Conchego das Letras 04/05/2017
Resenha Completa
Olá, leitores! Hoje trago para vocês a esperada resenha de O Segredo dos Becker, obra que apresentamos em 3 posts aqui no Conchego. Essa resenha, na verdade, é um fragmento do prefácio que eu realizei para a obra. Tirei as partes que achei pertinente e reajustei para que vocês pudessem sentir o clima. Espero, sinceramente, que gostem! Vamos lá?
Em algum momento de sua vida, já parou para pensar sobre o que é que te move? Quais são os sentimentos que te impulsionam e instigam a realizar coisas que jamais imaginou ser capaz de fazer?
A mente humana, apesar de ser insistentemente estudada, ainda é um grande mistério. Às vezes, pensamos conhecer uma pessoa e ela acaba nos surpreendendo com ações que julgamos ser incapaz de fazer. Porém, qual o motivo de acreditarmos que certas pessoas não podem ser cruéis? Por qual razão pensamos que somos tão espertos a ponto de adivinhar o próximo passo de alguém?
É imprescindível ter consciência de que só descobrimos o que a pessoa nos deixa ver. Jamais iremos conhecê-la, de fato; por vezes nem mesmo ela se conhece.
Alane Brito consegue exemplificar com maestria essa cômoda sensação do falso conhecimento sobre o outro. Em O Segredo dos Becker, somos tragados para o seio de uma família aparentemente normal, embora coisas como esconder uma criança do mundo são completamente aceitáveis. Sarah, a protagonista, chega a ser tão inocente que temos vontade de adentrar o livro e dizer para ela que as evidências de que algo está errado estão por toda parte. Contudo, à medida que a história vai se desenrolando, percebemos que para Sarah era mais fácil “não ver”.
A comodidade é mais fácil, é mais aceitável, não causa desconforto, enquanto ver que algo não está certo, ter essa percepção e ser obrigado a desconfiar até mesmo de sua sombra, isso sim incomoda, e muito.
Por isso, posso dizer que a trama de O Segredo dos Becker me prendeu do começo ao fim. Nós, leitores, somos embalados por uma canção soturna, e levados a querer descobrir os reais motivos para que Michael precise ficar escondido através de paredes disfarçadas por rodameios.
Mike, como é chamado, é de longe o personagem mais fascinante, pois seu autocontrole e perseverança são admiráveis. Em seu lugar, eu não sei como teria enfrentado a situação.
Com uma ambientação assustadora, a história vai tomando rumos inesperados e pessoas que julgamos ser confiáveis mostram sua verdadeira face nos momentos de maior tensão. Em quem acreditar? Como escapar da teia de mentiras que foi meticulosamente tecida durante anos? São perguntas que vão sendo, de forma surpreendente, respondidas.
Se o leitor espera um romance de arrancar suspiros, sinto desapontá-lo, pois até mesmo o amor neste livro pode ter um toque de insanidade. A obra de Alane é repleta de críticas ao comportamento humano em seus mais variados aspectos. O que você faria se descobrisse que toda a sua realidade não passa de uma mentira? Diante dessa descoberta, você confiaria em alguém para lhe ajudar a resolver a situação?
Este é um livro forte, que retrata atitudes de pessoas que poderiam ser os meus ou os seus pais, vizinhos, amigos... Ninguém está imune. Então, se você der uma chance para este livro, sinta-se sempre alerta e preste atenção nos mínimos detalhes.
Não ouse confiar, jamais, no outro e mantenha seus olhos bem abertos, pois um passo em falso pode ser o seu fim!
E por hoje, eu fico por aqui, deixando este convite para todos que gostam de um thriller psicológico e também para aqueles que gostam de uma trama nada clichê e que nos envolve do começo ao fim. Alane Brito conseguiu me fisgar e eu me considero uma fã alucinada de seus livros! (tenho todos! Inclusive edição 1 e Edição 2 de O que me Disseram as Flores).
Um Beijo e espero que tenham gostado da Semana dos Becker! Até a próxima.
site: http://www.conchegodasletras.com.br/2017/04/semana-dos-becker-3-resenha-de-o.html