A mulher de pés descalços

A mulher de pés descalços Scholastique Mukasonga




Resenhas - A mulher de pés descalços


123 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 6 | 7 | 8 | 9


Júlia 15/02/2021

Mais um que achei no Unlimited, já tinha visto algumas recomendações, mas não sabia nada a respeito da história e, por isso, foi um pouco decepcionante pra mim. A leitura não foi exatamente o que eu esperava, e por ter um contexto histórico importante (que eu não tinha conhecimento), terminei um pouco perdida no que estava lendo. Acho que com contextualização e tendo mais conhecimento sobre a autora, o país e a história que será transmitida o leitor pode aproveitar mais a leitura.
comentários(0)comente



Marcus.Vinicius 02/02/2021

Os costumes e sofrimentos de um povo
O livro veio a gênese como uma forma da autora homenagear sua mãe, morta no genocídio de Ruanda no ano de 1994 (episódio onde mais de 800 mil pessoas da etnia Tutsi foram mortas pela etnia dominante, os Hutus).

No decorrer da obra, somos apresentados aos costumes do povo ruandês, com foco especial na vida das mulheres, onde vemos aspectos do cotidiano que vão desde o trabalho exercido no campo e na casa, até o arranjo de casamento aos filhos, são narrados.

O livro tem pontos bastante impactantes quando toca em pontos como a miséria e a dificuldade do povo ruandês, bem como a questão horrenda do genocídio de 1994.

Vale a leitura como forma de conhecer esse país e o continente africano como um todo, e principalmente, nos fazer refletir como a vida de alguns povos é extremamente degradante e sofrida.
comentários(0)comente



Juli 31/01/2021

Comovente
Livro escrito em homenagem a Stefania, mãe da autora, narra a vida cotidiana em Ruanda, nos mostra um pouco de como é a cultura local, como eram as casas, as comidas, o trabalho, as funções da mulher na época, os costumes locais. Histórias do cotidiano intercalados com momentos de terror e tristeza devido à guerra civil do país.
comentários(0)comente



Fernanda.Avila 21/01/2021

Acho que criei muitas expectativas
Criei muita expectativa para ler esse livro e como tudo aquilo onde depositamos expectativas ele se revelou muito diferente do que eu imaginava. No começo achei interessante mas achei que falta algo, do meio para o final ele me envolveu e me acrescentou coisas muito diferentes daquelas que eu esperava. Me mostrou muito sobre Ruanda, sobre a cultura dos tutsis e sobre o respeito às tradições. O que me faz lembrar que nem sempre é ruim quando nossas expectativas são frustradas.
Além disso Mukasonga tem um texto incrível! Recomendo para quem se interessa em conhecer culturas de outros povos.
comentários(0)comente



eduarda2470 15/01/2021

...
gosto muito de literatura africana e nunca havia lido nada passado em Ruanda. É um livro ótimo, a gente aprende a história do país, culinária, medicina, cultura, ate padrões de beleza ruandeses, tudo isso com uma narrativa maravilhosa da Scholastique. o final me deixou bem emocionada.
comentários(0)comente



fev 13/01/2021

3,5

Em A Mulher de Pés Descalços Mukasonga foca mais na questão cultural de seu país. É através da figura da sua mãe e das mulheres da comunidade que ela escolhe narrar. Aqui a violência não se faz tão presente como em Baratas. Ela está ali rodando ou como o fim de tudo, mas não é o foco principal.

Por meio das histórias que viveu com sua mãe a autora vai narrando a importância das mulheres em Ruanda. O papel delas no preparo da terra e plantação que servirá para alimentação e sustento da família, sobre o medo da morte e a necessidade de proteger os seus filhos a todo instante, a importância de se ter filhos e como conduzem o nascimento de uma criança, como funcionam os casamentos e os seus rituais. Em um pequeno texto ela vai citando frases que fazem referência aos mitos e contos do povo ruandês. Além disso, a autora mais uma vez exemplifica a união dos membros que partilham o desterro.

