Da poesia

Da poesia Hilda Hilst




Resenhas - Da Poesia


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Lethycia Dias 13/02/2020

Enlevo e Encantamento
"da poesia" reúne toda a obra poética de Hilda Hilst, que até sua morte produziu muito e foi muito pouco lida. O livro compreende desde sua primeira publicação, em 1950, até poemas inéditos, recolhidos do acervo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Eu tinha curiosidade sobre Hilda Hilst, mas não esperava amar tanto.
Sou uma apaixonada por poesia, e desde 2018 venho tentando aumentar a minha quantidade de leituras desse gênero. Acho que a poesia tem uma capacidade de nos tocar em nível até mais profundo do que a prosa, e por isso se torna difícil explicar o que sinto lendo bons livros de poesia. É um tipo enlevo, de encantamento. E foi isso o que senti com esse livro, desde as primeiras páginas.
Hilda Hilst tem 3 assuntos principais em sua obra, que são o amor, a morte e o sagrado, muito bem esmiuçados por Victor Heringer no posfácio deste livro. Os três temas muitas vezes de cruzam e se misturam nas diferentes fases da escrita de Hilda. Em todos, ela conseguiu me tocar.
Há uma fase que destoa de tudo: no livro "Bufólicas", Hilst satiriza os contos de fadas em sete poemas pornográficos, desbocados, sujos. "Bufólicas" faz parte de uma fase em que Hilda, em protesto à pouca atenção recebida pelo público, "tocou o foda-se", como diríamos hoje, e escreveu sobre sexo sem papas na língua. Admito que não gostei, mas tenho vontade de ler também os escritos em prosa que fizeram parte dessa época.
O livro, além de muito bonito, conta com um índice remissivo, no qual podemos encontrar cada poema mesmo quando não há título; um texto de Lygia Fagundes Telles sobre sua amizade com Hilda; uma linda carta escrita por Caio Fernando Abreu; além de uma entrevista de Hilda para o Jornal do Brasil, de 1989. É uma edição maravilhosa que, enfim, valoriza a produção de Hilda. Não vejo a hora de ler a prosa e as correspondências dela!

site: https://amzn.to/31QKVGt
Juliete Marçal 13/02/2020minha estante
Amo a escrita Hilda Hilst! ? Me sinto tocada pela poesia dela da mesma forma quando eu leio Fernando Pessoa. Pode parecer improvável, mas a poesia deles tem muito em comum! ?


Juliete Marçal 13/02/2020minha estante
Amo a escrita da Hilda Hilst! ? Me sinto tocada pela poesia dela da mesma forma quando eu leio Fernando Pessoa. Pode parecer improvável, mas a poesia deles tem muito em comum! ?


Lethycia Dias 13/02/2020minha estante
Agora to curiosa pra ler Pessoa!




Jessica 21/09/2021

Um Ode à Voracidade de Hilda
Enquanto lia essa obra, desde as primeiras páginas, senti a rudeza com que a poesia de Hilda fora feita.
Poesia para somente não ser sentida ou apreciada, como também suportada: trágica e mórbida. A poesia de Hilda é um ode ao fim. De encontro ao peito, ela construiu um infinito formidável de sensações. Me desfiz em várias e me refiz em outras.
Deixarei aqui um trecho do Posfácio de Da Poesia, escrito por Victor Hering em referência a Hilda, específicamente. É possível ver o quanto criadora e cria estavam intimamente entrelaçadas. Hilda possuía mãos vivas e um coração vivo.

"Ela queria ser lida, lida mesmo, por leitores atentos. Suas entrevistas revelam como a própria autora se dedicou a construir sua imagem pública e a reivindicar espaço no meio literário. Essa autoconstrução, que dançou ao sabor dos capricci da imprensa, apesar da constante tensão com eles, desaguou na imagem que hoje se tem de Hilda Hilst. Hilda, a reclusa da Casa do Sol, com dezenas de cães. Hilda, que apareceu no Fantástico nos anos 1970 dizendo que gravava as vozes dos mortos. Hilda provocadora, desbocada, obscena, meio louca, eremita, arredia, indomesticável? Os adjetivos são muitos, e quase todos indicam certo descontrole. Essa aura parece dizer mais sobre aqueles que a tentam rotular do que sobre a própria Hilda ou seu trabalho, ao qual, como o leitor pôde atestar, não falta rigor."

Antes soubesse eu
o que fazer com estrelas na mão.
Se dilacerar-lhes a ponta
ou simplesmente não tocá-las.
Se estão perto cegam meus olhos.
Se estão longe as desejo.
Antes soubesse eu
o que fazer com estrelas na mão.

Um livro construído sob o peso de emoções incontidas.
Alê | @alexandrejjr 27/09/2021minha estante
Um texto poético para uma livro de poesias. Fantástico!


