Isabella 15/11/2020
Não leia/assista resenhas desse livro. Estou falando sério.
Qualquer um que já passou perto do booktube e já viu o quanto esse livro é bem falado tanto no Brasil quanto nos EUA vai pra essa leitura com expectativas altas, assim como eu fui, e o principal que tenho a dizer é: a Evelyn (e a Taylor Jenkins Reid) não desapontam.
Em menos de um mês eu li três livros da TJR: primeiro Daisy Jones & The Six (em português), depois One True Loves e agora Evelyn Hugo. Primeiramente, se você conseguir ler em inglês, eu recomendo as leituras assim, porque eu aproveitei MUITO mais os dois últimos livros (que li em inglês) e creio que tenha pelo menos um pouco a ver com a narração original da autora, com as palavras exatas que ela usa.
Esses livros tem pouco em comum, sendo a semelhança mais "marcante" o fato de tanto E.H. quanto Daisy Jones serem sobre mulheres famosas fictícias, mas o que todos eles tem de muito presente (incluindo One True Loves) são mulheres fodas. Mulheres que movem as próprias histórias, mulheres que tomam a responsabilidade pelas escolhas difíceis que fazem, mulheres que erram (muito), mulheres tridimensionais e complexas. Todos os personagens da Taylor têm uma complexidade impressionante, e acho que a Evelyn é a mais complexa de todos. Inclusive, eu acredito que se tivesse lido Evelyn antes de ler Daisy Jones, talvez tivesse gostado mais de D.J. (no caso, achei mediano, e o livro me irritou muito em grande parte por causa da personagem principal, com quem eu não consegui empatizar). A complexidade da Evelyn é o que move a história, e desde as primeiras páginas eu soube, mesmo ela avisando que ela não era heroína, muito pelo contrário, que tudo que ela fizesse seria compreensível pra mim porque pessoas reais são complicadas. E assim foi.
A única ressalva que eu tenho é que esse livro tem um leve twist, mas eu particularmente vi ele vindo de muito, muito longe. Desde o começo do livro, pela história da Monique (a pessoa que é contratada para escrever a biografia da Evelyn) e pelo jeito que algumas partes da vida dela são narradas, eu tive um chute certeiro sobre como as vidas das duas iam se encontrar - se bem que não tinha certeza sobre o momento. Então quando a Evelyn revela isso mais pro final, eu não posso dizer que senti nem um pouco da surpresa/indignação que a Monique sentiu. Toda a minha empatia estava com a Evelyn e com as escolhas terríveis e erradas que ela fez ao longo da vida. Se tem algo que eu talvez mudaria no livro seria fazer da Monique uma personagem mais importante, mais cativante, mas ao mesmo tempo esse livro é sobre ninguém mais, ninguém menos do que "THE" EVELYN HUGO. Não sei se qualquer outro personagem com mais "tempo de tela" poderia se comparar, e talvez se a Monique tivesse mais partes dedicadas a ela o livro teria ficado cansativo, porque tudo que eu queria era sempre voltar à Evelyn e aos seus erros e erros e erros e acertos.
É um livro excelente, um dos melhores que li esse ano - talvez o melhor. Recomendo a todos e, sobretudo, recomendo que NÃO FIQUEM vendo vídeos ou lendo resenhas (mesmo que sem spoilers) sobre esse livro porque a temática principal dele foi mencionada por vários booktubers que eu assisti, e esse é o clássico livro que fica muito melhor se você não souber muito sobre o que ele trata (e por isso eu não mencionei dos temas principais aqui).