É isto um homem?

É isto um homem? Primo Levi




Resenhas - É Isto um Homem?


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Alê | @alexandrejjr 19/01/2022

O homem é o prisioneiro do homem

Alguém já disse alguma vez e eu repito: a memória é um conjunto infinito de labirintos. É por isso que “É isto um homem?”, exemplar máximo da literatura de testemunho, é essencial. Afinal, como recordar em palavras um dos períodos mais violentos da história humana?

O químico Primo Levi, judeu italiano sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, mostra neste relato impressionante a pequenez humana. Mostra como a liberdade, o bem maior que todos almejamos, pode ser usurpada diante de nossos olhos sem a menor possibilidade de reação. Ao narrar com tremendo esforço e invejável compromisso ético seus dias no inferno nazista, Levi oferece aos leitores, sem juízo de valor algum, uma reflexão sobre a humanidade. O que é o progresso, a ética, a justiça e a política em meio à desumanização? Em meio a um contexto de caos e extrema violência, em que o homem livre é inexistente, Levi consegue nos mostrar que esses conceitos não passam de palavras ou signos em desuso.

Para além de relatar o cotidiano em Auschwitz, em analisar o declínio da humanidade perante seus próprios olhos, Levi deixa como legado em “É isto um homem?” a necessidade de preservar a memória. O testemunho de Levi é, portanto, a preservação do coletivo. O coletivo que sofreu, morreu e constantemente é alvo de uma tentativa de esquecimento, de apagamento. Porque a pergunta que dá título ao livro é um questionamento sem conclusão simples: o homem é o mesmo que matou milhares de judeus, mas também é o mesmo que sofreu com a perda da identidade nos campos de concentração nazistas. Portanto, o homem é uma incógnita.

Após a leitura de “É isto um homem?”, me atrevo a pensar que a clássica frase de Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”, merece uma ressignificação: o homem é o prisioneiro do homem. Porque Primo Levi foi - e ainda é - a voz de quem foi silenciado e a nós, meros leitores, basta escutá-lo.
Katielly 20/01/2022minha estante
Sempre bom ler suas resenhas, Alê!  Tenho muita vontade de ler este livro.


Kivia Raquel 20/01/2022minha estante
Já irei incluir este em minhas próximas leituras. Obrigada por compartilhar.


Craotchky 20/01/2022minha estante
Breve e excelente texto.


Alê | @alexandrejjr 20/01/2022minha estante
Katielly, obrigado por acompanhar e comentar sempre que possível!

Kivia, agradeço a leitura! É um livro muito importante mesmo, e de uma beleza - apesar do tema - singular.

Agradeço o elogio, Filipe!


Luciana 21/01/2022minha estante
Sou doida pra ler esse livro! Valeu por compartilhar a resenha!


Alê | @alexandrejjr 21/01/2022minha estante
Eu que agradeço a leitura, Lu! Obrigado!


Tamires Durães 25/01/2022minha estante
Resenha impecável, conseguiu descrever com exatidão as impressões que também tive ao lê-lo! A leitura de É isto um homem? é extremamente impactante e necessária, me interesso muito por leituras com pano de fundo o holocausto, este sem dúvida é o melhor que li.


Alê | @alexandrejjr 26/01/2022minha estante
Agradeço a leitura, Tamires!




regifreitas 24/10/2019

É ISTO UM HOMEM? (Se questo è un uomo, 1958), de Primo Levi; tradução Luigi Del Re.

Hoje existem várias obras que abordam o período da Segunda Guerra, e, mais especificamente, as que tratam da questão dos campos de extermínio e do holocausto. Entretanto, este foi um dos primeiros relatos sobre o assunto, surgido logo após o fim da Guerra, e narrado por alguém que viveu de perto os horrores daqueles campos. E, mesmo hoje, tantos anos depois, o livro de Primo Levi é um dos documentos mais contundentes e impressionantes sobre um dos períodos mais lúgubres da humanidade.

Levi, então com 25 anos, foi enviado à Auschwitz em 1944, juntamente com cerca de 650 outros judeus. Desse grupo, ele foi um dos poucos sobreviventes a retornar à Itália após o término da guerra; todos os demais pereceram num espaço de pouco menos de um ano.

Uma série de fatores foram as responsáveis por sua sobrevivência: nos meses finais da guerra, o regime nazista havia refreada um pouco o seu ímpeto de exterminar os prisioneiros, afinal, necessitavam de mão de obra nos campos; nesse sentido, a experiência profissional de Levi como químico também lhe foi proveitosa em determinando momento; o pouco conhecimento da língua alemã, quando a grande maioria dos prisioneiros desconhecia o idioma, também “facilitou” um pouco o seu dia a dia junto aos guardas; e, segundo o próprio autor deixa claro, não teria sobrevivido se não tivesse sorte, muita sorte!