Jessica 28/09/2021minha estante
Fui completamente conquistada pela autora, depois desse livro. É maravilhoso ??




Yara 19/04/2024

Começando Hilda com o pé direito, tá? Ela vai de 0 a 100 em muitos versos. Impressionada como ela é pouco falada, apesar de tão boa.
Anaí Bueno 19/04/2024minha estante
??????




juuuwidy 07/05/2023

Um espiar entre as frestas da alma de Hilda. Essa mulher sim viveu, mas viveu intensamente! Temi ser engolida por toda essa paixão, é tal como ela diz: morte e amor ao mesmo tempo, um tipo de força de espírito que não se vê em todo lugar, chega dá uma vertigem de tanto pulsar.
Stone Shelley 19/08/2023minha estante
Amo dms




Alexandre Kovacs / Mundo de K 24/05/2017

Hilda Hilst - Da poesia
Editora Companhia das Letras - 584 Páginas - Lançamento: 13/04/2017.

Um livro absolutamente imperdível. Tão pouco conhecida, a poesia de Hilda Hilst (1930-2004) finalmente começa a ganhar o merecido lugar de destaque na literatura brasileira. Todos os seus poemas lançados em 25 livros, desde "Presságio", de 1950, até "Cantares do sem Nome e de Partidas", de 1995, reunidos em um único volume, em uma bem cuidada edição que conta com desenhos da própria Hilda, posfácio de Victor Heringer, texto de Lygia Fagundes Telles, carta de Caio Fernando Abreu para a autora e uma entrevista que Hilda concedeu a Vilma Arêas e Berta Waldman, publicada originalmente no Jornal do Brasil em 1989. Finalmente uma seleção de versões e esboços de poemas inéditos, recolhidos na Casa do Sol e na Unicamp. Uma obra que se lê com prazer do início ao fim, mas que deve ser relida aos poucos, uma espécie de livro sagrado (e profano) para nos acompanhar por toda a vida.

Hilda Hilst não obteve o devido reconhecimento em vida e se tornou mais famosa pelo seu comportamento exótico do que por sua obra, como ocorre normalmente com os autores à frente do seu tempo. "Em 1963, abandonou a agitada vida social e se mudou para a fazenda da mãe em São José, próxima a Campinas. Lá, em um lote desse terreno, construiu sua chácara, Casa do Sol, onde passou a viver a partir de 1966, ano da morte de seu pai. Na companhia do escultor Dante Casarini — com quem foi casada entre 1968 e 1985 — e de muitos amigos que por lá passaram, ela, sempre rodeada por dezenas de cachorros, se dedicou exclusivamente à escrita. Além de poesia, na década de 1970 ampliou sua produção para ficção e peças de teatro."

Os seus primeiros livros foram publicados em pequenas editoras como a Anhambi de São Paulo e posteriormente pelo amigo Massao Ohno, e já se esgotaram, passando a ser relançados em 2001 pela Editora Globo, organizados pelo crítico literário Alcir Pécora, com a intenção de editar as obras completas. Luiz Schwarcz, presidente do Grupo Companhia das Letras, admite, nesta matéria, que a nova edição é uma reparação de um erro do passado. Hilda enviou os seus livros para ele no início dos anos 1990, mas foi rejeitada. "É a reparação de um erro cometido no passado", afirmou o editor. "Na ocasião, a linha editorial da Companhia das Letras em poesia era bem mais restrita. Fico feliz em reparar esse erro e é uma pena que não tenha acontecido com a Hilda ainda em vida."

Na verdade, a própria autora tinha consciência da importância de sua obra e, por isso mesmo, lamentava não poder ser mais lida, como afirmou no trecho abaixo, ao Suplemento Literário de Minas Gerais, em abril de 2001:

"Não é que eu queira uma aceitação do público. Mas quando a gente vai chegando à velhice como eu, com setenta anos, dá uma pena ninguém ler uma obra que eu acho maravilhosa. Fico besta de ver como as pessoas não entendem o que escrevi. Recuso-me a dar explicações. Falam coisas absurdas, que a minha obra não tem pontuação, não tem isso, não tem aquilo... Acho desagradável ter que falar sobre a minha obra, é muito difícil. Sei escrever." - Trecho da Apresentação (Pág. 13)

A poesia de Hilda Hilst é complexa sim, mas sempre transbordante de emoção, amor, vida e morte. Surpreendeu a crítica e o seu pequeno público da época ao tratar o sexo de maneira natural. Alguns de seus livros chegaram a ser chamados de pornográficos, talvez em uma estratégia de marketing, de certa forma suicida, para chamar a atenção para sua literatura transgressora em três publicações em prosa: "O caderno rosa de Lori Lamby," de 1990, "Contos d'escárnio/ Textos grotescos", de 1990, e "Cartas de um sedutor", de 1991. Independente desses livros que a aproximavam do obsceno, colocando-a na vanguarda do movimento feminista, ela tinha uma visão bem diferente do seu estilo quando afirmava: "O erótico, para mim, é quase uma santidade. A verdadeira revolução é a santidade".

