spoiler visualizarisa_tami636 24/09/2023
A última carta
Sendo completamente sincera, descobrir que não é uma carta verdadeira, e sim ficcional, foi algo que me emocionou bastante.
O simples ato do escritor de se pôr à prova de uma situação real (o naufrágio do submarino russo Kursk realmente ocorreu) e escrever uma carta se estivesse lá, em suas últimas horas de vida, é tocante.
Entretanto, para uma carta de despedida e entrega à morte e à esposa, é algo positivo demais. Sim, ele sente que precisa manter uma imagem terna de si para a esposa e se manter lúcido até o final.
Essa parte, em específico, me intrigou. É um livro interessante, mas positivo demais para a situação em que o marinheiro se encontra. As palavras são inspiradoras e nos fazem refletir, de fato.
Entretanto, para mim, faltou algo. Uma urgência, uma percepção súbita acerca da morte e da inexistência do dia seguinte para ele. É algo muito bonito e um campo ensolarado e verde de verão, que extingue todo o cenário de horror de um naufrágio e ausência de oxigênio (e luz, ao final).