Apesar de ser um texto que exalta a cultura também há exemplos de como a colonização teve os seus efeitos massacrantes principalmente através do cristianismo. É um exemplo recorrente já que a família de Mukasonga era bastante religiosa. Os que não seguiam o cristianismo não eram considerados civilizados e sempre eram mal vistos pela sociedade. O homem branco acaba levando discórdia e violência, como sempre, para as sociedades que pretendem dominar. Isto fica claro.

É um excelente texto para se aprender sobre a cultura do povo ruandês. Apesar das mulheres terem uma importância significativa vemos ainda um grande resquício do patriarcalismo ali. Os homens ainda são mais relevantes que as mulheres. As diferenças são gritantes. O culturalidade dele pode nos chocar em certos momentos, mas ainda assim nos é instigante porque sem sombra de dúvidas é instigante e diferente daquilo que temos contatos. É ótimo para nos questionarmos e também para aprendermos mais.

Apesar de um texto um pouco truncado, é um excelente livro. Fica a recomendação de lê-lo, mas antes é preciso ler Baratas porque lá há informações que completam este texto.
comentários(0)comente



Roseane 10/01/2021

A mulher dos pés descalços
Livro escrito para Stefania, a mãe de Scholastique Mukasonga. Uma mãe que tinha uma ambição: ter seus filhos vivos. Scholastique Mukasonga é uma escritora Tutsi sobrevivente do massacre de Ruanda o qual exterminou a sua família em 1994.
Ruanda é um país que fica no centro da África. Ficou conhecido devido ao genocídio. Composto por três etnias principais Twa, Hutus e Tutsis. Os Hutus eram maior número e eram agricultores e os Tutsis eram ligados a agropecuária e com isso maior poder econômico. Colonizada inicialmente pela Alemanha, o controle passa os Belgas. Os Belgas incentivaram rivalidades entre as duas etnias usando o argumento da hierarquia de raça. Alegavam que os Tutsis eram superiores porque tinham traços mais próximos do Europeu. A largura do nariz era um dos elementos usados para justificar a superioridade dada aos Tutsis, pois era de uma estrutura mais fina. Os Belgas ofereceram escolarização aos Tutsis através das missões católicas e chegaram a escravizar os Hutus. Algo que não existia foi implementado: a obrigatoriedade nomenclatura da etnia nos documentos oficiais.
Rivalidades políticas e econômicas entre as etnias foram alimentadas. Após queda de um avião em 1994, onde estava o presidente que iria assinar um tratado de paz, foi o estopim para o massacre. Há quem diga que o massacre ja estava planejado antes do acidente. Milícias foram formadas, vizinho matava vizinho e os militares tentavam exterminar os Tutsis. Norte Americanos, Franceses e Belgas, cúmplices reais do massacre deram as costas para a situação.
A autora escreveu uma trilogia sobre o genocídio e esse livro é o que resgata a memória de seus ancestrais, os costumes e as tradições do seu povo.
