O ano do pensamento mágico

O ano do pensamento mágico Joan Didion




Resenhas - O Ano do Pensamento Mágico


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Carol 03/02/2020

Impressões da Carol
Livro: O ano do pensamento mágico {2005}
Autora: Joan Didion {EUA, 1934-}
Tradução: Marina Vargas
Editora: Harper Collins
240p.

"As pessoas que perderam um ser amado recentemente têm um certo olhar, reconhecível talvez apenas por aqueles que viram esse mesmo olhar em seu próprio rosto. (...) As pessoas que perderam alguém se sentem desamparadas porque se consideram invisíveis." p. 82

A primeira leitura de 2020 foi este livro no qual Joan Didion narra um ano de sua vida: o ano seguinte à morte de seu marido, John Dunne, devido a um ataque cardíaco súbito. Como desgraça pouca é bobagem, o ano em que sua única filha, Quintana, teve de lidar com uma doença brutal, que começou com uma gripe, evoluiu para uma pneumonia, choque séptico e infecção generalizada.

Didion capta bem a sensação de desamparo e de irrealidade que acomete a pessoa enlutada, um vórtice de pensamentos desconexos. A todo momento, há repetições e retomadas de lembranças em seu relato. Ela descreve a morte de uma pessoa amada como ela, de fato, é: ausência, solidão, falta de sentido.

Hoje, a morte é tabu e o ato de morrer foi profissionalizado, ocorrendo em hospitais, longe dos olhos do público. Mas nem sempre foi assim. Antigamente o luto era permitido, não ocultado, a morte ocorria em casa, perto dos familiares. Lidávamos melhor com a perda, dávamos tempo para o luto. Lidávamos de maneira mais saudável com a morte.

"O ano do pensamento mágico" foi a forma que Didion encontrou para elaborar seu luto, compartilhar sua dor. É um olhar honesto e pessoal sobre o amor, sobre a perda. Um lembrete de que "a vida muda rapidamente. A vida muda em um instante. Você se senta para jantar, e a vida que você conhecia termina." p. 9
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Sofia 24/08/2022

O sofrimento pela perda acaba por se revelar um lugar que nenhum de nós conhece até chegar lá.
Minha curiosidade por ler Joan Didion sempre foi muito grande porque os elogios da escrita da autora são vários. Mas eu sabia que também o que me esperava era uma literatura dolorida, principalmente desse livro.

Aqui, Joan relata como foi a sua vida, mais especificamente um ano da sua vida, quando perdeu o seu marido para um infarto. Um jantar normal, um dia normal e, de repente, a pessoa com quem dividiu toda sua vida não está mais ali.

Não bastasse vivenciar esse luto doloroso, a filha única do casal estava muito doente, inconsciente na UTI, quando isso aconteceu. E só soube do falecimento do pai meses depois.

Joan então decidiu dividir conosco como foi esse ano, o ano do pensamento mágico. Tudo que ela sentiu, viveu, pesquisou e sofreu após perder John e ter que lidar com a grave doença de Quintana.

E o que nos prende nessa história tão triste e difícil é a sua escrita maravilhosa, que nos envolve e também acolhe o coração de quem já passou pelo difícil sentimento de perder alguém.

Valeu demais a pena essa leitura, mesmo que precisando de algumas pausas. Eu quero ler tudo que ela já escreveu porque sua escrita é muito envolvente, diferente de tudo que já conheci.

Quando Joan Didion faleceu, li um post que dizia que ela finalmente estava do lado de quem amava (sua filha faleceu 1 ano e poucos meses depois do seu marido). E hoje, depois desse livro, entendo o que o post quis dizer e tenho certeza que Joan está finalmente feliz ao lado de quem mais amou.
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Bruna 13/04/2020

Intenso e único.
Experiência do luto relatada por uma das melhores jornalistas e romancistas dos EUA. O livro é intenso e a autora descreve suas emoções de uma maneira simplista e única. O livro permanece na mente por várias semanas.
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Giovana 13/10/2020

A escrita é incrivelmente fluída, limpa. A história é muito triste.

O modo de falar e de lidar com a morte, com o processo de morrer, mais bonito que li até hoje.
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31/12/2021

?Você se senta para jantar, e a vida que você conhecia termina.?

Só vim conhecer Joan após sua morte, tendo sido esse o motivo que me levou a este livro. ?O Ano do Pensamento Mágico? é facilmente um dos melhores e mais arrasadores livros que já li. A forma que a autora aborda o luto, a perda e a superação é devastadora, sendo ainda mais triste sabendo que sua filha viria a falecer um ano depois.

