Sarah 14/07/2020
Menina do céu, não é que dava pra melhorar
Se o primeiro livro de Rama é excelente, então não há palavras para descrever o que significa esse livro. Em Encontro com Rama nós temos puramente ficção científica, uma exploração fantástica de um mundo que nunca foi pensado por nós antes, mas que Clarke conseguiu aderir tantos detalhes que se tornou imaginável para nós. Já nesse livro, a história é outra. Ainda temos o que agradou no primeiro livro, a exploração, as descrições de espaços gigantescos e a exploração desse mundo inanimado, porém também temos muitos dramas pessoais, um aprofundamento nos personagens, nas suas ações e intenções, seus passados, tudo que viveram que os fizeram chegar àquele momento e serem daquela maneira, isso causa toda uma diferença, porque você se importa muito mais com os personagens e cada dúvida deles, cada sentimento também se torna seu. E junto com tudo isso, veio o que faltou se aprofundar no primeiro livro, mas que foi muito bem encaixado aqui: toda uma filosofia sobre Rama. O que é essa nave? Para quê ela serve? Por quê veio? Como ela funciona e quais são todas as implicações para os seres humanos. E temos várias dessas discussões durante o livro, sobre quão benigna de fato é essa nave e até onde os seres humanos devem suportar (?) para conhecê-la melhor, mesmo que ela se mostre tão desinteressada em fornecer qualquer interação. É realmente magnífico todo esse caminho trilhado, adiciona muito mais cores à esse mundo e tantas visões possíveis do que viria a ser os famosos ramaianos.
E só pra deixar registrado aqui, a descrição histórica dos acontecimentos desde Rama I até o momento de Rama II é perfeita, toda a construção dos momentos, de todas as visões possíveis - políticas, econômicas, humanitárias - é bem feita, encaixa muito bem nesse "espaço" de tempo que ficou um furo, mas os autores preenchem com uma História da Humanidade desse mundo. Perfeito, chuchu.