O Mulo

O Mulo Darcy Ribeiro




Resenhas - O Mulo


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Vysop 16/02/2024

Traumatizante
Já faz quase um ano que li, mas me lembro muito bem de todas as cenas que me pegaram de surpresa e me deixaram olhando para a parede em descrença. Há cenas fortes, mas elas ajudam o autor a mandar sua mensagem de representar a realidade do Brasil, em especial do Brasil central e rural-popular e descrever de forma crua atos de violência, traição e crime na década de 1980.
Um dos aspectos mais interessantes é como a história é contada por um escritor que se autodenomina dono "dos Laranjos" e faz uma carta para ser entregue a um padre qualquer que herdará a herança do narrador. Na carta, é descrita toda a sua tragetória de vida, sua relação com suas atitudes acompanhada de julgamentos morais e pessoais e sua perspectiva sobre a vida e sua eminente morte descritas em 500 páginas. Apesar das cenas muitas vezes repugnantes, elas fazem com que o leitor queira cada vez mais perscrutar o conteúdo do livro. Uma ótima leitura para quem queira se arriscar em uma perspectiva mais crua.
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Gi Santos 27/11/2023

Eu adoro o quanto essa história é uma obra cativante, que mergulha nas complexidades da sociedade brasileira, com uma narrativa rica em detalhes e personagens envolventes.
O protagonista possui tantas facetas e todas elas têm seus porquês, sua trajetória e sua história particular dentro do mesmo livro. Darcy Ribeiro habilmente aborda questões sociais e políticas, oferecendo uma perspectiva única sobre a cultura brasileira. Sua escrita é envolvente e te faz amar, odiar, julgar e perdoar os personagens conforme a trama vai se desenvolvendo.
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Danilo116 01/06/2023

Começou interessante,depois ficou pertubador, depois interessante,depois enjoativo e repetitivo,a escrita do autor é legal,mas o livro não me prendeu
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carloseduvrdo 14/03/2023

Quem sou eu, de tantos eus que fui?
A obra do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro traz cartas de um homem rico do sertão, o qual está à beira da morte e reflete sobre todos os pecados cometidos durante sua vida. Vale ressaltar que o personagem escreve essa confissão a um padre que não conhece, então é como se o leitor fosse o padre e fica colocado na situação de julgar ou saber se tais pecados merecem perdão, devido à posição que o protagonista foi posto durante sua juventude. Além disso, o livro mostra a díspar realidade do sertão nacional pobre e da escravidão.
Alerta de possíveis gatilhos (sim, muito pesados): zoofilia, pedofilia, estupro, assassinato e tortura.
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Egídio Pizarro 17/08/2017

Personagem interessantíssimo
"O Mulo" traz um personagem-narrador interessantíssimo, o coronel Philogônio de Castro Maya. Trata-se de um campeiro bruto que, vendo-se moribundo por uma doença de pulmões, ele escreve uma série de cartas a serem destinadas a um padre, a fim de confessar seus pecados e repassar sua vida antes de ganhar a vida eterna. Com um detalhe atrativo: o próprio Philogônio não conhece o padre. Assim sendo, o leitor torna-se o padre para quem Philogônio se confessa. E é interessante notar como reagimos às histórias e impressões do coronel. Absolvemos? Condenamos?

Toda a narrativa é esta série de cartas, portanto não há qualquer outro ponto de vista na história, não há diálogos que possam nos dar uma ideia de como são os outros personagens que cercam Philogônio.

Recomendo.
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yuri29 29/01/2015

"O Mulo das Cagaitas". Um ser digno de pena.
"O Mulo" de Darcy Ribeiro. Um livro que devo confessar que me surpreendeu. Lembram daquele velho ditado, "Não se pode julgar um livro pela capa", então, aconteceu comigo. De início não dei muita importância para a obra, mas depois, quando parei pra pensar que se tratava de um livro de Darcy Ribeiro, autor que estava extremamente ansioso para ler, dei uma chance ao "Mulo das Cagaitas".
Darcy Ribeiro, neste livro, consegue alegorizar com riqueza de detalhes o que viria a ser um indivíduo integrante das classes mais abastadas da zona rural brasileira, ou seja, os latifundiários. Um ser xucro, cheio de preconceitos, e que se vê sozinho em sua velhice tendo que deixar tudo que tinha à um padre. Às vezes dá pena ver a situação na qual se encontrava o protagonista da história.
Em suma, "O Mulo" é um leitura obrigatória para quem deseja conhecer o lado romancista de Darcy Ribeiro, outra característica que aqui vale ser salientada é que a formação antropológica do autor contribui para a riqueza desta obra, formação esta que é utilizada sem pudor. Com isso, as pessoas podem conhecer não só o lado romancista deste autor, mas podem também serem seduzidas à procurar suas obras de referência no campo da antropologia.
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Dalila.Realino 28/01/2012

