Lacrimae Rerum

Lacrimae Rerum Slavoj Žižek




Resenhas - Lacrimae Rerum


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Clio0 18/09/2023

Li os ensaios com um pouco de pé atrás, afinal, análises filosóficas e psicológicas de filmes combinam mais com uma conversa de lanchonete ou de mesa de bar. Contudo, o autor me surpreendeu com a forma metódica com que trabalhou o simbolismo sem deixar de criticar os trabalhos apresentados.

Com uma visão variando entre Lacan e Marx (e essa escolha por si só já dava outra resenha), o autor destrincha alguns clássicos como Hitchcock e Lynch, além de alguns outros diretores europeus não tão conhecidos em terras tupiniquins.

Há menções de alguns filmes de maior sucesso como Matrix, embora essa tetralogia seja um daqueles casos em que cada interpretação é mais subjetiva que a outra, onde os próprios criadores se contradizem a cada tantos anos.

É interessante para os apaixonados por crítica de cinema, mas pode ser tremendamente entendiante para quem apenas curte se sentar na frente da telinha.
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Antonio Luiz 15/03/2010

A humanidade e o cinema a sério
"Lacrimae Rerum" refere-se à compaixão, à empatia pela tragédia humana. As “lágrimas pelas coisas (dos mortais)” derramadas pelo herói troiano Eneias ao chegar a Cartago e ver cenas da destruição de sua cidade natal pintadas em um mural. O mesmo espírito se expressa nos ensaios reunidos sob esse título pelo filósofo e sociólogo esloveno Slavoj Zizek.

Por trás do trivial, revela o complexo e por trás do fantástico, a estranheza ainda maior da vida normal e real. É uma psicanálise do cinema que, com seu respeito pela profundidade da experiência artística e sua consciência das conexões do inconsciente com a sociedade e a história, é o oposto de "Os Filmes que Vi com Freud" (Imago, 1994) do psicanalista brasileiro Waldemar Zusman que, pelo contrário, reduz o encanto da arte cinematográfica à banalidade de diagnosticar patologias nos personagens.

Os cinco textos de Zizek analisam, por prismas lacanianos e marxistas, as filmografias de Krzysztof Kieslowski, Alfred Hitchcock, Andrei Tarkovski, David Lynch e a série Matrix. Mas não só: o autor encontra oportunidade para discutir pormenores de dezenas de outros filmes, de "Casablanca" a "O Cavaleiro das Trevas" e ainda aludir a história, política, física, filosofia, religião e até Paulo Coelho. Não sem cometer um ou outro deslize (como atribuir as linhas de Nazca aos astecas, mancada digna de Spielberg), mas sempre desvendando insuspeitas cadeias de significados e fantasias por trás de cenas que parecem ser transparentes, ou mesmo puro entretenimento comercial.
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