As Armadilhas da Linguagem

As Armadilhas da Linguagem Danilo Marcondes




Resenhas -


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Truga 24/05/2021

Ótimo, ideal para começar.
O livro é dividido em 7 capítulos (de 15 a 25 páginas) e uma conclusão. Danilo Marcondes é muito veterano no assunto, o que ele tem de anos estudando filosofia eu tenho de anos de vida...então imagina. Isso se converte em uma apresentação clara e objetiva.

De modo geral o livro contribui para a discussão do desenvolvimento de uma concepção pragmática de linguagem (o que toma os últimos 4 capítulos, com destaque para os Atos de Fala de Austin). O autor começa explicando a corrente analítica e as definições de signos, sintaxe e semântica para depois entrar na parte pragmática, menos formal.
Senti que a preocupação do autor é construir, com o leitor, um método aproximado – digamos assim – para que possamos trazer as palavras no seu uso metafísico para as experiências práticas de seu uso. No último capítulo Marcondes apresenta 2 textos (1 do Veríssimo e outro do Fernando Sabino) exatamente para trabalhar a análise de um discurso comum e como os interlocutores criam expectativas e manipulam a linguagem a seu favor, achei ótima essa parte.

O livro é muito bom para começar, pois Marcondes não se prende ou aprofunda um autor ou escola de pensamento. Fiquei esperando a corrente filosófica do próprio Marcondes nas conclusões mas não houve uma defesa explícita. Há muita atenção para a teoria dos atos de fala, o que deixa o texto em algumas partes meio teórico (e pessoalmente não me interessa muito).
Achei que as referências são na medida certa, sem exageros. Na medida do possível, há referências aos originais também.

RESUMO: gostei bastante, mais trabalhado que o #review94. Recomendo como primeira leitura. Há destaque para a concepção pragmática da linguagem de Austin e seus Atos de Fala.

IG literário: @trugaindica
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Bianca 18/06/2021

Eu admito que teve partes que eu tive que ir e voltar na leitura porque tinha me perdido, porque é óbvio que a pessoa que escreveu tem um senhor domínio do que está falando e volta e meia a coisa fica bem densa, mas é muito interessante como introdução a uma concepção pragmática da linguagem e bem explicativo quanto à evolução na percepção da análise da linguagem.
Mariah 19/08/2022minha estante
Tem alguma dúvida sobre? Ou, ainda, quer que eu comente algo por você? Sou aluna dele (autor) e um dos livros que trataremos na faculdade em aulas será este, caso tenha vontade de entender algo que achou que ficou pra trás só me contatar :) Gosto de fazer essa ponte para o fluxo não ficar... preso dentro da academia.




Mariah 20/09/2022

“Quando um homem fala com outro é para que possa ser compreendido.” JOHN LOCKE, Ensaio sobre o entendimento humano
“Não há armadilha mais mortal do que a que armamos para nós mesmos.”

RAYMOND CHANDLER, O longo adeus

O ESTUDO DA LINGUAGEM pode ser desenvolvido em diferentes perspectivas e com objetivos diversos. No contexto contemporâneo e no âmbito da filosofia da linguagem, o estudo da linguagem usada concretamente – ou seja, a pragmática – tem sido pouco explorado. Este livro visa contribuir para a discussão”

“O discurso da sedução é um dos bons exemplos em que a chance de haver dificuldade de comunicação é grande porque se trata de situação, bastante comum, em que queremos fazer com que alguém aceite, ou mesmo deseje, algo que pelo menos inicialmente não quer.a A situação de sedução já é, por si só, cheia de armadilhas, por isso a qualquer momento podemos pisar em falso se nos expressarmos de forma inadequada, pondo tudo a perder.

Uma das armadilhas mais difíceis de evitar na comunicação decorre da relativa autonomia que a linguagem parece ter, visto que o significado se constitui culturalmente e com frequência escapa do nosso controle.”

“Vemos, assim, que o discurso não depende apenas de quem o profere e de seus objetivos, por mais nobres que sejam. Quem fala se apropria da linguagem, mas esta foge de seu controle, de seus conhecimentos, de suas intenções. Produz significado, realiza atos que resultam de fatores muito além do que o falante profere nas circunstâncias em que o faz. É preciso levar isso em conta para evitar ou contornar as armadilhas da linguagem, ainda que muitas delas pareçam inevitáveis.

