A glória e seu cortejo de horrores

A glória e seu cortejo de horrores Fernanda Torres




Resenhas - A Glória e Seu Cortejo De Horrores


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Alê | @alexandrejjr 19/07/2021

Por detrás das cortinas

Primeiramente: que grata surpresa. Eu soube, no momento em que despretensiosamente peguei o livro para ler o parágrafo inicial, que a leitura ia me marcar de alguma maneira, só não sabia como e que ia ser tanto.

A literatura nacional é um tesouro que poucos brasileiros descobrem, infelizmente. E este livro é um bom exemplo disso. Quem diria que a talentosíssima Fernanda Torres, filha da lendária Fernanda Montenegro, é também uma escritora com futuro promissor? "A glória e seu cortejo de horrores", título fantástico escolhido para o seu segundo romance, que provém de uma frase repetida com frequência por sua mãe, é um resumo tão preciso do que os leitores vão encontrar neste livro que até complica a vida dos resenhistas, sejam eles amadores ou "profissionais".

Em pouco mais de 200 páginas, com um texto agradabilíssimo, rico, erudito e estranhamente coloquial, Fernanda Torres conta as peripécias de Mario Cardoso, em uma clássica história de ascensão e queda com idas ao passado e retornos para o presente. É uma aposta segura falar sobre o universo do teatro, dos atores e da televisão sendo Fernanda quem ela é? É. Mas e quem já havia falado nisso antes? Pois é. O toque original da autora não está na forma, na linguagem ou na história. Aqui é o tema que enriquece o livro, que é maravilhosamente abordado com precisas doses de sarcasmo e ironia.

E não sobra para ninguém. Não sobra para Shakespeare, para Guimarães Rosa, para o Festival de Cannes, para o glamour da TV Globo, para a Rede Record e suas novelas bíblicas, para o teatro altamente canhoto e militante durante os anos da repressão imposta pela ditadura militar, para os ditos "patrocinadores culturais" e muito menos para quem deseja viver através das artes cênicas. Fernanda vai pincelar tudo isso com uma habilidade incomum para uma estreante na arte de escrever. E é um deleite.

Sobram referências culturais que mostram toda a erudição da grande parceira de Luiz Fernando Guimarães na inesquecível série "Os normais", é verdade, mas nada é mal colocado ou citado com a detestável missão de realizar o pecado da prepotência. Fernanda, através de Mario Cardoso, discute o universo particular dos atores e entrega a nós, leitores, um panorama riquíssimo das artes cênicas do país. Com este livro, Fernanda Torres já pede espaço para entrar na longa galeria dos grandes nomes da nossa literatura. Infelizmente, somente o tempo dirá se o romance irá ser um clássico ou será redescoberto após um período de esquecimento ou ostracismo.

Espere de "A glória e seu cortejo de horrores" uma história encantadora, bem escrita e com muitas risadas, além de um final estupendo que é tão surreal que só poderia ser feito na literatura mesmo. E, caso este também seja o seu primeiro livro dela, como foi o meu caso, prepare-se: Fernanda Torres não será somente a excelente atriz que você conhece (ou desconhece). A partir desta leitura, Fernanda também dividirá espaço na sua estante, seja ela física ou virtual.
Renata Ribeiro 19/07/2021minha estante
Tenho ele, mas ainda não li. Vou colocar na fila


Roberta 19/07/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler


Fernanda Quinderé 19/07/2021minha estante
Fiquei com muita vontade de ler pela sua resenha ?


Gabi Gomes 19/07/2021minha estante
Confesso que fiquei bem curiosa


Alê | @alexandrejjr 19/07/2021minha estante
Gurias, agradeço a todas vocês pelos comentários e digo o seguinte: é um baita livro. Se tiverem a oportunidade, leiam!


Roberta 19/07/2021minha estante
Valeu ?


dani 19/07/2021minha estante
O título é bem curioso e sua resenha despertou mais ainda a curiosidade!


Júlia 19/07/2021minha estante
fiquei curiosa!


Mi 19/07/2021minha estante
Amei esse livro. Tõ com outro dela aqui na fila. E a fila anda. ;)


Montenegro 20/07/2021minha estante
Realmente é uma delícia de livro ;)


Alê | @alexandrejjr 20/07/2021minha estante
Objetivo atingido então, Dani! Obrigado por ter comentado;

Júlia, tenho certeza que tu vai gostar desse;

Mi e Vanessa: é bom demais, né?! Uma leitura que entretém e ao mesmo tempo ensina.


