carolina.trigo. 04/09/2018Resenha ABERST: Febre VermelhaPrimeira resenha da nossa parceria com a ABERST (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror). E o livro sorteado para lermos foi "Febre Vermelha", do Francis Graciotto, Editora Máquina de Escrever.
Aqui, teremos uma história sobre zumbis e, normalmente, não sou uma das maiores fãs de histórias desse gênero, mas como comentei com o Francis - que inclusive foi super atencioso comigo, respondendo todas as minhas perguntas e tudo o mais - acabei gostando demais da história e isso se deve a diversos motivos.
Uma epidemia começa a surgir no litoral paulista, mais especificamente em Santos. Os infectados ficam com os olhos vermelhos (que nem os da capa, que por sinal, é linda!), uma febre muito alta e uma fome insaciável - uma fome que não é de comida e sim, de outra coisa que vocês já podem imaginar. Junto com essa fome, os infectados tornam-se extremamente violentos e as autoridades não conseguem lidar com o caos que surge no Estado de São Paulo.
Enquanto vamos lendo, acompanhamos vários personagens (e isso, por uma boa parte da leitura, deixou ela um pouco confusa), personagens que não se conhecem, mas que em algum momento vão estar todos juntos.
Temos o professor Gilberto e sua esposa Monique (uma médica), sua filha adolescente, Rita, o jovem Gustavo, que perdeu todos os seus amigos para a epidemia, os dois fugitivos da polícia, Carlinhos e Jorge, o militar Pietro (também irmão de Gilberto) e a família do pastor André, com sua esposa e seus dois filhos.
São muitos personagens e é um pouco difícil lembrar quem é quem, até porque o autor não coloca separação narrativa entre os capítulos, ou seja, no mesmo capítulo temos várias visões num texto corrido, sem separação, e isso deixa a leitura um pouco difícil de se fazer, até confusa.
Essa quantidade de personagens com os tamanhos dos capítulos, que são gigantes, foram o que me incomodaram um pouco na leitura, mas no geral, a história não foi atrapalhada por causa disso. Gostei demais de como o Francis construiu o surgimento dessa epidemia e dos zumbis. A história, dentro do possível, é bem realística, e ele me ganhou bastante quando trouxe essa história para o Brasil, mais especificamente em São Paulo, pois deixa a história mais perto do leitor e em vários momentos, enquanto lia, conseguia visualizar a cena.
Óbvio que é muito legal lermos histórias que se passam em outros países, pois temos aquele gostinho de acharmos que conhecemos aquele lugar, além de conhecer outras culturas e etc. Mas nada chega aos pés daquela história que se passa no seu país, no seu estado, na sua cidade, algumas vezes até no seu bairro.
E felizmente, os últimos livros nacionais que li também se passavam em lugares que conhecia, como por exemplo, os livros da Karen (que muitas histórias também se passam em Santos), Querido Jaime retratou muito bem o centro de São Paulo, O Androide (que também se passa uma boa parte em Santos e São Paulo), entre vários outros que não vou citar, se não fico até amanhã aqui.
Os personagens são muito bem construídos e, com certeza, a minha personagem favorita foi a Rita! O final acaba com uma descoberta daquelas e terminei querendo ter logo o segundo na minha mão. Para complementar a leitura e a resenha, também li o conto "Dias Febris: Lucy", que vai se passar em Campinas e o final é espetacular! Só lendo para entender.
Sobre a edição, a capa é lindíssima. Não encontrei muitos erros ortográficos, mas em vários pontos, não havia o espaçamento entre as palavras, mas nada daqueles erros que tanto me irrita encontrar em diversos livros, nacionais ou não.
O segundo livro deve sair ano que vem e já estou ansiosa, rsrs.
Sobre os contos, o Francis me informou que a previsão está para Setembro, e a data será divulgada na página do livro que deixarei aqui embaixo. Já tem capa e serão sete contos, com vários se passando em outras cidades do interior de São Paulo, além da própria capital.
Até a próxima e boa leitura!
Carol!!!
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