Filino 16/06/2018
Importante documento sobre a Fraternidade Mussulmana (sic)
De início, cabe esclarecer que os vocábulos "mussulmano(a)" e "islam" foram uma opção consciente do tradutor. Uma nota de rodapé lança luzes sobre essa escolha ortográfica - isso vio de um certo Olavo de Carvalho.
O livro parte da descoberta, em novembro de 2001, de um documento bastante comprometedor acerca da Fraternidade Mussulmana, encontrado durante uma batida policial na mansão de um banqueiro ligado a esse movimento. A partir daí, Sylvain Besson reconstrói o surgimento e o desenvolvimento da Fraternidade, bem como discorre sobre os personagens mais significativos - que fizeram ou deixaram (ainda que não totalmente) a organização. Em vários momentos, o autor parece exasperar-se com o fato de países ocidentais parecerem não se importar em dar voz (ou asilo) para alguns desses personagens, que sem peias atacam o "materialismo" e outras características ocidentais e não dão importância ao terrorismo. Alguns deles, inclusive, chegam a louvá-lo.
As ligações da Fraternidade Mussulmana com os mais diversos governos e o fato de se colocar como interlocutora privilegiada do Islã também é tratada e, nesse sentido, vale destacar que esse papel que ela se atribui é contestado inclusive por muçulmanos. Alguns deles acusam-na de se unir a governos cujas políticas seriam bastante questionáveis mesmo aos interesses dos fiéis.
Ao final, dois documentos impactantes: o primeiro, que serviu de mote para o livro, apresenta um verdadeiro plano de expansão mundial do Islamismo (sem deixar de lado o antissemitismo), com detalhes sobre como proceder para se chegar a esse objetivo. O segundo apresenta detalhes sobre instituições bancárias que tratariam do aspecto financeiro dessa empreitada.
Um relato valioso e esclarecedor.