Felps / @felpssevero 20/07/2021minha estante
Um dos livros mais divertidos que li nos últimos anos. Devorei.

"Fim" também é ótimo.


Alê | @alexandrejjr 22/07/2021minha estante
Bom saber, Felipe. Vou prevenido para ler "Fim" pois sei que deve ser uma obra menos madura, mas imagino que a essência da Fernanda também esteja lá.




@Matcholo 25/05/2020

fiz a releitura desse livro ontem e fiquei de cara novamente coma capacidade que Fernanda Torres tem não só para atuar mas para escrever também, esse livro emociona demais. tem uns trechos que você para e se pergunta: porque Fernanda? de tão inconformado com a poesia seca e triste da vida cotidiana. para que atua ou gosta de ler peças de teatro é um prato mais cheio ainda. o protagonista é um ator, logo o livro é cheio de referências de peças de Shakespeare e dos livros de Guimarães Rosa e Rachel de Queiroz. leitura boazona e rápida, vale a pena demais.
Thábata 29/08/2020minha estante
Você não quis dizer Fernanda Torres rs?


Wagner 20/05/2021minha estante
Mto booom mesmo. Já leu "Fim" dela também?


@Matcholo 28/05/2021minha estante
Cara não li esse ainda, mas está na minha lista, bom?




Sol Belchior 06/11/2021

Recomendo!
"(...) É impossível captar o teatro em película, afirmou, ele existe no instante em que é feito, depois, se esvai (...)."

Segundo livro que leio dela e me impressiono, de novo, com o resultado da obra. Que livro sensacional!
#FernandaTorres é uma artista completa!
Diogo 08/11/2021minha estante
Ela escreve bem demais né? Amei o livro da primeira a última frase. Tô até lendo Grande Sertão: Veredas empolgado pelo "delírio cinematográfico" do protagonista... hahahaha


Sol Belchior 11/11/2021minha estante
Ela é completa! Definitivamente.




Luiz 31/12/2017

Uma beleza. O livro me trouxe uma leitura da arte, do Brasil e até mim mesmo. Além de trechos hilários, que me faziam parar a leitura para dar saborosas gargalhadas.

(Confirmou minha impressão sobre a leitura anterior. O livro do Milton Hatoum, que aborda a mesma época e traz personagens semelhantes, perdeu a oportunidade de se aprofundar em tudo isso que o livro da Fernanda esmiuça, investiga.)

Só achei que a autora acelera um pouco a narrativa a partir do meio do livro. (Ou foi minha impressão, por não querer que a leitura acabasse?) Ela resume passagens marcantes na vida do personagem em parágrafos construídos com frases curtas, sintéticas. Por que será? Sugestão editorial? Será que mais tarde sairá uma "edição do autor", sem cortes?

Por que falar em 200 páginas o que se pode falar em 500?
Leandro Fasoli 02/01/2018minha estante
Olá! Adorei sua observação. Mas em relação às frases curtas e sintéticas é um estilo de escrita da Fernanda, em Fim também foi assim. É um estilo de escrita mais próximo da crônica. Os livros dela nada mais é que crônicas cotidianas em forma de livro.


Luiz 03/01/2018minha estante
... é que eu queria mais.




spoiler visualizar
Alê | @alexandrejjr 24/02/2023minha estante
Belo texto, xará!




Lulu 09/08/2021

Me viciei na escrita da Fernanda Torres?
Foi uma leitura tão gostosa, li em doses homeopáticas pra durar mais e agora que acabou parece que tem um buraco pronto pra me engolir kkkk
É um livro sensível no descuido, nas entrelinhas, dá aquelas facadas de emoção em você DO NADA!
Impossível não se identificar com o Mário em algum aspecto?
É uma história que poderia ser facilmente real, acho que essa é a magia. A forma que o protagonista se constrói pra gente? incrível, imbatível, espetacular
Indico demais, inclusive, leia agora!!
(CAPA PERFEITA TBM) ??
Alê | @alexandrejjr 09/08/2021minha estante
A capa é maravilhosa mesmo. ?




