Rose 24/11/2017Um resumo bem rápido da série até aqui para situar um pouco quem não conhece a série.
A série conta a história de seis irmãs que foram adotadas por um bilionário chamado Pa Salt. Ele pegou as irmãs em várias partes do mundo ainda quando eram crianças. Cada uma recebeu o nome de uma das estrelas da constelação Plêiades, que na mitologia grega eram sete irmãs filhas de Atlas e Pleiones. Todas foram criadas na Suíça, as margens do Lago Léman. Depois de adulta, cada uma seguiu com sua própria vida. A grande virada ocorre quando Pa Salt morre inesperadamente. Em seu testamento, ele deixa para cada filha as coordenadas de seu nascimento, uma carta e um objeto importante ligado ao nascimento de cada uma.
Diante disso, cabe a cada uma das irmãs ir (ou não) atrás de suas origens. Cada livro conta a busca de cada uma das irmãs por esta origem.
Ceci sempre foi muito grudada com sua irmã Estrela. As duas eram como uma só. Esta união nunca tirou a sensação de não pertencer a nenhum lugar que Ceci carregava dentro de si.
Após a morte de Pa Salt, as duas foram gradualmente se separando. Na verdade, esta separação veio mais por conta de Estrela, que como vimos no livro anterior, A Irmã da Sombra, decidiu ser mais independente em sua vida, não vivendo tanto a margem de Ceci.
Isso acabou causando um certo sentimento de abandono e traição para Ceci, o que confesso, achei bem infantil da parte dela, mas, enfim...
Fato é que esta ruptura entre as duas fez Ceci encarar a própria vida de frente. Com isso, ela decidiu abandonar a faculdade de Artes que fazia e partiu rumo a suas origens. Seguiu viagem até a Austrália, que segundo as pistas que tinham, foi onde nasceu. Junto de si, levava uma foto em preto e branco e o nome de uma das primeiras exploradoras da Austrália.
Antes de chegar a seu destino, ela resolveu dar uma parada na Tailândia, para recarregar suas forças. E neste lugar, do qual ela guarda boas lembranças em companhia de sua irmã Estrela, ela acaba conhecendo um homem misterioso chamado Ace. Mesmo sabendo que sua passagem por ali seria temporária, ela acaba se envolvendo com Ace, e o relacionamento entre os dois ajudou a ambos a verem as coisas sob uma nova perspectiva.
Ace guarda um grande segredo, que não conta nem mesmo para Ceci. Apesar disso, ele é fundamental para que ela encontre o próprio equilíbrio que havia perdido. Em contrapartida, Ceci, mesmo sem saber dos problemas que Ace tem, acaba ajudando-o em seu isolamento do mundo.
O problema e que antes de partir, Ceci acaba cometendo um erro bem idiota, que pode separar os dois para sempre, sem nem ao menos terem a chance de ficarem amigos.
Sem saber disso, ela chega a Austrália e vai atrás de suas origens. É então que ela conhece seu avô e sua ligação com a grande exploradora Kitty McBride.
Kitty, que viveu no início do século XX, era filha de um pastor em Edimburgo. Por conta de um segredo que descobriu, acabou sendo enviada para a então inóspita Austrália como dama de companhia da Sra McCrombie. Lá, ela acaba ficando entre o amor dos sobrinhos gêmeos da então senhora.
Apesar de serem gêmeos iguais, Drummond e Andrew tinham personalidades bem distintas. Drummond era impetuoso e muito bem humorado, enquanto Andrew era mais sério e ambicioso. Sendo ele o mais velho dos dois, herdaria o próspero comércio de pérolas da família.
Dividida entre eles, Kitty acaba se casando com um deles, selando o destino dos três. Tudo correria tranquilamente se uma fatalidade do destino não fizesse com que um dos irmãos sonhasse enfim ser feliz ao lado da mulher que não conseguiu esquecer. Mas diante da realidade e da própria culpa, Kitty toma uma decisão drástica, e a vida de ambos transforma-se em um deserto de isolamento.
Agora ela vai precisar de toda sua força, garra e inteligência para seguir adiante em uma terra onde somente os mais fortes sobrevivem. Será ela capaz disso? E o que Ceci e Kitty tem em comum?
Refazendo os passos de Kitty e conhecendo suas origens, Ceci percebe que pode finalmente ter encontrado seu verdadeiro lugar no mundo. Mas antes disso, ela precisa acertar algumas pendências de sua vida.
Desde o livro que conta a história de Ally (Irmã da Tempestade) e principalmente no de Estrela, eu peguei uma certa birra com a Ceci. Eu entendo que a ligação entre ela e Estrela sempre foi grande e intensa, mas não aceitei muito bem o fato dela sentir-se traída pelo crescimento e evolução da irmã. Para mim, ficou um certo egoísmo da parte dela. E aqui, esta birra acabou não passando totalmente, visto que ela ainda se ressentia do afastamento de Estrela. Afastamento este, que foi mais da parte dela do que de Estrela, propriamente dito.
Kitty foi uma personagem que dividiu minha simpatia. Uma mulher forte, inteligente e decidida, que ganhou minha admiração. Mas em compensação um outro lado dela me deixou um pouco p. da vida com ela. Não a condeno pela escolha entre um dos irmãos, e nem o que veio a acontecer depois de anos, antes da tragédia que assolou a família. Meu problema com ela, foi justamente no momento da tragédia. Para mim sua decisão foi mais em cima de uma culpa que sua consciência carregava do que na ética propriamente dita. E isso acabou mudando e muito, e de uma forma nenhum pouco boa, a vida dos envolvidos diretamente na questão. Por conta disso, ela acabou, a meu ver, se tornando uma pessoa um pouco mais fria e distante, o que levou a vida do próprio filho a uma consequência que poderia ser facilmente evitada. Fora isso, ela fez a vida de uma outra pessoa ser totalmente negada durante anos. Como se ele não existisse mais.
Entendo que era uma situação bem complicada, de difícil solução. Qualquer atitude tomada teria sérias consequências. Mas eu realmente achei que a decisão dela foi bem infeliz. Isso em nada tira o brilho do enredo criado por Lucinda, que mais uma vez costura uma história única entre o passado e o presente. Cheia de reviravoltas e amores proibidos, da busca pelo seu próprio caminho, e principalmente, não deixando nenhuma ponta solta. Mais um belo trabalho da autora.
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