Trata-se de um relato detalhado, fiel, tocante e chocante sobre aquele período. O autor jamais cai em sentimentalismos, vitimismo ou revanchismo em relação ao que ocorreu em Auschwitz. É daquelas obras que deveriam ser leitura obrigatória, seja em que época for.

Leitura para o Desafio Viaggiando: um livro sobre genocídio.
ElisaCazorla 24/10/2019minha estante
Lerei nos Bons Casmurros no próximo semestre!! :)


regifreitas 24/10/2019minha estante
o que são os Bons Casmurros???


ElisaCazorla 24/10/2019minha estante
Perdão, Regi! Bons Casmurros é o clube de leitura de Maringá do qual eu faço parte. Lemos e discutimos um livro a cada 3 semanas. Sempre após as discussão vamos para um barzinho, porque ninguém é de ferro hahahaha


regifreitas 24/10/2019minha estante
que legal! esse é o melhor tipo de clube de leitura! rsrsrs


ElisaCazorla 24/10/2019minha estante
Sim :)




Roneide.Braga 10/06/2020

[É ISTO UM HOMEM? - PRIMO LEVI]
O livro é sensacional, carregado de emoções inacreditáveis. Não há palavras suficientes que eu possa dizer para descrever a leitura desse livro. Só leia!!
Juliete Marçal 10/06/2020minha estante
Esse livro é impactante, entrou para os meus favoritos da vida! É o primeira da trilogia de Auschwitz. O segunda é tbm muito bom e fundamental. Recomendo! :)


Roneide.Braga 10/06/2020minha estante
Você pode me informa o nome do segundo? Eu vi que o autor tem 9 livros publicados. Realmente, esse livro é muito impactante. O final foi um choque pra mim.


Juliete Marçal 10/06/2020minha estante
Sim, a obra dele gira em torno das suas memórias ddo tempo que viveu como prisioneiro em Auschwitz, até os contos que ele publicou não escaparam desse universo.
O segundo livro da trilogia é 'A Trégua', e ele vai contar a sua volta para casa após o campo ter sido libertado, uma verdadeira saga. Muito bom!
O terceiro 'Os Afogados e os Sobreviventes' , eu ainda não li.
Acho que ele escreveu tanto sobre Auschwitz como uma forma de se libertar do que viveu lá, mas eu penso que alguém que viveu esse horror nunca volta o mesmo e tão pouco consegue viver e enxergar a vida antes.


Roneide.Braga 10/06/2020minha estante
Eu concordo plenamente com você! Muito obrigada, já estou curiosa sobre esse segundo livro.




Thamiris.Treigher 07/10/2022

Uma tragédia em que a morte era o menor dos males.
Em uma situação extrema, sem nenhuma humanidade (como foi no Holocausto), em que momento o homem deixa de ser humano e vira um "animal"?

Em "É isto um homem?", o italiano Primo Levi vai muito além de contar sua experiência como sobrevivente do Holocausto e sobre como era a brutal rotina nos campos de concentração.

Ele mostra como o dia a dia pesado, repleto de humilhações e assassinatos desumanizou e reduziu as pessoas a algo indefinido. Antes, havia uma pessoa. No campo, essa humanidade deixa de existir, graças aos horrores da Segunda Guerra.

"Os personagens destas páginas não são homens. A sua humanidade ficou sufocada, ou eles mesmos a sufocaram, sob a ofensa padecida ou infligida a outros."

Primo Levi faz um relato profundo e íntimo sobre a moral humana em meio ao extermínio, mostrando que os homens nos campos de concentração dificilmente poderiam ser identificados com os homens que eram antes, em uma tragédia em que a morte era o menor dos males. "Era praticamente impossível sobreviver sem renunciar a nada de seu próprio mundo moral".

Arrebatador, incrível, forte, profundo, cruel, necessário.
Michele Boroh 08/10/2022minha estante
Amplia nossa perspectiva sobre a crueldade "humana" quando a gente achava que já tinha ouvido/lido o suficiente sobre o período. Duro, por isso necessário mes-mo.


Carolina.Gomes 08/10/2022minha estante
Own meu Deus! Sem condições de ler, por eqto?


Thamiris.Treigher 11/10/2022minha estante
Exatamente isso, Michele!!


Thamiris.Treigher 11/10/2022minha estante
Carol, mas vale muito!!




Eliza.Beth 27/02/2021

Seres humanos... até onde chegam
Muito difícil ler esse livro.
São tantas coisas absurdas visando transformar pessoas em animais.
Reduzi-las a pó certamente é cruel mas tirar, diariamente, as pequenas coisas q nos fazem humanos, que nos permite nos sentir um ser humano, realmente, ultrapassa o limite de humanidade.

Todo mundo sabe como essas pessoas eram obrigadas a trabalhar em Campos, arrancadas de suas casas, abandonando todos os seus pertences e pessoas amadas.

