Resenhas - A região submersa

Italo Amorim 19/05/2024

Um suspense satírico e um romance fulminante, mas o final?
?A Região Submersa? é uma obra de suspense policial que se passa em meio ao contexto da ditadura militar brasileira por volta da década de 70. Situado em Porto Alegre, propõe-se a ser um romance policial bastante autoral na maneira que ?desvenda mistérios? e traz novos elementos para a trama, fugindo um pouco do que me habituei com o gênero - Sherlock por Arthur Conan, Poirot por Agatha Christie e afins. Nesse caso em especial, o protagonista tem muito mais defeitos do que virtudes.

Entre as suas poucas virtudes está o sarcasmo, sendo - ao meu ver - a grande curva de diferença na obra. Tendo em vista todo o contexto em que ela se passa, a sutileza para se criticar certos eventos é genial. Além disso, conta com uma dose de romance quase fulminante que toma conta das páginas finais da história - e aí que está o problema do livro ao meu ver.

Tendo 300 páginas, o romance policial meio que perde o rumo entre a página 200 e a 250, ficando muito aquém dos dois primeiros terços do enredo e assumindo uma série de conflitos a priori infundados. A impressão de longe é que o autor não quis dar uma solução para o mistério proposto - e tudo bem, finais em aberto são sempre uma possibilidade - o grande ponto é o caminho que escolheu para fazer isso.

No geral é uma obra que prende o leitor por muito tempo. Muito bem escrita e desenvolvida, mas peca no encerramento. Vale a leitura de qualquer forma.

Rodrigo 27/05/2021

Romance policial no contexto da ditadura militar brasileira
Excelente obra!! Se passa principalmente em Porto Alegre (inclusive merecem destaque as descrições vívidas da cidade) durante a década de 1970. O romance possui uma narrativa marcada principalmente pelo seu tom satírico, que se adequa perfeitamente aos propósitos de uma crítica política muito necessária tanto para a época em que foi escrito (1978) quanto para os dias atuais, também marcados pelo autoritarismo. Um livro muito atual e necessário.

Thomas 21/01/2015

Desfecho frustrante
Eu teria dado quatro estrelas, talvez até cinco, não fosse pelas últimas cinquenta páginas. Tabajara não soube criar um bom desfecho nem resolver os mistérios da trama satisfatoriamente. O que se vê mais nas últimas páginas são diálogos e conflitos internos do protagonista, e não a solução dos mistérios, que fica reservada para as últimas cinco páginas.

O final de um romance, principalmente dos policiais, é importante. Nele, toda a trama se entrelaça e os mistérios são resolvidos. Tabajara não soube criar um bom final, e eu só dou três estrelas porque gostei da maioria do romance.