Clio0 24/02/2012
Poesia e lirismo a enésima potência ou esnobismo e prepotência literária? Já é o terceiro livro que leio dessa autora e não consigo chegar a uma conclusão.
Érica Jong faz parte da geração de escritores estadunidenses que agonizava em seus protestos de revolução sexual, filosofia liberal e a moda da psicanálise. Você irá achar tudo isso em seus textos - interessante para alguns, mas pode ser um verdadeiro porre para quem discorde ou simplesmente não se importe com esse tipo de intimismo.
Pois Sereníssima, com suas descrições e acontecimentos rápidos e mirabolantes é acima de tudo um livro intimista. Não espere uma riqueza estilo Clarice Lispector, Erica Jong não chega a esse naipe, mas pode facilmente te prender pela emoção, que como a nossa escritora, faz questão de exsudar no livro.
A protagonista se envolve num tórrido e surreal caso com ninguém mais, ninguém menos que Willian Shakespeare, e numa delicada mistura de sonetos, trechos e crítica tece uma trama que não é inteiramente original, mas que tem um forte gosto de saudosismo artístico.
Ame ou odeie, sua impressão será formada mais pela autora, que usa a auto-inserção como se fosse o pão-nosso-de-cada-dia, do que pela história em si.