Mas e passar 4 dias sem beber uma gota de água? Ser chamado por um número? Receber um pote para comer mas não receber uma colher? Ter que manter as unhas cortadas mas para isso, ter como ferramenta os dentes? Se você perde um sapato, eles te dão outro mas você escolhe a olho, se tiver sorte, vai ser o seu número. Se não, azar o seu.

Sobre as seleções de quem continuava apto ao trabalho ou quem iria para as câmaras de gás, esse vou deixar para vc descobrir sozinho.

LEIAM ESSE LIVRO, PELO AMOR DE DEUS!
Natália Carolina 28/02/2021minha estante
:(


Eliza.Beth 01/03/2021minha estante
?


Carolina.Gomes 04/03/2021minha estante
?


Eliza.Beth 06/03/2021minha estante
Pancada atrás de pancada nesse livro




Adriana 03/11/2022

O homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem
Relatos mais contundentes acerca dos horrores e monstruosidades vividas nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

"É um homem quem mata, é um homem quem comete ou suporta injustiças; não é um homem que, perdida já toda reserva, compartilha a cama com um cadáver. Quem esperou que seu vizinho acabasse de morrer para tirar-lhe um pedaço de pão, está mais longe (embora sem culpa) do modelo do homem pensante do que o pigmeu mais primitivo ou o sádico mais atroz.
Uma parte da nossa existência está nas almas de quem se aproxima de nós; por isso, não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem". (trecho pág. 251)

Confusão diante do atormentador e do sofredor, até onde a humanidade pode ir (e chegou). As histórias de Levi carecem de emoção. Mas como exigir emoção quando sua condição humana está sob escrutínio? Não é possível fazer alguém q acorda para viver entender o q é acordar todos os dias para sobreviver.

Leitura impactante e necessária ?
Regis 04/11/2022minha estante
"... até onde a humanidade pode ir (e chegou)." Essa é a questão: a humanidade já foi vezes sem fim a lugares sombrios e já se mostrou desprovida de tudo que engloba a palavra "humanidade".
Ótima resenha, Drica.


Adriana 04/11/2022minha estante
Desprovidos de humanidade, essa é a palavra Regis. E o pior ainda, em tempos atuais ainda vemos isso, q a humanidade não está evoluindo. Como dizia Nilton Mendonça:
"Há uma nuvem de decadência e desumanidade seguido de ostentação com uma quantidade de ódio exacerbada e não estamos atentos q é no Amor q crescemos e damos um grande salto".


Alan kleber 04/11/2022minha estante
"O preço da liberdade é a eterna vigilância."


Alan kleber 04/11/2022minha estante
Esse livro é uma pancada.




Juliana 06/06/2017

Tristeza
Mais um daqueles livros que eu acabo e me pego pensando que seria melhor se eu não soubesse ler. Muito sofrimento e a dureza de saber que foi tudo real, que isso realmente existiu e foi o ser humano quem fez.
Patricia Dias 08/06/2017minha estante
Nem me fale. Estou no primeiro capítulo e estou com medo de avançar.


Pedro Nunes 08/05/2018minha estante
Esses livros que fazem a gente pensar "eu era mais feliz na minha ignorância prévia" são os livros necessários. São os que a gente deve ler. Essa destruição que eles causam dentro da gente é o que realmente constrói uma consciência humana. É isso que digo pra mim mesmo quando termino um desses. No mais, compartilho da sua dor, Juliana. Ótima resenha. :)


vanessa 26/06/2019minha estante
Pedro, tem indicações de livros assim?


decabg 10/01/2020minha estante
Vanessa, leia A Guerra não tem rosto de mulher.




Danilo Parente 24/04/2022

"Não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem"
De todos os livros que já li sobre o holocausto, esse foi, sem dúvidas, o mais forte e mais marcante para mim. Não que os outros não tenham sua importância, todos têm. Contudo, esse relato do Primo Levi mexeu muito comigo, pois é extremamente forte, doloroso e inesquecível. Mistura-se isso a excelente escrita do autor e resulta em uma das obras mais necessárias sobre esse terrível período da história.

O questionamento que dá ensejo ao título do livro “É isto um homem?” nos remete a duas ideias: de um lado os que sofreram as perseguições dos nazistas, e de outro, os próprios nazistas. Explico: as pessoas que foram perseguidas e submetidas aos campos de concentração viveram em situações completamente degradantes, e diante de tais atos, alguns perderam a própria humanidade. Então seria isso um homem? Reduzido a mera coisa e sem o mínimo necessário para viver de forma digna? De outro, temos os Nazistas, pois como pode ser humano alguém que enxergava o outro apenas como uma coisa e que utilizava métodos cruéis só por causa de um discurso de superioridade de raça?

