Jeane Correia 07/10/2020
O livro narra a história da pequena Chiyo que se transformou em Sayuri. Ela tem os "olhos azuis e profundos", característica bastante incomum para os japoneses. As pessoas dizem que tem água em sua personalidade, cujo destino não pode ser detido.
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A menina nasceu em uma família de pescadores pobre, o pai passava dias pescando e sua mãe era doente terminal. Aos nove anos de idade junto com sua irmã Sato, elas são entregues a um comerciante, vendidas como escravas. Sato é “velha” e “feia” por esse motivo vai parar num prostíbulo, Chiyo era “nova” e “bonita” e foi vendida para se tornar uma gueixa, uma grande honra!
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Na Okiya (casa de gueixas) inicia-se o treinamento de Chiyo, aqui começa o desenrolar da história, pois ela inconformada pelo seu destino, tenta fugir e este ato é tido com um grande insulto. A menina é rebaixada a uma empregada da Okiya, e também é insultada constantemente por Hatsumomo, uma gueixa famosa. Chiyo já conformada seu destino se depara com um gesto de bondade, que desperta nela a vontade de ser tornar gueixa, e como nada é fácil ela percorre um longo caminho até se tornar Sayuri.
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A narrativa começa em 1929, o livro mostra a cultura japonesa desse tempo, e se trata de memórias... Não são uma coisa linda as memórias? Eu como tenho uma formação em História, sou fascinada pela História Oral, o título logo me chamou atenção “Memórias de Uma Gueixa”. Memória é diferente de autobiografia, elas são muito mais pessoais aqui entramos num mundo mais secreto, além dos quimonos de cores vivas...
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Nos agradecimentos o autor deixa claro que a personagem principal de sua história é “inventada”, mas ele fez um trabalho de pesquisa notável com os fatos históricos da vida cotidiana de uma gueixa nos anos de 1930 e 1940, ele colheu relatos de gueixas na região que se passa a trama.
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Tem o filme com mesmo título do livro, muito bem produzido também por sinal.
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