Presságio (1950)
Pemas primeiros - Pág. 70

Tenho pena
das mulheres que riem com os braços
e choram de mentira para os homens.
E descobrem o seio antes do convite
e morrem no prazer... olhos fechados.

Tenho pena
do poeta feito para só ser pai... e ser poeta.
E daqueles que dormem sobre o papel
à espera do vocábulo
e dos que fazem filhos por acaso
e dos doidos e do cão que passa

e de mim... que espero a morte
na confusão e no medo.


Roteiro do Silêncio (1959)
Sonetos que Não São - Pág. 90

Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha

Objeto de amor, atenta e bela.
Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar... se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.


Ode Fragmentária (1961)
Testamento Lírico - Pág. 159

Se quiserem saber se pedi muito
Ou se nada pedi, nesta minha vida,
Saiba, senhor, que sempre me perdi

Na criança que fui, tão confundida.

À noite ouvia vozes e regressos.
A noite me falava sempre sempre
Do possível de fábulas. De fadas.

O mundo na varanda. Céu aberto.
Castanheiras doiradas. Meu espanto
Diante das muitas falas, das risadas.

Eu era uma criança delirante.

Nem soube defender-me das palavras.
Nem soube dizer das aflições, da mágoa
De não saber dizer coisas amantes.

O que vivia em mim, sempre calava.

E não sou mais que a infância. Nem pretendo
Ser outra, comedida. Ah, se soubésseis!
Ter escolhido um mundo, este em que vivo

Ter rituais e gestos e lembranças.
Viver secretamente. Em sigilo
Permanecer aquela, esquiva e dócil

Querer deixar um testamento lírico

E escutar (apesar) entre as paredes
Um ruído inquietante de sorrisos
Uma boca de plumas, murmurante.

Nem sempre há de falar-vos um poeta.
E ainda que minha voz não seja ouvida
Um dentre vós resguardará (por certo)

A criança que foi. Tão confundida.


Da Morte. Odes Mínimas (1980)
Poema XXIII - Pág. 330

Porque conheço dos humanos
Cara, crueza,
Te batizo Ventura
Rosto de ninguém
Morte-Ventura
Quando é que vem?

Porque viver na terra
É sangrar sem conhecer
Te batizo Prisma, Púrpura
Rosto de ninguém
Unguento
Duna
Quando é que vem?

Porque o corpo
É tão mais vivo quanto morto
Te batizo Riso
Rosto de ninguém
Sonido
Altura
Quando é que vem?
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Adriana Scarpin 29/06/2017

Tendo lido e estudado a obra completa de Hilst, é com imenso prazer que a releio em uma edição única de sua poesia e fundamental para quem a considera uma das grandes vozes literárias do país, particularmente considero formada por ela, Guimarães Rosa e Machado de Assis o que chamo de santíssima trindade da literatura brasileira.
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Poesia na Alma 03/07/2017

A Mulher que queria ser lida
Hilda Hilst viveu um paradoxo entre críticos, leitores de forma geral e as grandes editoras. Se por um lado os críticos aclamavam seus textos e os prêmios literários se faziam presentes, por outro, a baixa vendagem de seus livros e a classificação de literatura difícil a tira do campo de interesse de grandes editoras.


saiba mais aqui - http://www.poesianaalma.com.br/2017/07/resenha-mulher-que-queria-ser-lida.html
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Mila F. @delivroemlivro_ 24/08/2017

Aos amantes de poesias...
Não tinha lido quase nada da Hilda Hilst antes de ler Da Poesia, somente alguns fragmentos e poesias que via vez ou outra espalhados pela internet, portanto, quando soube dessa publicação fiquei tão empolgada que não perdi a oportunidade de conhecer mais uma poetisa brasileira.

O que mais gostei dos poemas de Hilda Hilst foi a inteligencia com que ela expunha sentimentos ou contava pequenas histórias. Na verdade o que gosto ao ler poesia é que, diferentemente de uma prosa o leitor tem que sentir o que está escrito, pois só assim ele conseguirá entender um texto poético. Resultado: alguns dos poemas de Hilda me comoveram, me emocionaram, me renderam várias emoções, mas outros eu simplesmente não entendi, provavelmente porque não me identifiquei com os sentimentos ali expostos.

Isso é um ponto ruim? De modo algum, penso que, quando for reler a obra novamente, vou ter novas experiências e quem sabe poderei amar e entender estes poemas que não consegui sentir nesta minha primeira leitura?! Definitivamente, amo poesia e sempre que me deparo com livros e coleções assim fico arrependida por não me jogar mais nesse tipo de leitura.