Um fato importante tocado pelo Primo Levi é o de que não devemos nos esquecer que o nazismo não se resume a uma pessoa, mas que representa a todos os que de alguma forma foram convenientes com essa ideologia, seja por ação ou omissão. Isso serve para outros momentos conflitantes da sociedade, pois não devemos nos calar diante de injustiças ou de arbitrariedades. Ao sermos omissos, estamos compactuando com aquilo que deveríamos repreender.

Esse livro é fundamental para todos, ainda mais em tempos nos quais algumas pessoas tentam relativizar o aconteceu dentro dos campos de concentração e que seres ignorantes têm voz para defender o indefensável. Sem dúvidas é um livro que ficará marcado para sempre na vida do leitor. Vale muito a leitura.


Julia Mendes 24/04/2022minha estante
"É isto um homem?" Eu pensava que o título era apenas sobre os nazistas. Gostei dessa ambiguidade. ?
Comprei o livro, Danilo. Mas acompanhei seus históricos e agora ando com medo de ler. Rs ??


Danilo Parente 25/04/2022minha estante
Não sei se foi bem essa intenção, mas foi o que interpretei hahaha já vi pessoas comentando que a pergunta se refere apenas ao estado que os judeus foram deixados. Acho que você vai gostar da leitura, embora seja dolorosa.


Julia Mendes 25/04/2022minha estante
O medo é esse mesmo! ? Rsrs




Fabio.Nunes 23/08/2023

Necessário
É isto um homem? - Primo Levi
Editora: Rocco, 1988.

"Uma vez dentro do Campo, ou por causa de sua intrínseca incapacidade, ou por azar, ou por um banal acidente qualquer, eles foram esmagados antes de conseguir adaptar-se; (...) A sua vida é curta, mas seu número é imenso, (...), são eles a força do Campo: a multidão anônima, continuamente renovada e sempre igual, dos não homens que marcham e se esforçam em silêncio; já se apagou neles a centelha divina, já estão tão vazios, que nem podem realmente sofrer. Hesita-se em chamá-los vivos; hesita-se em chamar "morte" à sua morte, que eles já nem temem, porque estão esgotados demais para poder compreendê-la."

Depois da biografia de Hannah Arendt e do relato de Ellie Wiesel, era chegada a hora de Primo Levi e suas "experiências" em Auschwitz como prisioneiro.
Italiano, judeu e fugitivo do regime fascista, foi capturado e enviado a Auschwitz em 1944.
Uma história muito parecida com a de Ellie Wiesel em "A noite". Nessa obra o autor nos conta de forma mais detalhada a vida cotidiana nesse campo de concentração, numa narrativa que inclui suas próprias reflexões sobre o mundo e o ser humano.
Um livro, portanto, um pouco mais extenso, mas não por isso menos aterrorizante.
Leitura necessária.
Max 23/08/2023minha estante
Preciso tomar coragem, Fábio, pra ler!


Fabio.Nunes 23/08/2023minha estante
Precisa nada cara! Vc tem trajetória literária. Aguenta o tranco.


Max 23/08/2023minha estante
Putz! Depois de incentivo desses...?




@aprendilendo_ 20/06/2021

Resenha de "É isto um homem?"
Publicada pela primeira vez em 1947 e escrita por Primo Levi, “É isto um homem?” é tida como uma das mais importantes obras literárias acerca da 2ª Guerra Mundial. Nesse sentido, no livro, acompanhamos o testemunho e as reflexões do autor italiano sobre o período no qual ficou preso em Auschwitz, o maior campo de concentração nazista.

De início, com uma escrita lúcida, o livro surpreende pelo fato de, mesmo com um tema amargo e sufocante, entregar uma narrativa fluida, a qual não cansa o leitor no decorrer de suas páginas. Nesse contexto, grande responsável por tal característica é a estrutura de desenvolvimento dos fatos, a qual, por meio de capítulos curtos e uma exposição de acontecimentos lineares e correlacionados, consegue gerar uma boa sensação de continuidade narrativa, enquanto imerge o leitor na perspectiva de Levi. Em adição, outro elemento essencial do livro é a descrição dos fatos, toda a estrutura dos campos é descrita em seus detalhes, desde as funções dos presos e suas hierarquias internas, até a convivência de cada um com seus vizinhos e inimigos. Como consequência, com uma grande sensação de completude literária, tem-se o prosseguir de um relato impressionante e assustador.

Em segundo plano, sobre as reflexões do escritor, é demonstrado, de forma progressiva, toda uma melancolia ao redor da história contada. No entanto, em momento nenhum, Primo Levi passa a atacar seus algozes ou simplesmente revela um rancor maldoso contra os atos abomináveis. Pelo contrário, há aqui uma curiosa análise fria que, ao mesmo tempo, parece estar distante e próxima dos relatos, de forma a levar o leitor a ponderar de várias maneiras possíveis, seja pelo olhar de um prisioneiro nos campos de concentração, seja como mero expectador do desastre humano.

