Ygor G. Sena 16/08/2015
Um mundo múltiplo abordado sem eurocentrismos
Nós estudamos nas escolas sobre a expansão marítima europeia e o Renascimento do ponto de vista eurocêntrico e, de certa forma, pensamos que o mundo estava esperando os europeus para ser descoberto: bobagem!
Serge Gruzinski aborda do final do séc. XV e começo do séc. XVI com maestria e linguagem acessível. Nos conta dos pensamos messiânicos e milenaristas que se passavam na cabeça dos europeus, como a religião, a política e a ciência guiaram as decisões tomadas nesse período, culminando no encontro de mundos e culturas que viveram isoladas uma das outras durante muito tempo - milênios no caso das Américas - e como as novidades sobre as descobertas se espalhavam por todos os cantos do mundo.
Portugal, Espanha, Florença, Veneza, Calicute, China, Goa, Etiópia, Málaca, Mexicas, Incas e muitos outros lugares possuíam suas próprias economias e culturas, revelando um mundo amplamente plural. Os anos de 1480-1520 são, portanto, o começo da globalização e da integração cultural.
Certamente é um livro que merece atenção para desmistificar conceitos ultrapassados sobre esse período e compreender melhor essa época essencial da história mundial.