Cinzas do Norte

Cinzas do Norte Milton Hatoum




Resenhas - Cinzas do Norte


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Rafael M. 28/02/2023

Gostei MUITO!
Essa confusão familiar é muito próximo da realidade de várias famílias. O contexto da cidade, a ambientação, a forma que isso descrito, os personagens, tudo isso nos une aos personagens.
Eu gostei demais da forma que o autor conta essa história, de como descreve as situações, os conflitos. Me senti preso na leitura, do início ao fim.
A paternidade, que é ausente em tantas famílias, é, mais uma vez, uma grande incógnita nessa história. Uma criança que clama por atenção do pai.
Em tempos de ditadura, o pai que flerta com os militares, o filho que prefere as artes, o amigo que funciona muito bem como ferramenta de explicação da história, esse conflito cultural, a sensibilidade ao tratar das questões problemáticas da história.
Eu só consigo elogiar essa obra...


Se não fossem os outros compromissos, eu teria devorado esse livro em dias, mas fico feliz em ter tido a oportunidade de desfrutar essa história.

Cinco estrelas é pouco.
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Ana 23/10/2021

Cinzas do Norte
Um dois poucos livros de leitura pra vestibular que eu gostei
Um drama familiar com uma leitura bem fácil que deixa você intrigado
Alê | @alexandrejjr 16/11/2021minha estante
É um livro denso, mas acessível e gostoso de ler, né, Ana?




k.j. 06/11/2022

das falácias, a verdade
o plano de fundo que ambienta a narrativa serve como ampliação das sucedidas características de seus personagens - austeridade, censura, mentiras e dores

a família corroída, brasil
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Meire 10/04/2011

Que cinzas...
Esse livro deixou cinzas em mim. Enquanto lia, admirava a história, seus personagens e o relacionamento deles.
A maneira de narrar a história também me agradou muito, vários narradores, vários pontos de vista. Um relato muito bem montado.
Personagens fortes, uns nem tanto, e o narrador, que parecia uma sombra, me encantou com sua invisibilidade tão terna.
Gostaria de lê-lo mais uma vez,
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DêlaMartins 11/05/2022

Drama familiar com pinceladas de história e geografia
O pano de fundo é sobretudo Manaus nos anos 1960 / 1970, auge do golpe militar, auge do "desenvolvimento" desenfreado e inconsequente da região.

A história é um drama familiar, na qual Mundo (Raimundo Mattoso) não se encaixa na vida que seu pai, Trajano, aristocrata rico, havia imaginado para ele. Alícia, mãe deslumbrante, que saiu da pobreza para a aristocracia, sempre protege o filho e defende o lado artístico e controverso dele. Mundo vive em luta constante com o pai, causando problemas em colégios, com os amigos militarizados, direitistas e militares do pai, com seu jeito bastante combativo, num tempo bastante repressor.

Quem conta a história é Lavo, órfão, único amigo de Mundo, que cresceu à sombra da família Mattoso - sua mãe era muito amiga de Alicia. Ele vive com seus tios, Ramira e Ranulfo. Ela, costureira e Ranulfo, seu irmão, um faz-tudo que não faz nada e sempre foi apaixonado por Alicia. Alguns pontos da história são contados por Ranulfo também.

A escrita de Hatoum é diferente, intrigante, um pouco tensa, deixando tudo mais denso do que já é. Uma Manaus bem descrita, com casarões, pobreza, sua dependência e vida ao redor do rio, a floresta, tudo nos é apresentado de forma interessante. Rio de Janeiro, Berlim, Londres também fazem parte dessa história tensa, sempre ao redor de Mundo, narrada por Lavo.

Livro denso, um pouco da história do próprio Brasil nos tempos do golpe militar, da pobreza e diferenças sociais ainda tão presentes em nossas vidas.

Uma boa leitura.
Alê | @alexandrejjr 27/06/2022minha estante
É um romance que possui um ritmo muito particular, mas que me marcou bastante. Me pego pensando nele, nas paisagens belamente descritas, até hoje. É um livro intenso.




ClAudio 16/03/2023

Alícia seria a "Capitu amazônida"?
Terceiro romance de Hatoum premiado com o Jabuti (2006), Cinzas do Norte é um verdadeiro deleite da literatura brasileira!
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O livro traz relações familiares confusas e conflituosas, doenças (além do alcoolismo e do vício em jogos, e doenças psiquiátricas, uma doença misteriosa ou não revelada de um dos personagens principais)...
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Dramas de família ou sociais também perpassam o romance quase por inteiro: o amor pode vingar sem dinheiro/possibilidade de sair da pobreza/adquirir conforto? Um homem sem emprego e sem intenção de buscá-lo será no máximo um amante, nunca um chefe de família?
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De outro lado, o jeito esquivo e misterioso de Alicia e sua relação com seus homens (Jano e Ranulfo) me fez lembrar de Capitu e Bentinho. Alicia não foi descrita como tendo "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", mas eu a via com "olhos de índigena oblíqua e dissimulada".
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Para nossa "sorte", ao contrário da polêmica sobre Capitu, Hatoum desde o início mostrou algumas das traições de Alicia e no final revela a principal delas.
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E finalmente, mas não menos importante: a leitura é uma verdadeira viagem pela cidade de Manaus! A ponto de deixar leitores que não conhecem o Amazonas quase íntimos da capital manaura!
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Leitura apaixonante!
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Gláucia 11/07/2011