Portanto, “É isto um homem?” é um livro único e comovente em todos os seus aspectos, essencial para os em busca de refletir sobre a maldade humana, ou simplesmente entender mais sobre os tristes ocorridos na 2º Guerra Mundial.
Nota: 9.4
Instagram:@aprendilendo_
Cristian 24/06/2021minha estante
ótima resenha! Quando li, achei um soco no estômago, mas é como vc disse, uma escrita que não cansa o leitor, ele traz o fato o mais cru possível, com o mínimo de juízo de valor. Muito bom.


@aprendilendo_ 24/06/2021minha estante
Muito obrigado!!


Luana0612 02/11/2021minha estante
Amei a resenha seguindo o padrão de redação do Enem




Valério 30/07/2019

Mais que uma narração dramática
"É isto é um homem?" ficou muito famoso por ter sido escrito e publicado pelo seu autor e narrador em primeira pessoa pouco depois de sua libertação de Auschwitz.
E foi com essa expectativa que iniciei a leitura. Já li muitos livros sobre nazismo e os períodos históricos que antecederam e sucederam essa anomalia. Em primeira pessoa e também narrados por terceiros. Histórias reais, fictícias e misturas das duas. Contadas por alemães, poloneses, ingleses, russos, judeus, dentre outros.
Mas nada é como este livro.
Primo Levi viveu no campo de concentração como judeu, no período mais crítico. E conta com impressionante (mesmo) riqueza de detalhes.
Mas o que mais diferencia este livro dos outros é sua qualidade literária. Primo Levi é um grande escritor.
As frases são fortes, martelam em nossas cabeças, nos levam a sentir o que sentiam prisioneiros judeus (melhor dizendo, nos ajudam a ter uma breve noção. A realidade deles era tão distante da realidade de qualquer pessoa que daí decorre o título do livro: Não eram mais homens. Os prisioneiros tornavam-se fantasmas apáticos, destituídos de vontades, sonhos, imaginação ou mesmo pensamento).
Sofremos imaginando o que passaram. E este sofrimento é necessário.
Porque a humanidade não aprendeu e insiste em cometer o mesmo erro. Coíbe o nazismo como se fosse apenas o nazismo que praticasse as atrocidades descritas. Mas esquece que o nazismo é apenas uma das formas de se praticar o genocídio covarde e ultrajante. Que outras formas de imposição totalitária e absolutista continuaram matando (e mataram muito mais ainda que o nazismo). Contudo, inacreditavelmente, embora a humanidade tenha corretamente abolido o nazismo, continua flertando com ideologias irmãs, como o comunismo, sempre disfarçado no início de socialismo - em nome do proletariado e dos pobres.
As justificativas se repetem e proliferam partidos comunistas pelo mundo.
Que o livro seja lido. Se mais pessoas tivessem "sentido" este livro poderíamos ter evitado tantas outras milhões de mortes. E poderíamos proibir partidos comunistas como já proibimos nazistas.
Grande livro, fundamental para a história da humanidade.

Trechos que destaco:

Ao embarcarem nos trens para Auschwitz:
"Cada um se despediu da vida da maneira que lhe era mais convincente. Uns rezaram, outros se embebedaram; mergulharam alguns em nefanda, derradeira paixão. As mães, porém, ficaram acordadas para preparar com esmero as provisões para a viagem, deram banho nas crianças, arrumaram as malas, e, ao alvorecer, o arame farpado estava cheio de roupinhas penduradas para secar. Elas não esqueceram as fraldas, os brinquedos, os travesseiros, nem todas as pequenas coisas necessárias às crianças e que as mães conhecem tão bem. Será que vocês não fariam o mesmo? Se estivessem para ser mortos, amanhã, junto com seus filhos, será que hoje não lhes dariam de comer?"

Sobre como se comportavam os prisioneiros que ganhavam alguma função:
"basta oferecer a alguns indivíduos em estado de escravidão uma situação privilegiada, certo conforto e uma boa probabilidade de sobrevivência, exigindo em troca a traição da natural solidariedade com os companheiros, e haverá quem aceite. Quando lhe for confiado o comando de um grupo de infelizes, com direito de vida e morte sobre eles, será cruel e tirânico"
Assim se comportam os soldados do exército de Maduro. Assim se comportaram os prisioneiros e se comportam os próximos de líderes como Hitler, Stálin, Mao Tsé Tung, Kim Jong Un, Fidel Castro, Franco, Mussolini e Pol Pot, entre outros.

"Aos pés da forca, os SS nos olham passar, indiferentes. A sua obra foi concluída, e bem concluída. Os russos já podem vir: já não há homens fortes entre nós, o último pende por cima das nossas cabeças e, para os outros, poucas laçadas de corda bastaram. Os russos já podem vir: só encontrarão a nós, domados, apagados, já merecedores da morte inerme que nos espera.
Destruir o homem é difícil: quase tanto como criá-lo: custou, levou tempo, mas vocês, alemães, conseguiram. Aqui estamos, dóceis sob o seu olhar; de nós, vocês não têm mais nada a temer. Nem atos de revolta, nem palavras de desafio, nem um olhar de julgamento."
Luci Eclipsada 30/07/2019minha estante
Esse ano pretendo ler esse livro também. Muita gente tem lido este ano, alias! Bom, nem preciso perguntar o que achou, pois já deu para perceber que super recomenda. Pretende ler o "A trégua"?