Expulsos de suas terras, sua mãe Stefania, as três filhas mulheres, os dois filhos homens e o marido foram viver em uma área de refugiados e tiveram que adaptar as suas tradições. Stefania tinha certeza da morte precoce e sua vida mudou completamente. Passou seus últimos meses de vida criando estratégias para manter os filhos vivos. Para si mesma só tinha um desejo: que seu corpo fosse coberto por um pano em caso de sua morte.
A autora é a única sobrevivente da família pois não estava lá no dia do massacre e não pode cobrir o corpo de sua mãe com pano e decidiu cobrir o corpo com palavras. Em memória da sua mãe livro foi escrito.
Stefania temia o adiantar da morte de seus filhos pela violência a qual a sua comunidade estava sendo submetida sistematicamente. Sem a presentesão de fazer falsa simetria, a cada 23 minutos morre um jovem negro no Brasil, as nossas mães pretas também vivem a angústia de uma possível morte precoce dos filhos.
A estratégia colonial para adiantar a morte foi parecida da que foi usada com os negros no Brasil. Ao fim da escravidão negra brasileira, impediram que os ex escravizados/libertos e seus descendentes tivesse acesso a terra, educação, trabalho livre remunerado ou qualquer assistência/reparação/indenização. Esperava-se que os negros morressem de alcoolismo e fome. Em Ruanda a etnia Hutus removeu os Tutsis para uma área remota para que fossem dizimados por doenças como a do sono, para que morressem de fome, além das repressões militares que resultavam em mortes violentas. E como no Brasil, apesar dos pesares, os tutsis sobreviveram. O que os colonizadores subestimam é que o processo civilizatório africano é pautado na solidariedade e comunidade.
Os militares lembravam aos Tutsis que eles não eram mais humanos, e foram apelidados de "barata". Suas vidas eram descartáveis. Invadiam as casas, saqueavam, aterrorizavam os moradores, quebravam objetos. Uma das lembranças relatadas pela autora, foi um dia em que a família havia terminado o jantar e estavam sentados em suas esteiras ouvindo um irmão ler um livro e pai rezar o rosário. De forma inesperada três soldados entram na casa, pisaram na comida, bateram em alguns membros da família, destruíram a mobília e em sequência foram para as casas vizinhas fazer o mesmo. Me faz lembrar dos relatos dos moradores de favela do Rio de Janeiro e as operações policiais. Com o álibi de que estão procurando drogas, invadem as casas, quebram o podem, agridem quem estiver à vista e matam a esmo.
O projeto de vida de Stefania era salvar seus filhos. Cavava os buracos nas tocas de tamanduá para que as filhas menores se escondessem, ensaiava as rotas de fuga, estocava a tão escassa comida. Sempre aperfeiçoava os planos de sobrevivência. O exílio para outro país, ela e o marido não cogitavam, era como se eles tivessem decididos morrer em Ruanda.
O alimento não era só pra nutrir o corpo, era um gesto de amor das mães. Ter filhos era motivo de muito orgulho e realização se transformou em temor. Havia uma vizinha mãe de 7 filhos, que deveria ser a mulher mais realizada do mundo. Mas seus meninos poderiam ser mortos ou convocados para a milícia a qualquer momento e essa mãe estava mergulhada em tristeza profunda. As mães de meninas viviam sob o pesadelo do risco do estupro coletivo o que é uma pratica em situações de guerra.