Há, também, armadilhas teóricas. As teorias que visam tratar a linguagem de forma totalmente desvinculada do contexto, que a idealizam, que constroem explicações com base em formalismos e examinam exemplos artificiais de construções logicamente perfeitas, mas que jamais empregamos, ilustram esse tipo de armadilha.”

“Quando um homem fala com outro é para que possa ser compreendido.”

JOHN LOCKE, Ensaio sobre o entendimento humano

A FILÓSOFA E PSICANALISTA FRANCESA, nascida na Bulgária, Julia Kristeva deu a seu livro de filosofia da linguagem lançado em 1981 o significativo título de Le langage: cet inconnu (A linguagem, essa desconhecida). Todos nós sabemos usar a linguagem e a aprendemos espontaneamente. Mesmo os que têm pouca escolaridade sabem utilizá-la. Falam, comunicam-se, são capazes de empregá-la em seu dia a dia de modo razoavelmente eficaz. E, contudo, se perguntarmos a qualquer pessoa (inclusive aos filósofos e aos linguistas) o que é linguagem, veremos que não há uma resposta simples, muito menos única.”

“Tradicionalmente, há dois grandes conjuntos de problemas em torno dos quais se desenvolve a maior parte da discussão filosófica e teórica sobre a linguagem. O primeiro diz respeito à relação entre a linguagem e a mente, ou o pensamento. Seria a linguagem sempre a expressão de um pensamento previamente constituído que se manifesta, se explicita, linguisticamente? Ou seria a linguagem uma forma de compreender o pensamento, de se ter acesso a ele? Steven Pinker deu a seu livro The Stuff of Thought (A substância do pensamento) o subtítulo de Language as a Window into Human Nature (A linguagem como uma janela para a natureza humana) porque, segundo ele, retomando Descartes no Discurso do método (parte V), só os seres humanos têm linguagem. Nesse tipo de concepção, examina-se sobretudo o sujeito linguístico, aquele cujo pensamento se expressa pela linguagem.”

“O segundo conjunto de problemas consiste em considerar a linguagem usada na comunicação. A linguagem é sempre utilizada para fazermos algo e, em um sentido amplo, nos comunicarmos com outros indivíduos que também a compreendem e utilizam. O foco desse tipo de investigação não reside tanto no sujeito linguístico, naquele que pensa e usa a linguagem para expressar seus pensamentos, mas na prática da linguagem como comunicação para interação entre os seus usuários. A linguagem é, assim, segundo o filósofo alemão Jürgen Habermas, intersubjetiva, por ser empregada como forma de interação humana – tema que o autor desenvolveu em um livro importante intitulado Teoria do agir comunicativo. Esse é o caminho que vamos explorar aqui.”

(Acabo por aqui, já que já há a visibilidade ideal à nível de vontade, parece que nesse fim da para finalmente saber se há o desejo de prosseguir)

Boa leitura :)
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Karina599 26/07/2021

As armadilhas da linguagem, por Danilo Marcondes
Confesso que julguei o livro pelo título e minhas expectativas eram outras.
Mas o livro não deixou a desejar.
Trazendo teorias e reflexões aprofundadas sobre o papel da filosofia da linguagem, Danilo Marcondes trata sobre os Atos de fala, a força ilocucionária e a integração entre linguagem verbal e não verbal.
Constrói nós primeiros capítulos uma base teórica para que compreendamos sobre os estudos na área, principalmente, da pragmática, e as fundações de uma base para um método de análise da língua em uso.
Ao final do livro traz dois exercícios de análise para colocar tanto a teoria quantos os métodos apresentados para uma análise que cubra as intenções do falante, expectativa dos participantes do diálogo, o contexto e sua força para o diálogo.
Tive alguma dificuldade para compreender os primeiros capítulos do livro que aborda sobre a filosofia da linguagem e seus teóricos, mas quando ele começa a abordar sobre os Atos de fala achei que o texto ficou mais claro e objetivo.
Recomendo para quem quer se aprofundar em um tema sobre a linguagem.
Mariah 19/08/2022minha estante
Tem alguma dúvida sobre? Ou, ainda, quer que eu comente algo por você? Sou aluna dele (autor) e um dos livros que trataremos na faculdade em aulas será este, caso tenha vontade de entender algo que achou que ficou pra trás só me contatar :) Gosto de fazer essa ponte para o fluxo não ficar... preso dentro da academia.




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