Resenhas -

DayanePrincipessa 17/12/2023

Justos e bons
O livro é maravilhoso, traz uma reflexão filosófica sobre a justiça, levando-nos a refletir sobre o caráter do que é ser justo, bem como, que o conceito de justiça pode mudar dependendo do contexto, e que na dúvida se algo é justo ou não devemos ser norteados pelo bem.
Quem tem dificuldade de saber distinguir o que é bom do que é mal basta fazer o exercício de pensar nas consequências daquele ato.
O livro tem formato de diálogo entre vários filósofos e o principal deles é Sócrates.
No debate que tiveram sobre a justiça e injustiça, quando uma parte deles cria que ser injusto é ser forte e inteligente, já ser justo é ser fraco e ignorante, Socrates levou-os a refletir sobre estes conceitos e chegaram ao consenso de que estas afirmações estão incorretas. Conceberam que na realidade os justos são inteligentes e bons, já os injustos são ignorantes e maus. No entanto, no decorrer da narrativa concordaram que ser injusto é mais vantajoso.
Particularmente, o livro me fez refletir bastante, penso que o mal da sociedade é o egoísmo, a busca por satisfazer os próprios desejos, se cada um buscasse ser bom para o seu próximo, agir com justiça, satisfariam as necessidades dos outros, e os outros ao agirem igualmente, satisfariam as suas.
Mas, sendo egoístas, cada um se aproveita do seu próximo, destruindo-o para satisfazer seus interesses particulares e quando todos agem assim ninguém ganha, não há vencedores.
Ser justo e bom está impregnado na alma do indivíduo (que é justo), de modo que ainda que vivamos em uma sociedade majoritariamente injusta, ele não deixa de ser justo e bom, ainda que saqueado e destruído pelos egoístas perversos, sem receber nada de bom em troca.
Talvez o sofrimento e a dor sejam indissociáveis da justiça, que para sermos verdadeiramente justos devemos suportar quaisquer consequências, e ser, mesmo e principalmente, quando ninguém estiver olhando.
Vou deixar um trecho que achei bonito:
“Gosto de conversar com idosos, pois penso que temos de aprender com eles como se fossem viajantes que nos precederam em uma estrada que nós também, possivelmente, teremos algum dia que trilhar.” pag. 20
Lido em 12/11/2023

Asdfg8 26/03/2023

Instigante e até divertido
Dependendo da sua mentalidade, divertido de levar ao riso, isso graças ao Trasímaco. Não é um debate de que pena deve ser dada para cada crime, mas uma discussão ampla a respeito da natureza da justiça e se vale a pena ser justo. Sou dos trouxas que ache que vale. Mais uma performance impressionante de Sócrates.

Jaqueline 08/05/2022

Que livro maravilhoso! Realmente te faz refletir sobre o significado do que é a verdadeira justiça.
A forma com que Sócrates,Trasímaco e Gláucon debatem sobre o assunto é magnífica e me vi, por vezes, concordando com cada um deles. Recomendo muito a leitura, ainda mais por ser um livro curtinho e de imenso valor reflexivo.

A seguir, um trechinho dito por Sócrates:
Consequentemente, a conclusão da discussão [geral,] no que se refere a mim é que nada sei, pois se não sei o que é a justiça, dificilmente saberei se ela é uma espécie de virtude ou não ou se uma pessoa que a possui é feliz um infeliz.

Arthur.Sousa 18/02/2022

Justa intenção do desejo
Se é que posso com justiça ou ao menos por justa intenção do desejo de fazer, seguirei com extrema singeleza e com economia de palavras expressar particular percepção desse tão expressiva leitura...

A justiça está para o homem bom, assim como seu oposto, logo se é esperado homem bom em justa ação, aplicar sua essência indistintamente, quer sejam aos bons ou aos maus, pois isso é sua essência ser boa, nisso consiste a verdadeira justiça , caso não seja meramente platônico conceber isso...

NicholasJade 30/10/2021

Justiça, um contrato entre mortais tratado como divino
Pela primeira vez, Sócrates perde uma discussão na conversação estipulada neste fragmento da República, de Platão.
Aqui, conclui-se que a justiça na verdade se trata de um contrato social, que favorece muito mais os injustos do que aos verdadeiramente justos, uma vez que, para a sociedade, a aparência importa mais do que a essência.
É interessante como o discurso de Trasimaco se assemelha ao de Maquiavel neste trabalho do filósofo.

Vinícius 11/07/2021

Parte 1 da República
Platão na sua maior obra A República dedica sua primeira parte ao diálogo filosófico do justo e do injusto na sociedade, com passagens envolventes no diálogo de Sócrates com Trasímaco e por fim com Gláucon. Leitura rápida e edificante para quem deseja entender um pouco da filosofia Platônica/Socrática em contra ponto aos Sofistas.

Thomas.Lincon 07/03/2021

Grande reflexão
Leitura fera uma grande reflexão e nos vemos em um mundo mesmo após tantos séculos, ainda injusto e pessoas que praticam a injustiça e vendem a imagem de ser justos.