Tremor de Terra

Tremor de Terra Luiz Vilela




Resenhas - Tremor de Terra


9 encontrados | exibindo 1 a 9


SocorroBaptista 25/12/2023

Interessante
Contos de estilo marcante, alguns na linha do realismo mágico, muito bons. Daria excelentes discussões sobre questões de gênero / sociais.
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Cassionei 15/11/2021

O abalo sísmico de Luiz Vilela
Estamos passando por um tremor de terra, metaforicamente falando, é claro. Estão ruindo as certezas, desabando as ideologias e morrendo a esperança (que em mim, particularmente, morreu há muito tempo). Enquanto isso vou lendo, refletindo, escrevendo e agora também dando aulas presenciais com as salas cheias. Mas durante a quarentena, dentre tantas leituras e releituras, reencontrei justamente os contos de Tremor de terra, livro de estreia de Luiz Vilela, lançado em 1967, às próprias custas. A edição mais recentemente é da Record. É um dos mestres que temos, um pouco esquecido por não estar nas redes sociais, já que há tempos se refugia num sítio, criando galinhas e porcos.

Da geração prolífica do conto que nos proporcionou obras-primas entre os anos 60 e 70, Vilela chegou com tudo, arrebatando prêmios e elogios da crítica. Não há peça irregular no seu tabuleiro. As diferentes formas de narrar e as temáticas mostram um escritor preocupado não apenas em o que contar, mas como contar. O primeiro relato de Tremor de terra, “Confissão”, é formado apenas por um curto diálogo entre um padre e o menino, sendo que o religioso conduz o jovem a descrever com todos os detalhes o objeto de seu pecado, uma vizinha que viu sem roupa, e pergunta, como quem não quer nada, se ela fica sozinha frequentemente. Essa crítica sutil a uma religiosidade hipócrita aparece também em “Espetáculo de fé”.

Luiz Vilela também experimenta, em contos como “Júri” e o magistral “Deus sabe o que faz”, narrativas sem ponto entre as frases, em monólogo indireto, por estarem na 3ª pessoa, provando seu repertório técnico variado.

A predominância de temas ligados ao cotidiano em termos realistas é notória, principalmente nas relações humanas conflituosas, como a do casal e suas dificuldades financeiras em “Por toda a vida”, ou a do marido insensível aos agrados da mulher em “Nosso dia”. A solidão é outra constante, o que é o caso de “Chuva”, em que um homem solitário encontra num cão, que apenas quer um abrigo para não se molhar, um companheiro para ouvir sua voz ou seu silêncio: “Estava com vontade de falar e o cão era um bom ouvinte: não fazia perguntas nem pedia para continuar quando se interrompia”.

Há humor em momentos inusitados, como em “Velório”, em que um grupo de amigos passa a noite velando o morto cujo caixão, que tinha que ser sob medida devido ao seu tamanho, não havia ficado pronto, empurrando o enterro para o dia seguinte. Ou em “O fantasma”, em que o espectro que assombrava uma casa encontra um homem que não tem medo dele e ainda o convida para sentar e conversar.

O melhor conto é “Buraco”, em que Luiz Vilela flerta com o realismo fantástico e dialoga com com a novela A construção, de Franz Kafka. Trata-se de um jovem recluso que cava um buraco e aos poucos vai se metamorfoseando num tatu, para a tristeza de sua mãe e da namorada: “Mamãe foi se consolando com o fato de saber que eu ainda estava vivo, e Maria, por razões que depois vim a saber, foi deixando de vir”.

Há ainda outros belos contos, como o que dá título ao livro, e que fala de um amor desesperado de um aluno adolescente por sua professora, imaginando um momento único em que estivesse com ela, que ele compararia com um tremor de terra: “É o que desde criança espero, um tremor de terra, algo que abalasse, que tremesse, que sacudisse tudo”.