Cinzas do Norte - Milton Hatoum
Gosto muito do estilo do autor, mas seus livros são um pouco parecidos um com o outro. Sempre uma vida marcada pelo passado e suas consequências, as lembranças, uma dose de amargura. Deveria ter esperado um tempo maior entre um e outro.
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Toni 26/11/2018

A capacidade que Hatoum tem de criar romances a partir de uma determinada atmosfera me faz querer chamá-lo de Ishiguro brasileiro (ou talvez Ishiguro seja, por sua vez, o Hatoum nipo-britânico). Um e outro conseguem, ao longo de 50 ou 500 páginas, manter um determinado tom narrativo, um sentimento muitas vezes evasivo e tantalizante que permeia todas as situações e personagens de seus livros. Neste Cinzas do norte, a atmosfera é de decomposição: uma história sobre o ódio e o atraso como braços de uma força destruidora irremediável—e não, não estou me referindo ao erro daqueles que acreditam que um deputado inexpressivo e incompetente pode governar o país, ainda que tal voto seja igualmente irremediável e destruidor.
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Perdoada a referência indigesta ao candidato e seus eleitores que se informam por WhatsApp, o livro de Hatoum fala de outras crias da ditadura: a corrupção pervasiva, o abuso de poder, o toma-lá-dá-cá entre oficiais do exército e empresários amazonenses. Tendo por pano de fundo a Manaus entre os anos 50 e 80, Cinzas do norte é narrado por um advogado de origem humilde que se vê enredado num conflito familiar envolvendo os pais de seu melhor amigo. Lavo, o narrador, e Mundo, a máquina que move o romance, pertencem a realidades distintas e percorrem tribos indígenas, palacetes, comunidades ribeirinhas e cortiços, revelando um universo amazônico de resistência e precariedade. As vocações artísticas de Mundo entram em colapso com as aspirações de seu pai, magnata amigo dos militares. E é por meio da pintura (Mundo) e da literatura (Olavo) que o romance decompõe, camada por camada, aspirações e desejos inexoravelmente arrasados pelas correntes da vida.
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Esta é uma “história da decomposição” feita de ausência, dissimulação, silêncio e morte: valores tão representativos da ditadura civil-militar “pelo Brasil e pela família” que lançou o país em 21 anos de obscuridade. Não à toa, a verdade sobre a família de Mundo só virá à tona no último capítulo, quando o tempo do romance também alcança as primeiras luzes de nossa débil democracia.
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Elaine Messias 01/12/2023

Misérias do cotidiano
As decisões tomadas por cada personagem vão entrelaçando-se para formar uma trama bem tecida, que tem por pano de fundo as transformações sociais da Manaus das décadas de 70 e 80
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André 22/03/2020

Achei difícil resenhar esse livro, não por ter uma trama complicada, mas pelos sentimentos que desperta. É uma estória sobre decepções, erros, mentiras, queda... é uma estória triste, como poucas vezes li.

Isso não significa que o livro é ruim, pelo contrário, é muito bom. Ele começa um pouco mais leve (ou, talvez, menos pesado), mas mesmo no início já lemos passagens duras, quase cruéis. Conforme a trama avança, fica também bem mais pesada e densa.

O autor consegue nos deixar imersos na estória com suas descrições, chega a ser palpável. Também trabalha com a ditadura militar como pano de fundo na trama, criticando seu regime corrupto, de deturpação de valores, de repressão e de ódio.

É um livro sobre a vida, um livro cru como ela.
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Louise 23/09/2023

A vida dos outros
Pouco ouvi falar sobre o Amazonas e sua capital. Esse livro me despertou algumas inquietações. Quase abandonei. Não me dou bem com textos muito descritivos. A história, até por volta das últimas 70 páginas, pareceu ser o pano de fundo para a descrição da cidade, costumes e pratos. Depois que compreendi (achei que tivesse compreendido) isso, desliguei-me do que, pouco a pouco, foi sendo revelado.

Pessoalmente, a descrição deixou de ser um incômodo quando internalizei que seria assim e eu teria alguma noção de onde meu avô, manauara, nasceu. Não escolhi lê-lo por isso, mas de modo geral gostei da trama e fiquei querendo saber mais sobre os personagens.

Para quem leu O Cortiço, a descrição da cidade do Rio, mais ainda a parte de Botafogo, se parece em muito com o tipo de descrição feito da cidade de Manaus. Foi como andar pelas ruas, bares, museu, escolas, pegar os barcos e me dirigir às ilhas próximas. A pobreza, o mundo à parte que é Manaus, a rápida evolução da cidade.

