A mulher de pés descalços

A mulher de pés descalços Scholastique Mukasonga




Resenhas - A mulher de pés descalços


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Leticia 22/08/2020

A mulher de pés descalços, livro de não ficção, retrata o conflito entre Tutsi e Hutus em Ruanda. Scholastique escreve esse livro em homenagem a sua mãe e as milhares de vítimas do genocídio.
A autora proporciona um resgate cultural dos Tutsi, descrevendo os rituais, tradições e costumes, que mesmo sendo atravessados pelo cristianismo, conseguiram manter suas identidades. Scholastique oferece não somente o resgate de uma memória familiar, mas de todo um povo.

"Mãezinha, eu não estava lá para cobrir o seu corpo, e tenho apenas palavras - palavras de uma língua que você não entendia - para realizar aquilo que você me pediu. E estou sozinha com minhas pobres palavras e com minhas frases, na página do caderno, tecendo e retecendo a mortalha do seu corpo ausente."
Anderson 22/08/2020minha estante
Nossa, já vou procurar, deu muita vontade de ler


Leticia 22/08/2020minha estante
Eu gostei bastante, é um relato visceral. A autora possue uma trilogia testemunhal do conflito: A mulher de pés descalços, Nossa senhora do Nilo e Baratas. Só li o primeiro, mas estou muito interessada nos outros :)


Anderson 22/08/2020minha estante
Muito bom, espero gostar tanto quanto você


kellen.ssb 23/08/2020minha estante
Eu gostei da "Mulher de Pés Descalços", mas gostei ainda mais de "Baratas" (autobiografia).


Leticia 23/08/2020minha estante
Kellen, eu quero muito ler Baratas, espero gostar também :)




Toni 25/09/2018

Terminei a leitura com uma lágrima descendo e o dedo no site da Amazon para comprar meu próximo livro da autora, o Nossa Senhora do Nilo (segunda parte da trilogia sobre o genocídio de Ruanda que se completa agora com o lançamento do terceiro volume, Baratas). Livros como A mulher de pés descalços me fazem lembrar uma bobagem que às vezes a gente esquece: como a literatura é imprescindível. Onde mais encontrar os ritos que acompanham a colheita do sorgo em Ruanda? Onde mais descobrir como as mães de família constroem seus inzu? Onde mais conhecer a dor de quem fez tudo o que estava a seu alcance para salvar os filhos da morte certa?
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Neste breve relato, Mukasonga elabora um lugar de memória não apenas para sua mãe, assassinada pelos hutus durante o genocídio de 1994, mas para toda a cultura de resistência e sobrevivência de uma comunidade de ruandeses exilados dentro da própria terra.
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Apesar da ameaça sempre presente do extermínio, os eventos que levaram ao massacre de 800 mil tutsis em apenas quatro meses não integram esse relato, focado mais nas histórias de vida de Stefania, mãe da autora e símbolo da força e do valor da mulher ruandesa. Mas no momento em que este livro-mortalha escrito para uma mãe se torna aos nossos olhos a história de todas as mães ruandesas, a autora nos arrebata com o reconhecimento de seu fracasso. Como é possível, afinal, fazer de um livro pano grande o suficiente para cobrir todos os mortos, todos-todos?
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Apenas leiam.
Rosana 25/09/2018minha estante
Excelente resenha, parabéns!


Raquel.Wandelli 25/03/2019minha estante
Difícil encontrar um resenha que traga uma experiência particular de leitura e consiga inscrevê-la numa ordem universal. É isso: Mukasonga nos leva da mãe ao povo, do indivíduo ao universal.
Excelente comentário


Ygor Gouvêa 12/01/2021minha estante
Muito bom seu comentário. N sei porque aqui lançaram o Baratas por último, ele foi o primeiro lançado lá fora, em 2006, e é uma excelente porta de entrada pra tudo que ela escreveu depois. N que tenha necessidade de seguir uma ordem, já q podemos chamar a trilogia de informal.