Valério 31/07/2019minha estante
Pretendo. Já comprei tanto "A trégua", como "Assim foi Auschwitz". Mas vou esperar um tempinho. Para intercalar com outros autores e outros gêneros.
Espero que goste. Ele escreve muito bem.


Luci Eclipsada 31/07/2019minha estante
Legal. Ficarei de olho quando comentar a leitura desses livros. Também espero gostar desse que acabou de ler!
:-)




Lorena 30/01/2020

A dor e as agruras de (não) ser quem é
Lembro, nos primórdios da minha relação com os livros, o primeiro relato sobre o Holocausto que li - o livro "Médico em Auschwitz", emprestado pelo meu querido professor de história. Os experimentos muitas vezes sem anestesia que pessoas inocentes eram infligidas apenas por serem gêmeas, por exemplo. Eu tinha 14 anos, mas lembro da leitura como se tivesse lido hoje.

Anos depois, Hannah Arendt me explicou sobre a banalidade do mal, as origens do fascismo. Em 2016, visitei o Museu do Holocausto em Curitiba: vi com meus próprios olhos. As passagens, malas, brinquedos abandonados na hora do desespero. Inúmeros relatos em vídeo de judeus que fugiram para o Brasil. Um terror organizado.

Desde aquela época vi vários filmes e li outros livros. Mas acredito que o livro de Primo Levi cumpriu sua missão, e explicou também, nas entrelinhas todo o objetivo por trás da sistemática criada nos campos de concentração. Ele explica a rotina em Auschwitz, e questiona os objetivos por trás das ações de terror a que foram submetidos.

É uma leitura objetiva, simples, porém suas entrelinhas falam alto. Lido em primeira pessoa, passa a sensação de que você está no lugar dele. Terminei o livro antes de dormir, com lágrimas no olhos, pensando na incredulidade daqueles que sobreviveram aos últimos dias abandonados sem luz e água no inverno até o fatídico 27 de janeiro. Foi por isso que essa noite eu sonhei: estava sendo libertada do campo, junto com outras pessoas, magras, acabadas e surpresas.

O título do livro resume o que se passou na história real: a desumanização das pessoas. Em sua maioria, os judeus. Nomes por números, cabelos por cabeças raspadas, roupas limpas por roupas de mortos, humilhação verbal, espancamentos. A iminência da morte em suas diversas formas - sob a máscara da fome, subnutrição e até mesmo o inverno. A transformação da dor na velada indiferença - "não tínhamos tempo para sofrer". A busca por respostas sem poder fazer perguntas. O momento em que se para de questionar. A amenização da dor com suposições durante as chamadas seleções: quando os alemães escolhiam os que iriam para a câmara de gás. Sim, a maioria deles sabia como funcionava.

Em pequenos momentos de esperança e contato com outras pessoas que já tinham percebido o objetivo daquilo, Primo reflete as questões que nos levam a continuar - e nos separam da nossa essência em troca da sobrevivência: Onde dividir o pão por livre e espontânea vontade era um absurdo, pois a fome era usada como moeda de troca. Onde o roubo era muito comum e os contatos "de fora" eram secretos e preciosos. Onde a dor era deixada de lado para buscar sentido em um lugar que não tinha nenhum.

Mesmo após essa leitura, ainda ressoa nos meus ouvidos a mesma pergunta: Quem sobreviveu, conseguiu juntar os cacos daquilo que um dia foi?

E Primo Levi se questionou: É isto um homem?
Djeison.Hart 30/01/2020minha estante
Nossa! Adorei!
Essa resenha me fez sentir mais vontade de ler esse livro.
Você escreve muito bem. Parabéns!!!


Lorena 30/01/2020minha estante
Obrigada Djeison! Tomara que consiga ler, esse livro é uma escola do que é ser humano.




Jéssica | @jehbreda 23/06/2020

Duro e necessário
Como o ser humano deixa de ser 'humano' para sobreviver. Está é uma história seca, dura, amarga e real.

Sem aventuras e com pouquíssima esperança Primo conta o que realmente aconteceu, e para que fantasiar se não há um pingo de fantasia nessa experiência vivida...
Praia 25/12/2020minha estante
Onde leu?? A senhora têm o livro?? É q estou precisando de ler, por favor, help me.


Jéssica | @jehbreda 26/12/2020minha estante
Tenho em formato digital. No site de busca docero você deve achar o arquivo.