Luiz Vilela conseguiu isso: abalou as estruturas da Literatura Brasileira.

site: https://cassionei.blogspot.com/2021/09/escrevo-sobre-luiz-vilela-na-minha.html
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tomperadinha 22/12/2020

muito bom
é incrível. são realidades escritas em forma de ficção e de um jeito até divertido, mas para trazer uma reflexão. a escrita é muito envolvente. e, além disso, valoriza a literatura brasileira.
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tomperadinha 22/12/2020

muito bom
é incrível. são realidades escritas em forma de ficção e de um jeito até divertido, mas para trazer uma reflexão. a escrita é muito envolvente. e, além disso, valoriza a literatura brasileira.
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tomperadinha 22/12/2020

muito bom
é incrível. são realidades escritas em forma de ficção e de um jeito até divertido, mas para trazer uma reflexão. a escrita é muito envolvente. e, além disso, valoriza a literatura brasileira.
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r.morel 12/11/2017

Breve Análise Literária
São 20 contos…

“Confissão”; “Júri”; “O buraco”; “Por toda a vida”; “Imagem”; “Chuva”; “Nosso dia”; “O violino”; “Dois homens”; “Espetáculo de fé”; “Velório”; “Deus sabe o que faz”; “Solidão”; “Um dia igual aos outros”; “Ninguém”; “O fantasma”; “Enquanto dura a festa”; “Meu amigo”; “Vazio”; “Tremor de terra”…

Os diálogos são importantes. Os personagens falam como você. Complicado não é. Textos orais. Os personagens falam também em monólogos interiores, os fluxos de consciência…
Alguns temas diferentes, estranhos e inusitados, fantásticos como o conto do homem que vira tatu e se esconde num buraco no quintal de casa. Lembramos de Franz Kafka e do seu absurdo…

Cada conto possui o seu estilo próprio e temas que se repetem e são bem parecidos. “Chuva” e “Solidão” começam em um quarto opressivo, mas tomam rumos diferentes. “O buraco” e “Imagem” caminham juntos na incompreensão do protagonista. Quem eu sou? E quem ele é? Quem você é?…

São contos interessantes. Penso no fatalismo dos personagens do Nelson Rodrigues. Nos contos de “A vida como ela é…” a morte encerra noventa por cento das histórias. Luiz Vilela, no entanto, e lógico, segue um caminho seu. Não é o Nelson. “Tremor de terra” (1967) foi o seu primeiro livro publicado com dinheiro do seu próprio curto bolso…

A vida sem significado é o centro do enredo de todas as histórias. A crítica à Igreja e à Família, dois alicerces, dizem, completam-se com a falta de comunicação entre as pessoas. Muitos personagens vieram do interior e se sentem mal na Cidade Grande nunca definida. Pode ser qualquer uma e todas…

“Velório” é o único conto que termina um pouquinho melhor. Um sentimento quase bom. Sim, alguém morreu, mas a camaradagem aliviou o momento triste. A maioria não se importa tanto com o defunto. Principalmente quando o enterro demora e o corpo começa a exalar o cheiro desagradável e podre. Adubo humano. Calma. Calma. Não é uma história mórbida. É sobre a boa amizade…

Outro conto cinza mais azul é “Ninguém”. Sinal que a vida deve seguir…

site: popcultpulp.com
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Rafael 05/10/2013

FANTÁSTICO, TOCANTE, TRISTE, REAL.
Não consigo entender como este livro é tão subestimado. Não merecia 5, mas 6,7 estrelas. Nos provoca um verdadeiro tremor de terra. Nos tira do lugar. Balança nosso mundo, nos chama para a realidade cruel e inescapável da vida e do ser humano. É um livro que nos leva a uma grande reflexão sobre nossas vidas, nossos sonhos e as influências do mundo e das pessoas na nossa vida. As lições estão presentes em cada conto.
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Carol.Heller 12/03/2010

Inquietante
São as verdades que preferimos não ler. Nos causa incômodo.
Extremamente bem escrito.
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