Kenji.viana 28/03/2024

Aprendendo sobre outras culturas
Esse livro retrata o cotidiano das mulheres em Ruanda, não consegui me sentir submerso na leitura, acho que retratam de forma muito vaga o massacre em si, o que me deixa com algumas dúvidas, mas é muito interessante poder ler sobre outra cultura, com costumes e tradições diferentes, até mesmo com seus próprios padrões de beleza e formas de viverem em sociedade, infelizmente muitas culturas afros como essa acabaram se perdendo ao longo da história, me pergunto como seria a diversidade se a colonização nunca tivesse acontecido...
Fulanuendel 24/05/2024minha estante
É que, na verdade, ela não estava em Rwanda em 1994, quando ocorreu o genocídio. Então o livro é sobre a perseguição que sofreram e uma forma de "velar" o corpo da mãe, já que ela não pode fazer isso fisicamente.


Kenji.viana 24/05/2024minha estante
Caracaaaa, eu realmente não li o livro com a maturidade que eu deveria (principalmente por ser obrigatório da escola), mas agr vc me deixou com vontade de reler, pra conseguir interpretar a história corretamente, muito obrigado de vdd


Fulanuendel 24/05/2024minha estante
Fico muito feliz que pude acender essa vontade em você. Esse livro me tocou muito. Espero que te toque também ?




Layla.Ribeiro 14/05/2022

Desafio literário 2022- Autoria Africana
Antes de ler o livro é preciso saber que em Ruanda existe um problema de conflito étnico, problema esse que vem ao longo da história do país, especificamente em 1994, onde houve um dos maiores genocídios do mundo, na qual o grupo hutus exterminou cerca de um milhão de pessoas da etnia tutsi, seja idosos, crianças, bebês e mulheres grávidas, sem exceções. A autora deste livro foi por sorte, a única sobrevivente de sua família, ela traz neste livro memórias de sua infância e principalmente da sua mãe, uma mulher muito importante para a comunidade em que viviam. Diferente do outro livro que li ?Baratas? da mesma autora, este livro é mais ?leve?, focado em apresentar ao leitor as tradições das pessoas ruandesas: as habitações, o sincretismo religioso, a alimentação, a vida das mulheres, o calendário baseado na colheita do Sorgo, a intervenção branca dos belgas na sua cultura e também assuntos pesados, como a segregação étnica, a perseguição dos militares, estupros e a incerteza do amanhã. Terminei a leitura com um pesar profundo e reflexivo por saber que a maioria dos personagens citados foram exterminados, apesar de uma leitura densa, eu recomendo a vocês que conheçam a história desse povo.
Eric Luiz 14/05/2022minha estante
A guerra civil de Ruanda é um doa capítulos mais tristes da história da humanidade.


arthurzito 16/05/2022minha estante
Depois lerei esse




anaartnic 07/12/2022

A resistência de uma mãe (e de uma cultura) no exílio
"olha meu filho, os brancos já nos deram muito presentes e você está vendo onde fomos parar!"

Mukasonga se dedica a escrever sobre as suas memórias em uma cimunidade de exilados em Ruanda, país que possuí diversos conflitos étnicos. Neste livro, "A mulher dos pés descalços", o foco da narrativa é sua mãe, Stefania.

Ainda que exilada, Stefania busca conservar os hábitos de seu povo, ainda que em um contexto hostil, faz de tudo para manter as tradições (sempre na medida do possível e dentro da pouca liberdade que eles possuem).

A obra demonstra também a contraposição entre ideais europeus e ruandeses. Acredito que a passagem que mais me impactou neste sentido foi a que diz respeito aos padrões de beleza da região, que são critérios para a escolha de um casamento.

Ainda que esse povo viva em tensão a todo o momento, é linda a maneira que eles resistem por meio de sua cultura e tradições. A leitura é muito rica ao demonstrar esta perspectiva sociocultural que se distancia da que estamos acostumados, com esse eurocentrismo nocivo que faz tanta pessoas questionarem suas aparências.

