O Que é Arte

O Que é Arte Jorge Coli




Resenhas - O Que é Arte


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Malu b 06/04/2022

Uma boa introdução a uma longa discussão ?
"O que é arte?" apresenta uma linha de raciocínio que passa por onde acha que é importante e decide e nos avisa que não vai passar por outros.

No meio existem muitos exemplos que eu preciso ler com mais calma e atenção em uma próxima leitura.
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Andressa 24/10/2012

Jorge Coli (Amparo, 1947) é um professor titular em História da Arte e da Cultura, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Foi colaborador do jornal Le Monde, traduziu para o francês Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos e Os sertões de Euclides da Cunha, em colaboração com Antoine Seel. Entre seus livros estão: Música Final- ed. Unicamp; Ponto de fuga (Perspectiva); L'Atelier de Courbet (ed. Hazan, Paris). Recebeu diversos prêmios, entre eles o "Florestan Fernandes" (CAPES), melhor orientador de tese em Ciências Humanas (2005). Foi Secretário da Cultura da cidade de Campinas.

Jorge Coli concentra seu discurso no objeto artístico. Nos diz que explicar o que é arte é uma coisa difícil. Ele propõe a questão de como saber o que é e o que não é arte. Para isso nossa cultura possui instrumentos específicos para nos dizer sobre o assunto. Um deles é que reconhecemos a competência e a autoridade do objeto artístico. Eles podem se manifestar em um museu, numa galeria, numa sala de concerto e entre outros. A seguir o autor então fala aliviado, pois nossa cultura determinará o que é e o que não é arte. Mas ele também alerta que o estatuto da arte não parte de definições abstratas, lógica ou teórica.
A arte se instala em nosso mundo pelo esplendor que envolve o objeto. Mas não há uma divisão para nos dizer o que é e o que não é arte, mas podemos dizer que uma arte é melhor que outra. Certo crítico poderá afirmar isso segundo alguns critérios, se uma obra é mais bem realizada, mais rica, ou mais profunda que outra.. Havendo uma hierarquia entre os objetos artísticos. A crítica, portanto, tem o poder não só de atribuir o estatuto de arte a um objeto, mas de o classificar numa ordem de excelências, segundo critérios próprios. Existe mesmo uma noção em nossa cultura, que designa a posição máxima de uma obra de arte nessa ordem: o conceito de obra prima (pág.14).
Os profissionais do discurso, hoje, possuem critérios que não são apenas o do saber fazer, e um critério mais variado. Não como no passado, que a melhor obra era a mais perfeita e que era julgada a partir de critérios precisos de fabricação. Os discursos que determinam o estatuto da arte podem tomar diversos caminhos. São vários os elementos em cena para determinar a preferência pela obra.
O autor nos explica que durante muito tempo há obras que são consideradas como não arte, até que românticos e alguns teóricos se interessaram por elas e demonstraram o seu valor. O autor, depressivo, chega a uma constatação: a autoridade institucional do discurso competente é forte, mas inconstante e contraditória, e não nos permite segurança no interior do universo das artes (pág.22).
Coli aponta sobre o desejo de rigor, que é importante conhecer o estilo de um autor para reconhecer com facilidade sua produção. Mesmo que o autor mantenha um mesmo estilo desde a sua primeira obra até a última ele transforma ou modifica suas estilísticas no decorrer do tempo. Mais adiante, o autor nos diz que não é importante apenas similar o estilo do artista, mas, também, descobrir o que ele revela como preocupações.
O autor cita que é preciso distinguir o crítico do historiador. O Crítico analisa as obras, e sua função é eminentemente seletiva. De certo modo, é o juiz que valoriza ou desvaloriza o objeto artístico (p.36). Já o historiador da arte procura em princípio evitar os julgamentos de valor. Entretanto, o historiador da arte não consegue evitar inteiramente os critérios seletivos, pois o conjunto de objetos que estuda supõe uma escolha. Ele busca a compreensão dos fenômenos artísticos (p.37).
Em 1915, Wölfflin, historiador, escreve um tratado: os Princípios Fundamentais da História da Arte, nele há cinco categorias que classificam o classicismo e o barroco.
1º) o classicismo é linear, o barroco, pictural;
2º) o classicismo utiliza planos, o barroco a profundidade;
3º) o classicismo possui uma forma fechada, o barroco, aberta;
4º) o classicismo é plural, o barroco, unitário;
5º) o classicismo possui uma luz absoluta, o barroco, relativa (p.39).
No decorrer do texto o autor nos dá exemplos de cada uma dessas categorias assimiladas à autores.
Além de citar Wolfflin, também cita os historiadores D’Órs e Focillon. Faz uma reflexão sobre as propostas de classificação desses historiadores, que vai do conceito estático e agrupado à independência total da obra em relação à história. Nos coloca que as obras não são absolutamente culturais ou materiais, elas vivem e se modificam, é prazer associado a razão, não explica mas nos faz sentir, é reação do complexo cultural que existe dentro de nós diante do complexo cultural que está fora.
Para Wölfflin e D’Ors, os conceitos são estáticos, eles agrupam, nada mais. Wölfflin liga-se à evolução no tempo, porque em tal momento as formas tomam tais constantes e, no seguinte, outras tantas. Mas, para ele, o barroco não é uma conseqüência do clssicismo; há uma idéia de sucessão, e não de causalidade (p.58). Para Focillon, todos os períodos artísticos passam por uma fase: primitiva, clássica, barroca; pelo menos virtualmente. Em ambos, a especificidade das artes encontra-se nas formas, são elas que permitem um sistema classificatório estático ou evolutivo.
Coli fala sobre a arte para nós, que refere-se aos instrumentos que instauram a arte em nosso mundo: história da arte, crítica, museu, teatro, cinema de arte. Através deles a arte existe. E comenta que a idéia de arte não é própria a todas as culturas e a nossa possui uma maneira muito específica de concebê-la. Isto é, selecionamos algumas manifestações materiais e damos a elas uma denominação desconhecida dos homens que as produziram.
Um objeto só é artístico porque foi aceito como tal pelas diversas “competências”: pelo crítico, pelo historiador (p.67-68).
Coli sita o cineasta francês, Jean Renoir, que deixou um texto muito bonito sobre a história da arte: “Cheguei mesmo a me perguntar se toda obra humana não é provisória – mesmo um quadro, ... uma estátua, ... uma obra arquitetural, mesmo o Partenon ... Talvez se consiga, à custa de tanto colocar cimento nas colunas, mantê-lo por cem anos, duzentos anos, digamos quinhentos anos, digamos mil anos. Mas, enfim, chegará um dia em que o Partenon não existirá mais.
Pergunto-me se não seria mais honesto abordar a obra de arte sabendo que ela é provisória e irá desaparecer” (p.74).
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Maria.Eduarda 20/07/2021