Euflauzino 13/04/2020

A desumanização

Todas as vezes em que me deparo com algo escrito, falado, filmado sobre o Holocausto minha reação é a mesma: indignação. É um sentimento que sufoca, misto de raiva e frustração, que mostra o quão impotentes ficamos diante da violência e da injustiça de natureza bélica. A ideologia nazista com seus campos de concentração é o que mais próximo podemos chegar da barbárie, é a ignorância em estado bruto e letal. É preciso lembrar e relembrar tudo o que ocorreu para não deixarmos cair no esquecimento, para não repetirmos o mesmo erro. O grande filósofo George Santayana já dizia: "Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo".

“A história dos campos de extermínio deveria ser compreendida por todos como sinistro sinal de perigo.”

Primo Levi foi um dos poucos sobreviventes de Auschwitz. Químico de formação acadêmica, para purgar seus fantasmas, escreveu É isto um homem? (Rocco, 256 páginas), clássico testemunho das atrocidades cometidas contra um povo. Durante a leitura me questionava: O que faz do homem um homem? E fui em busca de uma explicação lógica para tal questionamento. Doutrinas científicas, filosóficas, políticas, religiosas me trouxeram mais dúvidas que respostas. Não seria incorreto afirmar que o homem o é por ser racional, dominar a linguagem e ter consciência sobre si, além de seguir um código moral.

Porém tudo isso cai por terra quando um homem começa a tratar seu semelhante como se não o fosse. Isso não é agir racionalmente, é mais que apenas contraditório, é paradoxal. E que código moral seria esse que rouba o que há de humano no homem, tornando-o um saco vazio, sem vontade, sem alma? Pensar nisso dentro de uma casa aconchegante, debaixo de cobertas e com o estômago cheio é apenas um exercício de imaginação. Tente se colocar no lugar de homens sem esperança e verá que o sofrimento pode não ter medida.

“Vocês que vivem seguros / em suas cálidas casas, / vocês que, voltando à noite, / encontram comida quente e rostos amigos, / pensem bem se isto é um homem / que trabalha no meio do barro, / que não conhece paz, / que luta por um pedaço de pão, / que morre por um sim ou por um não. / Pensem bem se isto é uma mulher, / sem cabelos e sem nome, / sem mais força para lembrar, /vazio os olhos, frio o ventre, / como um sapo no inverno.”

Um dia qualquer, pela "força" de homens ligados ao nazifascismo, judeus, criminosos, homossexuais, ciganos e deficientes, são obrigados a deixar tudo pra trás e embarcar em comboios apenas com a roupa do corpo. Uns iam direto para câmara de gás, outros mais (há quem diga menos) afortunados para campos de trabalho forçado e mais cedo ou mais tarde pereciam também.

“São poucos os homens que sabem enfrentar a morte com dignidade, e nem sempre são aqueles de quem poderíamos esperar. Poucos sabem calar e respeitar o silêncio alheio. Frequentemente, o nosso sono inquieto era interrompido por brigas barulhentas e fúteis, por imprecações, por socos e pontapés largados às cegas, reagindo contra algum contato incômodo, mas inevitável. Então alguém acendia a chama mortiça de uma vela, revelando no chão um escuro fervilhar, uma massa humana confusa e contínua, entorpecida e sofrendo, erguendo-se aqui e acolá em convulsões repentinas, logo sufocadas pelo cansaço.”

Nestes campos a violência e o sofrimento pareciam não ter fim. Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz, outro sobrevivente de Auschwitz respondeu sobre os campos de extermínio nazista: "Ainda não conseguimos abordar este tema. Fica fora de todo entendimento, de toda percepção. Podemos comunicar alguns retalhos, alguns fragmentos, mas não a experiência. O que vivemos ninguém saberá, ninguém entenderá".

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2020/04/e-isto-um-homem-primo-levi.html
Manuella_3 23/04/2020minha estante
Puxa... Este livro me trouxe tanta comoção, um bocado de indignação... O relato dele é dolorosamente humano. Durante a leitura fiquei pensando em como os sobreviventes retomam suas vidas, como as memórias compartilhadas aliviam e permitem seguir em frente. E o mais difícil de tudo, onde se agarraram para lutar pela vida até o fim.
Bela e sensível interpretação, Rodolfo. Corajoso ler isso nesse momento.


Euflauzino 24/04/2020minha estante
Atravessei este livro a duras penas, muito, mas muito doloroso mesmo. Percebi que tanto vida quanto morte já não eram escolhas, eles apenas viviam, sem esperanças, sem amanhã. A morte era tão bem vinda quanto a vida e em alguns momentos era a única coisa que os mantinham vivos. É paradoxal pensar na morte pra se manter vivo, mas era isso mesmo. Eles se tornaram uma outra classe de seres vivos, inclassificáveis, por isso mesmo inesquecíveis em suas dores.
Obrigado por suas palavras carinhosas Manuh, saudades suas.