Soldados alemães estupraram belgas ao invadir a Bélgica durante a Primeira Guerra Mundial; turcos estupraram armênias durante o genocídio na Armênia em 1915; japoneses assediaram chinesas durante o “Estupro de Nanking” em 1937-1938, violando indiscriminadamente mulheres e crianças e profanando os seus corpos com baionetas e outros objetos; russos celebraram a derrocada da Alemanha nazista em 1944-1945 com estupros em massa contra milhares de mulheres (alemãs, polonesas, russas, judias); norte-americanos estupraram vietnamitas durante a Guerra do Vietnã nos anos 1960; hutus estupraram mulheres tutsis no decorrer do genocídio de Ruanda, nos anos 1990; muçulmanas foram continuamente violadas em campos especificamente montados para tal propósito (rape camps) na Iugoslávia, também nos anos 1990 (Samanta Moura, 2015)

O livro fala sobre como branco interferiam na cultua Ruandense com as missões católicas. A busca da “civilização” através da igreja. Todos tinham que ser batizados, trocar de nome, não podiam trabalhar aos domingos, roupa, penteados tudo recebia a tentativa de “embranquecer". Os costumes e tradições que ocorriam dentro e casa foram as que sofreram menos influência, assim como moradores de área remota onde os Missionários não tinham construídos uma base.
O cultivo da terra era uma tarefa árdua, mas com vários propósitos. Eram de onde tiravam alimentos, eram onde plantavam ervas medicinais, era o momento em que as mães passavam para os filhos os segredos das tradições. Cultivavam plantas para atrair prosperidade. A autora relata que se surpreendeu ao descobrir que batata-doce, o milho e o feijão eram oriundos das Américas.
Na literatura descrevem as mulheres Tutsi como dona de casa que faziam cestinhos para turistas e manteiga.
Contudo a autora se recorda das mães sempre com uma enxada na mão e os filhos nas costas. Trabalhos de campos intermináveis.
O sorgo tem o seu destaque. Cultivado em uma área exclusiva, o alimento legítimo ruandês. O rei das plantações. Com ritual próprio e grandes festejos na coleta é o grande talismã contra fome, contra calamidades e sinal de fertilidade e abundância. Mukasonga aprendeu o cultivo com a mãe.
Umuganura é o nome da festa pós coleta e da massa do sorgo. Por ser uma festa familiar onde nem os vizinhos participavam, muito foi preservado da influência dos missionários que não tentaram cristianizá-la. Crianças tinham a honra de colher as espigas, mas não podiam ser filhos bastardos, doentes, franzinos ou com problemas físicos. Não podiam usar panelas de metal, mas sim potes de cerâmica. Evitavam utensílios introduzidos pelos brancos. Todos da família deveriam comer, cantar e dançar em honra do sorgo.
Mulheres, homens e crianças, todos tinham funções específicas. tudo era feito em e para a comunidade. De tudo que se produzia com o sorgo, a cerveja era o mais esperado. Hoje substituída pelas marcas Primus e Amstel, a cerveja de sorgo é descrita como bebida de velho. Mas em torno jarros de cerveja de sorgo, laços de familiares se fortaleciam, conflitos eram resolvidos, casamentos negociados, vizinhos confraternizavam.
Com tratamento médico limitado e precário, crianças e idosos acabavam morrendo de diarréia. O tratamento com os saberes tradicionais ajudava. Stefania não era uma curandeira clássica, mas como uma boa mãe, tinha suas recitas. Conseguiu plantar alguma coisa em casa, mas nada comparável ao que era antes da deportação. O alimento de riqueza suprema que sentiam falta era o leite. Tomaram suas terras, assassinaram o gado e os veados, queimaram os estábulos.
Ao nascer as crianças passavam por um ritual e então eram reconhecidas e acolhidas como irmão da comunidade e deveria ser protegido por todos. No final do ritual, as crianças maiores se sentavam no chão e estendiam o braço para receber o bebê em seu colo que era passado de mão e mão. Dessa forma ele era adotado por todo o vilarejo. A autora não recebia bebês em seus braços pois segundo sua mãe era estabanada.
Na missa era ensinados que Deus proibia trabalhar aos domingos e se não obedecessem, ele surgiria por cima de nuvens negras, ardendo de cólera e rodeado de línguas de fogo. Então Domingo de manhã iam pra igreja e as tardes cuidavam da beleza. Catar piolho era um ritual feito nos quintais das casas, encontros apenas com as mulheres. Na maioria das vezes não tinha piolho, mas era o momento em que os dedos maternais percorriam as cabeleiras com afago. O racismo se articulou para transformar esse momento em dor, afirmando que o cabelo crespo era ruim. Pentear os cabelos foi transformado em uma batalha para se adequar a aceitação social. No livro é explicado o amor que é transmitido de mãe para filha no momento dos cuidados dos cabelos.
Amasunzus eram penteados geométricos que significava que a moca estava na idade de casar e buscava um marido. O cristianismo condenava a tradição e proibia o uso de penteado que poderia atrair os meninos. O urugori, um arco que perdia o cabelo das mulheres, era um símbolo de fecundidade, benção para as crianças e para a família. O alisamento do cabelo com ferro quente então se torna padrão, mas o equipamento ne todas tinham e chegavam a passar ferro de roupa no cabelo para se encaixar no padrão.
O estupro coletivo foi uma tecnologia de opressão e era assunto proíbo. As mulheres mudaram a tradição e passaram a acolher a vítima da violência e seus filhos. Não sabiam que status dar a essas mulheres pois não eram mocinhas e nem casadas então as vítimas recebiam o status de viúvas.
Ruanda é o país de Mães-coragem.
As mães de Ruanda são boas, amorosas, alimentam, protegem, aconselham, consolam. São guardiãs da vida.
comentários(0)comente