Livro muito bom para quem quiser aprender (e se aprofundar um pouquinho) no universo da Arte! Apresenta inúmeros artistas, estilos e obras, além de analisar algumas!
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Elaine249 03/04/2023

Ponta pé inicial
O livro traz a premissa da abordagem do conceito de arte. A sua ênfase se dá nas relações que são estabelecidas entre os diferentes agentes e as obras de artes, seja a sociedade, instituições de ?validação? e valoração da arte e afins. O livro é bastante didático e possui uma linguagem bastante simples, além de ser um livro sobre arte bem curtinho, por essa razão acredito que seja uma excelente opção para leigos no assunto (como eu). Ele traz massivamente exemplos de obras de arte dos mais variados tipos, sobretudo das ?belas artes?, então é interessante para começar a desenvolver um repertório de referências desse tipo de arte. Acabei de ler para uma matéria da faculdade, mas acredito que vale muito a pena lê-lo como hobby.
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Dri 13/10/2020

Quem decide o que é arte?
O livro "O que é Arte" de Jorge Coli aborda a questão da arte como conceito. Não é fácil defini-la, pois ainda não existe uma concepção científica e objetiva sobre o assunto; o que existe são abstrações, valores e expressões sobre o que enxergamos em determinado momento sobre óticas e várias vertentes do que seja a arte em sí. Um bom exemplo pode ser a obra "Monalisa" de Leonardo da Vinci ou a "Fonte" (niquitório) de Marcel Duchamp, então como caracterizar uma obra de arte e quem decide o que é arte? Aparece então a concepção do crítico, do perito ou do estudioso que examina e confere os devidos créditos e atribui o devido caráter a uma determinada obra. A nós mortais cabe se perguntar o que é arte e como se enquadra determinado trabalho em tal período do tempo. Esse é um livro que não se aprofunda no tema, porém nos dá um norte de como o assunto é abordado e questionado no meio ao qual vivemos.
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Briaah_Ferreira 12/09/2021

O que é arte
Esse livro é bom em diversos aspectos

- ele não responde o que é arte
- pontua diversos autores, filósofos e profissões para embasar suas análises
- ainda teve um capítulo inteiro sobre desigualdade de renda

