Felipe @quarta.capa 15/09/2020Para quem lê Graphic Novel de Super-heróis, essa com certeza é uma leitura bem incomum.
Primeiro de tudo, eu confesso ter comprado “Reino do Amanhã” por ter sido ilustrada por Alex Ross, esse cara manda bem demais. Já li “Justiça”, também ilustrada por ele, acho seus traços muito realistas e bem detalhados. Aqui não foi diferente, é um show visual a parte.
O enredo não fica para trás. Em “Reino do Amanhã” nossos super-heróis tão queridos já não são mais os mesmos. Depois de uma batalha que acabou em tragédia e assolou grande parte dos EUA, tornando-a inabitável, o mundo não é mais protegido pela Liga da Justiça. “Superpoderosos” (porque não dá para chamar de super-heróis) tomaram as rédeas e comandam as cidades de forma extremamente agressiva e descontrolada. Quase um mundo sem lei. Me lembrou bastante a série “The Boys” (também baseada em uma HQ), se não assistiram, recomendo.
A história, ainda fugindo do clichê, resolve apostar em profecias, conectando a abertura de cada capítulo com passagens do apocalipse bíblico, para mostrar a ameaça iminente que assolará a terra. É quando nossos rostinhos heroicos conhecidos e amados retornam pra cena para impedir (com a ajuda do pastor de terceira idade Norman McCay, um personagem nada “super”, mas bastante herói).
“Reino do Amanhã” tropeça um pouco no início antes de engatar, mas entrega um roteiro muito inteligente e bem trabalhado, além de um dos plots twist de traição mais chocantes que já vi em uma HQ. Batman, Super-homem, Mulher-maravilha, nenhum deles é mais quem nós conhecemos...
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