Mukasonga narra com carinho a preocupação da mãe, a sua luta e sua maneira de cuidar dos filhos. É notado um ar de tristeza, dado o fim trágico de Stefania (não é spoiler, pois está no começo do livro).

"Todo dia ela dava um jeito de trapacear o destino implacável a que, por sermos tutsis, estávamos condenados"

O livro está disponível gratuitamente no aplicativo BibliOn (Biblioteca Pública Gratuita de São Paulo). É uma leitura muito valiosa :)
Danic.Coelho 23/12/2022minha estante
Uauuuu




Amanda Bento 12/04/2021

Muito bom e rápido
Aproveitei um tempo atrás quando esse livro estava gratuito na Amazon e peguei para ler. Em menos de um dia terminei, completamente absorta na técnica de escrita da autora e a descrição de Ruanda pelos seus olhos. Uma leitura muito tátil que convida o leitor para a viagem até o continente africano dos anos 60, pela perspectiva feminina.
gabriella.malta 12/04/2021minha estante
Também amei esse livro




nocca 23/08/2020

O genocídio de Ruanda não é um fato desconhecido para mim. Já havia lido, inclusive, diversos relatos de outros sobreviventes do massacre sofrido pelos Tutsis. Entretanto, Mukasonga vai além. Ao mostrar pessoas que se esforçando em manter sua rotina, suas origens, tradições e soberania mesmo sob as circunstâncias mais diversas, nos leva a compreender a necessidade de continuar vivendo, mesmo que a urgência seja a sobrevivência. Por mais que houvesse uma tentativa ostensiva de relegar àquelas pessoas a condição de baratas, Mukasonga nomeia, descreve e reconstrói a história relembrando que ali estavam indivíduos, famílias e comunidades, e não meramente corpos que seriam contabilizados num massacre futuro.
Embora não goste muito de uma narrativa que não segue necessariamente uma sequência lógica, a escrita nos faz adentrar as memórias da autora e vivê-las como se fossem nossas. Apenas gostaria que o livro tivesse sido mais longo, e com certeza fiquei interessada em ler "Baratas" e "Nossa senhora do Nilo".
Paulinho 23/08/2020minha estante
Que maravilha!




arqueofarias 10/06/2024

Maravilhoso livro e escrita também. Apesar de eu achar que o foco da história se perdeu (a mãe), a narrativa em torno da memória do povo de um vilarejo de Ruanda durante a Guerra Civil é espetacular. Inclusive, me parece um belo relato etnográfico, histórico. Adorei ler.
Ja adoro Scholastique !
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Anabelly 31/08/2017

Tecendo a teia da história
Na Ruanda de sua infancia e adolescência, Mukasonga, remonta pela teia de suas memórias a vida, sentimentos, cores e sabores do povo tutsi. Dizimados na briga étnica entre o povo hutu e tutsi, sua família e seus costumes pulsam em cada página na tecitura de cada ironia, amor , amizade, picuinhas e tensões presentes nas relações de seu povo. A dor pulsa em suas palavras mas antes de tudo vibra amor e saudade da sua mãe e da não despedida dos seus mortos.
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Junior 29/09/2018

História de um povo
Quando se lê o prefácio da obra tem-se a impressão de que se trata de uma obra primorosa. Contudo, no decorrer do relato nota-se que é somente um bom livro.

O livro é um apanhado de memórias da autora quando de sua infância/juventude, que escreve em homenagem a sua mãe, morta na guerra civil de Ruanda entre Tutsis e Hutus. Toda autobiografia é difícil de ser escrita.

Em cada capítulo a autora trata de um ponto específico de sua vida, sempre tendo como foco sua mãe. Vale a pena conhecer os aspectos peculiares dos costumes Tutsis; são bem diferentes.

No entanto, a narrativa do livro não é tão envolvente. Os relatos são emocionantes por si só e não por obra da escrita da autora. Enfim, as histórias são boas, os relatos nem tanto.

Igual ao prefácio, o posfácio se diferencia do corpo, sendo um texto bem mais elaborado.
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LuHilst 14/01/2019

Chorei na página 3
Calmamente, ela constrói em nossa imaginação o mundo de sua infância para então destruí-lo en duas ou três palavras.
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Nathalie.Murcia 13/05/2019

Soco no estômago

Primeiro livro da trilogia de Scholastique Mukasonga. Os demais são "Nossa Senhora do Nilo" e "Baratas". Este primeiro romance biográfico foi escrito em memória da mãe da autora (Stefania), assassinada pelos hutus, que era a etnia dominante, durante a guerra civil de Ruanda. O livro retrata a vida da família da escritora, pertencente à etnia dos tutsi de Nyamata, após serem desterrados, juntamente com outros tutsis, para um vilarejo remoto em Ruanda, denominado Bugesera. Nos relatos, a escritora nos apresenta o esforço da matriarca para manter, no seu "inzu" (tradicional moradia tutsi), as tradições, a dignidade, o trabalho na lavoura e a sobrevivência dos seus, sempre ameaçada pelas investidas militares, genocídios e estupros recorrentes. Muitos elementos culturais africanos envolvendo família, casamento, costumes, rituais, cura através das ervas medicinais, relacionamentos na aldeia, entre outros, são delineados com muita pungência e delicadeza, neste livro. Destaco, aqui, a passagem que mais me marcou:
"Não cobri o corpo da minha mãe com o seu pano. Não havia ninguém lá para cobri-lo. Os assassinos puderam ficar um bom tempo diante do cadáver mutilado por facões. As hienas e os cachorros, embriagados de sangue humano, alimentaram-se com a carne dela. Os pobres restos da minha mãe se perderam na pestilência da vala comum do genocídio, e talvez hoje, mas isso não saberia dizer, eles sejam, na confusão de um ossuário, apenas osso sobre osso e crânio sobre crânio".
Recomendo o livro e emendarei a leitura dos outros dois da trilogia.
Mais reenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Tati 17/06/2019

"Quando eu morrer, quando vocês perceberem que eu morri, cubram meu corpo. Ninguém deve ver meu corpo, não se pode deixar ver o corpo de uma mãe". Esse era o pedido que Stefania repetia a suas filhas pequenas, enchendo-as de pavor. Caso falhassem, a mãe morta as perseguiria. No entanto, em meio ao genocídio de Ruanda, em 1994, o corpo de Stefania não pôde ser coberto.

A mortalha veio somente mais tarde, por meio de palavras. O livro escrito por Scholastique Mukasonga, a única filha sobrevivente de Stefania, é uma homenagem a essa mãe tutsi e a todas as outras que morreram no massacre, mas que também viveram para proteger seus filhos da fome, das doenças ou da morte gratuita pelas mãos dos militares hutus.

São as descrições do cotidiano e dos costumes, e não da tragédia, os fios dessa história. Ao falar de sua infância, Scholastique nos conta sobre as estratégias de sobrevivência em meio ao exílio a que os tutsi foram submetidos dentro do próprio país. Conta-nos, sobretudo, sobre a solidariedade que possibilitou a resistência cultural em condições que poderiam ter facilmente levado as tradições ao esquecimento.
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Laura 28/07/2019

Esse é um livro muito pessoal, a história ilustra a infância da autora e junto disso as atrocidades que aconteceram em Ruanda, contudo, isso é mais sutil. Um livro que quebra o coração. Não acredito que seja um livro para entender o genocídio ruandês, mas irá fazer você aprender muito sobre a cultura e as tradições.
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Talita Hanna Cabral 27/01/2020

Dos relatos pessoais ao conhecimento dos tutsis
De fato: este livro da autora Scholastique Mukasonga é um apanhado de memórias, porém são memórias que nos levam ao conhecimento do cotidiano da população tutsis e também do sofrimento de quem viveu de perto o massacre de Ruanda. Particularmente achei uma leitura encantadora e triste ao mesmo tempo. Há partes que requer pausa para respirar e para refletir. Recomendo para aqueles que tem curiosidade sobre essa população e sobre o massacre para além dos dados estatísticos.
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