Yara 27/12/2020

A mulher de pés descalços
Entender como funciona/funcionava Ruanda tem um alto preço emocional. Essas autoras que tem se destacado contando as próprias histórias ou histórias dos países de origem merecem todo o reconhecimento que tem recebido. Sair da bolha em que vivemos também é se situar sobre como os outros vivem.
comentários(0)comente



Libera 20/12/2020

Mais uma obra de Mukasonga para ficar guardada para sempre no coração.
Depois de ler "Baratas" eu entendi que enquanto não lesse as outras obras de Mukasonga não iria ficar sossegada, então foi o que fiz, li as outras duas obras, uma delas "A Mulher de pés descalços".
Que livro lindo! Mukasonga tenta trazer para o livro momentos bonitos que teve com a mãe.
Ela mesmo diz que não quer que seus livros sejam pesados, mas que mostrem que apesar de tudo ela foi feliz com os pais.

"Nem meu pai nem minha mãe pensavam em se exilar. Acho que eles tinham escolhido morrer em Ruanda. Eles seriam mortos na sua terra; ali, eles se deixariam assassinar. Mas as crianças tinham que sobreviver."

Este livro é dedicado a Stefania, sua mãe. Uma mulher forte e que lutou muito pela vida dos filhos, que sempre tentou fazer o melhor para que eles não sofressem por serem tutsis. O orgulho por ter tantos filhos, também era motivo de desespero pois a qualquer momento eles poderiam ser mortos. E quando eram meninas não era muito diferente, elas poderiam ser atacadas e estupradas. Stefania tinha um único proposito na vida: salvar seus filhos.

"Lentamente os dois militares pegaram as espingardas. "Eles não miravam no coração, e sim, nos seios, somente nos seios.
Eles queriam dizer a nós, mulheres tutsis: 'Não deem a vida a mais ninguém, pois, na verdade, se colocarem mais alguém no mundo, vocês vão acabar trazendo a morte. Vocês não são mais portadoras de vida, são portadoras de morte'"

O livro também tem momentos muito engraçados, Stefania era uma mulher decidida e era a "casamenteira" que sempre arrumava um jeito de ver as moças casadas, dando até um "jeitinho" para casar uma moça que já estava passando da idade de arrumar um bom marido. E o jeitinho que ela deu em uma situação me fez rir demais. Stefania tinha um coração imenso, fosse para salvar seus filhos, ou para ajudar seus vizinhos, ela sempre estava preparada.
Mukasonga e suas irmãs tinham a missão de cuidar de sua mãe, pois ela sempre dizia que era obrigação delas cobrirem seu corpo quando morresse. elas passavam o dia preocupadas com a mãe que se levantava bem cedo para o trabalho no campo e todas as outras obrigações de uma mãe.

"Não cobri o corpo da minha mãe com o seu pano. Não havia ninguém lá para cobri-lo. Os assassinos puderam ficar um bom tempo diante do cadáver mutilado por facões."