Laís 20/05/2020

Surpreendente
A parte 2 faz com que o livro ganhe uma complexidade especial. É de fato surpreendente! Fernanda torres escreve com uma propriedade das palavras, uma propriedade sobre o assunto. Como se até já conhecesse o desprezível (ou nem tanto), Mario

O plot twist fez eu amar ainda mais. As abordagens sobre ditadura, e toda a realidade dura do teatro e da televisão são um grande diferencial pra trama. Adorei mesmo
Felipe1503 20/05/2020minha estante
Essa foto da capa me lembrou O Bandido da Luz Vermelha. Ótimo filme.




sordeps 03/12/2023

Foi difícil terminar essa leitura, por vezes frustrante. personagem chato, história sem graça, escrita pesada e complicada. gosto muito da fernanda torres, porém essa não foi uma boa experiência como primeiro livro lido escrito por ela. acho chato livros que se tornam inacessíveis para as pessoas que não possuem o conhecimento das referências, e não sei se deixar a leitura complicada era de fato a ideia dela. alguns momentos foram problemáticos. enfim, não curti nada aqui.
Alê | @alexandrejjr 07/02/2024minha estante
Dúvida sincera: onde que a escrita desse livro é "pesada e complicada"??




Nath Moraes 09/01/2019

Quando li ?Fim?, da Fernanda Torres eu fiquei completamente chocada de como tanto machismo poderia sair da cabeça (e mãos) de uma mulher criada em um ambiente que eu acredito ser bem liberal. A mina cresceu no teatro, sabe? Tá, poderia ser proposital. Mas, se esse é o caso, por que escolher seguir retratando (e ?glorificando?, por falta de palavra melhor) esses personagens tão machistas. Foi um choque. Mas dei uma outra chance porque ?não é possível...?
Esse livro é bem melhor que ?Fim?, mas ainda gira em torno de um sessentão branco privilegiado, com aquela crise pessoal/profissional que a gente já tá cansado de ler sobre. ?
Lados positivos: a história é envolvente, tem um paralelo com a história do teatro brasileiro que é muito bacana, o personagem vive o (meu) Rio de Janeiro de maneira que a gente vai se identificando e vivendo junto e o final é bem interessante.
Alê | @alexandrejjr 18/06/2021minha estante
E no fim qual foi a nota, Nath?




@eu_rafaprado 19/05/2018

***
7 de 2018
A Glória e seu cortejo de horrores !!! ..... Sempre admirei o trabalho da #fernandatorres , gostei muito do livro #Fim , as crônicas de #Seteanos (Destaco a relacionada a morte de seu pai ?Despedida?, que me tocou muito), agora em #aglóriaeseucortejodehorrores Fernanda se dirige a um clã, atores, quem ama Teatro vai gostar do livro. A história conta a vida de um #ator , galanteador, que desfruta de seus dias de glória sempre acompanhando de horrores... Um retrato potente do Brasil, a partir das errâncias de um ator, dos anos 60 até os dias de hoje...
Sandro Bier 24/05/2018minha estante
Li Fim, gostei muito, já coloquei este na lista!




Celso 20/12/2017

Fernanda Torres e seu mundo midiático
Fernanda Torres é uma destas artistas cheia de facetas, tanto como atriz ou escritora. Seu segundo romance, A Glória e seu Cortejo de Horrores repete o estilo sarcástico e olhar quase niilista já conhecido da sua primeira obra de ficção, Fim. Seu anti-herói, o ator Mário Cardoso, vive da glória ao declínio nas mais de duzentas páginas, mostrando o mundo dos atores, lugar para lá conhecido pela escritora.

Mário é um ator com seus sessenta anos que decide montar rei Lear, uma oportunidade para sair do ostracismo. Porém, o projeto descamba quando o ator não para de rir em uma das cenas dramáticas da montagem shakespeariana. A carreira despenca, tendo como alternativa fazer uma novela bíblica, no papel de Lot, e, por fim, ser a estrela de uma propaganda de papel higiênico.

Mesmo sendo ficção, sabe-se que tal acontecimento pode ser inspirado em fatos reais. O tom sarcástico permeiam os capítulos que apresentam a história não linearmente, indo e voltando na trajetória do seu protagonista.