Indico para todo mundo do área artística ou não l
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Luisa 12/03/2010

Peguei esse livro pra ler pra aula de "Estética e Cultura de Massa" e achei que o autor ia discutir vários conceitos de Arte ao longo do livrinho (como ele mesmo chama sua obra). Mas Jorge Coli deu uma explicação bacana sobre o que a gente chama de arte, nossa relação com a arte, modos de classificar a arte e por aí vai. Sinceramente, consegui pensar mais arte lendo essas poucas páginas do que em todas as aulas do ensino médio. Então, a leitura valeu à pena.
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Cibele 19/05/2010

Ele apresenta a discussão sobre o objeto artístico e demonstra os principais instrumentos, de acordo com nossa cultura, que distingui e atribui o que é ou não é arte, como: o discurso proferido pelo crítico, pelo historiador da arte e conservadores de museu - que são reconhecidos pela competência e autoridade -. Porém, que muitas vezes os instrumentos que conferem o estatuto de arte a um objeto, interferem na colocação relativa dos objetos artísticos; hierarquizam-na e atribuem maiores interesses em determinadas obras, considerando-as mais elaboradas e ricas que outras.

Coli expõem que a classificação da arte por estilos é demonstrada de forma demasiada, pois fornece um sentido de referência à essência da obra arte com suposições sobre seus significados, que acaba por tranqüilizar os receptores. Entretanto, ele ressaltante que tal atitude é insatisfatória, tal que o conceito da obra é mais complexo do que uma classificação, está que não é um instrumento de exatidão. Há a possibilidade de encontrar idéias de determinado estilo, mas de forma parcial e não obrigatória.

E diz que a arte parte de prerrogativas realizadas por nossa cultura ao dignificar objetos, ao proclamar o “em si” da arte nos objetos. Muitas vezes, especula-se que as obras possuem uma “essência” intrínseca, perene, como uma revelação superior da natureza humana. No entanto, ele reforça que somos nós que atribuímos a obra de arte significações da cultura corrente, seu caráter transcendente cultural e histórico. E em alguns momentos a relação do objeto artístico com a cultura se torna vasta e imensurável, onde as diversas análises, realizada nos objeto artístico, podem ser pertinentes e complementares às diversas afirmações, no entanto não define, nem esgota, a “verdade” da obra. Com isso, ele saliente a importância de treinar sobre a arte e sua história, para que possamos descobrir as diversas significações ocultas nos objetos artísticos.

O autor conclui no final, que o livro é uma reflexão sobre o objeto artístico finalizada, e não sobre o sentido teórico e abstrato da arte. Sugerindo, com isso, a indisponibilidade de se definir a arte de forma clara e lógica. E deve-se verificar, no objeto artístico, sua complexidade e, assim, respeitá-la. Apresentando, como objetivo final, o despertar do descobrimento de novas coisas e interrogações sobre o objeto artístico no espírito do espectador.
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Rodrigo Lessa 31/05/2013

O que é Arte
Como já diz no livro: Arte com A maiúsculo.

Em todos os capítulos do livro, nos deparamos com o que é arte. Um livro bem explicativo, mas que alguns capítulo eu não entendi muito, não sei vocês, porém era só ligar os fios de antes com os do capítulo atual. Até porque, antes de cada capítulo começar - a falar do seu assunto - ele voltava no capítulo anterior, como se fosse para você não se perder. Isso é ótimo. Como por exemplo: ''Vimos que no capítulo anterior...''
A arte pode ser desde a colher de pau da sua avó até a um quadro, basta você ter a sua análise ''em si'' e ''para nós''. O autor nos explica muito bem que a arte não é algo de acesso para todos, e ele fala isso diretamente:

''Você que está lendo esse livrinho, não é nem operário, nem...''
Entendem? A arte precisa muito se expandir. São poucos os que se interessam realmente em ler esse livro e saber da arte. Aliás, esse livro é ótimo para responder todas as suas questões e ter conteúdo em argumentos se alguém te perguntar O que é arte?
Meus quotes favoritos estão no finalzinho do livro, claro, nessa parte o autor foi bem mais direto com a relação autor-leitor.
Um deles é esse:

''Interessar-se pela arte significa ser mais ''culto'', ter espírito ''mais elevado'', ser diferente, melhor que o comum dos mortais.''
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nathy 19/04/2014

