definitivamente este é um livro que eu não recomendo.
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