Passam citações e montagens de Shakespeare, Brecht, Guimarães Rosa a Plínio Marcos, tanto no cinema, na tevê ou no teatro. É uma imersão no mundo da glamorização e desglamorização do universo do ator.

O ponto de vista de um protagonista masculino, segundo Fernanda Torres, foi uma forma de se distanciar desse universo e ficar mais livre para criar a ficção. Por outro lado, a atriz mencionou em certa entrevista que o único ser humano que é possível falar mal nos dias atuais, do politicamente correto, são os homens, héteros e brancos.

O envolvimento do leitor é imediato na jornada de Mário, de moço da zona sul que se meteu no teatro popular repleto de falas e esquisitices da extrema esquerda a glória (e seu cortejo de horrores) como protagonista da principal novela da maior emissora.

Os personagens são bem construídos, com diferentes camadas mesmo para aqueles que obviamente poderiam cair em caricatura, como a mãe louca ao Pastor, o chefe do lado evangélico da prisão. Por fim, quando a última página chega, Mário finaliza seu processo de redenção concluindo que Macbeth só poderia ser montado, na sua plenitude, dentro de uma prisão. É o reencontro de Mário com a arte, porém amargo e infausto.

A Glória e seu Cortejo de Horrores é, sem dúvida, uma profunda exposição (e reflexão) sobre o mundo contemporâneo, dos seus mitos, do antiquado glamour nacional dos atores de televisão, dos discursos extremados - de direita ou esquerda -  e, principalmente, do pessimismo às grandes ideologias. Há certo reconhecimento dos conceitos da teoria do fim da história.

Fernanda se mostra uma vigorosa romancista que confronta a grandiosidade dos sonhos humanos com pequenez e mediocridade da vida privada. Tem ali a grandiosidade das heroínas e heróis da literatura clássica (como Eça de Queiroz e Dickens), imersos nos mesquinhos e divertidos conflitos da classe média de Luiz Fernando Veríssimo, com um bem construído anti-herói como de Lima Barreto aos conhecidos na teledramaturgia americana atual.

Sem dúvida, A Glória e seu Cortejo de Horrores mostra uma autora que é boa leitora. Estamos diante de uma das boas opções de leitura.


site: www.eurbanidade.blog.br
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alex 07/01/2018

A Glória e seu cortejo de horrores
Achei o livro ótimo até sua metade. Depois achei q não se sustenta. Mas vale a leitura!
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douglaseralldo 20/01/2018

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GLÓRIA E SEU CORTEJO DE HORRORES, DE FERNANDA TORRES OU POR QUE NEM TUDO QUE RELUZ É OURO
1 - Com uma voz narrativa tomada pelo frenesi da memória, em alguns momentos até mesmo verborrágica, o romance fala de ascensão e queda, inclusive propondo a discussão e a reflexão de onde estarão tanto a ascensão quanto a queda, que para além das aparências, as duas podem estar em lados opostos do que realmente aparentam;

2 - A trama de Fernanda Torres narra a vida de Mário Cardoso, jovem estrela dos teatros e da televisão durante os anos sessenta, que no presente "experimentará" todas as quedas proporcionadas pelo cortejo de horrores com os quais da autora procura pincelar a glória, de modo que a glória com suas idiossincrasias e frivolidades torna-se alvo crítico da narrativa;

3 - Para tanto, a autora divide a narrativa em duas partes, a primeira e maior parte, narrada pela intensa e frenética voz em primeira pessoa de Mario Cardoso, que é quando a partir de seu olhar, crítico para si mesmo, vamos nos embrenhando na existência complexa desta personagem, que acima de qualquer ideal, demonstra correr por si mesmo num individualismo que permite-o saltar de um universo ideológico a outro sem dramas ou remorsos, algo que ele só percebera com o tempo avançado, ao refletir suas próprias reminiscências;

site: http://www.listasliterarias.com/2018/01/10-consideracoes-sobre-gloria-e-seu.html
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Wsbraz 16/04/2024

A autora te envolve através de uma escrita limpa e dinâmica. Um primor! E que final, digamos que escrito para filmar.
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Pedro Bonavita 18/04/2018

O humor mal humorado (e negro) de Fernanda Torres
Fernanda Torres demonstra todo seu conhecimento do humor aliado ao mundo que vive pra escrever a história da derrocada de um famoso ator que não soube lidar com o preço da fama (ou da glória).
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