Temas sobre amor, solidão e morte são bastante constantes na lavra poética de Hilda Hilst o que prova que, realmente todos estamos familiarizados com esses sentimentos e temos possibilidade de compreender sua obra. De fato, esses temas caem bem no texto poético pois são experiências coletivas - por mais individualizadas que sejam - o homem é alguém que no passado, no presente ou num futuro vive cercado por esses sentimentos, aspirações e medos.

Da Poesia é um livro único, singular e, definitivamente, perene. Poesia é sempre algo perene, pois independente da evolução tecnológica sempre teremos sentimentos comuns e singulares, poesia é a transcrição desses sentimentos de forma artística (a única forma possível para expressá-los) e que ganha tradução através de pouco seres inspirados: os poetas.

site: www.delivroemlivro.com.br
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Na Literatura Selvagem 12/10/2017

Da poesia
A poesia de Hilda Hilst foi compilada num volume lançado recentemente pela Editora Companhia das Letras e com prazer me deleitei numa leitura densa e poética de uma das mais significativas escritoras que nossa literatura já teve...

Da Poesia reúne textos que datam desde a década de 1950 até sua obra escrita pouco tempo antes de sua morte, em 2004. Foi na poesia que Hilst começou sua carreira. Em seus versos ela retratava o amor, a amizade, sexo e morte mescladas à doses de solidão e existencialismo. Há um quê de espiritualidade e busca pelo divino pairando em sua obra. Publicada inicialmente por editoras menores, Hilda almejava ser lida, sua escrita febril e mítica não possuía irreverência.

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2017/08/da-poesia-de-hilst.html
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Ronaldo Thomé 19/05/2018

Uma Superfície de Poesia Ancorada Na Loucura
Hilda é uma das vozes mais originais da nossa literatura e, infelizmente, não recebeu em vida o valor que mereceu.
Esta edição vem preencher esse vazio e ajudar a reparar este terrível erro...
Bem, o que falar de sua obra? Hilda mistura os gêneros literários, prosa e poesia se alternam em seus textos.
A impressão pessoal, no entanto, vai além de tudo isto. É interessante como ela se aproxima do surrealismo, temática pouco abordada dentro dos nossos versos. Sua obra é cheia de imagens extremamente originais, cheias de detalhes, principalmente depois dos anos 80. Esse mosaico de ideias vai desde a poesia sacra de Jorge de Lima e Vinicius de Moraes aos escritos de Santa Teresa, passando pela pesquisa metafísica da existência e, claro, pela busca de Deus.

P. S.: os últimos livros de Hilda são fantásticos, principalmente o final, Cantares.

Recomendado para: quem gosta de viajar entre símbolos e se aventurar em algo novo, entre o misticismo, o mágico, o irônico e o romântico. Ah, Hilda e o amor...

Nota: 10,0 de 10,0.
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jessica.guabiraba 26/05/2024

HH
O que dizer sobre Hilda Hilst ? Sua poesia me devorou enquanto eu a devorava, não consegui parar de ler, não entendi porque as pessoas já rejeitaram sua escrita. Sua poesia é intensa, única, sólida e fugaz. Agora quero me aprofundar em sua prosa e mergulhar nas profundezas de suas palavras polêmicas e certeiras.
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/09/2019

Pela primeira vez, a produção poética de Hilda Hilst, dispersa em mais de vinte livros, é reunida em um único volume.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535928853
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Etiene ~ @antologiapessoal 19/02/2020

Adquiri a antologia da Hilda e decidi lê-la em doses homeopáticas: sempre que sentia vontade, lia alguns páginas. Senti que curti muito mais a leitura e consegui inserir a poesia no meu dia a dia ao longo do ano. Essa é uma dica super bacana, eu acho. Hilda Hilst é poetisa brasileira, nascida na década de 30. De todos os adjetivos que eu poderia dar a ela, acredito que "INDOMESTICÁVEL" seria o que mais se encaixa. Amei lê-la e conhecê-la, a coragem de expor suas dores e questionamentos, próprios da natureza humana, geram um identificação real com suas obras. E além de poemas, ela escreveu prosa e algumas peças. Seu legado pra literatura nacional é imenso!
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Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.


E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.


Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra.
Há tanto tempo espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
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Fernando Campos Kanigoski 24/04/2020

Leitura extremamente agradável que possui diversos tons: melancólico, apaixonante, hilário. Um excelente livro para se ter na cabeceira da cama e ler um pouco todos os dias.
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MelQuezado 18/05/2020

Não vou ser cult e dizer que é um livro maravilhoso. Adoro a Hilda Hilst e já tinho lido obras dela, mas achei o livro um pouco cansativo...
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