Efuru

Efuru Flora Nwapa




Resenhas - Efuru


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Tathiana.Cassiano 30/12/2023

Efuru e as mulheres igbos da Nigéria do século XX
Há um tempo venho pesquisando a vida e obra de Flora Nwapa, particularmente o romance Efuru, sobre o qual fiz minha dissertação de mestrado, escrevi um livro didático e tive a honra de redigir a apresentação que acompanha a tradução para o português pela editora Moinhos. Há sempre uma expectativa de como uma obra será recebida em outro país depois de várias décadas de sua primeira publicação, e com Efuru não foi diferente. O que indico é que o leitor ou leitora abram-se à leitura sem os (pré)conceitos comumente arraigados que temos sobre as sociedades africanas, para as quais costumamos atribuir características e sentidos homogêneos. Os estereótipos estão tão fixos em nosso imaginário acerca de África que muitas vezes as personagens e situações podem não nos parecerem críveis. É direito de quem ler se perguntar se era possível uma mulher africana igbo colonizada fazer as escolhas que fez e lidar como lidou com as situações que lhes foram impostas. Assim como é direito do leitor se questionar quais as razões que levaram Flora Nwapa a escrever essas histórias e, assim, deixar um legado na escrita literária nigeriana que influencia autoras até o presente. Aí consiste a riqueza da literatura: o encantamento, o estranhamento, a esperança, o desconforto... Seja qual for a conclusão, o mergulho na escrita de Flora Nwapa sempre valerá a pena, nem que seja para podermos fazer novas perguntas para nossas velhas certezas...
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Lurdes 24/12/2023

A Literatura Nigeriana feita por mulheres é uma das mais representativas do continente africano, e tem alcançado muito reconhecimento no resto do mundo, através das obras de nomes como Chimamanda, Buchi Emecheta e da nova geração de Oyinkan Braithwaite e Ayòbámi Adébáyò.

Mas tem um nome que, apesar de pouco conhecido no Brasil, foi fundamental para a visibilidade da literatura produzida da Nigéria, em especial de mulheres escritoras.
Primeira autora a ser publicada em lingua inglesa, Flora Nwapa foi a primeira mulher negra em todo o oeste da África a ser proprietária de uma editora ao fundar a Tana Press. Mais tarde ela abriria, ainda, a Flora Nwapa Company, especializada em livros de ficção infantis.

Pois Flora é a autora de Efuru, uma mulher tão inspiradora quanto.

Em uma Nigéria ainda colonial, Efuru quebra vários paradigmas.Ela não é uma revolucionária. É uma mulher comum, criada nas tradições Igbo, que ama e respeita sua família, mas que questiona muitos preceitos que colocam as mulheres em situações injustas e vexatórias.
Efuru se apaixona, quer ter filhos, mas também adora (e não abre mão) de trabalhar, se dedicando ao comércio.
Efuru sofre por amor, por suas dolorosas perdas, mas segue em frente tentando não arranhar sua autonomia e dignidade
Através de suas relações com a familia, a comunidade e, principalmente, com outras mulheres, vamos conhecer muito da cultura igbo.
Cada vez mais me convenço do quanto é importante este mergulho em outras culturas, conhecendo o ponto de vista de quem realmente as vivenciam.
Temos por (péssimo) hábito usar a cultura ocidental como parâmetro, mas nem sempre funciona.
Flora, através de Efuru nos mostra que, apesar de muitos preceitos machistas que não podem ser tolerados, alguns arranjos sociais, amorosos, familiares, focados num forte senso de comunidade têm muito valor e devem ser respeitados, assim como sua religiosidade.
Recomendo muito.
Excelente leitura.
(E que capa mais linda).
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julianavicente 03/12/2023

Queria não ter lido
Foi uma leitura rápida, mas preferia não ter lido porque não levou para lugar nenhum. Certo, aprendi um pouco sobre a cultura da personagem, mas não dê uma forma fluida e intéressante.

Efuru não me pareceu uma personagem tão "incrível" como a tradutora quis vender. Bom, preferia não ter lido.
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Núrya17 18/11/2023

Foi uma oportunidade de conhecer uma cultura completamente diferente da minha. No início eu fiquei bastante confusa com todas as histórias que haviam no livro, mas acredito que foi uma experiência interessante
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Valéria Cristina 20/09/2023

Tradições igbo
Efuru, a protagonista, é uma mulher que seguiu as tradições. Ao acompanharmos seu cotidiano, percebemos seus dilemas, anseios e conquistas.

O livro é um repositório das tradições igbo. Por meio de diversas personagens, conhecemos o modo de vida dessa comunidade africana. Seus costumes, inclusive a polêmica circuncisão feminina.

Em uma sociedade patriarcal, na qual o papel feminino é pautado pelo casamento e pela maternidade, a pressão por esta ocupa a maior parte da vida das mulheres. As relações interpessoais são ditadas por rígidas regras de conduta e cortesia.

Ainda, os diálogos travados nos permitem conhecer como essa sociedade vive o luto, como as mulheres são cortejadas, como as pessoas vivenciam os desastres naturais, bem como cultuam seus deuses. Percebemos as relações familiares e como funcionam esses núcleos que são bastante estendidos, consideram-se a poligamia e a convivência de diversas esposas, filhos e outros agregados. É possível, ainda, ver o papel do pater familias e a sua importância para a sociedade.

A narrativa ainda denota uma gana de tradições representadas por músicas, quadrinhas, brincadeiras, histórias disseminadas pela oralidade ancestral desse povo, superstições e fé. Também é possível percebermos o choque cultural advindo da colonização: as escolas, a nova fé e a medicina muitas vezes colidem com a cultura da população originária.

Florence Nwanzuruahu Nkiru Nwapa foi uma escritora nigeriana mais conhecida como Flora Nwapa, que tem sido chamada de mãe da moderna literatura africana.
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Tathi (@Doidosporserieselivros) 28/07/2023

Olá queridos amigos leitores! De vez em quando a gente encontra aqueles livros que você sabe que vai reler assim que termina a leitura, e Efuru, o lançamento da @editoramoinhos é um desses!

Nele conhecemos um grupo de mulheres da comunidade Igbo, mais especificamente Efuru que como mulher em um sociedade patriarcal e arcaica, sofrerá dores e tragédias causadas por crenças, busca por dinheiro e luxúria humana.

O livro da autora nigeriana, nos mostra a crueldade da circuncisão feminina, a rivalidade de suas crenças com o cristianismo, as agruras da maternidade e da infertilidade em uma sociedade que não tolera mulheres que não possuem uma ninhada de filhos.

A narrativa também explora a infelicidade constante de algumas pessoas que mesmo lutando, trabalhando e tentando de tudo são constantemente golpeadas pela vida.

Efuru é um daqueles mergulhos em outras culturas, que nos faz olhar para o lado e perceber que há situações ainda piores para as mulheres e crianças em outros lugares do mundo.

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