As Três Mortes de Che Guevara

As Três Mortes de Che Guevara Flávio Tavares




Resenhas - As Três Mortes de Che Guevara


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Comunavirus 24/01/2021

?As Três Mortes de Che Guevara? é mais um livro publicado pelo Flávio Tavares sobre o Che, uma das figuras revolucionárias que mais influência pessoas pelo mundo até os dias atuais e que o autor teve a honra de conhecer na década de 60.

Nele, o Flávio Tavares se debruça sobre um tema muito pouco debatido da sua história, percorrendo os caminhos que fez após a revolução cubana e mais precisamente quais as motivações que o levaram, mesmo quando já tinha importantes cargos na direção do partido e era Ministro da Indústria, a sair de Cuba e ir às pressas ao Congo, quase como estivesse fugindo e depois à Bolívia, onde foi abandonado e covardemente assassinado, numa busca incansável pelo sonho de construir uma sociedade socialista.

Um grande diferencial dessa obra em relação a outras que também se desafiam a discutir sobre revoluções socialistas do século XX está no fato de que o autor não escreve sobre Che de forma isolada do contexto político internacional que vivia o mundo na década de 60. O livro põe em evidência como a contrarrevolução de Nikita Kruschev contribuiu para o abandono e enfraquecimento de todos os movimentos revolucionários que marchavam a todo vapor pelo mundo antes de 1956 e foi justamente nisso que divergiu Guevara.

Che representou algumas vezes Cuba na URSS na década de 60, em que já se encontrava no revisionismo e se decepcionou bastante, pois via uma burocracia instalada. Ele enxergava que o revisionismo a longo prazo levaria ao desmantelamento da URSS e que o correto era que Cuba desenvolvesse sua própria indústria, se tornando auto-suficiente, enquanto Fidel era adepto de uma relação de dependência com a URSS, onde Cuba seria exportadora de matéria-prima em troca de benefícios como tecnologia, bens de consumo, etc. num acordo que tinha suas diferenças, mas que imitava a lógica do imperialismo.

Além do contexto da contrarrevolução revisionista e da guerra fria, havia também nesse período o conflito sino-soviético em que o PCCh rompeu com a URSS devido ao que considerou traição de Nikita Kruschev. Se aproximar da China era o mesmo que se opor a URSS e ainda assim, o Che defendia que Cuba estivesse alinhado à China e demais países socialistas que não haviam cedido ao revisionismo.

Não encontrando mais espaço em Cuba e sendo inclusive vigiado pela URSS, estava claro que ele se converteu numa ?persona non grata? e às pressas vai ao Congo num disfarce irreconhecível para lutar pela independência da Bélgica, onde é abandonado por Cuba e pela URSS que lhe garantiram apoio. Após o Congo, o novo e último destino de Che é a Bolívia, onde novamente é abandonado e dessa vez, em condições ainda piores pela URSS e Cuba.

O que Che Guevara passou em seus últimos anos era reflexo da política da URSS que tinha interesse que se iniciassem movimentos revolucionários pelo mundo, de forma a ameaçar, enfraquecer e dividir as forças dos EUA, mas não tinha objetivo algum que essas revoluções fossem vitoriosas, pois o surgimento de uma ?nova Cuba? ou mais que isso, ameaçaria diretamente a hegemonia da URSS e sua influência sobre demais países socialistas e partidos comunistas do mundo, que sem exceção, foram liquidadas pelo revisionismo à exemplo do PCB, e por isso era interessante a estratégia de incitar rebeliões e abandoná-las durante o processo, deixando os guerrilheiros para a morte e aos olhos de Nikita Kruschev, maior traidor da classe trabalhadora mundial, uma ?persona non grata? como Che Guevara seria melhor que estivesse morto.

Cuba, foi uma das últimas dentre as muitas revoluções populares que eclodiram no século XX e o exemplo heróico do Che Guevara nos dá inspiração e motivação, nos indica que o caminho a ser seguido é o da revolução e não do reformismo, da luta de classes e não da conciliação. Che Guevara mostra que a nossa luta é justa e que será inevitável a nossa vitória, pois o futuro avança e a velha sociedade burguesa desmorona. Che é um grande exemplo de abnegação, de uma vida dedicada a causa de libertação dos povos explorados de todo o mundo, que não se contentou enquanto o mundo não fosse todo socialista e que até o momento de sua morte, jamais se curvou diante dos opressores e mesmo quando assasinado, recebeu tiros de peito aberto com a completa convicção de que fez o melhor pelo bem da humanidade e dos povos. Hasta la victoria siempre, comandante Che Guevara!
Matheus Klein 25/01/2021minha estante
Belo texto camarada


Ericlbp 25/01/2021minha estante
Vish, até arrepiei aq


Beathryz.Galdino 03/01/2023minha estante
Perfeito camarada. Venceremos!




1 encontrados | exibindo 1 a 1