O que é arte.
Coli tenta fazer com que o leitor reflita sobre o objeto artístico, não apenas, jogando uma definição acadêmica sobre o tema, mas trazendo uma série de contextualizações, que levam uma reflexão da visão espectador-obra de arte, ou seja, como nos, meros admiradores das arte, conseguimos identificar a arte a nossa volta, e como nos prendemos nas definições e opiniões dos críticos e estudiosos, muitas vezes desmerecendo trabalhos de autor x ou y, por que não é de consenso comum de que a obra é qualificada, de como nossos preconceitos que surgem de ante de nossa cultura interferem em nosso julgamento e apreciação da arte.
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Leandra Luz 10/03/2023

Um livro muito bom
O livro apresenta pontos muitos interessantes sobre o que é arte e problematiza bastante o fato de a sociedade tentar defini-la. A arte é o que é.
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Pedro Osorio 07/09/2023

Tudo bem não gostar de arte
Esse livro me cai nas mãos durante uma transição de carreira. Enquanto historiador e museólogo, o último lugar em que eu esperava me ver trabalhando era num museu de arte. Bom, cá estou, fazendo exatamente isso da vida.

Mas tem um problema: eu nunca fui muito próximo ou um grande apreciador de arte.

A solução foi tentar entender um pouco mais da área na qual eu atuo hoje e, rapaz, como esse livro veio a calhar!

Pra começo de conversa, a coleção Primeiros Passos (quase) nunca desaponta. Sucinta, objetiva e ainda sim complexa o suficiente pra dar conta pelo menos da entrada em determinada área, ótimos livros de referência. E "O que é arte" definitivamente é um dos melhores que eu li até agora.

De início, não foi fácil passar pela primeira metade do livro, que fala sobre história da arte e coisas mais desse campo e é bem denso de ler. Agora, passou isso? Meu amigo, sensacional. Jorge Coli entra nas discussões que realmente me interessam, entre acesso à cultura, como se relacionar com a arte, pra quê ela serve afinal e sobre hábito de frequentar arte (alô Bourdieu!).

Deve dizer que a segunda metade do livro foi de suma importância até para eu mesmo entender qual meu lugar como trabalhador da cultura próximo das artes visuais e também perceber que tá tudo bem não gostar de arte. O importante aqui é como se relacionar com ela e como ela nos relaciona no mundo.

E, no fim das contas, o que mais me traz alegria de ter lido este livro é que agora tento entender qual a minha arte, não no sentido de produzir arte, mas no sentido de qual arte me agrada mais e como ela me permite relacionar com o mundo a partir das minhas condições e vivências. E isso não somente nas artes visuais — da qual eu sigo não sendo muito afeito, agora com menos culpa — mas a música, o cinema, a literatura, o teatro, etc etc etc

Pra não deixar o livro só como um livro, espero conseguir traduzir parte do que eu li para o meu trabalho. Me pergunto quantas crianças e pessoas se sentem constrangidas quando são pressionadas a gostar de determinada coisa porque, em tese, é cultura, ao contrário daquilo que elas de fato gostam de gostar. Ainda assim, o direito de não gostar não nega o dever de testar e refletir sobre o porque não gostar de tal coisa. E aqui é o pulo do gato: como saber que eu não gosto?
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ana cássia 26/01/2021

a arte é.
um ótimo livro pra introduzir ao debate sobre o que exatamente, é a arte e como com o tempo algumas coisas são consideradas obras de arte e outras, não.
com uma escrita fluída e exemplos convencionais, o autor nos leva a uma breve reflexão sobre o objeto artístico e sua relação com o observador, bem como o modo que a cultura interior e exterior ao indivíduo interferem na apreciação da obra.
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Dora ð 12/07/2023

O que é arte(?)
Comecei a ler esse livro para a faculdade, e quanto mais esse cara falava sobre os conceitos de arte mais obcecada eu ficava.

Por que a Monaliza é considerada uma obra prima? O que fez Van Gogh e os outros impressionistas serem tão massacrados em suas épocas e hoje serem vangloriados? Por que algumas obras permanecem mesmo com o passar do tempo e das sociedades e outras não?

Enfim, estética da arte é meu novo assunto favorito...
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Matheus 29/12/2022

me surpreendeu positivamente. esperava outro panorama de historia da arte, mas, ao invés disso, fala mais sobre a relação do espectador, introduzindo de Panofsky a Bordieu. Achei doido demais a parte do d'Ors de barroco universal (kkkk?) e o panorama do problema de acesso à arte no Brasil que tem na conclusão é bem legal.
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