?Sei por que tentamos manter vivos os mortos: tentamos mantê-los vivos para que permaneçam conosco.
Também sei que, se quisermos viver, chega um momento em que temos que nos libertar dos mortos, deixá-los ir, deixá-los mortos.
Deixar que se tornem uma fotografia em cima da mesa.
Deixar que se tornem um nome nas contas fiduciárias.
Deixar que sejam levados pela água.?
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Mc Brendinha Carvalhão 11/09/2022

A vida insiste em prosseguir
Um livro sobre como continuar, como seguir vivendo depois de um luto, na verdade durante o luto. Uma das partes mais tocantes é a que fala sobre como em um momento a gente se senta pra jantar e de repente toda a nossa vida muda, pois é assim mesmo que acontece, as grandes coisas da vida vem geralmente em um dia comum, não com um anúncio, um se prepare é agora, e dói muito quando olhamos ao redor e o mundo parece que não mudou nada, a vida segue apesar da nossa dor.
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Carolina 31/12/2022

Um diário honesto
Gostei do livro, mesmo que em muitos momentos a leitura tenha sido cansativa e arrastada.
É uma obra sobre o luto: como seguir vivendo depois da morte (repentina) de alguém importante.
A vida e a morte são inerentes a todes e por isso muitos questionamentos postos pela autora nos faz refletir sobre nossa própria realidade, valeu a pena lê-lo.
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Carolina 10/12/2022

"Somos seres mortais imperfeitos, conscientes dessa mortalidade mesmo quando a negamos, traídos por nossa própria complexidade, tão incorporada que quando choramos a perda de seres amados também estamos chorando, para o bem ou para o mal, por nós mesmos. Pela perda daquilo que éramos. Do que não somos mais. Do que um dia não seremos de todo."
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Cinara... 29/06/2020

"Você se senta para jantar, e a vida que você conhece termina."

Leitura dolorosa mas necessária!
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Babi 16/12/2022

Ao longo das páginas desse livro vamos acompanhando as recordações e reflexões de Joan Didion no primeiro ano da morte do esposo.
A escrita de Joan flui de uma forma agradável e apesar de ter uma carga dramática forte, não é um livro triste

Amei a experiência e quero ler mais da autora
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laiszanella 29/12/2022

não sei exatamente o que eu achei
Gostei, mas não recomendaria, talvez eu leia novamente quando a vida pedir.
É um livro pesado, não achei que leria tantos detalhes, mas como esperado é um livro que relata o processo de luto que a autora passou após a morte do marido.
Algumas coisinhas na edição me incomodaram: erros na grafia de palavras e termos repetidos não intencionalmente. Não foi só uma vez que notei erros de tradução.
Na metade do livro eu lutei um pouco para não abandonar a leitura, mas, persisti, sabia que as considerações finais seriam o principal.
Encontrei lições lindas e reflexões espetaculares.
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Dani 23/07/2020

John
Me ajudou bastante a entender a questão da saudade, mas por questões pessoais em relação a morte, o que acredito que todos tenham sua impressão pessoal também, me ajudou a enxerga-la com maior coragem, apesar de toda a carga emocional que esse acontecimento carrega, e por isso seja difícil ver além da dor, a literatura de Joan Didion, cheia de temas universal encadeados pelo seu luto, me encheu de sentimentos que apesar de melancólicos são carregados de verdade. Ela descreve sentimentos que acompanham esse acontecimento não só como escritora que é, mas como alguém que perdeu um companheiro.
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ana clara :) 11/01/2023

?era preciso acompanhá-la?
acho que ninguém nunca ta, verdadeiramente, preparado pro luto. do mesmo jeito que a joan não tava, mas ela escreveu pra que a gente, de alguma forma, estivesse. e ainda não estaremos pra quando acontecer, mas é assim mesmo.
ver o jeito que a joan não se permitiu sofrer o luto e a forma que ela foi perdendo a fé com passar do ano foi uma das coisas mais verdadeiras que eu ja li. didion, todo o meu respeito (por mais que às vezes a leitura tenha sido devagar. o livro era mais pra ela do que pra mim, de qualquer forma). se você não quiser, não leia, mas é excepcional
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lebaptista 23/01/2023

O luto e a vida
Para quem nunca teve uma experiência como essa, é um livro amedrontador - no início. A perda do marido e a quase perda da filha acontecem com pouquíssimo intervalo de tempo para Joan. E o leitor empático mas desavisado, como eu, sente náuseas, dor, pena.

Aí que a história começa. A autora descreve trajetória sensível e cheia de altos e baixos, que escancara e desmistifica esse processo tão dolorido. Entre o luto e a vida, ela sobrevive e, acima de tudo, reaprende a viver.
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Matheus 08/12/2021

Didion somos nós
Esse foi um livro que eu sei que se tivesse lido há um ano não teria tido o mesmo impacto que teve agora pois, infelizmente, perdi minha mãe há alguns meses. Joan Didion escreve sobre luto de uma forma crua, verdadeira, ela põe nas páginas de seu livro seus sentimentos mais estranhos e mais reais que ela vivenciou após a perda repentina de seu marido. Se eu mesmo não tivesse sofrido uma perda de alguém tão próximo de mim, sei que leria esse livro até rindo em alguns momentos, porque os pensamentos escritos ali podem chegar a ser maníacos, mas é apenas o luto, devastador, Didion sentiu isso, eu senti isso, tenho a impressão que todo mundo saberá a sensação alguma hora. Ler esse livro foi duro, me fez recordar muitas memórias da minha mãe, e é nisso que está a beleza dele, na Verdade ali posta.
Recomento para todos, e principalmente para aqueles que perderam alguém recentemente, ele não é auto-ajuda, ele te põe num lugar desconfortável até, mas te faz sentir que afinal você não está sozinho, a dor da perda é ruim mesmo, te faz pensar coisas impossíveis, te faz remoer coisas que você nem tem culpa. Didion colocou em pouco menos de 300 páginas a si mesma, mas também eu, e provavelmente você que está lendo.
Matheus 08/12/2021minha estante
mas também a mim***




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