Monique 13/02/2014

É Isto um Homem - Resenha Monique Brasil
O livro é um relato das experiências do autor no Campo de Concentração Auschwitz, onde permaneceu como prisioneiro judeu por quase um ano. O que torna o livro excepcional é o seu tema: a constante busca em definir o que é o homem.

Na massificação e desumanização sofridas nos campos de concentração, os prisioneiros que sobrevivem e tornam-se trabalhadores perdem os seus valores intrínsecos e são tratados como coisas, meros objetos de trabalho.

Esse processo de desumanização inicia-se com o recebimento dos números de entrada no campo que passam a substituir os seus nomes. Ele se agrava com a crueldade entre os próprios prisioneiros que se subdividem de acordo com as suas especializações dentro do campo, existindo o grupo dos favorecidos e o dos "muçulmanos". A crueldade é ainda maior entre os judeus que conseguiram altas posições na estrutura do campo, por causa do medo de serem substituídos.

As preocupações mais latentes, como a fome e o frio, substituem as interações humanas e as reflexões internas. Ninguém mais pensa no passado ou no futuro. O mais importante é o que se comerá hoje. Os conceitos de certo e errado também perdem o seu valor, quando a sobrevivência é o que está em jogo.

Levi além de descrever a sua história, relata a história de alguns companheiros e os seus processos de adaptação que necessariamente os levaram a serem frios e calculistas. Os sobreviventes só resistiram porque perderam grande parte da sua humanidade e contribuíram com o sistema de opressão.

Alguns questionamentos/pensamentos gerados pelo livro:

O grupo que sofreu o maior preconceito é o que mais severamente reproduziu a humilhação para as pessoas que considera inferiores a si. Ao invés de compreenderem a injustiça e lutarem contra ela, os oprimidos buscam um ser inferior na cadeia alimentar para repassar os maus tratos e se sentirem melhores e de certa forma vingados. Essa atitude ainda é reproduzida com o estado de Israel e os palestinos.

O funcionamento dos campos de concentração só foi possível com o emprego de prisioneiros em setores chaves, estratificados entre si. Os SS só supervisionavam. Sendo assim, os prisioneiros contribuíam para a manutenção de seu cárcere, por algumas regalias e uma ração de comida a mais, mesmo sabendo que o fim de todos era a morte certa. A desumanização do campo serviu para deteriorar a resistência individual e coletiva e assim manter o aparato repressor a partir da criação de uma hierarquia interna.

Se o extermínio era certo, por que contribuir com o sistema? Por que não morrer com dignidade? Por que ser cruel com pessoas que estão na mesma infeliz situação? Será mesmo que uma vida desonesta vale mais do que uma morte honrosa? Para o autor, isso só foi possível porque os nazistas foram bem sucedidos em sua obra de extermínio que nem os selecionados escaparam. Os prisioneiros já não eram mais humanos e sim coisas.
@livreirofabio 31/03/2014minha estante
Sua resenha mostrou o ponto que mais me chamou a atenção. Tem-se a impressão que todos os prisioneiros estavam na mesma inércia de Levi, quando na verdade grande parte desses funcionários do campo estão sempre calculando cada passo e cada vantagem obtida - um pedaço de pão, algum pano remendado, o lema parecia: conseguir mais, sempre.


Davi.Rezende 29/11/2017minha estante
Ótimo comentário!

"O grupo que sofreu o maior preconceito é o que mais severamente reproduziu a humilhação para as pessoas que considera inferiores a si. Ao invés de compreenderem a injustiça e lutarem contra ela, os oprimidos buscam um ser inferior na cadeia alimentar para repassar os maus tratos e se sentirem melhores e de certa forma vingados. Essa atitude ainda é reproduzida com o estado de Israel e os palestinos."

Não sei se Israel faz a mesma coisa. Até um tempo atrás cheguei a acreditar nisso, depois percebi que eu estava sendo enganado pela imprensa nojenta esquerdista. Mas a primeira parte desse trecho reflete não apenas a condição dos prisioneiros, mas a índole humana mesmo. Esse padrão, como vc percebeu, mas talvez tenha escolhido um mau exemplo, se repete constantemente nos mais variados campos da vida e sociedade. É da essência humana um extremo egoísmo, vaidade e, em decorrência, uma natural vingança sistemática, mesmo que contra inocentes. Existe todo um contexto psicológico por trás disso.

"Se o extermínio era certo, por que contribuir com o sistema? Por que não morrer com dignidade? Por que ser cruel com pessoas que estão na mesma infeliz situação? Será mesmo que uma vida desonesta vale mais do que uma morte honrosa? Para o autor, isso só foi possível porque os nazistas foram bem sucedidos em sua obra de extermínio que nem os selecionados escaparam. Os prisioneiros já não eram mais humanos e sim coisas."

Vai de acordo com o que eu expliquei aí em cima.

Não li o livro, mas parece interessante. Valeu!




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