A nua história de muitos brasileiros
O Mulo, assim apelidado pelo "seu povo", faz de seus escritos ao padre no que supõe serem os seus últimos dias de vida, mais que uma confissão, um desabafo de um homem que teme e sente morrer sozinho.
Toda a angústia de sua solidão, embora o personagem teime em admitir que sente por isso, precisa de uma vazão. E ele o faz escrevendo a um padre que não conhece, ainda não escolhido.
Em sua sala vazia de gente, mas cheia de recordações, o Mulo conta sua história desde menino órfão. Uma verdadeira saga do menino vindo do nada e sem ninguém até o fazendeiro dono de seus homens e de sua gigantesca propriedade.
Em sua vida, o Mulo nunca teve ninguém por si o que justifica a ele a sua solidão. "Eu me basto."

Nesse enredo o autor Darcy Ribeiro, feliz Antropólogo e educador, faz uso das lutas e andanças de seu personagem à fim de dizer o que viu no povo humilde desse Brasil. Seus sofrimentos e dores que de tão costumeiras já não incomodam. Denuncia o comodismo e a aceitação dos sofrimentos do povo pelos dizeres e histórias do Mulo.

Com a história de luta, força e melhora de vida de seu personagem, ele toma o posicionamento seguro para discorrer sobre os outros que não almejam, não sonham e nem ambicionam. Por outro lado, nos diz que o sucesso nos empreendimentos não são garantias para uma vida feliz.

Darcy Ribeiro também faz uso, como não poderia deixar de ser, de sua formação em Antropologia na trama. Através dos olhos e atitudes de seus personagens ele aponta características humanas universais. Mostra, também, pelas sucessivas perguntas do Mulo, as dúvidas mais recorrentes nos seres humanos.

Em suma, a nua história de muitos brasileiros.
naniedias 29/01/2012minha estante
Não daria nada por esse livro >< Mas adorei a sua resenha! Ficou muito bem feita e faz com que possamos conhecer o livro muito bem ^^





Pedróviz 01/10/2011

Testamento de um mulo
O Mulo é como é conhecido o protagonista neste romance de Darcy Ribeiro. Estéril, não engendrou descendentes e preocupa-se, na velhice, em encontrar alguém de confiança com quem deixar seus bens e seus segredos, então escreve um longo testamento dirigido a qualquer padre que aceitar o encargo - sim, um padre terá de ser o principal herdeiro do Mulo.

No testamento-confissão, o Mulo mostra-se pecador da sola dos pés até a ponta dos cabelos e está certo de que merece a absolvição mediante a confissão, sem arrependimento.

O texto é dos melhores, havendo trechos parecendo prosa poética. Há bastante tema pesado, pois o Mulo aprontou de tudo na vida. Darcy Ribeiro faz o tema social aflorar e ferver. A questão racial está presente como retrato fiel de época.

A solidão, a doença e a luta por se manter íntegro na velhice são as marcas onipresentes deste livro. O testamento, de certa forma, é algo que mantém o protagonista agarrado à vida. Até o final do romance, quando Darcy Ribeiro aparentemente dá um final abrupto às esperanças do Mulo.




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Maris Stella 16/07/2009

O Mulo: Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro conhecido por sua competência como antropólogo e educador, se aventura nesse seu segundo romance. A história é desenvolvida a partir de uma carta-testamento, onde um típico coronel que foi na vida dono de gados e gentes, se dá conta de que envelhecido e solitário, teme a morte e não tem nem mesmo a quem deixar todos os seus bens. No delírio da velhice aterrorizada, decide por mandar um portador encontrar um padre; a quem pretende se confessar, e, fazer dele, o seu único herdeiro. A saga de vida de horrores e arrependimentos tardios vai sendo narrada aos leitores, que na ausência do confessor, se configuram por únicas testemunhas. Portanto, a herança deixada pelo Mulo é o relato de uma vida dura empobrecida de princípios e rica em valores (des)humanos: violência (in) justificada, latífúndio, homossexualismo, religião, racismo, entre outros temas, são abordados de forma corajosa e sem reservas.

Em princípio, a obra assusta pela crueza. O Mulo tem uma peculiaridade interessante; foi escrito durante o exílio do autor e publicado em seu retorno ao país. Momento da reabertura política e conhecimento do câncer que o vitimou em 1997...

Enfim. A sugestão é: Leiam o livro e façam suas análises de quanto do autor está em seu principal personagem e do quanto de Brasil está representado pelo sertão do norte de Minas até Goiás!
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