Janaina 07/03/2021Um belo inícioMantive em mente o fato de esse ter sido o primeiro livro do autor e gostei do que li. Um texto fluido, com uma premissa interessante e o registro da habilidade de um jovem de 29 anos.
Gostaria que a Pola, única personagem feminina com um pouco mais de destaque, houvesse sido melhor construída. Ela é, basicamente, uma mocinha resgatada pelo cavaleiro estrangeiro, a jovem que se assusta e chora, a cuidadora, aquela que, aparentemente, está ali para "enfeitar" o ambiente. Em alguns momentos ela participa de alguns diálogos um pouco mais interessantes sobre a condição periférica dos terráqueos naquele contexto, mas essa reflexão se dá, em geral, através da mente do Dr. Arvardan.
Flora, uma personagem ainda menor, consegue ser ainda menos complexa, mas é Loa quem leva o prêmio neste quesito. Cada uma só é lembrada por ser a esposa de alguém.
Compreendo que essas questões que aponto sejam um reflexo da época em que o livro foi escrito. Em 1949, era basicamente esse o papel da maioria das mulheres, mas não deixa de dar uma tristezinha no coração.
Ansiosa para ler outras obras dele e avaliar como o seu amadurecimento como escritor se deu.