Não posso dizer que me encantei. Não. Mas gostei de conhecer essa parte do País a partir da leitura.

Sobre alguns dos personagens, inicialmente achei Mundo mimado, rebelde, cheio de vontades, menos de encontrar um rumo na vida. Claro que depois entendi o motivo. Tudo tem motivo. Alicia, achei oportunista. Mas também entendi, apesar não justificar seu comportamento durante a vida, explica. Ela é uma sobrevivente da miséria e alcançou a riqueza, mas era infeliz e não abria mão da vida que tinha pela que queria ter. Outros tempos também. Jano, rico, certinho, queria as coisas à própria maneira, não parecia mal no geral, mas para o filho era o inferno. Lavo, parecia o personagem principal mas o via à margem de Mundo. Como se a vida dele fosse menos importante. Tantas coisas acontecendo para ele, mas poucas passagens sobre. O foco era Mundo e aquela família. Quis saber mais sobre Lavo porque gostei dele. Ao mesmo tempo ele parecia anestesiado pela vida. Ran, miserável que se achava rico, com ideias liberais mas que não gostava de trabalhar. Esse personagem me deu preguiça.

Há ainda a evocação da arte em meio à ditadura militar. Um tempo muito confuso, incerto, de polêmicas.

Quis deixar registrado para não esquecer as minhas percepções do texto.
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Sander.Garcia 15/04/2021

Descobrindo Hatoum
Cinzas do Norte representa minha descoberta desse incrível autor. Em uma trama muito bem construída, já me deparo com os apelidos (inéditos pra mim) dos dois principais personagens: Lavo (Olavo) e Mundo (Raimundo). É uma história forte, cheia de tensão, que se passa em uma Manaus de tempos atrás, mas é uma história recente. O palavreado, alguns locais, e acontecimentos podem pedir do leitor um certo conhecimento com o jeito amazônida de ser. Mas não é impedimento para compreender desenrolar da história, que também nos faz viajar ao Rio De Janeiro.
Mal posso esperar para ler "Dois irmãos" e "Relatos de um certo oriente", que já me aguardam na fila.
Hatoum virou parada obrigatória pra mim.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 15/11/2018

Milton Hatoum - Cinzas do Norte
Editora Companhia das Letras - 312 páginas - Lançamento 2005.

O regionalismo de Milton Hatoum é uma característica muito rara nos autores brasileiros contemporâneos que ambientam normalmente os seus romances nos grandes centros urbanos, até mesmo pelo motivo óbvio de que a maioria deles foi criada nas capitais do sul e sudeste. Bem, os personagens do autor amazonense e amauara Milton Hatoum estão cercados pela exuberância da floresta tropical, mas sofrem pelo desnível social e abandono político da região. Principalmente neste seu terceiro livro que tem a maior parte da ação centrada na Manaus dos anos sessenta e conta a trajetória de toda a vida de dois amigos: Olavo e Raimundo, ou Lavo e Mundo, como são apelidados. Enquanto Lavo é um órfão, criado pelos tios, e que não tem maiores ambições do que se tornar advogado, Mundo é um artista de temperamento libertário e que alimenta um ódio incontrolável pelo pai, rico fazendeiro e colaborador do regime militar da época, que tenta enquadrá-lo de todas as formas no seu próprio modelo de comportamento.

Hatoum desenvolve a trama através de narrativas entrecruzadas entre a voz em primeira pessoa do protagonista Lavo, uma longa carta de seu tio Ranulfo para Mundo e a correspondência de Mundo para Lavo, histórias que vão se encaixando aos poucos para explicar o mistério que cerca a origem dos dois amigos. Cinzas do Norte ganhou os prêmios Jabuti, Livro do Ano, Bravo, APCA e Portugal Telecom; um grande romance de um dos maiores autores da literatura nacional da atualidade.
Thiago 15/11/2018minha estante
Para mim, é a grande obra do Milton!


Alexandre Kovacs / Mundo de K 16/11/2018minha estante
Thiago, clássico sem dúvida!




Dilso 04/10/2023

Perfeito
Terminei a leitura, fechei o livro e abracei-o junto ao peito como a vítima certeira de um sentimento ímpar e "inescrevível" que fui. Então, no esvaziar de um suspiro elástico que foi e regressou, pensei: "Que socão!" E senti o soco mesmo, ainda estou sentindo...

Sem mais, apenas leiam. Leiam, por favor! Obra ótima e... LEIAM! ?
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Gois 30/05/2021

Drama familiar e histórico ao mesmo tempo
Já li alguns livros do Milton Hatoun, acho a escrita dele muito intrigante... como um rio fluido que as histórias vão se desenrolando. Descritos sob ponto de vista de um personagem, com seus anseios e angústias que são fáceis sentir. Sempre interessante ver uma região e uma parte da história do pais, que muitos não conhecem, retratadas num livro. A história familiar entremeada pela própria história da região, uma influenciando a outra. Achei que alguns momentos o texto é um pouco vago e deixa dúvidas na história. Mas a leitura é muito legal e vale a pena.
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