Durante todo o livro percebemos como o ser humano pode ser horrível, como os homens que atacaram tantas famílias, estupraram e mataram tantas pessoas com tamanha crueldade. Mas percebemos acima de tudo que mesmo com todo o sofrimento, o amor estava presente nas famílias, a compaixão entre os vizinhos sempre dispostos a dar um pouquinho de comida para quem precisasse, as reuniões ao redor do jarro de sorgo, onde tudo era resolvido. Mukasonga coloca nesse livro todo seu amor, e é possível sentir esse amor em suas palavras, é possível sentir o amor entre mãe e filha.
Mukasonga acredita que com seus livros as pessoas que morreram nesse terrível massacre não serão esquecidas, e com certeza se todos tiverem um pouco da compaixão de Stefania eles realmente nunca serão esquecidos.
comentários(0)comente



Line 17/12/2020

Informativo
Foi ótimo conhecer um pouco da Ruanda, país que até então não tinha ouvido falar.

É bom ler sobre algo que não estamos acostumados, conhecer outras culturas e costumes e, esse livro trás muito bem as informações sobre o local, sobre os hitsus e Hutus.

Gostei bastante, recomendo.
comentários(0)comente



Janaina Edwiges 12/12/2020

"Estou sozinha com minhas pobres palavras"
A mãe de Scholastique sempre dizia às filhas: “quando eu morrer, quando vocês perceberem que eu morri, cubram o meu corpo. Ninguém deve ver meu corpo, não se pode deixar ver o corpo de uma mãe”. Scholastique não pôde cobrir o corpo de sua mãe morta, assassinada durante o genocídio em Ruanda, lhe restou apenas palavras para homenageá-la e também a todas as mulheres, através deste emocionante romance, A mulher de pés descalços.

Este é um livro dolorido, mas ao mesmo tempo muito belo e delicado. Vamos conhecer sobre o dia a dia da família no exílio, especialmente as lembranças que a autora tem de sua corajosa mãe, Stefania. A história é extremamente rica, com muito enfoque nas mulheres. Nos mostra a cultura dos tutsis, os ritos de casamento, os alimentos, as plantas medicinais utilizadas e várias outras tradições herdadas dos ancestrais, que permeavam o ambiente familiar.

A mulher de pés descalços é o segundo livro da trilogia sobre o genocídio de Ruanda. O primeiro é Baratas e o último Nossa Senhora do Nilo. São leituras extremamente necessárias, que tocam o nosso coração.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Nanda 27/09/2020

Para conhecer um período doloroso, uma cultura e o amor de mãe
Esse livro tem um plano de fundo bem pesado que é o genocídio de Ruanda, mas a autora consegue trazer pontos de conforto ao falar da sua cultura e, o ponto principal, o amor de sua mãe pelos filhos.
Mulheres fortes de Ruanda
comentários(0)comente



Helyanny 21/09/2020

Meu Deus...
O que dizer sobre um livro em homenagem à mãe, tendo, como pano de fundo, uma guerra que assolou todo um povo?? Incrível, visceral e, ao mesmo tempo, leve e delicioso de ler! Encantada com a obra! Lerei todos os outros da autora!
comentários(0)comente



Iza Carla 05/09/2020

Um tributo a sua mãe e seu país
"Olha, meu filho, os brancos já nos deram muitos presentes e você está vendo onde nós fomos parar! Então, se for preciso, me deixe buscar o fogo como sempre fizemos na nossa terra. Ao menos, resta alguma coisa".

Mukasonga nos traz um relato a partir de suas memórias de infância e como ele homenageia a memória de sua mãe e da cultura de seu país que sofreu tantas perdas no genocídio de 94. Nas pequenas rotinas ela resgata a força de sua cultura, nos penteados das mulheres, no valo atribuído à agricultura, vaca, nos rituais matrimoniais, no vestuário, nos alimentos. Stefania, sua mãe, é uma grande figura de autoridade e resistência aos militares hutus, aos colonizadores e catequizadores brancos, uma figura impressionante. É um livro forte, não por retratar uma época de marginalização e violência, mas por se tratar de uma história de sobrevivência e bravura dos indivíduos ali situados.
comentários(0)comente



123 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 6 | 7 | 8 | 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR