Geovana Loureiro 20/04/2024
Protótipos de Bilbo Bolseiro e Smaug
Não sou fã de histórias direcionadas ao público infantil, mas como gosto muito de O Senhor dos Anéis, resolvi conferir esta obra de Tolkien. Respeito quem a achou divertida, mas eu, sinceramente, não via a hora de terminar a leitura.
O fazendeiro Mestre Gil e o dragão Chrysophylax, personagens centrais da trama, têm muito em comum com Bilbo Bolseiro e Smaug de O Hobbit: Gil, assim como Bilbo, só queria viver em paz a sua vida tranquila no campo e de repente se vê numa jornada repleta de surpresas e perigos. Já Chrysophylax é um dragão rico, acumulador de inúmeros tesouros, e cheio de astúcia, não muito diferente do Smaug de O Hobbit. Embora Mestre Gil seja considerado herói pelo seu povo, ele me pareceu ranzinza demais em vários momentos, o que não me despertou empatia alguma por ele (e os outros personagens humanos também não ajudam, são bem superficiais).
Entretanto, o que mais odiei no livro é a forma como Gil e Agatha, sua mulher, tratam Garm, o cão de estimação do casal. Entendo que Garm foi incluído de forma despretensiosa pelo autor, mas ele não merecia ouvir tantas palavras rudes e até receber agressões físicas. Tenho afeição por animais e considerei isso péssimo (ainda mais depois de ter visto o carinho de Sam por Bill Samambaia em O Senhor dos Anéis).
Enfim, esse é somente meu ponto de vista. Mesmo não tendo apreciado a história de Mestre Gil de Ham, continuo acreditando que Tolkien é um gênio da literatura fantástica.